Soldados rebeldes da Venezuela pedem armas aos EUA para um golpe de estado contra Maduro

“Os rebeldes do exército venezuelano pediram armas ao presidente norte-americano Donald Trump”, estão a noticiar vários orgãos  de comunicação, entre eles a CNN.

 

 

“Como soldados venezuelanos, estamos a fazer um pedido aos Estados Unidos para nos apoiar, em termos logísticos, com comunicação, com armas, para que possamos concretizar a liberdade venezuelana”, disseram Carlos Guillen Martinez e Josue Hidalgo Azuaje, dois antigos soldados venezuelanos.

 

 

Segundo eles, há muitos soldados dentro do exército venezuelano prontos a começar uma revolução contra Nicolás Maduro, desde que tenham assistência militar norte-americana.

 

 

O pedido chega dois dias depois de John R. Bolton, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, ter prometido represálias a quem atacar com violência os opositores do presidente venezuelano. Agora, Josue Hidalgo Azuaje pede mais ajuda aos Estados Unidos e o apoio de outros países latinos: “Não estamos a dizer que precisamos apenas do apoio dos Estados Unidos, mas também do Brasil, da Colômbia, do Peru, de todos os países irmãos, que são contra esta ditadura”, apelou o soldado rebelde.

 

 

Apesar de admitirem ter dificuldades em mobilizar mais soldados para se revoltarem contra Nicolás Maduro, dois dos rebeldes dizem que há quem esteja disponível para um golpe de Estado, desde que ele seja apoiado pelos países latino-americanos.

 

 

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino do país, após um comunicado do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo. E admitem que “nenhuma opção está fora de questão” no que toca a uma intervenção da Venezuela.

 

 

 

Mais de 40 mortos e 850 detidos em protestos da semana passada

 

 

 

 

Mais de 40 pessoas morreram e 850 foram detidas durante os protestos ocorridos na semana passada contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e de apoio ao autoproclamado Presidente Juan Guaidó, segundo dados divulgados hoje pelas Nações Unidas.

 

O porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, afirmou que “mais de 40 pessoas” teriam morrido “de maneiras diferentes” nos recentes protestos.

 

 

Pelo menos 26 pessoas morreram vitimas de disparos das forças de segurança ou grupos armados de apoio ao regime de Maduro, segundo o porta-voz.

 

 

“Cinco destas pessoas morreram em buscas ilegais realizadas pelas forças de segurança em bairros humildes”, próximos das manifestações, disse Coville, referindo ainda que 11 pessoas morreram em saques que aconteceram paralelamente aos protestos.

Entre as 850 pessoas que foram detidas, entre segunda-feira e sábado, estão 77 crianças.

 

 

Colville disse que 696 pessoas foram detidas num só dia, na quarta-feira da semana passada, representando um número recorde de detenções diárias nos últimos 20 anos.

 

 

O porta-voz declarou que um membro da Guarda Bolivariana venezuelana teria sido morto no estado de Monagas.

 

Rupert Colville disse aos jornalistas, em Genebra, que as autoridades estão a investigar os relatos de maus-tratos aos detidos.

 

 

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

 

 

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

 

 

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

 

 

A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

 

 

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

 

 

Papa Francisco diz recear “um banho de sangue” e apela a um acordo na Venezuela

 

 

 

 

O papa Francisco disse esta segunda-feira recear “um banho de sangue” na Venezuela. “O problema da violência aterroriza-me”, acrescentou no decurso de uma conferência de imprensa no avião que o transportou para Roma após a visita ao Panamá.

 

“O que me faz medo? O banho de sangue”, respondeu o papa argentino à pergunta de um jornalista sobre a situação na Venezuela onde, disse estar “aterrorizado” com “o problema da violência.

 

 

Jorge Bergoglio também solicitou “elevação para ajudar aqueles que podem ajudar a resolver este problema” nesse país em crise e à beira da guerra civil. “Sofro pelo que neste momento está em vias de acontecer na Venezuela e por isso gostava que eles chegassem a acordo”, apesar de chegar a um acordo nem sempre seja a melhor solução. O necessário seria “uma solução justa e pacífica”, afirmou, prescindindo de mais declarações porque, como sublinhou, seria “uma imprudência” neste contexto explosivo.

 

 

Na sua missa do Angelus no domingo na Cidade do Panamá, Francisco tinha já reclamado “uma solução justa e pacífica para ultrapassar a crise [na Venezuela] respeitando os direitos humanos”.

 

 

A Venezuela atravessa uma das mais graves crises políticas, com o Presidente Nicolas Maduro, que recebeu o apoio das Forças Armadas, a acusar os Estados Unidos de incitar o opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente, a efetuar um “golpe de Estado”.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//CNN//AFP//Marta Leite Ferreira//Observador// Miguel Gutierez/EPA// Alessandra Tarantino / POOL/EPA//Agência Lusa//29 de Janeiro de 2019

 

 

 

 

 

Regina Mateus é a primeira mulher a ser promovida a general nas Forças Armadas

A diretora do Hospital das Forças Armadas, Regina Mateus, foi  promovida a brigadeiro-general, tornando-se na primeira mulher a ocupar este posto na história das Forças Armadas portuguesas.

 

O despacho de promoção de Regina Mateus foi  assinado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e seguiu para confirmação do Presidente da República, disse à Lusa fonte oficial.

 

 

Citado num comunicado divulgado pelo ministério da Defesa, João Gomes Cravinho considerou que a promoção de Regina Mateus a general é um momento “de grande simbolismo” e representa “um telhado de vidro que se quebra”.

 

 

“Espero que este momento seja um exemplo para todas as mulheres nas fileiras, e uma fonte de inspiração para aquelas que pensam na possibilidade de uma carreira militar”, refere o ministro da Defesa, no comunicado.

 

 

Regina Maria de Jesus Mateus assumiu a direção do HFAR a 23 de julho de 2018 mantendo o posto que tinha, coronel, mas já com a perspetiva de promoção, sendo a primeira mulher a assumir um cargo de oficial-general nas Forças Armadas.

 

Nascida em 1966, em Maputo, Regina Mateus frequentou o curso de Medicina na Universidade de Coimbra, concluído em 1991. Ingressou no quadro permanente da Força Aérea e 1993, sendo a mais antiga coronel das Forças Armadas.

 

 

Foi colocada no antigo hospital da Força Aérea, atual HFAR, e tirou depois o curso de medicina aeronáutica. Fez o internato complementar em Cirurgia Geral e obteve o grau de assistente hospitalar em 2002.

 

 

Em 2003 chefiou a equipa de saúde militar presente no exercício de avaliação tática da NATO, em Ovar, e participou em várias missões da Aliança Atlântica como “Avaliadora de Proteção da Força” em Portugal, Grécia, Turquia e Espanha.

 

 

Foi chefe do centro de Saúde da Base Aérea de Monte Real e do Centro de Medicina Aeronáutica da Força Aérea.

 

 

Desde o final da década de 80 que as mulheres passaram a poder integrar o serviço militar voluntário incluindo o quadro permanente dos ramos militares, sendo a Força Aérea o primeiro ramo a adotar a medida.

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Observador// 17 de janeiro de 2019