Português considerado fotógrafo do ano da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos

Português Peter Pereira recebe este sábado o prémio Fotógrafo do Ano da Nova Inglaterra, região que inclui seis estados dos EUA, da National Press Photographers Association.

 
O português Peter Pereira recebe este sábado o prémio Fotógrafo do Ano da Nova Inglaterra, região que inclui seis estados dos EUA, da National Press Photographers Association, uma organização que representa todos os fotojornalistas do país. “O fotojornalismo nasce da ideia de chegar às pessoas numa linguagem que todos podem entender, criar histórias visuais que chamam a atenção de uma forma que não pode ser ignorada. Quando recebes um prémio, isso dá-te uma oportunidade para mostrar às massas histórias em que tens interesse”, indicou Peter Pereira à agência Lusa.

 

 
O prémio, que o fotógrafo de 46 anos já recebeu seis vezes no passado, distingue o trabalho do último ano, em que Peter fotografou sistemas de educação alternativa, funerais de soldados norte-americanos mortos em combate e jovens lutadores de boxe.

 

 

“Este prémio é importante porque primeiro, é dado por uma organização que representa todos os fotojornalistas nos EUA e segundo, porque tem em conta todo o trabalho feito durante um ano”, referiu Peter à agência Lusa. Peter, que está associado ao jornal The Standard Times de Massachusetts, já teve o seu trabalho publicado em meios como o The New York Times, o Los Angeles Times ou o Washington Post.

 

 
Peter nasceu na Figueira da Foz e foi ainda em Portugal que começou a interessar-se por fotografia. “Era um menino e lembro-me de uns primos que estavam imigrados nos EUA nos visitarem. Levámo-los a visitar o castelo de Montemor-o-Velho e carreguei a câmera do meu primo. Penso que foi nesse momento que me apaixonei pela ideia de tirar uma foto e ela durar parar sempre”, diz.

 

 
Peter veio com a família para os EUA quando tinha nove anos. Instalou-se na cidade de New Bedford, onde existe uma grande comunidade açoriana, e licenciou-se em engenharia informática na Universidade de Massachusetts-Dartmouth. No final do curso, abriu uma empresa de serviços informáticos, mas seis anos depois desistiu dessa profissão. Conseguiu o seu primeiro trabalho pago quando numa manhã, acordou cedo e foi até ao porto de New Bedford, onde viu uma embarcação antiga atracar.

 

 
Por impulso, fotografou o barco, pediu para subir a bordo e tirar mais umas fotos, dizendo que trabalhava para um jornal. Nessa altura, descobriu que se tratava do navio português Gazela. No final, um jornal local comprou o trabalho. Peter descobriu dias depois que o Gazela tinha salvo a vida dos seus dois avôs. Os dois homens eram melhores amigos e trabalhavam num bacalhoeiro quando a embarcação afundou e a tripulação foi resgatada pelo Gazela. “O Gazela não me deu apenas vida, porque os meus pais ainda não eram casados quando o naufrágio aconteceu, mas deu-me o começo da minha carreira como fotojornalista. Fico emocionado apenas de pensar nisto”, lembra Peter.

 

 
Depois deste trabalho, o fotógrafo começou a ter trabalho de forma regular. Nos últimos 17 anos, além dos prémios da National Press Photographers Association, recebeu a distinção de fotógrafo do ano da New England Newspaper & Press Association por sete vezes e um prémio de excelência dos prémios China International Press Photo.

 

 
No campo da fotografia, diz que o fotojornalismo foi sempre a única opção para si. “Ao contrario de outros tipos de fotografia, tem um impacto direto na forma como olhamos o mundo. É uma linguagem universal, capaz de atravessar fronteiras. Não tenho dúvidas de que o fotojornalismo consegue mudar o mundo”, diz.

 

 
Representado pela agência portuguesa “4SEE”, Peter diz que continua ligado ao país que deixou há quase 40 anos. “Vivi nos EUA a maior parte da minha vida, mas gosto da ligação que esta agência me dá ao meu pais. Tenho orgulho de ser português, em promover o país o quanto posso e vou sempre considerar-me português”, diz.

 

 

Autor: João Cândido Silva / LUSA / 13/03/2015
Foto de Peter Pereira

 

 

 

 

Felipe VI diz que desempenhará fielmente as funções e guardará a Constituição e as leis

23/02/2015

 

 

Felipe VI é proclamado rei da Espanha e promete ajudar os afetados pela crise.

 

 
Felipe de Borbón foi proclamado Felipe VI, rei da Espanha. Ele substitui o pai, Juan Carlos, que após 39 anos, abdidou do trono no início do mês. “Juro desempenhar fielmente as minhas funções, guardar e fazer guardar a Constituição e as leis e respeitar os direitos dos cidadãos e das comunidades autônomas”, disse Felipe VI em seu juramento.

 

 

Jesus Posada, presidente do Congresso de Deputados, abriu a cerimônia. “As cortes gerais acabam de receber o juramento. Em cumprimento da Constituição fica proclamado rei da Espanha, don Felipe de Borbon e Grecia que governara como rei Felipe VI. Viva o rei, Viva Espanha”, disse Posada, antes da execução do hino nacional. A cerimônia histórica, que marca a proclamação do primeiro rei na democracia da Espanha, ocorreu diante de mais de mil convidados, incluindo a família real, membros do governo, ex-presidentes e presidentes de governos regionais. O evento foi marcado por aplausos aos novos reis: Felipe VI e a rainha Letizia, sorridentes, e que acenaram com a cabeça.

 

 
Em discurso, o novo rei da Espanha, Felipe VI, disse sentir o dever moral de ajudar os mais afetados pela crise econômica e defendeu um acordo político em defesa do “interesse geral”. “Começo o meu reinado com profunda emoção pela honra que representa assumir a coroa, consciente da responsabilidade que representa e com a maior esperança no futuro da Espanha. Uma grande nação na que creio e que admiro e a cujo destino me senti unido toda a vida, como príncipe herdeiro e agora como rei”, disse.

 

 

Felipe VI homenageou o pai, Juan Carlos, que disse ter tido um “reinado excepcional, com um legado político extraordinário”.

 

 

 
“Na pessoa do rei Juan Carlos agradecemos a uma geração de cidadãos que abriu caminho à democracia, ao entendimento entre os espanhóis e à sua convivência em liberdade”, disse, recordando que o monarca ajudou, com o povo espanhol, “a construir as bases de um edifício político que conseguiu a reconciliação dos espanhóis.

 

 
No discurso de cerca de 30 minutos – em que falou em espanhol, catalão, basco e galego -, Felipe VI disse por duas vezes que representa “uma monarquia renovada para um tempo novo”.

 

 
Felipe VI referiu-se à mãe, Sofia, e à sua “dedicação e lealdade ao rei Juan Carlos, a sua dignidade e sentido da responsabilidade”, apontando-a como “um exemplo que merece um emocionado tributo de gratidão” que lhe prestou, “como filho e como rei”.

 

 

Comprometendo-se a cumprir as suas funções constitucionais, Felipe VI disse defender a monarquia parlamentar, considerando que “pode e deve prestar um serviço fundamental a Espanha”.

 

 
“Saberei honrar o juramento que acabo de pronunciar. Terão em mim um chefe de Estado leal e disposto a ouvir, a advertir e a aconselhar. E a defender sempre os interesses gerais”, garantiu.

 

 
“A independência da Coroa, a sua neutralidade e vocação integradora, permitem contribuir para a estabilidade do nosso sistema político, facilitando o equilíbrio com os demais órgãos institucionais e ser canal para a relação entre os espanhóis”, afirmou.

 

 
Na Espanha, um novo rei não é coroado. Ele deve prestar juramento e ser proclamado. A Constituição determina que a Coroa é hereditária aos sucessores de Juan Carlos I de Borbón. Ao contrário do que ocorreu no juramento de Juan Carlos – que jurou com a mão sob uma bíblia e ao lado de um crucifixo – não houve qualquer símbolo religioso na cerimônia de proclamação de Felipe VI.

 

 
Foto: J.J.Guillen/EPA

 

 

Ag. Lusa/ABr.

 

 

 

 

 

Passos Coelho – “Relatório da Comissão Europeia é contraditório”

27/02/2015

 

 
O primeiro-ministro considera que há “uma certa contradição entre o que são prescrições que a própria Comissão defendeu e depois os resultados que se observam”.

 
Passos comentou as recentes conclusões de Bruxelas sobre as reformas em Portugal.

 

 
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou esta sexta-feira que o relatório da Comissão Europeia sobre pobreza revela várias contradições e advertiu que o Governo nunca escondeu os problemas do país, principalmente o peso da dívida e do desemprego.

 

 
À margem de uma visita à empresa Science4you, o chefe do Governo rejeitou que o relatório publicado por Bruxelas seja “um balde de água fria”, afirmando que os problemas macroeconómicos “estão identificados” e são “desequilíbrios que se vêm acumulando há muitos anos e em particular desde que Portugal entrou na moeda única”.

 

 
“Sabemos qual é a situação que Portugal e nunca a escondemos, Portugal é um país que tem uma dívida muito elevada, que tem ainda um nível de desemprego demasiado elevado, apesar de o ter vindo a reduzir, há algumas heranças que fomos acumulando durante muitos anos que não se resolvem em dois ou três anos”, observou.

 

 
Sobre a pobreza, Passos considerou também não existir nenhuma novidade: “O INE [Instituto Nacional de Estatística] ainda não há muito tempo trouxe os dados relativamente a 2013 quanto à pobreza e nós conhecemos esses dados, sabemos que o risco de pobreza aumentou no passado em Portugal”.

 

 
O primeiro-ministro afirmou contudo que “parece haver neste relatório da Comissão Europeia uma certa contradição entre o que são prescrições que a própria Comissão defendeu e depois os resultados que se observam”.

 

 
“Isso sim não deixa de ser uma ironia”, registou, recomendando a Bruxelas “um bocadinho mais de articulação e de coordenação entre os diversos departamentos”.

 

 
Neste contexto, Passos referiu como exemplo a redução das transferências para prestações sociais ou o caso do aumento do salário mínimo nacional, criticado no ano passado pela Comissão.

 

 
“Todos se recordam com certeza que no final do ano passado foi conhecido um relatório da Comissão Europeia sobre a primeira avaliação pós-programa em que anotava enorme desconforto com a decisão do Governo português em ter decidido aumentar o salário mínimo nacional (…) agora depois dessa crítica imensa que fez vem reconhecer que afinal o salário mínimo nacional não tem grande relevância para efeitos de elevação de rendimentos e combate ao risco de pobreza”, referiu.

 

 
ESTELA SILVA

 
LUSA

 

 

 

Sondagem – Coligação PSD/CDS pode roubar a vitória a Costa

27/02/2015

 
As últimas sondagens têm um sabor agridoce para Costa: o PS surge em primeiro lugar na corrida a São Bento, mas se Passos e Portas decidirem ir coligados, o resultado final pode ser um empate técnico.

 

Se forem coligados, Passos e Portas têm uma hipótese de contrariar o, aparente, favoritismo de António Costa

 

Se a coligação pré-eleitoral entre Passos e Portas ainda não foi oficialmente assumida – embora os últimos sinais apontem nesse sentido -, a verdade é que as últimas sondagens SIC/Expresso, divulgadas esta sexta-feira, trazem boas notícias para PSD e CDS: se forem juntos às eleições legislativas conseguiriam, no mínimo, um empate técnico com os socialistas.

 

 

Apesar do PS de António Costa surgir à frente nas intenções de voto com uma margem de 2,5% em relação à coligação, na prática, o número de deputados que conseguiria eleger (100 a 105) é curto, tendo em conta que PSD e CDS chegariam, juntos, aos 98-103 deputados. Um empate técnico, portanto.

 

 

O outro cenário, porém, não é tão animador para os lados da São Caetano à Lapa e do Largo do Caldas. Se concorrerem separados, PSD e CDS poderão ver a vitória a fugir para o Largo do Rato, porque o PS surge à frente nas intenções de voto com 36,5% (99-105 deputados), um valor bem superior ao de PSD (27,8%) e CDS (7,7%). Ainda assim, uma margem que não daria a maioria absoluta (115 lugares) desejada por António Costa. Em mandatos, o PSD alcançaria 78 a 87 deputados e o CDS 13 a 17 deputados.
Aliás, perante este cenário, uma maioria absoluta de qualquer um dos partidos é muito improvável. No caso da vitória de António Costa, uma possibilidade que as sondagens parecem reforçar, os socialistas só conseguiriam formar um governo de maioria absoluta coligando-se à direita – quer com PSD, quer com CDS – ou à esquerda, com o partido liderado por Jerónimo de Sousa – embora esta seja uma hipótese mais improvável.

 

 

MIGUEL A. LOPES

 

 
LUSA

 

BES. Fundo abutre de Paul Singer que processou Argentina avança contra Banco de Portugal

27/02/2015

 
Fundo do milionário americano Paul Singer é um dos investidores da Oak Finance que vão processar o Banco de Portugal e o Novo Banco. A lista inclui vários fundos abutres que processaram a Argentina.

 

 

Paul Singer é o fundador de um hedge fund que gere 25 mil milhões de dólares.

 

 

O que é que fundos abutres americanos, fundos de pensões da Dinamarca e Nova Zelândia e uma companhia detida por um milionário indiano têm em comum? São todos investidores da Oak Finance, sociedade veículo emprestou 835 milhões de dólares ao BES, semanas antes do colapso do banco português. E estão a processar o Banco de Portugal e o Novo Banco na justiça portuguesa e inglesa. A lista de alguns investidores institucionais da Oak Finance que vão avançar para tribunal foi divulgada esta semana num comunicado da PLMJ, escritório que representa estes clientes em Portugal.

 

 
A instituição mais conhecida será a Elliott Management Corporation, o fundo americano liderado por Paul Singer, que tem estado na frente da batalha judicial contra a Argentina, na sequência de um default (incumprimento) no pagamento de títulos de dívida pública que foi reestruturada. O milionário americano é um grande apoiante do Partido Republicano, mas também é um defensor público dos direitos dos homossexuais. A companhia de Paul Singer foi também associada, numa notícia do Jornal de Negócios, a investimentos que apostaram na queda das ações da Portugal Telecom no verão passado. O hedge fund com sede em Nova Iorque gere ativos de 25 mil milhões de dólares (22 mil milhões de euros).

 

 

Entre os grandes investidores internacionais que contestam judicialmente os termos da resolução do BES, estão aliás vários “fundos abutre”, designação dada a entidades que se especializam na compra de dívida de empresas ou países em dificuldades, ou em stress financeiro, como os americanos Avenue Capital Group e o Silver Point Capital, companhia de investimento que foi fundada por dois ex-quadros da Goldman Sachs. O FFI Fund e o Olifant Fund, surgem igualmente na lista. Mais do que uma destas instituições esteve também na frente de batalha contra Buenos Aires.

 

 

Mas não só. Para além do fundo de pensões público da Nova Zelândia, que na semana passada anunciou ter já reconhecido prejuízos de 150 milhões de dólares, também o fundo de pensões da TDC, a companhia de telecomunicações da Dinamarca, ficou a perder. Outra das empresas da lista, a Karrick LTF, é uma sociedade com sede na ilha Gernsey, um paraíso fiscal, que surge associada aos investimentos pessoais do milionário indiano, Lakshmi Mittal, cuja família controla o maior grupo mundial de aço, a Arcelor Mittal.

 

 

Entre os investidores que estão a processar o Banco de Portugal encontra-se igualmente o ADNBank, o mais antigo banco privado de Andorra, que opera na área do private banking (gestão de fortunas) e que é detido pelas famílias Cerqueda e Reig.

 

 

O comunicado da PLML descreve estes clientes institucionais como entidades que investem globalmente, direta ou indiretamente, por conta de pensionistas, contribuintes e outros beneficiários. Não foram revelados os montantes que cada um investiu, conhecendo-se apenas a exposição do fundo de pensões da Nova Zelândia. No entanto, estes clientes representam o grosso do investimento feito na Oak Finance através da compra de obrigações desta entidade.

 

 

No Reino Unido já avançou uma ação executiva contra o Novo Banco, reclamando a totalidade do reembolso, uma vez que o crédito foi considerado em incumprimento (default) depois de não ter sido paga uma prestação. Em Portugal, será apresentada uma ação no Tribunal Administrativo contra o Banco de Portugal, pela retransferência, no final do ano passado, deste financiamento do Novo Banco para o BES.

 

 
Uma volta ao mundo

 

 
A Oak Finance foi um veículo criado pelo Banco Espírito Santo no Luxemburgo, que teve o apoio da Goldman Sachs na sua estruturação e comercialização. Um dos objetivos desta operação era financiar uma operação de crédito no valor de 835 milhões de dólares (738 milhões de euros) ao BES que teria como destino final a Venezuela. Entre os seus clientes há fundos de pensões da Dinamarca e Nova Zelândia, fundos americanos, uma empresa associada a um milionário indiano e um banco em Andorra. O crédito final sobre o BES pertence aos clientes do banco americano que investiram na Oak Finance e que não estão a receber os reembolsos do seu empréstimo porque o Banco de Portugal decidiu que este crédito deveria ficar no banco mau, retirando-o no final do ano passado do passivo do Novo Banco.

 

 
O banco americano contestou a decisão do Banco de Portugal, que é justificada pelo facto de a Goldman Sachs ter mais de 2% do capital do BES quando foi aplicada a resolução ao Banco Espírito Santo, tendo por isso, enquanto acionista qualificada de ser penalizada pelas novas regras europeias. A Goldman argumentou junto do supervisor que o investimento em ações do BES estava a ser feito por conta de clientes e que os 0,6% do capital que foi imputado pelas código do mercado, não correspondiam a um interesse económico e direitos de voto do banco.

 

 
Segundo a Goldman, a alteração de posição do Banco de Portugal teve por base “informação incompleta e incorreta”, para além de implicar efeitos retroativos. Os lesados pela nova deliberação sublinham ainda que, em agosto de 2014, o supervisor bancário tinha transferido o empréstimo da Oak Finance para o Novo Banco juntamente com outra dívida sénior do BES.

 

 

Mas a instituição liderada por Carlos Costa manteve a sua decisão e os grandes investidores internacionais avançaram para tribunal, abrindo mais uma batalha jurídica contra a resolução do BES. O banco de investimentos também já anunciou que pretende contestar judicialmente esta posição.

 

 

Autor: Thos Robinson

 
Observador

 

 

 

 

Novos eurodeputados portugueses impressionados em Estrasburgo

23/02/2015

 

 

Liliana Rodrigues, esta manhã, em Estrasburgo na companhia do deputado Ricardo Serrão.

 
O primeiro dia de trabalhos do “novo” Parlamento Europeu assinalou hoje a estreia absoluta no hemiciclo de Estrasburgo de 11 dos 21 deputados portugueses eleitos, que se mostraram impressionados com a dimensão da assembleia europeia, entre os quais as madeirenses Cláudia Aguiar e Liliana Rodrigues.

 

 

Enquanto 10 dos eurodeputados portugueses já estão familiarizados com os corredores de Bruxelas e Estrasburgo – alguns dos quais já com dois ou mais mandatos -, 11, de quatro partidos políticos, ficaram hoje a conhecer a sua nova “casa” para os próximos cinco anos, destacando-se, entre os “estreantes”, a delegação do Partido da Terra (MPT), que nunca antes elegera deputados para o Parlamento Europeu, Marinho e Pinto – que, tal como José Inácio Faria, ficará sentado na bancada da Aliança dos Liberais – não escondeu, em declarações à Lusa, o seu “espanto” pela dimensão da assembleia europeia.

 

 

“Eu estou espantado com a dimensão desta casa, desta instituição, com o número de pessoas, com a natureza labiríntica deste espaço aqui dentro”, admitiu o antigo bastonário dos advogados, que experimentou já hoje, no primeiro dia da sessão constitutiva da assembleia para a legislatura 2014-2019, a sua primeira surpresa negativa, ao ver também “a dimensão das correntes antieuropeístas” dentro da própria UE.

 

 

“Eu vi as dezenas de deputados que hoje ostensivamente viraram as costas à orquestra que tocava o hino da Europa, ou que permaneceram sentados. Vejo a dimensão das correntes antieuropeias que germinaram e estão a crescer dentro da própria Europa”, comentou.

 

 

Na delegação do PS, a força política mais votada em Portugal nas últimas europeias, elegendo oito deputados, cinco são estreantes, entre os quais a madeirense Liliana Góis, cujas primeiras impressões foram “francamente positivas”, embora o primeiro dia do “novo” Parlamento ainda não lhe tenha permitido ter “muita perceção” em termos de volume de trabalho, que gostaria de dedicar sobretudo às áreas do desenvolvimento regional, educação e cultura.

 

 

“Fui muito bem aceite por todos os colegas, não só do meu grupo, como também de outros grupos”, disse, admitindo que o mais difícil, a nível pessoal, é “a questão da família”, pois viajar todas as semanas até à Região Autónoma da Madeira já se revelou “muito cansativo”, pelo que já estabeleceu com os familiares um novo regime, que prevê que, de duas em duas semanas, seja a família a visitá-la no “coração” da Europa.

 

 

Já com alguma experiência de Bruxelas, mas devido às suas muitas participações no Comité das Regiões, Fernando Ruas é no entanto um dos três “estreantes” na delegação do PSD (que concorreu juntamente com o CDS-PP, tendo a Aliança Portugal elegido sete deputados, sendo que o único democrata-crisão eleito, Nuno Melo, cumprirá a sua segunda legislatura).

 

 
Também devido à experiência acumulada com o trabalho no Comité das Regiões, Ruas disse não estar a “sentir grandes dificuldades” nesta “fase de ambientação”, embora reconheça que está a iniciar “funções bem diferentes daquelas que executava até agora”, ainda que, como “homem do poder local”, vá tentar colocar também na agenda do Parlamento Europeu os problemas territoriais de Portugal.

 

 

Enquanto a única eleita pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, também vai para o seu segundo mandato, na delegação da CDU, que elegeu três deputados, há um “estreante”, Miguel Lopes Vieira, que acompanha os “repetentes” João Ferreira e Inês Zuber. Num balanço do seu primeiro dia como eurodeputado, comentou que para já trata-se apenas de executar “os procedimentos normais que existem em início de mandato”, pelo que, “desse ponto de vista não há grande novidade”, acabando a grande novidade por ser mesmo “a dimensão e todo o aparato, que é novo”.

 

 
“Mas, no fundo, as regras básicas não diferem muito de qualquer outra instituição representativa: há que eleger os presidentes, as mesas, para as coisas começarem a funcionar. Naturalmente, para a semana começará o trabalho mais específico e mais direto, com os problemas das pessoas”, disse.

 

 

Novos eurodeputados portugueses impressionados em Estrasburgo1

 

 

 

 

Casa Branca quer travar mais sanções ao Irão

02/03/2015

 
O Congresso dos EUA não deve impor mais sanções ao Irão, sob pena de fazer fracassar as negociações internacionais sobre o seu programa nuclear, defendeu a conselheira presidencial para a segurança nacional, Susan Rice.

 
Obama tenta estabelecer melhores relações com o Irão.

 
“O Congresso desempenhou um papel extremamente importante, ao ajudar-nos a montar as sanções contra o Irão. Mas agora não deve prejudicar [as negociações]. Sanções suplementares (…) durante as negociações fariam voar em estilhaços as discussões”, preveniu Rice, perante um poderoso grupo de pressão judaico, que tinha recebido antes o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que é hostil ao acordo que se negoceia entre Teerão e um conjunto de potências.

 
Rice insistiu no seu ponto, acentuando que um Irão com uma bomba nuclear ameaçaria tanto Israel como os EUA.

 
“Dado no seu apoio ao terrorismo, o risco de uma corrida a armas nucleares na região e o perigo para a totalidade do regime global de não-proliferação, um Irão com uma arma nuclear seria não apenas uma ameaça para Israel, seria também uma ameaça inaceitável para os EUA, disse Susan Rice.

 
FOTO: Kevin Lamarque/REUTERS

 

 

 

Judeus deixam a Europa

27/02/2015

 
As chegadas a Israel de judeus franceses dispararam. Após os atentados de Paris e Copenhaga, governo de Netanyahu aprova plano para os acolher em massa.

 

 

Valerá a pena partir? Deixar a casa, o emprego, a escola, os amigos e familiares? Firmar estacas numa terra cuja língua não falam, com um clima diferente e códigos sociais diversos? “Esta onda de ataques continuará. Digo aos judeus da Europa: Israel é o seu lugar. Estamos à espera de todos os judeus da Europa de braços abertos.” Para Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelita, vale mesmo a pena. ?O apelo foi feito menos de 24 horas depois do atentado a uma sinagoga em Copenhaga, na Dinamarca, no sábado, 14, que resultou na morte de um judeu de 37 anos. E seguiu-se a outra declaração semelhante, feita no rescaldo de um ataque a um supermercado kosher, em Paris, a 9 de janeiro, em que morreram quatro judeus.

 

 

Foto: Reuters

 
VISÃO

 

Paulo Chitas

 

 

 

Sem-abrigo sepultado em cemitério exclusivo no Vaticano

27/02/2015

 

 

O Vaticano decidiu sepultar um sem-abrigo belga, de 80 anos, que encarava a comunhão como “um remédio”, num cemitério atrás da Basílica de São Pedro, reservado a funcionários da Santa Sé.

 

 
Willy Herteller era um belga flamengo e vivia há cerca de 25 anos no Vaticano, como um sem-abrigo.

 

 

Era um belga flamengo, vivia sem-abrigo no Vaticano e há 25 que, todos os dias, estava na missa das 7h. Chamava-se Willy Herteller e, em parte, dedicava o seu tempo a convencer peregrinos e viajantes a confessarem-se. Este homem morreu em dezembro, com 80 anos, e o Vaticano decidiu sepultá-lo no Campo Santo Teutónico, localizado mesmo atrás da Basílica de São Pedro.

 

 
O terreno está reservado para, exclusivamente, albergar sepulturas de funcionários da Santa Sé de língua germânica. Vários clérigos e membros do Vaticano contactava diariamente com Willy Herteller, que vivia no perto da Basílica de São Pedro. “Costumava dizer que o seu remédio era receber a comunhão”, revelou o sacerdote Ciro Benedettini, porta-voz do Vaticano, citado pelo site Crux Now.

 

 

 

O cidadão belga, aliás, falaria quase diariamente com transeuntes no Vaticano, tentando convencê-los a rezarem. “Vivia com outras oito pessoas sem-abrigo, tentando aproximá-los de Jesus”, indicou Benedettini. O mesmo sacerdote desvendou que a Santa Sé, por várias vezes, terá encontrado alojamentos para Willy Herteller, mas o belga voltou sempre, por vontade própria, a viver nas ruas.

 

 

 

Ao contrário do que chegou a ser noticiado, o porta-voz do Vaticano garantiu que o Papa Francisco nada sabia sobre a decisão de sepultar o sem-abrigo belga no terreno reservado a funcionários da Santa Sé. “Ele era muito, muito aberto e fez muitos amigos. Falava muito com jovens, falava-lhes de Deus, do Papa, e convidava-os para a celebração da Eucaristia”, descreveu Bruno Silvestrinni, outro sacerdote.

 

 

FOTO: TIZIANA FABI/AFP/Getty Images

 

 

Autor: Diogo Pombo

 
Observador

 

 

 

Coreia do Sul revoga lei que punia adultério

26/02/2015

 

 

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aboliu uma controversa lei sobre o adultério, que considerava as relações extraconjugais um delito punível com pena de prisão de até dois anos.

 
Adultério deixa de ser crime na Coreia do Sul.

 
Com sete votos contra dois, os juízes decidiram que a lei, datada de 1953, e que visava proteger os valores da família, era inconstitucional. “Mesmo que o adultério deva ser condenado como imoral, a autoridade pública não deve interferir na vida privada dos indivíduos”, explicou o presidente do tribunal, Park Han-Chul.

 

 
Esta foi a quinta vez que o tribunal foi chamado a examinar a legalidade do texto que fazia da Coreia do Sul um dos raros países não muçulmanos a considerar a infidelidade como um ato criminal.

 

 
Nos últimos seis anos, quase 5.500 pessoas foram processadas por adultério, incluindo 900 em 2014. Mas o número de acusações estava em declínio e as penas de prisão eram ainda mais raras.

 

 

FOTO: JEON HEON-KYUN/EPA

 

 
LUSA