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Israel que prometeu eliminar as capacidades do Hamas já conta com 12 líderes deste grupo terrorista, abatidos em apenas 12 dias

 

“Todos os terroristas do Hamas são homens mortos”, prometeu Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, na sequência do ataque do grupo terrorista a Israel no passado dia 7, que provocou mais de 1.400 vítimas mortais. “Os membros do Hamas têm duas opções: ou morrer nas suas posições ou render-se incondicionalmente. Não existe uma terceira opção. Eliminaremos a organização do Hamas e desmantelaremos todas as suas capacidades”, referiu Yoav Gallant, ministro da Defesa israelita.

 

 

O foco das forças armadas de Israel tem sido desmantelar a cabeça do organismo, com ataques coordenados e cirúrgicos em algumas das figuras mais influentes do Hamas, sendo que já foram confirmadas 12 mortes nos primeiros 12 dias. Quem são?

 

 

Ayman Nofal – membro do conselho geral militar das brigadas Izz el-Deen Al-Qassam, braço armado do Hamas na região central de Gaza, que conta com cerca de 40 mil operacionais treinados. É tido como um dos responsáveis pelo planeamento das operações de 7 de outubro. Foi morto num ataque ao campo de refugiados de Bureij, no passado dia 17, depois da confirmação do Shin Bet, os serviços secretos israelitas.

 

 

Osama al-Mazini – Chefe do Conselho de Shura, o mais alto órgão de decisão política do movimento islamita palestiniano, foi morto por uma bomba que atingiu o edifício onde se encontrava. Foi responsável pela negociação da libertação dos 1.027 prisioneiros palestinianos, em 2011, em troca do militar israelita Gilat Shalit.

 

 

Belal Alqadra – Comandante das forças sul Al-Nukhba, a principal força de elite das brigadas Izz el-Deen Al-Qassam, grupo que causou o terror no kibutz Nirim, em Israel, causando a morte de dezenas de civis.

 

 

Ali Qadi – líder de uma companhia das forças Al-Nukhba, responsáveis por algumas das maiores atrocidades cometidas a 7 de outubro. Foi neutralizado a 15 de outubro.

 

 

Muetaz Eid – Morto no mesmo dia que Al Qadi, o comandante do distrito sul do território de Gaza foi identificado pelos serviços secretos e morto num ataque aéreo a 250 alvos militares.

 

 

Merad Abu Merad – responsável pelo planeamento pelo ataque em parapentes em Israel, o comandante das operações aéreas do Hamas foi morto a 13 de outubro após o bombardeamento do edifício onde estava. “Durante o ataque, os caças das FDI mataram Merad Abu Merad, que era o chefe do Sistema Aéreo do Hamas na cidade de Gaza e foi o grande responsável por direcionar os terroristas durante o massacre de sábado”, referiram as forças militares de Israel.

 

 

Rafat Abu Halal – Chefe palestiniano do Comité de Resistência Popular, foi morto na cidade de Rafah, ao lado de outros nove membros do Hamas.

 

 

Jamila al-Shanti – víuva do antigo fundador do Hamas, morreu esta quinta-feira na sequência de um bombardeamento israelita. Era membro do Conselho Legislativo palestiniano desde 2021 e professora na Universidade Islâmica de Gaza.

 

 

Jehad Mheisen – Chefe das Forças de Segurança Interna, grupo paramilitar do Hamas, foi morto em casa juntamente com vários membros da sua família, em Gaza, no passado dia 19.

 

 

Zakaria Abu Muammar – um dos mais altos cargos do Hamas, pertencia ao comité político e era chefe da Administração Interna do grupo, responsável também por coordenar as ações políticas com os grupos terroristas locais. Foi um dos primeiros alvos de Israel.

 

 

Jawad Abu Shamala – Ministro da Economia do Hamas, responsável pelas finanças do grupo e obter fundos para as operações militares.

 

 

Chefe dos serviços secretos do Hamas, foi morto na cidade de Khan Yunis a 16 de outubro. O nome não foi revelado por Israel.

 

 

TPT com: NYT//NBCNews//WP//Lusa//ExecutivDigest//Francisco Laranjeira//  20 de Outubro de 2023

 

 

 

 

 

Protegida envolvente da Igreja de S.Miguel, para onde foi previsto o contestado Museu Judaico de Lisboa

 

O Governo fixou uma Zona Especial de Proteção (ZEP) ao redor da Igreja de S. Miguel, em Alfama, Lisboa, restringindo obras nesta zona, para onde esteve previsto o Museu Judaico, que foi transferido para Belém após contestação dos moradores.

 

 

Uma portaria hoje publicada no Diário da República, assinada pela secretária de Estado da Cultura, cria uma Zona Especial de Proteção a partir da Igreja de S. Miguel, edifício de interesse público no Largo de São Miguel, em Alfama, para proteger a zona de implantação da Igreja e a sua envolvente, estabelecendo restrições aos imóveis ou grupos de imóveis que podem ter obras de alteração.

 

 

É estabelecido que as modificações de imóveis “devem assegurar a manutenção das características essenciais” ao nível das fachadas e das coberturas, não podem ser “dissonantes no âmbito da envolvente” e “devem considerar unicamente a conservação e a requalificação dos elementos arquitetónicos existentes”, embora neste caso admita como exceção “os projetos já aprovados”.

 

 

O diploma estabelece ainda que devem ser preservados “todos os edifícios que apresentam uma relação visual direta” com a Igreja de São Miguel e que, “em circunstâncias excecionais, podem ser demolidos” edifícios que forem “identificados através de vistorias técnicas das entidades oficiais competentes”.

 

 

Para o Largo de São Miguel, onde se localiza a Igreja, esteve prevista a construção do Museu Judaico de Lisboa, que foi muito contestado pelos moradores desde o início por ter um projeto arquitetónico dissonante com a envolvente, considerando que descaracterizava o Largo e não respeitava as regras urbanísticas de Alfama.

 

 

Os moradores interpuseram uma ação com providência cautelar em 2016, que foi acolhida pelo Tribunal Central Administrativo do Sul e mais tarde o Supremo Tribunal Administrativo, tendo a Câmara de Lisboa sido obrigada a parar as obras em 2018.

 

 

Em 2020, a autarquia lisboeta abandonou o projeto naquele local e anunciou a construção do novo Museu Judaico de Lisboa em Belém.

 

 

A Igreja de São Miguel foi construída no século XII, extramuros, tendo sido depois incluída no perímetro das Muralhas Fernandinas de Lisboa.

 

O imóvel foi totalmente reconstruído entre 1673 e 1720 e conserva, quase na íntegra, a sua estrutura seiscentista, apesar dos danos sofridos no terramoto de 1755.

 

 

Com a fixação da ZEP, a Secretaria de Estado da Cultura criou ainda duas áreas de sensibilidade arqueológica (ASA).

 

 

Numa delas, que corresponde ao traçado da Muralha Fernandina, as obras a realizar no futuro devem ser “precedidas de uma intervenção arqueológica prévia”.

 

 

Na restante área, as intervenções urbanas devem ser precedidas de escavação arqueológica, “de forma a aferir a sua viabilidade”, sendo possível a construção de caves para estacionamento e áreas técnicas “caso não sejam identificados vestígios arqueológicos de reconhecido interesse”.

 

 

O diploma estabelece também regras genéricas de colocação de publicidade exterior, de posicionamento de toldos, de mobiliário urbano, esplanadas, ecopontos, coletores, antenas e equipamentos de ventilação e exaustão.

 

 

Em todos os casos, não devem “interferir na contemplação e leitura do imóvel classificado” ou “comprometer a salvaguarda da envolvente do imóvel classificado”.

 

 

Sem parecer prévio da tutela do património cultural, apenas podem ser autorizados por outras entidades, nomeadamente pela Câmara Municipal de Lisboa, a manutenção e reparação do exterior dos edifícios (fachadas e coberturas), sem alterações de cor ou na natureza dos materiais, e a eliminação de “construções espúrias ou precárias em logradouros ou nos edifícios principais”, desde que não afetem o subsolo.

 

 

A portaria que fixa a ZEP da Igreja de São Miguel, com o mapa da área abrangida, está disponível em Diário da República.

 

 

 

TPT com: MadreMedia /Lusa// Foto: ANDRE KOSTERS/LUSA// 14 de Outubro de 2023

 

 

 

 

Serviços de segurança de Israel não puderam impedir pior violação do país em 50 anos: há quatro pecados capitais que explicam invasão

 

Os serviços de inteligência israelitas detetaram um aumento na actividade de algumas das redes do Hamas que controla pouco antes dos ataques a Israel: foi enviado um alerta aos soldados que guardavam a fronteira de Gaza, segundo garantiu o ‘The New York Times’(NYT), citando dois altos funcionários de segurança do país. No entanto o aviso não surtiu efeito: seja porque os soldados não entenderam ou porque nem sequer leram.

 

 

Então, como se explica o maior falhanço dos serviços de inteligência israelitas, tidos como um dos mais capazes do Mundo?

 

 

Pouco depois do aviso, o Hamas enviou drones para desativar algumas das estações de comunicação móveis e torres de vigilância ao longo da fronteira, impedindo que os oficiais de serviço monitorizassem a área remotamente. Foram também destruídas metralhadoras controladas remotamente que Israel instalou nas suas fortificações fronteiriças. Com o caminho ‘facilitado’, o Hamas fez explodir partes da cerca fronteiriça, o que permitiu que milhares de palestinianos passassem pelas brechas.

 

 

Estas falhas e fraquezas operacionais estão dentro de uma ampla gama de erros dos serviços de segurança israelitas que abriram caminho para a incursão do Hamas em mais de 20 cidades e bases militares – foi a pior violação das defesas de Israel em 50 anos e abalou fortemente o sentimento de segurança do país. Durante algumas horas, um dos exércitos mais poderosos do mundo ficou impotente para lutar contra um inimigo muito mais fraco, o que deixou aldeias indefesas durante grande parte do dia contra esquadrões de atacantes que deixaram mil israelitas mortos, incluindo soldados em roupa interior. Foram raptadas pelo menos 150 pessoas; invadidos pelo menos quatro acampamentos militares.

 

 

Para os responsáveis israelitas contactados pelo jornal americano, há quatro pecados capitais:

 

– Incapacidade dos agentes de inteligência em monitorizar os principais canais de comunicação utilizados pelos atacantes do Hamas

 

– Dependência excessiva de equipamento de vigilância fronteiriça.

 

 

– Aglomeração de comandantes numa única base fronteiriça que foi invadida na fase inicial da incursão, impedindo a comunicação com o resto das forças armadas.

 

 

– Vontade de aceitar, à primeira vista, as afirmações dos líderes militares de Gaza, feitas em canais privados, que os palestinianos sabiam que estavam a ser monitorizados por Israel, de que não se estavam a preparar para a batalha.

 

 

“Gastamos milhares de milhões na recolha de informações sobre o Hamas”, apontou Yoel Guzansky, alto funcionário do Conselho de Segurança Nacional de Israel. “Então, num segundo, tudo desabou como dominós.”

 

 

O primeiro fracasso chegou há meses, quando os chefes de segurança de Israel fizeram suposições incorretas sobre a extensão da ameaça que representava o Hamas a partir de Gaza – o conflito ficou reduzido à Jihad Islâmica Palestiniana, o que deixou a sensação de que não procurava uma escalada. “O Hamas é muito, muito contido e compreende as implicações de um desafio maior”, reconheceu Tzachi Hanegbi, conselheiro de segurança nacional de Israel, numa entrevista seis dias antes do ataque. Ou seja, o foco ficou nos perigos representados pelos militantes libaneses ao longo da fronteira norte de Israel.

 

 

A segunda falha foi operacional: o sistema de vigilância da fronteira israelita dependia quase em exclusivo de câmaras, sensores e metralhadoras operadas remotamente. Os comandantes militares ficaram excessivamente confiantes no sistema e reduziram o número de tropas no sul, transferindo-as para outras zonas de preocupação. Isso foi aproveitado pelo Hamas, que garantiu que a barreira se tornasse mais fácil de romper do que o esperado por Israel – 1.500 combatentes entraram em quase 30 pontos ao longo da fronteira, até alguns de asa delta, sem serem intercetados.

 

 

O segundo fracasso foi também operacional, o agrupamento de líderes da divisão militar de Gaza num único local – depois da invasão da base, a maioria dos oficiais superiores foi morta, ferida ou feita refém. A situação, combinada com os problemas de comunicação, impediu uma resposta coordenada, impedindo os israelitas de compreender a amplitude do ataque.

 

 

Assim, ninguém sentiu necessidade imediata de uma cobertura aérea massiva e rápida, mesmo com os relatos nas redes sociais de vários ataques em múltiplas comunidades. A força aérea demorou horas para responder, apesar de ter bases a poucos minutos de distância em tempo de voo.

 

 

TPT com: NYT//NBCNews//ABC//WP//Lusa//Francisco Laranjeira//  14 de Outubro de 2023

 

 

 

Australianos rejeitam em referendo reforma dos direitos dos aborígenes

 

Os australianos rejeitaram hoje uma reforma dos direitos dos aborígenes, submetida a referendo no final de uma campanha corrosiva que aprofundou as divisões raciais no país-continente.

 

 

Após a contagem de três quartos das mesas de voto do país, verificou-se que 55% dos eleitores tinham votado “não” ao texto que propunha reconhecer os aborígenes na Constituição como os habitantes originais do continente insular e dar-lhes uma voz em Camberra.

 

 

O projeto previa a criação de um conselho consultivo – apelidado de “A Voz” – junto do Parlamento e do Governo para aconselhamento sobre a legislação e as políticas públicas que afetam as populações aborígenes e das Ilhas do Estreito de Torres, com 984.000 pessoas, ou seja, 3,8% da população da Austrália.

 

 

“Os australianos votaram contra uma alteração da Constituição”, declarou o vice-primeiro-ministro, Richard Marles, na ABC, reconhecendo o fracasso do referendo.

 

 

Inicialmente com uma larga maioria, o campo favorável à alteração da Constituição de 1901 tem vindo a perder terreno nos últimos meses, nomeadamente devido à campanha levada a cabo pela oposição conservadora, liderada pelo antigo ministro da Defesa Peter Dutton.

 

 

Para o campo conservador, a reforma constituía um remendo constitucional e teria conduzido a divisões na sociedade ao criar uma distinção na cidadania.

“Este é um resultado difícil, um resultado muito difícil”, disse o diretor da campanha do Yes23, Dean Parkin.

“Fizemos tudo o que podíamos e vamos voltar ao trabalho”, garantiu.

 

 

A campanha deu origem a uma avalanche de comentários racistas nos meios de comunicação social digitais.

 

 

Foram também divulgadas informações falsas, incluindo alegações de que os títulos de propriedade poderiam ser contestados ou que teriam de ser pagas indemnizações se a reforma fosse aprovada.

Para os apoiantes de “A Voz”, esta reforma tinha como objetivo ajudar a sarar as feridas ainda abertas de um passado de colonização e repressão racial.

 

 

Actualmente, mais de 200 anos após a colonização britânica, os indígenas australianos, cujos antepassados vivem no continente há pelo menos 60.000 anos, têm os mesmos direitos que os outros cidadãos, mas continuam a sofrer grandes desigualdades.

Karen Wyatt, 59 anos, uma apoiante do “sim”, disse antes da votação que se “A Voz” fosse rejeitada, seria “um dia de vergonha para a Austrália”.

 

 

Dee Duchesne, 60 anos, que fez campanha pelo “não”, explicou que queria “evitar que se acrescentasse mais uma camada de burocracia” à Constituição.

Confessou ter sido chamada de racista quando distribuía panfletos perto de uma assembleia de voto em Sydney. “Não sou racista”, afirmou.

 

 

O líder aborígene Thomas Mayo exprimiu a sua cólera contra aqueles que fizeram campanha a favor do “não”.

“Mentiram aos australianos. Esta desonestidade não deve ser esquecida pelo povo australiano”, disse.

 

E acrescentou: “Deveria haver repercussões para este tipo de comportamento na nossa democracia, não deveriam poder sair impunes”.

O voto era obrigatório para os 17,5 milhões de eleitores da Austrália.

 

 

Para ser adotada, a reforma precisava de uma maioria de votos a nível nacional, mas também em pelo menos quatro dos seis estados do país. Não obteve nem um nem outro.

 

 

 

 

TPT com: AFP//NBCNews//MadreMeia/Lusa// 14 de Outubro de 2023

 

 

 

 

 

Republicanos escolhem Scalise para líder da Câmara de Representantes

 

Steve Scalise ficou conhecido depois de ter sobrevivido há alguns anos a um tiroteio em massa contra congressistas durante um treino de beisebol do Congresso.

 

 

Os republicanos norte-americanos nomearam esta quarta-feira Steve Scalise para líder da Câmara de Representantes, prometendo unir-se para o conseguir eleger numa votação em plenário, para substituir Kevin McCarthy no cargo.

 

 

Numa votação privada no Capitólio, os republicanos afastaram Jim Jordan, presidente do Comité Judiciário, em favor de Scalise, que como atrás referimos, ficou conhecido depois de ter sobrevivido há alguns anos a um tiroteio em massa contra congressistas durante um treino de beisebol do Congresso.

 

 

Os republicanos tinham ficado num impasse após a destituição de McCarthy, procurando uma figura para unir a sua bancada sobre uma escolha que possa agora ser eleita pela maioria da Câmara de Representantes. Perante a forte probabilidade de os democratas se oporem ao nome de uma qualquer escolha Republicana, os conservadores precisam dessa união para usar a sua maioria para impor um nome para o cargo.

 

Os dois principais candidatos a esse cargo – Steve Scalise, do estado de Louisiana, e o presidente do Comité Judiciário, Jim Jordan, do Ohio – dividiram a votação entre os Republicanos. McCarthy – que foi destituído do cargo por um grupo de congressistas republicanos da ala extremista do partido, próximo do ex-Presidente Donald Trump – pediu para não ser escolhido nesta votação interna.

 

 

Após o processo de destituição, a Câmara de Representantes ficou sem um líder da maioria, o que estava a provocar a paralisação do Congresso, com implicações políticas que se faziam sentir em vários níveis. Após as dificuldades sentidas em janeiro na nomeação de McCarthy – escolhido apenas depois de 15 rondas de votação – para o cargo de speaker, esperava-se um clima de maior indecisão para a sua substituição.

 

 

Contudo, a votação interna entre os Republicanos acabou por ser rápida e terminou com a promessa de união à volta do novo nome, para contrariar a oposição da minoria Democrata.

 

 

 

TPT com: NBCNews//AFP//Lusa// 12 de Outubro de 2023

 

 

 

 

A Ordem dos Médicos defende a criação de um novo SNS com uma reforma de fundo

 

O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu hoje, nas Caldas da Rainha, a criação de um novo Serviço Nacional de Saúde (SNS) para acompanhar a evolução e a modernização da sociedade, apostando numa reforma de fundo.

 

 

“Precisamos de um novo SNS. A estrutura da população mudou. Temos uma população muito mais envelhecida e mais exigente do ponto de vista do cuidado. Temos uma ciência, uma tecnologia e uma medicina que evoluíram muito nas últimas décadas, mas parece que os nossos governantes olham para o SNS como há 40 anos”, afirmou à Lusa Carlos Cortes.

 

 

Para o bastonário, o país precisa de “uma reforma de fundo do SNS, que integre as necessidades dos médicos, mas também de novos modelos organizativos”, disse Carlos Cortes, após uma reunião com médicos das diferentes especialidades no Hospital de Caldas da Rainha, que integra o Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

 

 

Segundo o bastonário, a intervenção na saúde tem-se resumido a “pequenos remendos e pensos rápidos, que não resolvem absolutamente nada, apesar de no momento parecerem ser uma solução”.

 

 

“Veja-se o problema das maternidades, que se arrasta há mais de um ano, o problema da urgência, que cada vez está pior, o problema dos cuidados de saúde primários, com cada vez mais utentes sem médico de família. É preciso uma reestruturação profunda do SNS e repensar a saúde de uma forma moderna”, deixando de “viver nas glórias do passado” do SNS.

 

 

“Temos de melhorar o presente e preparar o futuro do SNS. Hoje, o SNS é uma grande urgência no país. Assenta fundamentalmente no serviço de urgência e isso tem de mudar rapidamente”, constatou.

 

 

Carlos Cortes considerou que a solução não passa pela criação de mais Unidades Locais de Saúde (ULS), pois “os piores hospitais”, aqueles que têm “mais dificuldades, estão integrados em ULS”, tais como Beja, Portalegre, Santiago do Cacém, Guarda, Castelo Branco, Bragança e Viana do Castelo.

 

 

“Matosinhos é uma exceção porque é uma ULS urbana, onde tudo está numa cidade. Não podemos aferir dos resultados de Matosinhos para o resto do país”, observou.

 

Carlos Cortes reuniu-se hoje com médicos nas Caldas da Rainha, onde os problemas gerais da saúde também se fazem sentir.

 

“Aquilo que foi referido por várias especialidades foram as suas dificuldades em termos de recursos humanos”, relatou.

 

 

Os médicos transmitiram ao bastonário que muito do trabalho da urgência é assegurado por prestadores de serviço, não obstante, grande parte da atividade está centrada na urgência, o que impede os médicos de se concentrarem noutro tipo de atividade, nomeadamente na enfermaria, nas consultas ou na atividade cirúrgica programada.

 

 

“Se as pessoas não têm consultas, não são bem tratadas no internamento ou não são operadas nos tempos corretos, acabam por agudizar o seu problema de saúde e depois têm de ir à urgência. Foi também espelhada alguma desorganização do CHO, que funciona muito pouco como centro hospitalar”, revelou.

Os médicos do CHO apelaram ainda para que o novo hospital fosse “de uma vez por todas construído”.

 

 

“A prioridade não é onde é que tem de estar, mas existir um hospital e condições para os médicos se fixarem nesta zona. Encontrei médicos revoltados e chateados por não terem as condições adequadas para tratarem os seus doentes. Apesar de tudo, dão o máximo que têm, mesmo com o muito pouco que o centro hospitalar tem tido nestes últimos tempos”, afirmou.

 

 

Carlos Cortes apelou ao ministro da Saúde para “resolver rapidamente a questão do novo hospital e criar condições para os médicos se instalarem nesta zona”.

 

 

“Essas condições são as mesmas para todo o SNS: melhores condições de trabalho para os médicos, dignificação do papel do médico e valorização da sua carreira”, reforçou como forma de tornar o “SNS mais competitivo, poder atrair os médicos e estancar a sua saída do SNS para o setor privado ou para a emigração”.

 

 

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Peniche (ambos no distrito de Leiria) e Torres Vedras (no distrito de Lisboa).

 

 

Tem uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral (todos no distrito de Leiria), Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã (no distrito de Lisboa). Abrange ainda, no distrito de Leira, parte do concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e, no de Lisboa, o concelho de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).

No total serve cerca de 298.390 habitantes

 

 

 

TPT com: JN//Expresso//Executive Digest//Lusa// 9 de Outubro de  2023

 

 

 

 

Portugal bate Ilhas Fiji e conquista a sua 1.ª vitória de sempre em Mundiais

 

Portugal conquistou hoje a primeira vitória de sempre num Campeonato do Mundo de râguebi, ao vencer as Fiji por 24-23, em jogo da última jornada do Grupo C, que decorreu em Toulouse.

 

 

A seleção lusa, que ao intervalo estava empatada 3-3, conseguiu dois ensaios na segunda parte, por Storti e Francisco Fernandes, as Fiji responderam, mas um ensaio de Rodrigo Marta já perto do fim foi decisivo para o triunfo.

 

 

Os ‘lobos’ entraram para o encontro em último lugar do agrupamento, mas com o objetivo de ultrapassar a Geórgia, e acabar em quarto lugar.  Para isso, Portugal precisava de pelo menos um ponto, que até podia ser conseguido com uma derrota por sete ou menos pontos de diferença. Mas Portugal fez melhor e venceu, fazendo história.

 

 

Já as Fiji precisavam também de somar pelo menos um ponto frente à seleção portuguesa para, no mínimo, igualarem os 11 pontos da Austrália e seguirem para os quartos de final, pela terceira vez no seu historial, o que veio a acontecer. As Fiji tinha vantagem no confronto direto com os ‘wallabies’.

 

 

Portugal, que tinha empatado com a Geórgia e perdido com País de Gales e Austrália, termina a sua participação com o quarto lugar no grupo, com seis pontos, enquanto País de Gales, primeiro com 19, e as Fiji, em segundo com 11, seguem para os quartos de final.

 

 

A Austrália acaba em terceiro, também com 11 pontos, e está fora da competição, tal como a Geórgia, que ficou em quinto e último com três.

 

 

O Campeonato do Mundo de râguebi França2023 teve início em 08 de setembro e disputa-se até 28 de outubro.

 

 

Também hoje, no Grupo D, a Argentina e o Japão decidiam o segundo lugar e quem acompanha a Inglaterra rumo aos ‘quartos’, com os argentinos a superiorizarem-se e a garantirem a continuidade na prova.

 

A Argentina triunfou por 39-27, numa partida em que ao intervalo venciam por apenas um ponto, 15-14, e que foi emotiva até ao final.

 

 

Já sem qualquer relevância para as contas do Grupo B, Tonga venceu a Roménia por 45-24, num duelo entre duas equipas que entraram no último jogo ainda sem qualquer ponto somado. Nesta ‘poule’ seguiram em frente Irlanda e África do Sul.

 

 

 

Presidente da República felicita seleção por vitória no Mundial que abre perspetivas para futuros êxitos

 

 

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou hoje a seleção râguebi pela primeira vitória na história numa fase final de um mundial, “um passo muito importante” para a afirmação daquela modalidade que abre “perspetivas para futuros êxitos”.

 

 

“Aos ‘Lobos’, ao seu treinador e equipa técnica, e à Federação Portuguesa de Rugby, o Presidente da República agradece, em nome de Portugal e dos portugueses, pela forma como honraram o nosso País, deixando uma palavra de enorme apreço à nossa Comunidade em França e a todos os que apoiaram, desde a primeira hora, a nossa seleção. Amanhã farão ainda melhor!”, pode ler-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República.

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa “felicita calorosamente a Seleção Nacional de Râguebi, ao conquistar pela primeira vez na sua história, uma vitória numa fase final de um Mundial”.

 

 

“Foi um passo muito importante para a afirmação do râguebi português abrindo perspetivas para futuros êxitos”, enalteceu.

 

 

O Presidente da República volta a congratular o percurso desta seleção nacional, destacando a conquista de “participantes, adeptos e simpatizantes, por todo o mundo, pela forma entusiasta, dedicada e de enorme força e querer, com que jogou contra as grandes potencias do Râguebi”

 

 

 

António Costa enaltece “notável vitória” em “extraordinário campeonato”

 

 

 

O primeiro-ministro português, António Costa, congratulou hoje a seleção portuguesa de râguebi pela “notável vitória” sobre as Fiji (24-23), a primeira num mundial, a culminar o “extraordinário campeonato” protagonizado pelos ‘lobos’.

 

 

“A notável vitória de hoje culmina o extraordinário campeonato que a Seleção Nacional de Râguebi disputou com alegria, determinação e ambição. Vivam os Lobos!”, escreveu, na rede social X (antigo Twitter).

 

 

Após a histórica vitória diante das Ilhas Fiji por 24-23 no último jogo da fase de grupos do Campeonato do Mundo de rugby, a seleção portuguesa recebeu uma visita inesperada nos balneários.

 

 

Simon Raiwalui, selecionador nacional da formação fijiana surpreendeu toda a gente ao na cabine onde os jogadores portugueses festejavam a sua primeira vitória em campeonatos do mundo.

 

 

Aí o técnico aproveitou para dar os parabéns aos ‘Lobos’ pela sua vitória e ofereceu-lhes ainda camisolas oficiais das Ilhas Fiji, num gesto que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

 

 

A equipa do Pacífico surpreendeu ao terminar a fase de grupos à frente da Austrália. Os fijianos irão agora ter pela frente a Inglaterra nos quartos de final, partida marcada para o próximo domingo, em Marselha.

 

 

 

TPT com: AFP//Sportinforma/Lusa// 9 de Outubro de 2023

 

 

 

 

Activado oficialmente o estado de guerra em Israel

 

O Conselho de Segurança israelita, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, activou oficialmente o estado de guerra no país, que permite ao Exército realizar “atividades militares significativas” no âmbito da guerra com o Hamas, informaram meios de comunicação social.

 

 

Apesar de Netanyahu já ter declarado que o país estava em guerra, assim que começou a ofensiva do Hamas, esta decisão oficial é necessária, segundo a Lei Básica de Israel.

 

 

A decisão foi finalmente adotada numa reunião entre o primeiro-ministro e os líderes da segurança israelita, composta, entre outros, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e pelo Chefe do Estado-Maior General, General Herzi Halevi.

 

 

Netanyahu já tinha alertado no sábado que Israel embarcou “numa guerra longa e difícil” e que continuará “sem trégua até que os objetivos sejam alcançados”.

 

“Entrámos numa guerra longa e difícil. A guerra foi-nos imposta por um ataque assassino do Hamas”, começou por escrever, numa publicação na sua conta na rede social X, antigo Twitter.

 

 

O dirigente israelita explicou que “a primeira fase terminará em horas, destruindo a maior parte das forças inimigas que penetraram” no território de Israel.

 

 

“Ao mesmo tempo, iniciamos a formação ofensiva e esta continuará sem reservas e sem tréguas até atingirmos os objetivos. Restauraremos a segurança aos cidadãos de Israel e venceremos”, concluiu.

 

 

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, numa operação com o nome “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Pelo menos 300 pessoas morreram em Israel na sequência do ataque do movimento islâmico Hamas, enquanto pelo menos 313 pessoas palestinianas foram mortas no âmbito da forte contraofensiva aérea do Estado judeu sobre Gaza.

 

 

 

O regresso da “guerra” ao Médio Oriente. O que aconteceu em Israel?

A palavra “guerra”, que nos habituámos a ouvir recentemente na Europa, é há muito uma realidade no Médio Oriente. Porém, esta manhã ganhou novos contornos, com o ataque surpresa do grupo palestiniano Hamas a Israel, a que chamaram “Tempestade Al-Aqsa”.

O ataque começou com disparos a partir de vários locais da Faixa de Gaza ainda antes das 6h30 horas locais (4h30 em Portugal), e continuaram durante quase meia hora. Em Israel, sirenes de alerta soaram em várias cidades.

 

 

De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), não houve uma resposta imediata de Israel.

 

 

No entanto, passado poucas horas, o país inimigo da Palestina iniciou um ataque através do ar, bombardeando 7 bases militares e quatro quartéis-generais do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação a que chamaram “Espadas de Ferro”.

 

 

O ministro da Defesa de Israel instituiu, entretanto, a lei marcial num raio de 80 quilómetros da Faixa de Gaza, incluindo Tel Aviv e Beersheba. Citado pela agência Reuters, Yoav Gallant vincou que “o Hamas cometeu um grande erro” ao lançar uma nova operação militar contra o país.

 

 

A ofensiva foi reivindicada pelo próprio líder do braço armado do Hamas, Mohammed Deif, que afirmou que o grupo lançou uma nova operação militar contra Israel.

 

 

Numa rara declaração pública, Mohammed Deif disse que 5.000 foguetes foram disparados contra Israel durante a madrugada, para dar início à “Operação Tempestade Al-Aqsa”.

 

 

Também Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, pronunciou-se sobre a situação, e segundo a Al Jazeera“o inimigo que sitia Gaza planeou surpreendê-la e intensificar a agressão contra o nosso povo na Faixa de Gaza, para além da colonização e da agressão que continua na Cisjordânia, que procura desenraizar o nosso povo e expulsá-lo da sua terra, e dos crimes da ocupação contra o nosso povo na década de 1948, uma vez que está por detrás de todas as operações de morte e assassínio que aí se realizam, e da continuação da detenção dos nossos prisioneiros durante décadas, e da renegação dos acordos quando voltou a prender os libertados do acordo de troca”.

 

 

“Por tudo isto, estamos a travar uma batalha de honra, resistência e dignidade para defender Al-Aqsa, sob o título anunciado pelo Irmão Comandante Abu Khaled Al-Deif: ‘Operação Tempestade Al-Aqsa’. Esta operação começou em Gaza e estender-se-á à Cisjordânia e ao estrangeiro, a todos os locais onde o nosso povo e a nossa nação estejam presentes”, afirmou Haniyeh.

 

 

O grupo islâmico Jihad Islâmica, também com forte presença e com um braço armado dentro de Gaza, já informou que se juntou ao ataque do Hamas: “Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes lutam ao lado dos seus irmãos do Hamas, ombro a ombro, até à vitória”, declarou.

 

 

Entretanto, o embaixador de Israel nos Estados Unidos da América, Michael Herzog, através da rede social X (antigo Twitter), pediu ajuda ao “mundo livre” para estes “condenarem” os ataques do Hamas a Israel, afirmando que “a ofensiva foi lançada quando estávamos a celebrar um feriado judeu”, mais precisamente o Simchat Torá.

 

 

Já durante a tarde, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas.

 

 

Numa publicação em inglês partilhada durante a tarde, sublinhava que “desde esta manhã, o Estado de Israel está em guerra”.

 

 

Delineou ainda os objetivos para “expulsar as forças hostis que se infiltraram no nosso território e restaurar a segurança e a tranquilidade das comunidades que foram atacadas”, e sublinhou que, “na guerra, é preciso ter equilíbrio”, apelando a todos os cidadãos de Israel para que se “unam para alcançar o nosso objetivo mais elevado – a vitória na guerra”.

 

 

Depois destas declarações, viriam as condenações dos líderes internacionais à nova “guerra” e à provocação do Hamas na Faixa de Gaza.

 

 

Da parte da União Europeia, Ursula von der Leyen realçou que: “esta violência não é uma solução política nem um ato de bravura. É puro terrorismo. A União Europeia está ao lado de Israel”.

 

 

Os EUA solidarizaram-se “com o Governo e o povo de Israel”, a quem apresentaram “condolências pelas vidas israelitas perdidas nestes ataques”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

 

 

Ainda em intervenções que envolvem os EUA, Netanyahu informou também hoje o presidente Joe Biden que o ataque do Hamas ao território israelita será respondido com medidas “prolongadas e poderosas”. E segundo a agência EFE, o presidente Joe Biden telefonou a Benjamin Netanyahu para sublinhar que os Estados Unidos estão “com Israel” e “apoiam totalmente o seu direito” à “autodefesa”.

 

 

Na ONU foi também convocada uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação no Médio Oriente e a questão palestiniana, solicitada pelo Brasil, que ocupa a presidência do Conselho de Segurança.

 

 

Como últimos desenvolvimentos, sabe-se que o Hamas diz ter capturado reféns em Israel, que pretende vir a usar como moeda de troca, para exigir a libertação de prisioneiros palestinianos que se encontram nas prisões israelitas.

 

 

Além disso, do outro lado do conflito, Israel terá ordenado à empresa elétrica estatal cortar o fornecimento de energia na Faixa de Gaza.

 

 

Quanto a vítimas mortais, sabe-se que o Ministério da Saúde palestiniano atualizou o número de mortos após o início do contra-ataque de Israel, apontando que já morreram pelo menos 232 civis palestinianos e mais de 1.600 estão feridos. Há várias dezenas de pessoas em estado crítico, sendo que, após o corte de energia pelas autoridades israelitas, prevê-se que o número possa aumentar consideravelmente, segundo a Al Jazeera.

 

 

Já as autoridades israelitas atualizaram o seu número de mortos para pelo menos 200, depois dos ataques desta madrugada pelo Hamas.

 

Mais de 1000 mortos em Israel após ataque do Hamas

 

 

 

 

O número de mortos em Israel devido ao ataque lançado no sábado pelo grupo islâmico Hamas ultrapassa os 700, à medida que avança o segundo dia de guerra com as milícias palestinianas em Gaza, segundo um novo balanço israelita.

 

 

O Ministério da Saúde de Israel confirmou hoje à tarde que há também mais de 2.243 feridos em hospitais israelitas, 365 deles em estado considerado grave.

 

 

O elevado número de mortos confirmado em pouco mais de 24 horas não tem precedentes na história de Israel, apenas comparável à sangrenta primeira guerra árabe-israelita de 1948, após a fundação do Estado de Israel.

 

 

“É o nosso 11 de setembro. É para nós um acontecimento semelhante no sentido de que vai mudar as regras do jogo. É um novo paradigma”, disse o porta-voz internacional do Exército israelita, Richard Hecht, citado pela agência EFE, numa alusão ao impacto que os ataques terroristas de 2001, conduzidos pela Al-Qaida, tiveram nos Estados Unidos da América (EUA).

 

 

O grupo islâmico palestiniano Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

 

 

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como “Espadas de Ferro”.

 

 

A retaliação israelita provocou pelo menos 370 mortos e mais de 2.200 feridos, segundo os mais recentes números divulgados pelo Ministério da Saúde palestiniano.

 

 

O Exército confirmou que ainda existem milicianos do Hamas dentro do território israelita, com os quais há combates ativos em várias comunidades perto de Gaza, afirmando, no entanto, já ter matado cerca de 400 “terroristas” dentro de Gaza e várias centenas em solo israelita.

 

 

Por sua vez, as milícias de Gaza não pararam de lançar foguetes, mais de 3.500, que no sábado atingiram partes do centro de Israel, como Jerusalém e Telavive, embora hoje os alarmes antiaéreos só tenham sido ativados no sul do país.

 

“Os números não têm precedentes. Vamos responder com muita severidade a isso. Nos próximos dias será uma longa luta, faremos o que for necessário para responder a este ataque bárbaro”, disse Richard Hecht, considerando que as ações do Hamas “violam as leis internacionais e o Islão”.

 

 

Não está excluído que Israel empreenda uma ofensiva terrestre em grande escala nos próximos dias, mas analistas militares dizem que ainda não é o momento, porque ainda há elementos do Hamas dentro do país e devido ao grande número de israelitas cativos em Gaza.

 

 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

 

 

 

Irão “apoia a legítima defesa da nação palestiniana”

 

 

 

 

O Presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, declarou hoje que o “Irão apoia a defesa legítima da nação palestiniana” e apelou aos “governos muçulmanos” para também afirmarem o seu apoio na sequência do ataque lançado pelo Hamas.

 

 

O líder iraniano fez esta declaração depois de falar separadamente ao telefone com os líderes dos movimentos armados palestinianos Hamas, Ismail Haniyeh, e da Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, que acolheu separadamente em junho, em Teerão.

 

 

O Irão mantém relações estreitas com os dois movimentos palestinianos e foi um dos primeiros países a saudar a ofensiva do Hamas lançada no sábado.

 

 

“O Irão apoia a autodefesa da nação palestiniana. O regime sionista e os seus apoiantes […] devem ser responsabilizados neste caso”, disse o Presidente Raïssi na sua mensagem dirigida “à nação palestiniana”.

 

 

“Os governos muçulmanos deveriam juntar-se à comunidade muçulmana no apoio à nação palestina”, acrescentou.

 

 

O governante concluiu a sua mensagem saudando o Hamas e a Jihad Islâmica pelo nome: “Saudações à resistência da Palestina, do Líbano e da Síria, ao Iraque, ao Afeganistão e ao Iémen, saudações à heroica e resistente Gaza, saudações ao Hamas e à Jihad e a todos os grupos de resistência.”

 

 

Israel e a Faixa de Gaza estão em guerra após uma ofensiva militar realizada na manhã de sábado pelo Hamas, que disparou milhares de foguetes, infiltrou combatentes em território israelita e capturou israelitas, mantidos ainda como reféns.

 

 

Mais de 600 pessoas foram mortas do lado israelita e cerca de 370 do lado palestiniano, segundo relatórios provisórios de fontes dos dois territórios.

 

 

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, o general Mohammad Bagheri, elogiou hoje a “complexa operação” lançada por “grupos de combatentes palestinianos”.

 

 

É o “produto da ira sagrada que o inimigo sionista plantou na nação palestiniana oprimida e que deve agora colher”, acrescentou em comunicado.

 

 

Por seu lado, Ali Akbar Velayati, conselheiro do líder supremo iraniano Ali Khamenei, previu que esta “operação vitoriosa” irá “acelerar a queda do regime sionista”.

 

 

Um alto funcionário americano indicou no sábado que era “muito cedo para dizer” se o Irão estava diretamente envolvido na ofensiva lançada pelo Hamas. No entanto, acrescentou que “não há dúvidas” sobre o facto de o Hamas ser “financiado, equipado e armado”, entre outros, pelo regime de Teerão.

 

 

Na noite de sábado, manifestantes reuniram-se na Praça Felestin (Palestina), em Teerão, agitando a bandeira palestiniana. “A grande libertação começou”, proclamava em árabe uma enorme faixa exposta na fachada de um edifício.

 

 

Numa outra praça da capital iraniana, outro painel gigante foi instalado, mostrando o xadrez preto e branco do ‘keffiyeh’ (lenço) palestiniano cobrindo a bandeira israelita branca e azul, com a inscrição “Inundação de Al-Aqsa”, nome da operação do Hamas.

 

 

A República Islâmica do Irão não reconhece o estado israelita e o apoio à causa palestiniana tem sido uma constante na sua política externa desde a revolução de 1979.

 

 

Em resposta ao ataque surpresa do Hamas – grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia –, as autoridades israelitas bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizaram como “Espadas de Ferro”.

 

A troca de tiros prossegue hoje, com numerosos foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza e bombardeamentos israelitas contra centenas de alvos do Hamas no enclave palestiniano.

 

 

 

 

 

 

CRONOLOGIA: Os principais momentos do conflito israelo-palestiniano

 

 

 

O conflito israelo-palestiniano teve início com a criação do Estado hebraico, em 1948, embora as tensões na região remontem ao século XIX, e é dos mais longevos dos séculos XX e XXI.

 

 

Eis uma cronologia dos principais momentos que marcam as relações entre os dois territórios e os dois povos.

 

 

*** 1947 – Nações Unidas aprovam plano de dois Estados ***

 

A 29 de novembro, as Nações Unidas aprovam o Plano de Partilha da Palestina (Resolução 181), que prevê um Estado judeu e um Estado árabe e a administração internacional de Jerusalém, cidade sagrada para ambas as partes.

Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque opuseram-se à proposta e não reconheceram o novo Estado Israel.

 

 

*** 1948 – Proclamação do Estado de Israel ***

 

O Estado de Israel é proclamado a 14 de maio, os Estados árabes não o reconhecem e começa a primeira guerra árabe-israelita.

 

 

*** 1949 – Fim da guerra, divisão do território ***

 

A primeira guerra termina a 24 de fevereiro: Israel amplia o seu território; a Faixa de Gaza fica sob controlo do Egito e a Cisjordânia da Transjordânia (equivalente à Jordânia, mas com fronteiras um pouco diferentes das atuais).

 

 

*** 1956 – Guerra do Suez ***

 

A segunda guerra israelo-árabe deixou de fora os territórios da Palestina. Israel, em conjunto com Reino Unido e França, invadiu a Península do Sinai (Egito) e as forças francesas e britânicas ocuparam o porto de Suez.

 

 

*** 1964 – Criação da OLP ***

 

É criada em maio, num congresso em Jerusalém, na sequência de uma decisão da Liga Árabe, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), organização política e paramilitar cuja meta era a libertação da Palestina através da luta armada.

 

 

*** 1967 – Guerra dos Seis Dias e Resolução 242 ***

 

Israel anexa os territórios de Gaza, Cisjordânia, Sinai (Egito) e Montes Golã (Síria), naquela que ficou conhecida como a Guerra dos Seis Dias (5 a 10 de junho, terceira guerra israelo-árabe), que opôs o Estado hebraico aos países árabes Síria, Egito, Jordânia e Iraque, apoiados por Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.

A vitória esmagadora de Israel elevou o Estado hebraico à condição de potência militar no Médio Oriente.

A 22 de novembro, as Nações Unidas adotam a Resolução 242, na qual instam Israel a retirar-se de todos os territórios ocupados.

Israel não cumpre a resolução, alegando que só negocia a desocupação dos territórios se os Estados árabes reconhecerem o Estado hebraico.

 

 

*** 1973 – Guerra do Yom Kipur ***

 

Entre 6 e 26 de outubro decorre a quarta guerra árabe-israelita, conhecida como Guerra do Yom Kipur (feriado judaico). Quando as hostilidades cessaram, Israel tinha provado o seu poderio militar, encontrando-se a 40 km de Damasco, capital da Síria, intensamente bombardeada, e a 101 km do Cairo, capital do Egito.

As Nações Unidas aprovam a Resolução 338, que estabelece um cessar-fogo e insta as partes a dialogar.

 

 

*** 1979 – Israel e Egito assinam Acordos de Camp David ***

 

A 27 de março, Israel e Egito assinam os Acordos de Camp David (retiro em Maryland do Presidente dos Estados Unidos, na altura Jimmy Carter, que testemunhou a assinatura), no âmbito dos quais o Estado hebraico devolve o Sinai.

Os Montes Golã nunca foram devolvidos à Síria. Ao contrário, Israel anexou o território em 1981.

 

 

*** 1982 – Israel invade o Líbano ***

 

Israel invade o Líbano a 6 de junho, com o objetivo de expulsar a OLP e estabelecer uma presença militar no território, onde permaneceu durante 18 anos.

 

 

*** 1987 – Primeira Intifada ***

 

A 10 de novembro, estala a primeira Intifada (palavra que em árabe significa revolta), também conhecida como “guerra das pedras”. Começa por ser um movimento de resistência civil dos palestinianos na Cisjordânia, que atiram paus e pedras contra os militares israelitas.

 

 

*** 1991 – Conferência de Madrid ***

 

Iniciativa idealizada por Espanha e auspiciada pelos Estados Unidos e pela União Soviética, a Conferência de Madrid, que decorreu de 30 de outubro a 3 de novembro, marca o início de um novo entendimento entre israelitas e palestinianos.

 

 

*** 1993 – Acordo que dá autonomia a Gaza e Jericó ***

 

O primeiro-ministro israelita, Yitzhak Rabin, e o líder palestiniano, Yasser Arafat, assinam, a 13 de setembro, em Washington, a Declaração de Princípios que concede autonomia a Gaza e Jericó.

É o primeiro acordo significativo a resultar as chamadas negociações de Oslo (por decorrerem na capital da Noruega), que resultaram numa série de acordos entre o governo de Israel e a OLP, mediados pelo Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

Estes acordos previam o fim dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel do Sul do Líbano e o estatuto de Jerusalém.

No ano seguinte, Rabin e Arafat – e também Shimon Peres (que, como sucessor de Rabin no governo, viria a concluir os Acordos de Oslo) – seriam galardoados com o Nobel da Paz, “pelos seus esforços para conseguir a paz no Médio Oriente”.

 

 

*** 1994 – Regresso de Arafat do exílio e criação da Autoridade Nacional Palestiniana ***

 

Meio ano depois da Declaração de Princípios, a 25 de fevereiro, um colono judeu mata 30 palestinianos em Hebron e o processo de negociações estanca.

A 3 de abril, começa a retirada israelita de Gaza e Jericó e retomam as negociações no Cairo.

Yasser Arafat regressa a Gaza, a 1 de julho, após 27 anos de exílio, e é criada a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).

 

 

 

 

*** 1995 – Cimeira do Cairo e assassinato de Rabin ***

 

 

 

A 2 de fevereiro realiza-se uma histórica cimeira, no Cairo, que reativa o processo de paz entre israelitas e palestinianos.

A 4 de novembro, Yitzhak Rabin é assassinado por um extremista judeu que se opunha aos termos dos Acordos de Oslo.

A 27 de dezembro, o exército israelita conclui a retirada de seis cidades palestinianas, após 30 anos de ocupação.

 

 

*** 1996 – Arafat eleito presidente da nova Autoridade Nacional Palestiniana ***

 

 

 

A 20 de janeiro, Yasser Arafat vence as eleições para a Autoridade Nacional Palestiniana, órgão provisório de autogoverno estabelecido em 1994, depois da retirada israelita de Gaza e Jericó.

 

 

*** 1997 – Retirada israelita de Hebron ***

 

 

A 15 de janeiro, o primeiro-ministro israelita, Benjamín Netanyahu, e Yasser Arafat firmam o acordo que permite a retirada do exército israelita de Hebron, na Cisjordânia.

 

 

*** 1998 – Assinado Memorando de Wye River ***

 

 

É assinado o Memorando de Wye River, mediado pelos Estados Unidos, que prevê uma nova retirada do exército israelita da Cisjordânia.

O parlamento israelita aprova o memorando com uma votação expressiva.

 

 

*** 1999 – “Paz em troca de territórios” ***

 

O primeiro-ministro israelita Ehud Barak, eleito pelo Partido Trabalhista, recupera, a 17 de maio, a fórmula “paz em troca de territórios”.

O governo de Barak viria a organizar e implementar a retirada unilateral de Israel do Sul do Líbano.

 

 

*** 2000 – Estala a segunda Intifada ***

 

 

Em julho, fracassam as conversações da segunda edição dos Acordos de Camp David, entre Arafat e Barak, sob mediação do Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

A 28 de setembro, estala a segunda Intifada ou Intifada de Al-Aqsa, nome que remete para a mesquita situada na cidade velha de Jerusalém, terceiro local sagrado para os muçulmanos, depois de Meca e Medina.

O conflito, que durou do final de 2000 até ao começo de 2005, provocou centenas de mortos em ambos os lados.

 

 

*** 2001 – Fracassam as negociações entre as partes ***

 

 

Logo em janeiro, fracassa, em Taba (Egito), a última tentativa de se alcançar um acordo entre as partes.

Em dezembro, Yasser Arafat e a ANP estão confinados a Ramallah, na Cisjordânia.

 

 

*** 2002 – Israel dá luz verde ao muro de separação com a Cisjordânia ***

 

 

O governo israelita, liderado pelo falcão de direita Ariel Sharon (eleito pelo Likud), dá luz verde, a 16 de junho, à construção do muro de separação entre Israel e a Cisjordânia.

 

 

*** 2003 – Anunciados o “Roteiro para a paz” ***

 

 

A 17 de maio é anunciado o “Roteiro para a paz”, plano dos Estados Unidos e apoiado pelos restantes membros do quarteto de negociadores internacionais, que inclui ainda as Nações Unidas, a União Europeia e a Rússia.

 

 

*** 2004 – Morte de Arafat e eleição de Mahmud Abbas ***

 

 

Yasser Arafat morre a 11 de novembro e é substituído na ANP por Mahmud Abbas, que viria a ganhar as eleições de 9 de janeiro seguinte.

 

 

*** 2005 – Israel retira-se da Faixa de Gaza ***

 

 

Israel põe em marcha, a 15 de agosto, o plano de retirada unilateral dos seus soldados e de oito mil colonos judeus da Faixa de Gaza.

 

 

*** 2006 – Hamas vence eleições em Gaza ***

 

 

O movimento islamista integrista Hamas ganha, com maioria absoluta, as eleições legislativas de 25 de janeiro na Faixa de Gaza.

 

 

*** 2007 – Hamas assume controlo de Gaza ***

 

 

Em março, o Hamas e a Fatah (maior fação da OLP) formam um governo de unidade nacional na Palestina, que durará apenas três meses.

A 15 de junho, o Hamas assume, pela força, o controlo de Gaza e Mahmud Abbas dissolve o governo e forma um novo.

 

 

*** 2008 – Governo palestiniano abandona negociações ***

 

 

A 14 de janeiro, numa primeira reunião importante em Annapolis (Maryland, Estados Unidos), são abordadas as questões das fronteiras e de Jerusalém como capital.

Entre 27 de dezembro e 18 de janeiro de 2009, a operação “Chumbo Endurecido”, levada a cabo por Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, causa 1.400 mortos.

O governo palestiniano abandona as negociações com Israel.

 

 

*** 2009 – Netanyahu eleito ***

 

 

Benjamin Netanyahu ganha, pelo partido de direita conservador Likud, as eleições de 10 de fevereiro em Israel.

 

 

*** 2010 – Fracassam primeiras negociações entre Abbas e Netanyahu ***

 

 

A 2 e 3 de setembro, começam em Washington, sob a mediação do Presidente de Estados Unidos, Barak Obama, as primeiras negociações entre Abbas e Netanyahu, que fracassam depois de Israel retomar a construção de colonatos nos territórios ocupados da Palestina.

 

 

*** 2011 – Palestina pede adesão às Nações Unidas ***

 

Numa intervenção histórica, Mahmud Abbas apresenta, a 23 de setembro, nas Nações Unidas, um pedido de adesão da Palestina como membro de pleno direito da organização internacional.

 

 

*** 2012 – Nações Unidas atribuem estatuto de observador à Palestina ***

 

 

A 29 de novembro, as Nações Unidas reconhecem a Palestina como Estado observador, mas não como membro.

 

 

*** 2014 – Israel fecha acessos à Mesquita de Al-Aqsa ***

 

 

A 7 de julho, Israel desencadeia contra Gaza a operação “Margem Protetora”, a maior desde 2008, causando mais de 1.460 mortos.

A 30 de outubro, a polícia israelita fecha os acessos à Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado para o islão.

 

 

*** 2017 – Estados Unidos transferem embaixada para Jerusalém ***

 

 

A 6 de dezembro, o Presidente Donald Trump anuncia a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém, no que foi considerado um ato de provocação, já que a cidade santa é reclamada como capital por israelitas e palestinianos.

A embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém é inaugurada a 14 de maio de 2018, acompanhada por protestos em Gaza que se saldam em 60 palestinianos mortos.

 

 

*** 2020 – Palestina põe fim a todos os acordos com Israel e Estados Unidos ***

 

 

A 19 de maio, Mahmud Abbas anuncia o fim de todos os acordos com Israel e os Estados Unidos.

 

 

*** 2021 – Israel põe fim a construção de barreira subterrânea na fronteira com Gaza ***

 

 

Após o lançamento de foguetes a partir do território palestiniano, Israel desencadeia, a 10 de maio, uma operação em Gaza que provoca, numa semana, pelo menos 213 mortos, entre eles 59 menores.

 

 

A 7 de dezembro, Israel anuncia o fim da construção de uma barreira subterrânea na fronteira com Gaza, destinada a acabar com os túneis alegadamente utilizados para ataques pelas milícias palestinianas.

 

 

*** 2022 – Operação israelita na Cisjordânia ***

 

 

A 31 de março, em resposta a vários ataques palestinianos, que provocaram 18 mortos, Israel desencadeia uma operação na Cisjordânia a operação que se prolongará durante meses.

 

 

O conflito entre Israel e Cisjordânia tem neste ano o seu balanço mais letal desde 2006, com 199 mortos (170 palestinianos e 29 israelitas).

 

 

 

*** 2023 – ANP anuncia suspensão da cooperação com Israel ***

 

 

Dez palestinianos morrem e dezenas ficam feridos durante uma incursão militar do exército israelita contra o campo de refugiados de Jenim, a 26 de janeiro.

A ANP anuncia a suspensão total da cooperação com Israel em matéria de segurança.

 

 

Israel e Gaza trocam ataques aéreos a 27 de janeiro.

 

 

A 12 de março, soldados israelitas matam três palestinianos em Nablus, na Cisjordânia, depois de estes abrirem fogo contra um posto militar.

A 9 de maio, começa uma nova onda de violência entre Israel e as milícias de Gaza, que lançam 547 foguetes e morteiros, com um balanço de pelo menos 28 palestinianos mortos.

 

 

A 21 de junho, um ataque aéreo com drones do exército israelita sobre a Cisjordânia ocupada, o primeiro desde 2006, marca uma nova escalada de violência, sem precedentes desde a segunda Intifada.

 

 

Israel lança, a 3 de julho, a operação militar de grande escala “Casa e Jardim”, avançando, por terra e ar, sobre o campo de refugiados de Jenim e causando a morte a doze palestinianos e um soldado israelita.

 

O mais recente episódio da escalada registou-se neste sábado, com a ofensiva surpresa lançada pelo Hamas contra Israel, que respondeu com bombardeamentos aéreos, provocando centenas de mortos e feridos em ambas as partes em conflito.

 

 

 

 

TPT com: NBCNews//AFP// Executiv Digest// EPA/ABIR SULTAN / POOL //MadreMedia/Lusa// 9 de Outubro de 2023

 

 

 

 

 

Ucrânia está a fechar a rede à frota de Putin do Mar Negro e os navios russos “obrigados” a fugir para evitar ataques ucranianos

O Mar Negro tornou-se um lugar perigoso para os navios de guerra russos: tem sido um dos palcos privilegiados da invasão russa da Ucrânia. No entanto, apesar da esmagadora superioridade naval, os navios de guerra de Moscovo não conseguiram pacificar a zona. E agora, face à intensificação da guerra marítima da Ucrânia, a famosa Frota Russa do Mar Negro está a ser forçada a sair.

 

 

A Ucrânia embarcou numa estratégia metódica para “desmilitarizar” a Frota do Mar Negro, segundo revelaram especialistas ucranianos próximo do Ministério da Defesa, em declarações à revista ‘Newsweek’, corroendo, de forma constante, a infraestrutura de apoio necessária para manter os navios do Kremlin à tona e a retirar os valiosos recursos navais. Enquanto Kiev procura isolar – e eventualmente libertar – a Crimeia, os espaços seguros da Frota Russa parecem estar a diminuir.

 

 

“O objetivo deles é basicamente sufocar-nos economicamente”, disse Andriy Zagorodnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia e agora conselheiro do Ministério da Defesa. “A única maneira de sair desta situação é destruir a Frota do Mar Negro, destruir a sua capacidade de prosseguir a ocupação do Mar Negro e restaurar a liberdade de navegação.”

 

 

“A única coisa que podemos fazer é destruir a Frota do Mar Negro e dizer que qualquer novo navio na área seguirá os anteriores”, acrescentou o especialista. “Não há outra opção. E devemos perseguir essa opção até que esteja feito.”

 

 

O controlo do Mar Negro é há muito uma ambição russa. A anexação da Crimeia, em 2014, e o subsequente bloqueio do Mar de Azov serviram esse objetivo maior, limitando o acesso naval da Ucrânia e sufocando as suas exportações marítimas. No início da invasão, em 2022, o renascimento da era soviética sobre todo o norte, oeste e leste do Mar Negro parecia estar ao alcance.

 

 

Mas são poucos os elementos da guerra de Vladimir Putin que parecem estar a decorrer conforme o planeado, o que é especialmente verdade no Mar Negro, onde até 16 navios russos foram danificados ou destruídos por um inimigo sem marinha convencional e com poder aéreo limitado. Cada perda representa um novo desafio a longo prazo para o setor da construção naval russo, limitado pelas tensões económicas, pelas sanções internacionais e já uma sombra do seu antecessor soviético, que dependia fortemente dos estaleiros ucranianos.

 

 

“Todos eles têm equipamentos antigos”, sustentou Zagorodnyuk sobre os navios russos sobreviventes no Mar Negro. “Foram todos construídos há muito tempo. Eles têm alguns problemas significativos com armas, equipamentos, entre outros.” No entanto, o “melhor foi o cruzador ‘Moskva’”, acrescentou, lembrando o navio-almirante da Frota do Mar Negro, afundado por mísseis antinavio ucranianos em abril de 2022.

 

 

As coisas parecem estar a piorar para o Kremlin. A 13 de setembro, mísseis de cruzeiro ucranianos destruíram um navio de desembarque e um submarino de ataque numa doca seca em Sebastopol – o coração da Frota do Mar Negro e a base do controlo russo da península. Na quarta-feira, outro ataque teve como alvo um centro de comando da frota. Esta sexta-feira foi atingido o quartel-general da frota russa na Crimeia. Há também registos de ataques quase diários de drones e mísseis contra alvos na península, que destruíram sistemas de radar, baterias de defesa aérea e locais de mísseis.

 

 

Mesmo sem o elemento surpresa, a Ucrânia está a penetrar na rede defensiva da Crimeia. Vários submarinos da classe Kilo de Moscovo já teriam sido transferidos de Sebastopol para o porto russo de Novorossiysk após uma série de ataques na península. Após o bombardeio de Sebastopol na semana passada, acredita-se que a Rússia tenha transferido vários navios de desembarque para o Mar de Azov.

 

 

 

Moscovo não dá qualquer indicação de que irá aliviar o seu bloqueio intermitente à navegação ucraniana nem irá parar de lançar mísseis de cruzeiro contra cidades ucranianas a partir de navios do Mar Negro. A região continua a ser um dos enigmas estratégicos mais prementes de Kiev. “Ninguém pode mudar a posição russa”, referiu Zagorodnyuk. “Fazem-no porque ninguém pode detê-los… É basicamente assim que eles se comportam em geral, em todos os lugares.”

 

 

 

 

TPT com: NBCNews//Executive Digest/Lusa// Francisco Laranjeira // 29 de Setembro de 2023

 

 

 

 

 

 

Estados Unidos avaliam entrega iminente de mísseis ATACMS a Kiev: o que são e como podem mudar o rumo da contraofensiva ucraniana

 

Os Estados Unidos estão a avaliar o envio de mísseis ATACMS para a Ucrânia este outono e, de acordo com os especialistas, podem trazer um potencial muito vasto na contraofensiva de Kiev. De acordo com diversos órgãos de comunicação social americanos, a autorização de Joe Biden para o envio de mísseis de longo alcance está iminente.

 

 

“Eles estão a chegar”, destacou a ‘ABC News’, sobre os ATACMS, cumprindo dessa forma os diversos pedidos de Volodymyr Zelenskyy por este míssil de alta precisão, capaz de percorrer 300 quilómetros, um alcance superior aos Storm Shadow/Scalps entregues pelo Reino Unido e França, lembrou esta segunda-feira o site ‘Euronews’.

 

 

O momento da decisão deve-se ao atual tabuleiro político internacional, que poderá mudar em 2024. De acordo com César Pintado, professor do Campus Internacional de Segurança e Defesa (CISDE), em Sevilha, “o objetivo desta escalada é dar um impulso à guerra. Não se trata de pequenas conquistas territoriais em zonas adjacentes, mas sim de atacar diretamente a Crimeia”. Até porque, garantiu o especialista, “2024 é um ano muito sensível do ponto de vista político. Há eleições nos Estados Unidos e eleições para o Parlamento Europeu. Há outros Governos que podem entrar em cena e mudar os jogadores. E o jogo pode não ser o mesmo”.

 

 

No entanto, a contraofensiva de Kiev enfrenta outros desafios: a chegada do outono vai promover mau tempo, pelo que a janela de oportunidade de sucesso torna-se mais estreita. Por isso multiplicam-se os apelos da Ucrânia para a chegada de mais armamento, ainda que algumas ‘regras do jogo’ devam manter-se, pelo menos a promessa de Kiev de não usar armas ocidentais no interior da Rússia. Mas aqui importa saber como será o novo ministro da Defesa de Zelensky, Rustem Umerov.

 

 

Segundo Marina Miron, investigadora do ‘War Studies Department’, do King’s College London, “em termos de garantias, tem de haver confiança suficiente de que a liderança política tem controlo sobre a liderança militar. Neste momento, não parece que a liderança política tenha todo o controlo e toda a confiança, porque não sabemos como o novo ministro da Defesa irá atuar, qual será a sua estratégia, o que irá fazer”.

 

 

Apesar da indefinição política, os Governos ocidentais têm apressado o envio de material militar para Kiev: a Suécia pondera entregar caças Gripen, a Dinamarca e os Países Baixos vão enviar seis dezenas de F-16 e a Alemanha comprometeu-se com 40 veículos blindados Marder.

 

 

A Polónia aprovou a compra de perto de 500 lança-mísseis HIMARS, utilizados para projetar os ATACMS, num investimento de quase 10 mil milhões de euros, um terço do já avultado orçamento militar previsto – cerca de 30 mil milhões de euros, 4% do PIB polaco. Varsóvia vai igualmente instalar um centro logístico para a manutenção desses lançadores, não só os do exército polaco mas também de países vizinhos, nos quais está incluído a Ucrânia.

 

 

 

TPT com: NBCNews//AFP//ABCNews//Francisco Laranjeira// 29 de Setembro de 2023