NASA e SpaceX lançam uma nova era de viagens espaciais naquela que é a primeira missão comercial tripulada dos Estados Unidos em nove anos

 

À segunda foi de vez. Depois do falhanço na quarta feira devido ao mau tempo, hoje as condições meteorológicas permitiram o lançamento do Falcon 9 e da missão Crew Dragon que chega amanhã à Estação Espacial Internacional.

 

As dúvidas mantiveram-se quase até ao fim, mas ainda antes do abastecimento o combustivel do Falcon 9, 35 minutos antes do lançamento, a previsão da meterologia era positiva, apesar da chuva ligeira. E à hora marcada o foguetão da SpaceX partiu da base Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos da América, algo que não acontecia desde 2011.

 

 

A missão é histórica por ser a primeira tripulada realizada com uma empresa comercial, mas também por abrir caminho para a realização de mais missões espaciais norte americanas.

 

O lançamento foi bem sucedido e é só a primeira fase da missão, que prevê também a separação da Falcon Crew Dragon, que segue em direção à Estação Espacial, enquanto o foguetão voltou à terra, e aterrou com sucesso alguns minutos depois. A Dragon ainda vai precisar de activar os motores para conseguir atingir a rota necessária para chegar ao seu destino.

 

 

A chegada dos astronautas à Estação Espacial Internacional está prevista para amanhã, às 1oh30 da manhã, hora local na Flórida, 15h30 em Portugal Continental, mas os astronautas só entrarão nas estação cerca de três horas depois.

 

 

 

 

Countdown desde as 16 horas

 

 

 

 

Todos os olhos estavam colados aos ecrãs e mais de 10 milhões seguiram a transmissão na NASA TV e nas redes sociais para acompanhar uma missão que prometia fazer história, com a entrega a uma empresa privada da tarefa de colocar astronautas no espaço, se as condições meteorológicas colaborarem, o que não aconteceu na última quarta feira, onde as tempestades típicas da Flórida e o mau tempo, não permitiam o lançamento da nave espacial.

 

 

Tudo indicava que existam 50% de hipóteses de lançamento, e Elon Musk, o patrão da SpaceX, confirmou o número no Twitter, mas essa probabilidade foi também referida desde o início nos comentários dos especialistas online. A chuva e os relâmpagos são as principais preocupações.

 

Por volta das 17 horas de Portugal, Bob Behnken e Doug Hurley, os dois astronautas que integram a missão, estavam a caminho da cápsula e foram transportados num Tesla. Depois de instalados completaram os testes necessários para o lançamento que decorreram a partir do Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos da América.

 

 

Este é o primeiro voo orbital com tribulação a ser realizado por uma empresa privada. A bordo estão dois veteranos da Nasa: Doug Hurley, 53 anos, e Bob Behnken, 49 anos. Os astronautas, ex-pilotos militares, entraram para a agência espacial em 2000. Eles decolaram rumo à ISS a partir da histórica plataforma de lançamento 39A, como a Apollo 11.

 

Com o contador a menos de 50 minutos para o lançamento e todas as verificações eram positivas, as condições metereológicas favoráveis e o relatório dizia que está “cautelosamente optimista” e a probabilidade de violação está nos 30%, pelo que havia 70% hipóteses de lançamento.

 

 

Aos 35 minutos começou o carregamento do combustível, um dos últimos passos antes do lançamento. Aos 10 minutos antes da hora marcada todos os controles receberam o OK, e o controle de missão desejou uma boa viagem aos astronautas.

 

Este é o último passo para a empresa de Elon Musk receber a certificação de transporte de pessoas para o espaço, com a Space X a planear fazer viagens espaciais turísticas de 10 dias em 2021, e a recuperação da capacidade de lançamento de astronautas a partir de território americano, do mesmo local de onde partiram as missões para a Lua.

 

 

 

 

Qual a importância da missão Demo-2?

 

 

 

 

Foi em 2015 que a Space X mostrou pela primeira vez o interior da Crew Dragon, a cápsula que quer levar, pela primeira vez desde 2011 a partir de solo americano, astronautas da NASA para o espaço. O voo de teste tripulado da Crew Dragon será o primeiro a partir do solo dos Estados Unidos desde 8 de julho de 2011, coincidindo com a última missão do Programa Space Shuttle. Desde então, a NASA tem colocado os seus astronautas na Estação Espacial Internacional à “boleia” da nave russa Soyuz.

 

Este é também o primeiro voo tripulado da empresa de Elon Musk e a primeira vez que uma nave espacial privada irá levar astronautas para o espaço. A data inicial de lançamento estava prevista para 7 de maio, mas foi adiada para dia 27, mas não conseguiu ser concretizada devido ao mau tempo.

 

 

 

Reunimos nesta lista as principais fases deste projeto que começou há seis anos.

 

 

 

 

2015: SpaceX mostra pela primeira vez o interior da cápsula que vai levar astronautas ao espaço

 

 

 

 

Em setembro de 2015 a SpaceX partilhou com o mundo imagens e um vídeo do interior da Crew Dragon, a cápsula que vai levar humanos para o espaço dentro de dois anos.

 

Pelas imagens é possível perceber que os interiores estão reduzidos ao necessário, havendo uma predominância da cor branca que traduz uma sensação de mais espaço.

 

Mas nem por isso deixa de haver um toque luxuoso: os assentos são construídos em fibra de carbono e revestido a Alcantara, uma tipologia de pele sintética.

 

A cápsula espacial tem ainda quatro janelas para que os tripulantes possam observar a Terra, a Lua e o restante Sistema Solar à medida que vão percorrendo o trajecto da viagem.

 

 

 

2016: SpaceX testa sistema de paraquedas que vai trazer astronautas de volta à Terra

 

 

 

O sistema de aterragem da Crew Dragon integra quatro paraquedas, que foram experimentados no teste documentado em vídeo, que faz parte do processo de certificação que os dois parceiros comerciais da NASA têm de cumprir para todo o tipo de processos que se proponham realizar.

 

 

2019: Crew Dragon: A cápsula da SpaceX para transportar humanos para o espaço está pronta

 

 

 

A cápsula da SpaceX passou a encontrar-se no topo de um foguetão Falcon 9, nos últimos preparativos para o seu primeiro teste.

 

 

 

 

2019: SpaceX põe motores a funcionar antes do voo de demonstração da Crew Dragon

 

 

 

 

Numa mensagem curta na sua conta no Twitter e a acompanhada por um vídeo de teste estático dos motores do foguetão Falcon 9, com a cápsula Crew Dragon acoplada, a SpaceX afinava as preparações finais para o derradeiro teste em fevereiro de 2019. “Teste de disparo estático completo – estamos a apontar para fevereiro para o lançamento histórico no complexo 39A (Centro Espacial Kennedy) a demonstração do voo da Crew Dragon”, lê-se na mensagem.

 

 

 

 

2019: Vaivém espacial da SpaceX descola sem percalços

 

 

 

 

O vaivém espacial da SpaceX descolou a 2 de março em direção à Estação Espacial Internacional. O aparelho, que seguiu sem tripulação a bordo, partiu do Kennedy Space Centre, na Florida, às 7h49, e foi impulsionado pelo foguetão Falcon 9.

 

 

 

 

2019: SpaceX confirma que cápsula da Crew Dragon foi destruída durante um teste

 

 

 

 

A SpaceX confirmou em conferência de imprensa, que uma das cápsulas da Crew Dragon, destinada a voos espaciais tripulados, foi destruída durante um teste na Florida. A perda do veículo representou um significativo revés para a SpaceX. O Crew Dragon destruído no teste era o mesmo veículo que tinha atracado com sucesso na Estação Espacial Internacional em março. A cápsula, sem tripulação a bordo, esteve cinco dias em missão na ISS antes de regressar e aterrar com sucesso no Oceano Atlântico.

 

 

 

 

 

SpaceX planeia viagens espaciais turísticas de 10 dias para o próximo ano

 

 

 

 

Depois de ter realizado uma parceria com a Space Adventures para colocar turistas no espaço, a SpaceX continua a formar novas ligações com empresas do sector para alargar a sua oferta de viagens.

 

Desta vez junta-se à Axiom, a empresa espacial localizada em Houston para enviar turistas ao espaço, mais concretamente a Estação Espacial Internacional.

 

 

 

 

 

 

NASA e SpaceX fizeram hoje com sucesso o lançamento da missão Demo 2

 

 

 

 

 

Passaram 9 anos desde que a NASA colocou no espaço o último astronauta. Desde então este trabalho tem estado a cargo das naves russas Soyuz. Assim, e com o tempo finalmente a permitir, a empresa SpaceX lançou hoje a missão “Demo 2”, na qual dois astronautas, Doug Hurley e Bob Behnken, farão um voo orbital do solo americano e a bordo de uma nave americana.

 

Na quarta-feira passada, faltavam apenas 17 minutos para a descolagem onde iríamos ouvir o foguete Falcon 9 a rugir na Plataforma de Lançamento 39, no Centro Espacial Kennedy, na Florida. Este local mítico foi testemunha dos principais lançamentos do programa Apollo. Contudo, a tempestade tropical Berta tornou as coisas difíceis e, infelizmente, a empresa SpaceX foi obrigada a suspender o lançamento.

 

 

Havia muita eletricidade na atmosfera. O perigo não é que tenha havido uma tempestade ou algo assim, mas que o lançamento em si possa desencadear um raio. De facto, o próprio foguete poderia ter-se tornado um para-raios.

 

 

Explicou Jim Bridenstine, administrador da NASA, na sexta-feira, conforme relatado pelo site Space.com.

 

 

 

 

Mas era um cenário perigoso?

 

 

 

 

Bom, a ideia não era transformar um foguete de 70 metros de altura, cheio de oxigénio líquido e querosene de foguete, num para-raios improvisado. Até, porque não seria um cenário seguro para a nave rumar ao espaço.

 

Muitas pessoas esperavam pelo momento, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez uma aparição estelar a bordo do Air Force One.

 

 

 

 

A importância da missão “Demo 2”

 

 

 

Conforme foi dado a conhecer pela NASA, esta missão é importante por vários factores, entre eles o acabar com a dependência da NASA da sonda russa Soyuz. Além disso, esta missão é importante para ser feita a primeira descolagem de astronautas num voo orbital de uma empresa privada, a SpaceX, da qual dependem o foguete e a cápsula.

 

Apollo 4 de 1967

 

Space Shuttle 2002

 

Crew Dragon 2020

 

Claro que ainda há mais uma boa razão. Este lançamento será o primeiro realizado em solo americano, pela primeira vez desde que as naves espaciais da NASA, caras e pouco confiáveis, ​​foram desativadas, em julho de 2011.

 

Fora isso, este será o primeiro voo de teste da cápsula Crew Dragon, um dispositivo futurista com um formato de bala projectado para enviar até sete membros da tripulação para o espaço. Portanto, para a NASA será a consolidação de um sistema de lançamento privado, do qual a agência espacial é cliente.

 

Este sistema de lançamento privado será um dos pilares das suas operações na Estação Espacial Internacional ou em futuras missões à Lua, sem mencionar uma atividade lucrativa e futura de empresas comerciais no espaço, com turistas e estações espaciais privadas.

 

 

 

TPT com:NYT//WP//AFP//Joe Raedle/GETTY//Fátima Caçador/TEKSapo// 30 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Ao contrário do que se fala por aí, “plano da TAP” é criticado até dentro da empresa

 

O plano de voos para o Porto criou nova unanimidade nas críticas à TAP, onde se incluem pilotos e tripulantes de cabina. Representantes do Estado obrigam a ‘ajustar’ operações.

 

 

O descontentamento em torno do plano de retoma dos voos da TAP para o Porto em junho e julho não se resume aos responsáveis políticos – Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Rui Rio e Rui Moreira deram voz à insatisfação -, mas também aos próprios funcionários da companhia aérea que admitem «não compreender» a opção tomada pela comissão executiva da empresa – que, depois da avalancha de críticas, se viu ‘forçada’ a «ajustar» a estratégia.

 

 

Ao jornal SOL, pilotos e tripulantes de cabine da TAP, que preferem não dar a cara, garantem que «os voos do Porto estão sempre cheios» na época alta e com a lotação «a, pelo menos, dois terços», durante a época baixa, tal como se verificou nos dois primeiros meses do ano, antes da suspensão das viagens.

 

Reduzir, nesta fase, a operação do Porto para apenas quatro ligações (Lisboa, Paris, Luxemburgo e Madeira), pelo menos até 31 de julho, é considerado «pouco compreensível», uma vez que a rentabilidade destas operações esteve sempre garantida até aqui. E nem sequer o contexto pandémico esclarece totalmente a opção, uma vez que a diferença para Lisboa é vista pelos trabalhadores como «desproporcional»: o plano de voos anunciado inclui 27 ligações semanais em junho e 247 em julho (a esmagadora maioria com ligação a Lisboa).

 

Antes da crise, a TAP operava 18 rotas de e para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde se contavam as ligações de longo curso para Newark (Estados Unidos) e para São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil). O sucesso desta aposta é, aliás, comprovado pela criação de seis novas rotas entre 2018 (Barcelona, Milão, Ponta Delgada e Londres) e 2019 (Bruxelas e Munique). Em 2020, a TAP avançou mesmo para um aumento da frequência das ligações para Madrid, Funchal, São Paulo e Newark.

 

 

O The Portugal Times tentou confirmar, junto da TAP, a elevada taxa de ocupação e rentabilidade dos voos do Porto até 23 de março (data do início da suspensão), mas a companhia aérea escusou-se a responder, alegando tratar-se de «informação comercial reservada».

 

A TAP terá, porém, contribuído decisivamente para que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tivesse ultrapassado a fasquia dos 13 milhões de passageiros em 2019, uma subida de 9,8% face ao ano anterior, e a mais expressiva entre as infraestruturas aeroportuárias em Portugal.

 

 

Oficialmente, a TAP transportou um total de 17,05 milhões de passageiros no ano passado (+8,2%) e a taxa de ocupação dos voos foi de 80,1%.

 

Contactado por vários órgãos de comunicação social, Henrique Louro Martins, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC)(na foto), dá voz às preocupações dos trabalhadores que, nesta fase, estão em layoff, pelo menos, até final de junho. Admitindo já se sentir, nesta fase, «ansiedade por se regressar ao trabalho», o sindicalista considera também que «se justifica um plano de voos diferente, que inclua o Porto». «É obrigatório que sejam retomados os voos no Porto, que, à saída, estão quase sempre com casa cheia, e são fundamentais para a ligação, não só com a cidade, mas com todo o Norte e o Sul da Galiza», diz Henrique Louro Martins.

 

 

 

 

Estado assume posição

 

                                                                             

 

 

 

A onda de críticas ao plano de voos de junho e julho levou o conselho de administração da TAP, presidido por Miguel Frasquilho – representante do Estado na companhia aérea -, a marcar posição em relação às opções da comissão executiva, liderada por Antonoaldo Neves.

 

Em comunicado, o conselho de administração garantiu que «a companhia está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo, para viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera».

 

 

Este posicionamento vem confirmar a informação avançada pelo jornal SOL, na edição de 17 de maio, onde se indicava que o Governo apenas começou a negociar a injeção de dinheiro na TAP – para enfrentar a crise causada pela pandemia de covid-19 – na condição sine quo non de os representantes do Estado que integram o conselho de administração passarem a ter uma participação direta na validação das decisões da comissão executiva da empresa. Esta foi, aliás, a condição irrevogável para que o grupo de trabalho encabeçado por João Nuno Mendes, nomeado pelo Executivo de António Costa, se sentasse à mesa das negociações, mesmo antes de alcançado qualquer acordo.

 

É uma exigência que vem ao encontro da opinião do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos (também membro do grupo de trabalho), que, no Parlamento, já havia adiantado que «qualquer intervenção do estado soberano na TAP implicará que o Estado português, através do Governo, acompanhe todas as decisões que serão tomadas nos próximos tempos com impacto relevante na vida e no futuro da empresa».

 

Este episódio foi ainda aproveitado por António Costa para voltar a deixar críticas à comissão executiva da TAP, controlada pelo parceiro privado – Atlantic Gateway (de David Neeleman e Humberto Pedrosa)(na foto) -, considerando que não aproveitar o aeroporto do Porto «não é boa gestão dos recursos». O primeiro-ministro sublinhou que «é essencial para o país que a TAP seja bem gerida, que tenha condições de sustentabilidade, que seja um instrumento de coesão nacional, de ligação com a diáspora, e de dinamização da economia nacional». «Por isso, fiz questão de recuperar 50% do capital da TAP logo no início do meu Governo», recordou António Costa.

 

 

 

Funcionários ‘desesperados’

 

 

 

 

O ambiente entre os trabalhadores da companhia aérea tem vindo a degradar-se, enquanto aguardam informações da empresa.

 

 

Em casa desde abril, vários tripulantes de cabine estão «desesperados» por regressarem aos céus, uma vez que muitos deles perderam, nesta fase, cerca de 60% dos seus rendimentos. Em causa, está a interpretação da lei do layoff feita pela TAP e a promessa não cumprida de nunca pagar abaixo do salário mínimo nacional (635 euros brutos).

 

 

Porém, a folha de ordenado de maio de vários tripulantes de cabine ficou-se entre os 300 e os 400 euros. Ao jornal SOL, um desses trabalhadores «confirma» a informação. Nas redes sociais, em mensagens trocadas em grupos privados, os tripulantes de cabine têm vindo a partilhar esses valores.

 

A situação tem gerado revolta, sobretudo, pelo facto de a TAP ter também prometido cobrir a diferença nas remunerações acima do teto máximo de 1.905 euros durante o layoff, até perfazer dois terços do salário, o que, neste caso, está a ser cumprido. «Esta situação é incompreensível e cria uma desigualdade ainda maior. Não se percebe como quem ganha menos é quem está, neste momento, a perder mais», diz o trabalhador.

 

 

Henrique Louro Martins recorda que «a lei do layoff foi feita para proteger os postos de trabalho, mas também o poder de compra das famílias portuguesas». «A TAP faz uma interpretação unilateral da lei, faz o que quer, e deixa-nos a todos nós numa situação particularmente difícil», refere o líder do SNPVAC.

 

A TAP, entretanto, nega a situação, afirmando que «cumpre escrupulosamente» a legislação, dizendo que nenhum trabalhador neste regime recebeu uma remuneração inferior ao salário mínimo nacional.

 

 

 

 

 

TPT com:JN//AFP//O Sol//Sapo24// 30 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

Maratona de Boston já não vai acontecer. É a primeira vez que é cancelada em 124 anos

 

A Maratona de Boston não se vai mesmo realizar este ano, no que é um histórico cancelamento após 124 edições da mítica corrida, a mais antiga maratona do calendário internacional.

 

 

Numa primeira fase adiada de abril para 14 de setembro, por causa da pandemia de covid-19, a Maratona de Boston passa a ser não viável mesmo no outono, segundo a organização, que anunciou hoje que apenas pretende agora assegurar um “evento virtual”, com medalha de participação para quem corra a distância “em casa”.

 

 

Apesar de a vitória ser disputada por poucas dúzias de atletas, são cerca de 30 mil os que correm por prazer ou para iniciativas sociais e há habitualmente mais de um milhão a assistir no percurso desde Hopkinton até à baía de Boston, o que geraria problemas de distanciamento social agora considerados não ultrapassáveis.

 

 

A nova data para a edição 124 passa para 19 de abril de 2021, mantendo-se a a tradição de ser corrida no Dia do Patriota, o feriado municipal em Massachussets, ou seja a terceira segunda-feira de abril, em que se celebram as primeiras batalhas da Guerra da Independência dos Estados Unidos da América.

 

 

Os efeitos da pandemia covid-19 fazem-se sentir de forma avassaladora no calendário desportivo, e as maratonas de topo não são exceção. Nenhuma se corre na primavera e depois haverá 15 dias intensos, entre setembro e outubro – Berlim (27 de setembro), Londres (04 de outubro) e Chicago (11 de outubro). Mais tarde só Nova Iorque, em 01 de novembro.

 

 

Em 1897, foram só 15 à partida em Boston e para este ano esperavam-se mais de 30 mil, para um percurso considerado um dos mais duros do mundo, por causa das várias colinas que se tem de superar.

 

 

Por questões técnicas, as marcas conseguidas em Boston não valem como recordes, o que tem afastado a melhor elite mundial, mas nem sempre foi assim e no seu historial de vencedores há nomes como Rosa Mota. A portuguesa, com triunfos em 1987, 1988 e 1990, ainda é uma das recordistas de vitórias.

 

 

A mais famosa edição é a de 2013, mas por razões alheias ao desporto – um atentado, base do filme de 2016 de Peter Berg, Patriots Day.

 

 

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

 

 

Os Estados Unidos são o país mais atingido: O total de casos subiu hoje para 1.761.886, com 103.115 mortes contabilizadas.

 

 

 

 

Sem provas, as corridas agora são virtuais e solidárias

 

 

 

 

Sem provas, os atletas de pelotão enfrentam agora corridas virtuais, para manterem o espírito competitivo e a forma física, mas, sobretudo, para ajudar o próximo, em iniciativas que mantêm as empresas ligadas ao sector.

 

Com uma enorme tradição um pouco por todo o mundo, as corridas virtuais ganharam espaço na agenda dos portugueses com a eclosão da pandemia de covid-19 e o cancelamento das provas em estrada e nos trilhos.

 

 

O ‘tiro de partida’ foi dado em abril pela Xistarca, com provas de meia hora gratuitas, e prosseguiu em 19 de abril com a iniciativa ‘Kilómetros em casa’, que contou com 2.847 participantes e angariou 32.301 euros para o Hospital de São João, no Porto, e para o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

 

 

Em pleno estado de emergência, as opções para os atletas passavam por correr sozinhos numa esteira ou junto às casas, ou ainda nadar, remar ou pedalar, numa ação reeditada uma semana depois, com menos adesão, na ação ‘Quilómetros pelos Açores – Covid-19”, que valeu 3.720 euros para unidades hospitalares de São Miguel e Terceira.

 

 

Foi já em situação de calamidade que o Maratona Clube de Portugal, impossibilitado de organizar as tradicionais travessias das pontes em Lisboa, avançou para sete provas virtuais gratuitas, em sete fins de semana, mantendo os patrocinadores ativos na corrida e os cerca de 8.000 inscritos.

 

 

As consequências sociais da pandemia ganharam espaço, assim como a preocupação dos promotores das corridas, como comprovam a Maratona Virtual Solidária, organizada pela RunPorto, no próximo fim de semana, e a Corrida de Santo António, pela HMS, em 13 e 14 de junho.

 

 

“A HMS não vai ganhar nada com esta prova e quisemos apostar na vertente solidária sem envolver dinheiro, queremos converter os quilómetros em comida. A ideia é que os nossos patrocinadores ofereçam 10 euros para a Rede de Emergência Alimentar por cada finalista. Se conseguirmos 10.000 euros em alimentos, vai ser espetacular”, afirmou Hugo Miguel Sousa, responsável pela organização da São Silvestre de Lisboa.

 

 

A Corrida de Santo António virtual vai levar os participantes a correrem cinco ou 10 quilómetros, tendo inscrições gratuitas, enquanto a Maratona Virtual Solidária premeia com medalha qualquer distância percorrida, mediante os 10 euros de inscrição que revertem para a Cruz Vermelha Portuguesa.

 

 

“A pandemia descobriu mais pessoas para a corrida e o objetivo é estimular esta comunidade e, enquanto não pudermos ir para a estrada, mantermo-nos activos, em contacto e solidários, dentro das nossas possibilidades”, referiu Jorge Teixeira, da RunPorto, que conta com cerca de 1.100 inscritos na prova.

 

Ainda sem certezas sobre a realização da Maratona do Porto, prevista para 8 de novembro e que conta com dois mil inscritos, Jorge Teixeira vai organizar a Corrida de São João também de forma virtual, até porque, confia, “quando autorizarem a realização de eventos, os números de participantes vão disparar”.

 

 

Igualmente em equação está a organização da São Silvestre de Lisboa, que poderá incluir “uma opção virtual, mas mais barata”, o que até nem seria inédito neste percurso pela capital portuguesa.

 

 

“Já tivemos participantes estrangeiros que se inscreveram, submeteram a actividade e receberam a camisola e a medalha, só não tiveram a festa”, frisou Hugo Miguel Sousa.

 

 

A solidariedade é também o mote da iniciativa ‘Alimenta esta corrida’, marcada para 6 de junho, apadrinhada por Aurora Cunha e Pedro Fernandes, e que já conta com a adesão de 36 grupos de corrida na angariação de bens essenciais e alimentares para as instituições solidárias da região de cada uma dessas estruturas.

 

 

 

TPT com: NYT//WP//EPA/CJ GUNTHER//MadreMedia / João Pedro Simões //Lusa//Sapo24// 28 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

Missão da SpaceX fica em terra devido à falta de condições atmosféricas para voar

 

Tudo estava a correr bem, mas as condições climatéricas não permitiram o lançamento da missão da empresa de Elon Musk que hoje podia fazer história, retomando as viagens espaciais a partir de solo americano. Próxima tentativa acontece no sábado.

 

 

Estava tudo pronto mas a confirmação acaba de ser dada: hoje não há condições para o lançamento do Falcon 9. Só faltavam 6 minutos para o lançamento, mas a janela estava a fechar e o ok acabou por não se confirmar.

 

 

“Não conseguimos controlar o tempo. Ainda tentámos passar por entre os sistemas de nuvens, mas não deu”, referiu o responsável pelo lançamento no comentário em direto. “É a Flórida na primavera e onde é sempre possível ter tempestades”, lembrou, dizendo que a próxima janela de lançamento é no dia 30, sábado, mas que nada garante que a equipa consiga partir. Há outra data possível no domingo, da 31, a partir das 15h00 locais.

 

É comum que missões espaciais sejam abortadas devido ao mau tempo, com tempestades e relâmpagos, em especial na zona do Kennedy Space Center, e os especialistas que acompanham o lançamento explicam que apesar de desde o início não estarem reunidas as condições, poderia haver melhorias, e que a contagem decrescente tinha de continuar até haver a confirmação de que não seria possível.

 

Agora é tempo de repor os níveis e retirar a equipa da Crew Dragon, o que ainda vai demorar algum tempo. Os dois astronautas ainda têm os visores colocados, e esperam pacientemente o fim do processo.

 

A SpaceX preparava-se para fazer história e estrear-se nos voos tripulados com o lançamento da Crew Dragon, à boleia do Falcon 9. A bordo estão Bob Behnken e Doug Hurley, dois astronautas da NASA com destino à Estação Internacional Espacial. Este é o último passo para a empresa de Elon Musk receber a certificação de transporte de pessoas para o espaço, com a SpaceX a planear fazer viagens espaciais turísticas de 10 dias em 2021.

 

Estava tudo preparado para Crew Dragon partir para o Espaço a partir do Kennedy Space Center, na Florida, às 16h33 (21h33, hora de Lisboa). A NASA começou a transmitir o evento em direto através do YouTube, cerca das 16 horas, e o The Portugal Times esteve a acompanhar a contagem decrescente para a missão histórica.

 

O voo de teste tripulado da Crew Dragon será o primeiro a partir do solo dos Estados Unidos desde 8 de julho de 2011, coincidindo com a última missão do Programa Space Shuttle. Desde então, a NASA tem colocado os seus astronautas na Estação Espacial Internacional à “boleia” da nave russa Soyuz.

 

O lançamento marca também a primeira vez que uma nave espacial privada irá levar astronautas para o espaço. A data inicial de lançamento estava prevista para 7 de maio, mas foi adiada para hoje  dia 27, esta quarta-feira, mas volta agora a ser adiada.

 

 

 

 

 

 

Uma missão com 6 anos de preparação

 

 

 

 

 

Foi em 2015 que a Space X mostrou pela primeira vez o interior da Crew Dragon, a cápsula que quer levar, pela primeira vez desde 2011 a partir de solo americano, astronautas da NASA para o espaço.

 

Um ano mais tarde, a empresa espacial de Elon Musk testava o sistema de paraquedas que vai trazer astronautas de volta à Terra. Já em 2019, a Crew Dragon SpaceX passou a encontrar-se no topo de um foguetão Falcon 9, nos últimos preparativos para o seu primeiro teste.

 

Ainda nesse ano, a SpaceX pôs os motores a funcionar para afinar as preparações finais para o derradeiro teste. O vaivém espacial da SpaceX descolou a 2 de março em direção à Estação Espacial Internacional. O aparelho, que seguiu sem tripulação a bordo, partiu do Kennedy Space Centre, na Florida, às 7h49, e foi impulsionado pelo foguetão Falcon 9.

 

No entanto, em maio de 2019, a SpaceX confirmou em conferência de imprensa, que uma das cápsulas da Crew Dragon, destinada a voos espaciais tripulados, foi destruída durante um teste na Florida. A perda do veículo representou um significativo revés para a SpaceX. A cápsula, sem tripulação a bordo, esteve cinco dias em missão na ISS antes de regressar e aterrar com sucesso no Oceano Atlântico.

 

Já em 2020, depois de ter realizado uma parceria com a Space Adventures para colocar turistas no espaço, a SpaceX continua a formar novas ligações com empresas do sector para alargar a sua oferta de viagens. Desta vez junta-se à Axiom, a empresa espacial localizada em Houston para enviar turistas ao espaço, mais concretamente a Estação Espacial Internacional.

 

 

 

 

TPT com: NYT//AI//WP//Fátima Caçador//TEK/Sapo//Youtube// 27 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

New York aprova apoios a conceder às famílias dos que morreram na linha da frente do combate à covid-19

 

“Sinto uma grande responsabilidade para com os nossos funcionários na linha de frente. Os nossos funcionários essenciais entenderam os perigos deste vírus, mas foram trabalhar de qualquer maneira, porque precisávamos deles”, afirmou nesta segunda-feira o governador Andrew Cuomo no porta-aviões Interpid, em Nova Iorque, que alberga o Museu do Mar, do Ar e do Espaço. “Precisávamos de enfermeiros e de médicos para prestar um serviço fenomenal nos hospitais. Precisávamos da polícia e do corpo de bombeiros. Precisávamos que os trabalhadores da linha de frente e dos supermercados aparecessem”.

 

 

Os benefícios a conceder às famílias dos que morreram ou na linha da frente do combate à covid-19 ou no cumprimento de serviços essenciais não são ainda conhecidos. Mas sabe-se já que serão garantidos pelos fundos de pensões do governo estadual e dos governos locais de Nova Iorque.

 

 

No segundo dia consecutivo em que o estado de Nova Iorque registou um número de mortes inferior a 100 desde o final de março, altura em que o surto se agudizou nos Estados Unidos, o governador do estado lembrou que, apesar de a descida do número de internamentos, o número de vítimas mortais ocorrido nas últimas 24 horas é ainda assim “doloroso”.

 

Com mais de 1,6 milhões de casos positivos, os Estados Unidos são o país com o mais elevado número de mortes por covid-19 em todo o mundo (97.722, até esta segunda-feira), numa altura em que o novo coronavírus já matou mais de 344 mil pessoas e infetou 5,4 milhões por todo o mundo.

 

 

 

 

Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças admite necessidade de novo confinamento

 

 

 

 

“O coronavírus vai continuar a circular e enquanto assim for existe risco de novas vagas de Covid-19”. A afirmação é de Josep Jansa, o principal perito do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC), sedeado em Estocolmo, em entrevista concedida à ‘TSF’, esta segunda-feira.

 

 

Questionado sobre se os vários, e distintos, processos de desconfinamento em curso na Europa suscitam “algum tipo de inquietação, no Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, o especialista considera que apesar de os vários países adotarem abordagens diferentes considera que “está a avançar-se devagar, lentamente, na direção certa”.

 

Realtivamente à eventualidade de uma segunda vaga, o especialista assumiu que tenta ser positivo “no sentido de que estivemos expostos – não em todos os países, mas na maioria dos países – a uma primeira onda desta pandemia bastante intensa, o que significa que houve tempo para todos se prepararem o suficiente para o que virá a seguir”.

 

 

Sobre como será o próximo inverno, o especialista assume que “infelizmente” não sabe como será mas adianta que “enquanto o vírus continuar a circular, podemos esperar um aumento em termos do número de casos, depois do outono e do inverno. Isso é altamente provável”, afirmou .

 

 

O ECDC continuará a trabalhar ao nível de previsões e modelos matemáticos de forma a entender melhor o que se pode  esperar nos próximos meses. “Mas não estou em posição de dizer que o inverno será severo e, portanto, que podemos esperar um aumento severo da pandemia”, conclui.

 

 

 

TPT com: NYT//Reuters//AFP//Spencer Platt/Getty//AFP//JORNAL I// Executive Digest//TSF// 25 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

Donald Trump vai proibir entrada de brasileiros nos EUA e de estrangeiros provenientes do Brasil

 

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou hoje a proibição de entrada no país de todos os estrangeiros que tenham estado no Brasil nos 14 dias anteriores à tentativa de entrada, devido à pandemia de covid-19.

 

 

“Determinei que é do interesse do país tomar medidas para restringir e suspender a entrada nos EUA, como imigrantes ou não imigrantes, de todos os estrangeiros que estiveram fisicamente presentes no Brasil durante o período de 14 dias que precedeu a sua entrada ou tentativa de entrada nos Estados Unidos”, refere o Presidente norte-americano na ordem hoje decretada.

 

 

A medida visa limitar a propagação do novo coronavírus quando os números nos Estados Unidos começam a abrandar, uma vez que o Brasil é agora um dos maiores focos mundiais da pandemia, sendo já o segundo país com maior número de casos – mais de 347 mil – e pelo menos 22.013 óbitos oficialmente confirmados.

 

 

“A ação de hoje ajudará a garantir que os estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infeções no nosso país”, afirmou também a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, sublinhando, porém, que “estas novas restrições não se aplicam ao fluxo de comércio entre os EUA e o Brasil”.

 

 

O anúncio oficial veio confirmar a indicação já manifestada nas últimas horas pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Robert O’Brien, que vincou que a administração Trump iria “tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo norte-americano”, numa altura em que o país já regista perto de 100 mil mortes associadas à covid-19.

 

 

Os Estados Unidos, que são o país com mais mortos (97.087) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,6 milhões), suspenderam os voos provenientes da China, da maior parte dos países da União Europeia e do Reino Unido, à medida que a pandemia ia alastrando.

 

 

O Brasil, com mais de 22 mil mortos e 347 mil casos, é o segundo país do mundo em número de infeções, enquanto a Rússia, que contabiliza 3.388 mortos, é o terceiro, com mais de 335 mil.

 

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

 

 

 

 

 

 

 

EUA vão proibir viagens com o Brasil, diz conselheiro da Casa Branca

 

 

 

 

 

 

Os Estados Unidos vão anunciar uma interdição de viagens provenientes do Brasil, atualmente um dos países mais afetados pela pandemia de covid-19, indicou hoje o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Robert O’Brien.

 

“Creio que vamos ter uma nova decisão hoje sobre viagens que envolvam o Brasil, como fizemos com o Reino Unido, a Europa e a China, e esperamos que seja temporário”, afirmou o responsável, em declarações à CBS.

 

 

“Mas, devido à situação no Brasil, vamos tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo norte-americano”, disse O’Brien, numa altura em que os Estados Unidos já registam perto de 100 mil mortes associadas à covid-19.

 

 

Os Estados Unidos suspenderam os voos provenientes da China e da maior parte dos países da União Europeia e do Reino Unido, à medida que a pandemia ia alastrando.

 

 

 

TPT com: CBS//NYT//WP//MadreMedia / Lusa//Reuters// 24 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

Associação da Polícia Marítima pede demissão do Secretário de Estado da Defesa

 

A Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima (ASPPM) criticou hoje e pediu a demissão do Secretário de Estado Adjunto e da Defesa pela posição sobre a utilização de fuzileiros como agentes desta força de segurança nas praias.

 

 

Num comunicado enviado às redações, a ASPPM considera que são incompatíveis com a sua permanência no cargo as declarações de Jorge Seguro Sanches ao jornal Público, nas quais afirmou, a propósito da vigilância das praias no âmbito do controlo da pandemia de covid-19, que “se houver fuzileiros a concorrer a este projeto ‘Seawatch’, eles estarão nas praias como agentes da Polícia Marítima e não como militares”.

 

 

“Estas declarações demonstram, claramente, que não conhece nem a Constituição da República Portuguesa, nem a Lei de Segurança Interna, nem o Sistema de Autoridade Marítima, nem mesmo a Polícia Marítima, detentora das suas competências de segurança publica e segurança interna nos termos da Lei”, refere a nota.

 

 

“Perante tais afirmações públicas (…), não restará outra opção ao primeiro-ministro que não seja demiti-lo”, diz a associação.

 

 

Paralelamente, a ASPPM, que esteve hoje reunida em assembleia-geral extraordinária, insurgiu-se também contra a redução de salários neste mês de maio (estimada em 16%) e as condições de acesso à carreira, que se traduzem num “quadro de pessoal envelhecido e exíguo”, sustenta a comissão administrativa.

 

 

Entre as críticas dos responsáveis da associação está ainda a ocupação de cargos de chefia e comando por parte de oficiais da Marinha, em detrimento de elementos da Polícia Marítima (PM), algo que a ASPPM reivindica ser contrário ao estatuto de pessoal da organização.

 

 

 

 

 

Governo recusa mexer na Lei de Programação Militar

 

 

 

 

 

O ministro da Defesa Nacional recusou no dia 19 de Maio qualquer alteração à Lei de Programação Militar (LPM), transferindo verbas de 2020 para o combate à pandemia de covid-19, como propôs o BE, admitindo apenas ajustamentos menores.

A crítica ao projecto dos bloquistas, ao propor que 157 milhões de euros, metade das verbas a transferir em 2020 da Lei de Programação Militar (LPM), sejam usadas para financiar o SNS e responder aos problemas da pandemia, partiu do deputado do PS Diogo Leão durante uma audição a João Gomes Cravinho na comissão parlamentar de Defesa Nacional, em Lisboa.

 

 

É uma proposta inadequada, criticou, dado que iria “desestruturar o que estava previsto” na lei, aprovada no ano passado pelo parlamento, e que define o investimento e reequipamento, até 2030, nas Forças Armadas, no valor total de 4,7 mil milhões de euros.

 

 

O ministro manifestou a sua “estranheza” com o projeto bloquista “de reduzir o investimento” na LPM, sublinhando que o combate à pandemia, desde março, mostra como “as Forças Armadas têm uma parte da resposta”.

 

 

Gomes Cravinho admitiu mudanças de pormenor, “ajustamentos menores, aqui ou ali”, em resposta a uma pergunta da deputada do PSD Ana Miguel Santos.

No entanto, a LPM, acrescentou, “não deve ser desvirtuada” quanto ao reequipamento dos militares, com novos navios-patrulha, aviões, helicópteros e viaturas blindadas.

 

 

Quatro dias depois de ter formalizado a proposta na Assembleia da República, o deputado do BE João Vasconcelos não falou do assunto.

 

 

 

Na sexta-feira, o Bloco de Esquerda propôs que 157 milhões de euros, metade das verbas a transferir em 2020 da Lei de Programação Militar (LPM), sejam usadas para financiar o SNS e responder aos problemas da pandemia de covid-19.

 

 

À Lusa, o deputado bloquista João Vasconcelos afirmou que esta redução não afetaria nem direitos dos militares, rendimentos ou de saúde, nem funções essenciais das Forças Armadas, como busca e salvamento e ajuda na proteção civil, mas sim o ritmo de alguns investimentos, como a compra dos aviões KC-390.

 

 

O BE propõe, no projeto de lei, que as dotações para 2020 “não podem exceder 50% do que está previsto na lei do Orçamento de Estado” e que os valores acima dessa percentagem “devem ser canalizadas para o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para responder à emergência social e económica”.

 

 

Há que atender às prioridades e as prioridades neste momento são, sem dúvida, a questão sanitária, social e económica, disse.

 

 

A LPM, que prevê investimentos de 4,74 mil milhões de euros no reequipamento das Forças Armadas até 2030, foi aprovado no parlamento em 03 de maio de 2019 com 170 votos a favor, de PS, PSD e CDS-PP. O PCP, o PEV e o PAN abstiveram-se e o BE votou contra o diploma.

 

 

Na reunião de 19 de Maio, a equipa do ministro da Defesa respondeu a perguntas sobre a participação de militares no reforço da vigilância das praias durante a época balnear, confirmando um aumento do número de efetivos, no caso fuzileiros, além da Polícia Marítima (PM).

 

 

E, perante as dúvidas de várias bancadas, Gomes Cravinho garantiu que nenhum deles terá funções de policiamento, competência da PM, e admitiu que o número de efetivos nesta polícia não é o ideal, embora tenha vindo a crescer nos últimos anos.

 

 

O secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, afirmou que os “portugueses podem estar descansados” e que podem ir com “tranquilidade frequentar as praias este verão”, apesar das alterações de regras e rotinas, causadas pela pandemia de covid-19.

 

 

 

 

 

TPT com: AFP// Hugo Delgado / Lusa//MadreMedia / Lusa//Público// 23 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

Exame de português NEWL ‘online’ para 161 estudantes que valorizam o conhecimento da língua portuguesa nos USA

 

Segundo o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a acreditação da língua portuguesa através dos exames NEWL (National Examinations in World Languages, na designação em inglês) contribuirá para “valorizar os conhecimentos do idioma e garante a validação de créditos no ensino secundário e também no acesso ao ensino superior nos Estados Unidos”.

 

 

Este exame conta com o apoio institucional da embaixada de Portugal em Washington D.C., nos Estados Unidos da América (EUA), e o apoio financeiro do Camões e da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

 

 

A edição deste ano será realizada ‘online’, devido aos constrangimentos da pandemia de covid-19, e terá a supervisão de ‘proctors’/vigilantes da AC – American Councils for International Education e com garantia de qualidade por parte do College Board.

 

 

Pela primeira vez, a prova terá a participação de quatro estudantes da Escola Internacional das Nações Unidas (UNIS), uma maior participação de estudantes das escolas comunitárias portuguesas e uma grande percentagem de estudantes que aprendem o idioma nas escolas públicas (regime integrado do português) da Califórnia (41 estudantes no total) e de outros estados norte-americanos onde residem fortes comunidades de expressão portuguesa.

 

A acreditação da língua portuguesa através dos exames NEWL resulta de “mais de uma década de esforços”, especialmente de representantes da embaixada de Portugal em Washington D.C., da rede diplomática e consular nos EUA, em articulação com a Coordenação do Ensino de Português nos Estados Unidos (CEPE-EUA), com os serviços competentes do Camões, com o College Board e outras entidades e organizações profissionais ligadas ao ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras.

 

 

Os exames NEWL avaliam as competências linguísticas (compreensão de texto, compreensão oral, produção escrita e produção oral) de alunos a partir do 9.º ano, ou com 14 anos completos, em quatro idiomas, português (desde 2017), árabe, coreano e russo.

 

 

O exame de Português NEWL que vai ser realizado nos dias 29 de maio e 01 de junho, via ‘online’, conta com a inscrição de 161 estudantes, incluindo quatro alunos da Escola Internacional das Nações Unidas. Segundo anunciou  o instituto Camões, 102 destes estudantes são luso descendentes e beneficiaram do apoio financeiro estipulado no âmbito do recente Memorando de Entendimento tripartido, assinado a  30 de Abril, deste ano, entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e a American Councils for International Education (AC), entidade que coordena a realização destes exames a nível nacional nos EUA.

 

 

Participaram neste esforço outros países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que mantêm representação diplomática nos EUA.

 

 

 

 

 

Um projecto com mais de uma década de esforços

 

 

 

 

 

 

Segundo uma fonte do Instituto Camões, esta edição de 2020, será realizada online (a distância), a partir da casa dos estudantes, e conta com a supervisão de proctors/vigilantes da AC e com a garantia de qualidade por parte do College Board, que conta, pela primeira vez, com a participação de 4 estudantes da Escola Internacional das Nações Unidas (UNIS), uma maior participação de estudantes das escolas comunitárias portuguesas e uma grande percentagem de estudantes que aprendem o nosso idioma nas escolas públicas (regime integrado do português) da Califórnia (41 estudantes no total) e de outros estados nos EUA onde residem fortes comunidades de expressão portuguesa.

 

 A acreditação da língua portuguesa através dos exames NEWL (National Examinations in World Languages) contribuirá para valorizar os conhecimentos do idioma e garante a validação de créditos no ensino secundário e também no acesso ao ensino superior nos Estados Unidos da América.

 

 

Este processo foi resultado de mais de uma década de esforços, especialmente de representantes da Embaixada de Portugal em Washington D.C., da rede diplomática e consular nos EUA, em articulação com a Coordenação do Ensino de Português nos EUA (CEPE-EUA), com os serviços competentes do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., com o College Board e outras entidades e organizações profissionais ligadas ao ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, bem como de outros países membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que mantêm representação diplomática nos Estados Unidos.

 

 

 

 

 

O que são os exames NEWL?

 

 

 

 

 

Os exames NEWL avaliam as competências linguísticas (compreensão de texto, compreensão oral, produção escrita e produção oral) de alunos a partir do 9.º ano, ou com 14 anos completos, em quatro idiomas, português (desde 2017), árabe, coreano e russo.

 

 

Quanto aos níveis de proficiência, a avaliação segue as orientações do American Council of Teachers of Foreign Languages, situando os examinandos entre os níveis elementar e intermédio (níveis A1 a B1, de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas).

 

 

Os NEWL são desenvolvidos pelo American Councils for International Education, cuja missão é a criação e o incentivo de programas, intercâmbios académicos e pesquisas, em parceria com entidades educacionais de ensino secundário e superior nos Estados Unidos, África, América do Sul, Ásia e Europa.

 

Essa avaliação é reconhecida pelo programa “Advanced Placement” do College Board, organização sem fins lucrativos que auxilia estudantes na preparação para o ingresso em universidades, por meio de cursos oferecidos em diversas áreas (ciências, artes, cultura, história, economia, entre outros) e de orientação durante o processo de transição para o ensino superior. Os cursos e avaliações oferecidos pelo programa Advanced Placement são reconhecidos por muitas universidades americanas, o que pode garantir a obtenção de créditos, tanto no ensino secundário quanto no acesso ao ensino superior, inclusive para o posicionamento do aluno que pretender prosseguir estudos em português.

 

A possibilidade de obtenção de créditos por meio dos NEWL valoriza o conhecimento da língua portuguesa, bem como tem o potencial de estimular a procura por cursos e programas no idioma. Esse reconhecimento beneficiará as comunidades de expressão portuguesa residentes nos Estados Unidos da América, em particular os estudantes portugueses e luso americanos, bem como todos os estudantes que pretendem candidatar-se a universidades americanas.

 

 

 

 

 

 

Formato da avaliação:

 

 

 

 

 

 

O exame incluirá as diversas variantes do Português global e avaliará as competências dos alunos, nas seguintes componentes:

 

 

  • Reading Comprehension (30 minutes)

 

 

  • Integrated Task: Writing (15 minutes)

 

 

  • Integrated Task: Speaking (15 minutes)

 

Excecionalmente este ano a prova tem duração total de 1 hora.

 

 

 

 

 

Documentos importantes para mais informações acerca dos exames NEWL:

 

 

 

 

 

College Board (2006) World Languages Framework. New York, NY: Author.
Retrieved from:
https://www.collegeboard.org/pdf/world-languages-framework-academic-advisory-committee.pdf 2-24-2015

 

 

Educational Testing Service (2009) ETS Guidelines for Fairness Review of Assessments. Princeton, NJ: Author. Retrieved from:

https://www.ets.org/Media/About_ETS/pdf/overview.pdf, 2-16-2015

 

 

National Standards in Foreign Language Education Project (NSFLEP). (2015)
World-Readiness standards for learning languages (W-RSLL). Alexandria,
VA: Author. Retrieved from:

 

 

https://www.actfl.org/publications/all/world-readiness-standards-learning-languages

 

 

The Portuguese-specific guidelines:
https://www.actfl.org/publications/guidelines-and-manuals/actfl-proficiency-guidelines-2012/Portuguese

 

 

 

 

Link para obter as referidas informações sobre os níveis de proficiência dos exames NEWL:

 

 

 

 

 https://www.actfl.org/sites/default/files/reports/Assigning_CEFR_Ratings_To_ACTFL_Assessments.pdf

 

 

Link para aceder aos modelos das diversas componentes dos exames NEWL:

https://exams.actesting.org/samples/

 

 

 

 

Informações mais detalhadas podem ser obtidas através dos seguintes links:

 

 

 

 

https://www.americancouncils.org/services/testing-and-assessment/newl/portuguese

 

 

 

https://www.americancouncils.org/services/testing-and-assessment/NEWL/exam-dates-and-fees

 

 

 

Ou através dos seguintes contactos:

 

 

 

Todd Drummond, Director, Assessment and Educational Services

 

 

 

 

American Councils for International Education
E-mail: tdrummond@americancouncils.org
T: 202-833-7522 F: 202-833-7523

 

 

João Caixinha, Coordenador do Ensino de Português da CEPE-EUA
E-mail: joao.caixinha@camoes.mne.pt
T: 617-775-9161 F: 617-536-2503

 

 

José Adão, Adjunto da CEPE-EUA em Newark
E-mail: josecarlos.adao@camoes.mne.pt
T: 973-780-0576 F: 973-643-3900

 

 

Duarte Pinheiro, Adjunto da CEPE-EUA em São Francisco
E-mail: duarte.pinheiro@camoes.mne.pt
T: 916-335-3902 F: 415-346-1440

 

 

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, I.P.) é um instituto público tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) que tem por missão propor e executar a política de cooperação portuguesa e a política de ensino e divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro.

 

 

 

 

TPT com: Instituto Camões// SMM // LFS//Lusa// 23 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Português lidera equipa que testou o potencial de uma nova vacina contra a malária e com excelentes resultados

Uma equipa internacional de investigadores liderada por Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular (iMM), testou o potencial de uma nova vacina contra a malária em 24 voluntários, com resultados que “abrem caminho a uma estratégia de vacinação eficaz”.

 

 

A equipa, que integra ainda Robert Sauerwein do Radboud University Medical Center e Perry van Genderen do Erasmus MC (UMC Roterdam) da Holanda, publicou hoje, na revista científica Science Translational Medicine, os resultados do ensaio clínico de Fase 1/2a da potencial nova vacina contra a malária, denominada PbVac, que envolveu um total de 24 voluntários saudáveis.

 

 

“Embora nenhum dos indivíduos vacinados ficasse totalmente protegido contra a doença, os resultados mostraram uma redução muito significativa de 95% na infeção hepática dos voluntários imunizados em relação aos indivíduos controlo, não imunizados. Este estudo abre caminho para desenvolvimentos adicionais da vacina PbVac e similares, no sentido do desenvolvimento de uma estratégia de vacinação eficaz contra a malária humana”, indica um comunicado do iMM.

 

 

O estudo “fornece a validação clínica de uma nova abordagem de vacinação contra a malária, e abre possibilidades para a sua otimização no sentido da criação de uma vacina eficaz contra a malária”, salienta Miguel Prudêncio no mesmo comunicado.

 

 

A malária é uma doença causada por parasitas Plasmodium que causou mais de 400.000 mortes só em 2018.

 

O desenvolvimento clínico de uma vacina contra a malária tem sido um desafio crítico para inúmeros grupos de investigação internacionais, ao longo dos anos, devido à complexa biologia dos parasitas da malária, cujo ciclo de vida inclui várias etapas que ocorrem quer no mosquito, vetor da doença, quer no hospedeiro mamífero, incluindo um estágio obrigatório e assintomático de desenvolvimento no fígado humano.

 

 

O PbVac é o primeiro membro de uma nova classe de agentes do tipo “organismo completo” desenhados para a vacinação contra a malária, consistindo num parasita da malária de roedores, chamado Plasmodium berghei, que foi geneticamente alterado para ficar “mascarado” com uma proteína do seu homólogo que infeta humanos, o P. falciparum.

 

Miguel Prudêncio, líder do grupo no iMM (Portugal) e responsável pelo estudo, adianta que a ideia inovadora de usar parasitas de roedores, que não são patogénicos para os seres humanos, como base para uma nova vacina contra a malária teve início há dez anos.

 

 

Após a validação pré-clínica da imunogenicidade e segurança do PbVac para uso humano, os investigadores avançaram para um ensaio clínico que envolveu 24 voluntários saudáveis, para verificar a segurança e a eficácia protetora do PbVac na clínica.

 

 

Os resultados mostraram que o PbVac é seguro e bem tolerado, com uma diminuição muito significativa de 95% na infeção hepática por P. falciparum – o primeiro estágio da infeção por malária em humanos – em voluntários imunizados.

 

 

 

 

 

 

Lideres mundiais de mais de 140 países apelam que vacina contra a covid-19 seja gratuita para todos

 

 

 

 

 

 

A carta surge poucos dias antes de os ministros da Saúde dos 194 Estados-membros da Organização Mundial de Saúde se reunirem em teleconferência para a Assembleia Mundial da Saúde e marca a posição mais ambiciosa de líderes mundiais sobre uma vacina para a covid-19, exigindo que todas as vacinas, tratamentos e testes sejam isentos de patentes, produzidos em massa, distribuídos de forma justa e disponibilizados a todas as pessoas de todos os países de forma gratuita.

 

Entre os signatários constam o ex-presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro de Portugal José Manuel Barroso, o antigo Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o ex-Presidente de Moçambique Joaquim Chissano, além do antigo Presidente de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz, José Manuel Ramos-Horta.

 

 

Entre os signatários constam ainda a ex-diretora da Unesco Irina Bokova, a antiga presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas Maria Fernanda Espinosa, a criadora da Fundação Graça Machel, o fundador da organização Médicos Sem Fronteiras, Bernard Kouchner, e o ex-Presidente colombiano e Prémio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos.

 

 

A carta foi também assinada pelos antigos primeiros-ministros espanhol Felipe González e italiano Mario Monti, além do Presidente da África do Sul e presidente da União Africana, Cyril Ramaphosa, do Presidente do Senegal, Macky Sal, e do Presidente do Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo.

 

 

Constam ainda o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Gordon Brown, o ex-Presidente do México Ernesto Zedillo, o ex-administrador do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark.

 

 

A estes nomes juntam-se ainda economistas notáveis, advogados da área da saúde e de outros campos pertencente à organização os Anciões, a ex-Presidente da Irlanda Mary Robinson, o Prémio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, o diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, John Nkengasong, e o relator especial das Nações Unidas para o direito de todos usufruírem dos melhores tratamentos em saúde física e mental, Dainius Puras.

 

 

“Milhões de pessoas aguardam uma vacina, a nossa maior esperança para acabar com a pandemia”, disse Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul.

 

 

“Como todos países de África, exigimos que a vacina para a covid-19 seja livre de patentes, fabricada e distribuída rapidamente e gratuita para todos. Toda a ciência deve ser partilhada entre governos. Ninguém deve ser empurrado para o final da fila das vacinas devido ao sítio onde mora ou ao rendimento que consegue ter”, defendeu.

 

 

“Temos de trabalhar juntos para vencer este vírus. Temos de reunir todo o conhecimento, experiência e recursos à nossa disposição para o bem de toda a humanidade”, afirmou Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão.

 

 

“Nenhum líder pode ficar tranquilo até todas as pessoas de todas as nações poderem ter acesso rápido e gratuito a uma vacina”, acrescentou.

 

 

A carta, coordenada pelas organizações não governamentais UNAIDS e Oxfam, alerta que o mundo não pode permitir monopólios ou concorrência que atrapalhem a necessidade universal de salvar vidas.

 

 

“Esta é uma crise sem precedentes e requer uma resposta sem precedentes”, considerou, por sua vez, a ex-Presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf.

 

 

“Depois das lições aprendidas na luta contra o Ébola, é óbvio que os governos devem remover todas as barreiras ao desenvolvimento e implantar rapidamente vacinas e tratamentos. Nenhum interesse é mais importante do que a necessidade universal de salvar vidas”, disse.

 

Os líderes que assinam a carta querem, no entanto, que haja, de imediato, um compromisso concreto que garanta que a vacina fique acessível e disponível para todos o mais rapidamente possível.

 

 

“As soluções de mercado não são ideais para combater uma pandemia”, reiterou o ex-ministro das Finanças do Brasil Nelson Barbosa.

 

 

“Um sistema público de saúde, incluindo vacinação e tratamento gratuitos quando disponíveis, é essencial para lidar com o problema, como mostra a experiência brasileira com o licenciamento obrigatório de medicamentos antirretrovirais no caso do HIV”, concluiu.

 

 

Desde que foi detetada na China, em dezembro do ano passado, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 294 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP.

 

 

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (1,86 milhões contra 1,8 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (111 mil contra 160 mil).

 

 

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (83.249) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,3 milhões).

 

 

Por regiões, a Europa soma mais de 160 mil mortos (mais de 1,8 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 88.600 mortos (mais de 1,4 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 23 mil mortos (mais de 405 mil casos), Ásia mais de 11 mil mortos (mais de 318 mil casos), Médio Oriente mais de 7.800 mortos (mais de 246 mil casos), África mais de 2.400 mortos (quase 70 mil casos) e Oceânia com 126 mortos (mais de 8.300 casos).

 

 

 

 

 

E como vai ser a ansiada vacina??… Há dados inquietantes…

 

 

 

 

 

Ansiamos pela vacina. As décadas vão passando e ainda não há vacina contra o vírus HIV. Vamos ter vacina contra o vírus SARS-CoV-2 que propaga a Covid-19? Se for conseguida, como todos aspiramos, quando for conseguida, como é que o acesso à vacina vai funcionar? O interesse público vai sobrepor-se ao monopólio de uma patente?

 

 

Confiemos que uma empresa de investigação farmacológica dá com a formula de uma vacina eficaz para que possamos instalar em cada um de nós uma barreira a este vírus que em menos de seis meses entrou no corpo de milhões de pessoas, causou centenas de milhares de mortos e fez desmoronar a economia de grande parte dos países do mundo.

 

Essa ansiada vacina, para além da extraordinária repercussão médica e social, pode proporcionar lucro gigantesco a quem a descobrir. Entra aqui a patente.

 

 

Está nas regras que uma empresa que investe muito dinheiro, saber, tempo, trabalho e esforço para conseguir alcançar uma vacina (uma vacina é um invento) queira garantir o monopólio, ou seja: que ninguém possa produzi-la ou comercializá-la sem contratar com quem fez a descoberta, que portanto fica com a patente.

 

 

Uma vacina, apesar do inquestionável interesse público, em modo superlativo esta tão desejada contra a covid-19, cabe no âmbito de contratos com o Estado definidos como atribuição de patente.

 

 

O que se sabe do que aconteceu com o preço que os produtores patenteados impuseram para medicamentos inovadores essenciais no tratamento de doenças é assustador – o Brasil, no tempo do presidente Lula contornou a patente de medicamentos usados para travar a SIDA.

 

 

É incontornável que o interesse público prevaleça. Obviamente, é justo que seja negociada a harmonização do interesse público com o privado. Mas acautelando que a vacina fica acessível a todas as pessoas.

 

 

Há dados inquietantes. Paul Hudson, presidente executivo do gigante francês da indústria farmacêutica Sanofi, afirmou, em entrevista na semana passada à Bloomberg, que se a investigação do grupo levar à vacina, “os EUA terão prioridade” no acesso a essa vacina, tendo em conta “o investimento que tem sido feito pelos americanos”. Argumenta que “o governo dos EUA tem direito à encomenda porque tomaram o risco de investir na nossa investigação”. Esta declaração talvez tenha em fundo a intenção de pressionar a União Europeia para que também acrescente financiamento robusto.

 

 

Obviamente, qualquer jogo de interesses com o acesso a uma tão determinante vacina é chocante. Indigna que o argumento pecuniário possa determinar algum privilégio no acesso ao bem que será esta vacina, bem que tem de ser público. A saúde tem de estar acima do mercado financeiro.

 

 

Quando for conseguida a vacina eficaz, esta tem mesmo de estar acessível a todos, em qualquer lugar do mundo, independentemente da condição económica da pessoa. É um dever que temos a partilhar.

 

 

É neste quadro que sobe ao centro das atenções a Assembleia Mundial da Saúde, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) promove neste início da semana (18 e 19 de maio). Normalmente, esta assembleia apenas interessa aos peritos e diferentes interesses do setor da saúde nos 194 países membros da organização da ONU para a saúde. Desta vez, a assembleia, a 73ª da OMS, interessa-nos a todos, é o palco de uma cerrada batalha geopolítica que a covid faz decorrer em modo virtual.

 

 

Um dos temas principais na agenda desta assembleia da OMS é um projeto de resolução apresentado pela União Europeia e apoiado por 20 países, entre os quais a Austrália, o Canadá, o Japão e o México. O principal opositor a este projeto é o governo dos EUA, e a questão central é explosiva, sobretudo, o acesso aos medicamentos e à vacina contra a covid-19.

 

 

Está oficializado perante a OMS que há neste momento 102 projetos de vacina em fase de desenvolvimento, dos quais oito em fase de ensaios pré-clínicos e dois em testes clínicos.

 

O projecto de resolução apresentado pela União Europeia defende, em forma clara, ao longo de seis páginas, o “acesso universal e equitativo, bem como a distribuição justa de todas as tecnologias e produtos sanitários” relacionados com a pandemia.

 

 

Esta posição europeia é enquadrada pela iniciativa “Act Accelerator”, lançada na última semana de abril pela União Europeia, pela GAVI (Aliança Global para as Vacinas e Imunização, lançada pela generosa Fundação Bill & Melinda Gates) e subscrita pela OMS. É uma iniciativa que propõe ação pragmática, multilateral e coordenada para garantir que a vacina, logo que conseguida, chega a todas as pessoas. Primeira prioridade, que seja dada às pessoas vulneráveis e ao pessoal sanitário. Logo a seguir, a todos. Esta iniciativa está financiada com 7,4 mil milhões de euros.

 

 

Os EUA, sob comando de Trump, apostam no “Warp Speed”, que pretende disponibilizar ainda neste ano eleitoral, supostamente em novembro, 100 milhões de vacinas e no começo do ano que vem, 200 milhões, exclusivamente para os americanos.

É essencial que a assembleia em curso da OMS reforce a solidariedade universal.

 

 

 

 

 

TPT com: AFP//AE//Sapo24//AI//Lusa//Francisco Sena Santos//MadreMedia// 20 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

Presidente do parlamento guineense defende que Guiné-Bissau deve sair da incerteza e indecisão

 

O presidente do parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, disse hoje que o país deve sair da situação de incerteza e indecisão em que se encontra, após um encontro com o chefe de Estado guineense.

 

 

“O país deve imediatamente sair desta situação de indecisão e incerteza que estamos a viver”, afirmou Cipriano Cassamá, no final de uma audiência com Umaro Sissoco Embaló para analisar a situação política no país.

 

 

Cipriano Cassamá disse que também falou com o Presidente guineense sobre as relações que devem existir entre os órgãos de soberania para que o país possa ser levado com “mais calma e no quadro da estabilidade”.

 

 

“Penso que o Presidente da República encontrará uma solução que os guineenses vão ficar satisfeitos”, referiu Cassamá, sem avançar mais detalhes sobre o que conversou com Sissoco Embaló.

 

A Assembleia Nacional Popular e a presidência do país vivem um momento de alguma crispação política, depois de Umaro Sissoco Embaló ter anunciado a criação de uma comissão para a revisão da Constituição.

 

 

Para o parlamento guineense, a decisão do Presidente é estranha, porque existe uma comissão criada pela Assembleia Nacional Popular para a revisão da Constituição.

 

 

O presidente do parlamento enviou uma carta a Sissoco Embaló a alertar que qualquer iniciativa de revisão constitucional deve seguir a própria Constituição, que determina que aquelas iniciativas cabem aos deputados.

 

 

Num comunicado emitido em abril, a CEDEAO reconheceu Umaro Sissoco Embaló como Presidente da Guiné-Bissau e instou as autoridades e classe política no sentido de encetarem diligências para promover a revisão constitucional no prazo de seis meses, antecedida de um referendo, bem como a nomeação de um novo Governo, que respeite os resultados das legislativas de março de 2019, até sexta-feira.

 

A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

 

 

Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

 

 

Nabian formou um Governo com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), o Partido de Renovação Social (PRS) e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

 

 

Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), não aceitou a derrota na segunda volta das presidenciais de dezembro e considerou que o reconhecimento da vitória do seu adversário é “o fim da tolerância zero aos golpes de Estado” por parte da CEDEAO.

 

 

A União Europeia, União Africana, ONU, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal elogiaram a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país, mas exortaram a que fossem executadas as recomendações da CEDEAO, sobretudo a de nomear um novo Governo respeitando o resultado das últimas legislativas.

 

O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país, declarado no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

 

 

 

 

TPT com: AFP//AEP//MSE // LFS//Lusa// 19 de Maio de 2020