O Real Madrid vence na Alemanha e fica mais perto da final da Liga dos Campeões

O Real Madrid foi até a Alemanha vencer o Bayern Munique por 2-1, em jogo da primeira-mão das meias-finais da Liga dos Campeões. Os bávaros foram melhores, tiveram grandes oportunidades de golo, mas acabaram por ser penalizados pela eficácia merengue que aproveitou cada erro dos campeões alemães para ganhar vantagem. Ronaldo teve um golo anulado.

 

 

Quem vê reste Real Madrid na Liga dos Campeões e na Liga Espanhola pode pensar que não são a mesma equipa. Os ‘blancos’, há muito afastados da luta pelo título em Espanha, tem estado a resguardar-se para a prova maior do futebol europeu, onde caminham a passos largos para continuar a fazer história: conquistar a 13.ª Liga dos Campeões da sua história, a terceira consecutiva.

 

Sabendo das suas fraquezas, Zidane tem sido muito astuto na fase a eliminar da Liga dos Campeões, montando uma equipa que vive muito do contra-ataque e do aproveitamento dos erros dos adversários. E frente ao Bayern foi o que se viu: os bávaros a dominarem o jogo e a ter muitas oportunidades, o Real Madrid a ser letal e a aproveitar todos os erros do adversário.

 

 

 

Mas é preciso frisar que Jupp Heynckes teve muito azar, já que viu a sua estratégia cair por ‘água abaixo’ logo no primeiro tempo, com os contratempos que foi tendo. Perdeu Robben aos 8 e Jerome Boateng aos 34 minutos, ambos por lesão, pelo que teve de mudar a equipa super-ofensiva que tinha em campo. É que o técnico alemão entrou para este jogo com a ‘carne toda no assador’, jogando com uma linha atacante com James Rodriguez, Muller, Robben, Ribery e Lewandowski. Zidane, sabendo do poderio ofensivo dos campeões alemães, surpreendeu ao deixar Bale e Benzema no banco, jogando apenas Isco, Ronaldo e Lucas Vázquez no ataque.

 

 

Thomas Muller, que se tornou-se no terceiro alemão com mais jogos na Liga dos Campeões (leva 100 jogos e está atrás de Lahm com 114 e Óliver Kahn com 107), falhou o 1-0 logo no primeiro minuto, a passe de Lewandowski.

 

 

O Real Madrid, que raramente se desposicionava e saia em bloco, vai sofrer o 1-0 exatamente num momento em que a defesa perdeu a organização até então evidenciada. Marcelo saiu da sua posição, James viu o ‘buraco’ na defesa e meteu a bola em Kimmich. O lateral correu pela direita e fez um centro/remate que acabou por enganar Keylor Navas.

 

 

Sempre melhor no jogo, com mais bola, os bávaros criaram cinco grandes oportunidades ainda no primeiro tempo para deixar o Real em dificuldades. Aos 35 Ribéry recebeu em posição privilegiada, mas adiantou a bola e esta foi parar às mãos de Keylor Navas; aos 40 foi o central Hummels a falhar o desvio na pequena área, quando estava sozinho; o terceiro falhanço é de Muller, num remate forte dentro da área que só não dá golo porque Sergio Ramos colocou-se na trajetória da bola; aos 45, Lewandowski primeiro e Muller depois não conseguiram bater Navas em mais duas oportunidades.

 

Mas este Real Madrid de Zidane, que se tornou numa equipa muito matreira na Liga dos Campeões, empatou no segundo remate que fez à baliza. No minuto 44 a defensiva bávara tirou mal uma bola que ficou a ‘pingar’ à entrada da área. Apareceu Marcelo a encher o pé e a fazer um golaço. Do nada, o Real Madrid chegava ao empate, num momento em que um 4-1 para os bávaros não escandalizaria.

 

 

A história repetiu-se no segundo tempo: o Bayern a dar espetáculo, a criar muitas oportunidades e lances de perigo e o Real Madrid… a marcar. Uma asneira de Rafinha aos 54 minutos deu em golo: Marco Asensio, que entrou no lugar de Isco ao intervalo, aproveitou um passe de Lucas Vázquez para fazer o 2-1 em lance de contra-ataque de dois para um. Antes desse golo, Varane tinha evitado o 2-1 dos bávaros.

 

 

Ribéry, o melhor dos bávaros esta noite, travou duelos com Carvajal e Keylor Navas, mas acabou por perder sempre para o guarda-redes merengue. O atacante francês viu o costa-riquenho defender os seus remates aos 59 e 63 minutos. E quando não era Navas, era o remate do francês que não acertava com o algo, como aconteceu aos 69 minutos. Aos 68 minutos, Muller teve a melhor oportunidade do Bayern no segundo tempo, mas, a um metro da baliza, atrapalhou-se com Lewandowski e nenhum deles desviou o centro de Ribéry. Os bávaros pediram penálti de Sergio Ramos no lance.

 

 

Depois do 2-1, o melhor do Real Madrid foi uma oportunidade de Benzema (entrou no lugar de Daniel Carvajal) que Sven Ulreich defendeu com os pés.

 

O Real Madrid volta a repetir o resultado da época passada, quando venceu o Bayern Munique no Allianz Arena por 2-1, nos quartos-de-final da prova, na altura com um bis de Cristiano Ronaldo. A segunda mão realiza-se na terça-feira, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, onde, na época passada, o Bayern conseguiu vencer e forçar o prolongamento.

 

 

Na outra meia-final, os ingleses do Liverpool ganharam grande vantagem no confronto com os italianos da Roma, ao vencerem em Anfield Road, na terça-feira, por 5-2, com ‘bis’ de Salah e Firminino e um tento de Mané. A segunda mão joga-se quarta-feira.

 

 

HEYNCKES LAMENTA ERROS: “OFERECEMOS DOIS GOLOS AO REAL MADRID E NÃO APROVEITAMOS AS NOSSAS OCASIÕES”

 

 

 

Jupp Heynckes atribui culpa a eficácia merengue e os erros da sua equipa pela derrota do Bayern Munique frente ao Real Madrid, na primeira-mão das meias-finais da Liga dos Campeões. As lesões de Robben e Boateng também não ajudaram, na opinião do antigo treinador do Benfica. O técnico alemão acredita que pode dar a volta ao jogo para a semana, no Bernabéu.

 

“Oferecemos dois golos ao Real Madrid com erros claros e tivemos uma série de ocasiões de golo que não aproveitámos. Assim sendo, a derrota não é surpreendente. Não marcámos e, além disso, não foi fácil perder jogadores como Robben e Boateng e ainda oferecemos um golo estúpido antes do intervalo. Aliás, dois, foram dois golos oferecidos. Mas criámos uma série de boas ocasiões, mas não as soubemos aproveitar. Mas ainda não desistimos, ainda faltam noventa minutos”, destacou o técnico.

 

 

“Tivemos tantas oportunidades, foi estranho. Nunca tinha tido tantas oportunidades numa meia-final, particularmente frente a uma equipa como o Real Madrid. Simplesmente não fomos suficientemente cirúrgicos como o Real foi”, finalizou.

 

Apesar da derrota,, Heynckes vê o Bayern com capacidade para vencer no Bernabéu, como aconteceu na época passada, mas agora para se apurar para a final de Kiev.

 

 

“Vamos fazer o que for preciso para corrigir este resultado na próxima semana- É o nosso dever. As meias-finais são dois jogos, tempos de ver o que acontece no final dos dois jogos. Acho que não merecíamos perder esta noite, portanto, continuo confiante”, sublinhou.

 

A segunda mão realiza-se na terça-feira, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, onde, na época passada, o Bayern conseguiu forçar o prolongamento nas meias-finais, precisamente depois de perder em casa por idêntico resultado.

 

 

TIVEMOS DIFICULDADES, SOFREMOS MUITO MAS NÃO SE PODE GANHAR A CHAMPIONS SEM SOFRER”, disse Zidane

 

 

 

Zidane admitiu que o resultado foi melhor que a exibição, depois de vencer o Bayern Munique por 2-1, em jogo da primeira-mão das meias-finais da ‘Champions’. O técnico dos merengues admite que a equipa terá de fazer muito melhor daqui a uma semana no Bernabéu, se quiser apurar-se para a final da prova milionária.

 

“Podemos estar contentes com o resultado. Tivemos dificuldades no início do jogo. Custou-nos sair com bola mas fizemos uma segunda parte melhor. Ganhar aqui não é fácil. Se podemos fazer melhor? Sim. Mas podemos estar satisfeitos com o jogo. […] Não se pode ganhar a Champions sem sofrer. Foi pena termos perdido Isco e Dani Carvajal mas Marco Asensio entrou e fez a diferença”, disse o técnico em conferência de imprensa, já a pensar também na segunda-mão, na próxiima semana.

 

 

“No futebol não se pode dizer que as coisas estão feitas depois do jogo fora. Sabemos que vamos ter de sofrer em casa. Depois da Juventus sabemos que temos de abordar de forma diferente o jogo em casa. De certeza. Se não, podemos passar mal”, avisou.

 

Zidane aproveitou para defender Keylor Navas a respeito do golo do Bayern Munique e elogiar Ribéry, o melhor dos bávaros.

 

 

“É um erro de todos. No início da jogada não estamos bem posicionados e depois acontece uma sequência de erros. Não foi só Keylor. Mas na segunda parte fez duas ou três defesas e esteve muito bem. […] Ribéry fez um grande jogo, mas na segunda parte, incluindo quando Carvajal saiu do campo e Lucas foi para lateral, estivemos bem”, explicou.

 

 

 

Um golo anulado, uma série quebrada, (mais) um recorde batido: a noite de Ronaldo em Munique

 

 

 

Os números de Cristiano Ronaldo ao intervalo em Munique pareciam deixar adivinhar que esta não seria mesmo noite para o português brilhar: em 45 minutos, teve apenas 13 ações com bola, um remate desenquadrado, dois dribles falhados e outros tantos foras de jogo. No entanto, com ele o melhor mesmo é não fazer previsões até ao final do jogo, não vá aparecer do nada mais um cabeceamento no segundo andar ou um pontapé de bicicleta. E essa ideia não esteve muito longe de acontecer: após receber um passe longo, o avançado dominou a bola e rematou certeiro cruzado de pé esquerdo, mas o golo foi anulado por ter controlado com o braço no início do lance.

 

Desta forma, o número 7 acabou por quebrar uma série de dez encontros consecutivos sempre a marcar na presente edição da Champions: Apoel (dois), B. Dortmund (dois), Tottenham, Tottenham, Apoel (dois) e B. Dortmund na fase de grupos, entre setembro e dezembro; bis em Madrid e mais um golo em França nos oitavos com o PSG, entre fevereiro e março; bis em Turim e mais um golo no Bernabéu nos quartos com a Juventus, em abril.

 

Em paralelo, Cristiano Ronaldo falhou a possibilidade de superar o melhor registo pessoal no que toca a jogos consecutivos a marcar pelo menos um golo, igualando os 12 conseguidos em 2014 (nessas 12 partidas tinha feito 20 golos, contra Córdoba, Atl. Madrid, Basileia, Deportivo, Elche, Villarreal, Ludogorets, Athl. Bilbao, Levante, Liverpool, Barcelona e Granada). Desta vez, as vítimas foram Real Sociedad, PSG, Betis, Alavés, Getafe, PSG, Eibar, Girona, Juventus, Atl. Madrid, Juventus e Athl. Bilbao, num total de 22 golos em 12 encontros.

 

Ainda assim, e como parece ser já uma regra instituída em termos de jogos europeus, o avançado acabou por conseguir bater mais um recorde: com o triunfo do Real Madrid em Munique, o português tornou-se o jogador com mais vitórias na Liga dos Campeões (96), ultrapassando neste particular o guarda-redes do FC Porto Iker Casillas (95). Seguem-se na lista Xavi (91), Raúl (79), Iniesta (79), Ryan Giggs (76) e Lionel Messi (73).

 

 

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Record//Observador// 25 de Abril de 2018

 

 

 

 

 

 

Academia Sueca pondera não entregar este ano o Nobel da Literatura devido a escândalo

A Academia Sueca que está a ser abalada por um escândalo envolvendo fugas de informação e abusos sexuais que fez sair cinco membros, poderá não atribuir este ano o prémio Nobel da Literatura, indicou esta quarta-feira o presidente da Fundação Nobel, Carl-Henrik Heldin (na fotografia, a discursar).

 

 

Em declarações à televisão pública sueca SVT, o responsável falava depois de a rádio pública SR ter noticiado que várias pessoas do Comité Nobel e da Academia Sueca consideram que o prémio não deve ser concedido este ano, para dar tempo à instituição para cicatrizar as feridas e recuperar a confiança da opinião pública.

 

 

Assim, seriam outorgados dois prémios de Literatura em 2019, um dos quais correspondente ao ano anterior, de acordo com uma ideia apoiada por Peter Englund, um dos membros que abandonou a academia.

 

 

“Estamos no meio de uma discussão, não vou dizer nada sobre isso, mas dentro de pouco tempo será explicado o que vai acontecer nesse ponto (a eleição do vencedor deste ano)”, disse à emissora Anders Olsson, secretário permanente interino da academia fundada em 1786.

 

 

Por sua vez, Per Wästberg, outro membro da academia, disse à SVT que só daqui a um par de semanas se poderá dar uma resposta definitiva sobre a questão.

 

 

Já o diretor da instituição, Göran Malmqvist, desmentiu à edição digital do diário Dagens Nyheter que o prémio não vá ser entregue e, embora admitindo que houve uma proposta nesse sentido, considerou-a descartada e garantiu que seria “horrível” se tal acontecesse. No entanto, a decisão sobre o prémio deverá ser tomada por todos os membros da academia, sendo o papel principal desempenhado pelo secretário permanente.

 

 

O Nobel da Literatura, atualmente no valor de nove milhões de coroas suecas (863.000 euros) foi, tal como os das restantes categorias, sete vezes não atribuído durante as guerras mundiais do século passado — em 1914 e 1918, em 1935, e depois em 1940, 1941, 1942 e 1943 – mas nunca por outros motivos.

 

 

O escândalo rebentou em novembro, quando o jornal Dagens Nyheter publicou a denúncia anónima de 18 mulheres de abusos e agressões sexuais contra o dramaturgo Jean-Claude Arnault, ligado à academia através do seu clube literário e marido de um dos seus membros, Katarina Frostenson.

 

 

A academia cortou todas as ligações a Arnault e encomendou uma auditoria independente sobre as suas relações com a instituição, mas divergências internas quanto às medidas a adotar desencadearam demissões, acusações e saídas de cinco membros, entre os quais a secretária permanente em exercício, Sara Danius, e Katarina Frostenson.

 

 

Na passada quinta-feira, os membros que continuam a ocupar as suas cadeiras na academia decidiram divulgar os resultados dessa auditoria e entregá-los às autoridades, além de anunciar reformas.

 

 

O relatório rejeita que Arnault tenha influenciado decisões sobre prémios e subsídios, embora o apoio económico que recebeu viole as regras de imparcialidade, pelo facto de a sua mulher ser coproprietária da empresa que geria o clube literário; e confirma que a confidencialidade sobre o vencedor do Nobel foi diversas vezes violada.

 

 

De entre as mudanças no funcionamento da instituição, destaca-se a reforma dos estatutos proposta pelo rei Carlos XVI Gustavo, patrono da academia, para permitir a verdadeira renúncia dos seus membros, por desejo próprio ou após dois anos sem participarem ativamente, e a possibilidade de serem substituídos.

 

 

Até agora, as renúncias são simbólicas, porque a pertença à academia é vitalícia e só são eleitos novos membros quando vaga alguma cadeira por morte do respetivo ocupante.

 

 

Estas últimas cinco saídas (somadas à ausência de duas autoras que há vários anos boicotam a instituição, por outros motivos) deixaram a instituição com apenas 11 dos 18 assentos ocupados, menos um que os necessários para eleger novos membros e tomar decisões, como as relativas ao Nobel.

 

 

 

Secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, abandona cargo devido a crise interna

 

 

 

Sara Danius, que abandonará também o seu assento na academia, não quis revelar se a sua saída ocorreu ou não depois de uma votação e assegurou que não foi discutido o nome do seu sucessor.

 

“Não posso entrar nesse assunto, é confidencial. É a vontade da academia, e aceito-a. Gostaria de continuar (no cargo), mas há outras coisas para fazer na vida”, disse Danius no final da reunião realizada na sede da instituição e que durou três horas, o dobro do que é habitual.

 

 

Tratou-se da primeira reunião da instituição após a demissão, na passada sexta-feira, de outros três académicos – Klas Östergren, Kjell Espmark e Peter Englund – que aludiram de forma indireta ao caso envolvendo o dramaturgo francês Jean-Claude Arnault, ligado à academia e marido de um dos seus membros, Katarina Frostenson, cuja saída foi também hoje comunicada.

 

 

Em novembro, no meio da campanha de denúncias de abusos sexuais “MeToo” (Eu Também), 18 mulheres revelaram de forma anónima, no jornal diário Dagens Nyheter, abusos cometidos por Arnault em instalações pertencentes à Academia Sueca.

 

 

Quando o escândalo surgiu, a Academia Sueca cortou a relação privilegiada que mantinha com o dramaturgo e pediu uma investigação externa, enquanto várias mulheres interpunham processos judiciais e o ministério público abria um inquérito, entre duras críticas do mundo cultural à instituição.

 

 

Os investigadores independentes recomendaram a denúncia do Forum, o clube literário dirigido por Arnault, por irregularidades no financiamento recebido da academia.

 

 

O relatório alertava igualmente que Frostenson era coproprietária da empresa que geria o clube, o que violava as normas de imparcialidade para concessão de ajudas, e que Arnault tinha sido o autor de fugas de informação sobre o vencedor do Nobel em sete ocasiões.

 

 

Mas uma proposta para expulsar Frostenson foi rejeitada pela maioria, o que causou a demissão dos outros três membros, que criticaram publicamente os seus colegas por sobreporem motivos pessoais à responsabilidade de zelar pela integridade da instituição.

 

 

Hoje, no final da reunião, o diretor da Academia Sueca, Anders Olsson, justificou a saída de Frostenson e Danius com a necessidade de sobrevivência da instituição.

 

 

“Creio que todos entendemos a gravidade da situação em que nos encontramos. Vimo-nos obrigados a um compromisso, a dar um passo atrás. Quem apoiava Frostenson retrocedeu, e ela aceitou deixar o seu lugar. Quisemos também solucionar esta crise de confiança com a saída de Danius”, explicou Olsson.

 

 

Com estas cinco saídas, só 11 das 18 cadeiras da academia estão ocupadas, já que duas autoras boicotam a instituição desde há vários anos, por outros motivos.

 

 

O abandono do assento na academia é uma decisão simbólica, uma vez que a eleição é vitalícia, embora os membros possam optar por não participar nem nas suas atividades nem nas suas votações.

 

 

 

O cantor e compositor americano não compareceu à cerimónia solene de entrega do prémio, no dia 10 de dezembro de 2016, tendo enviado apenas um discurso de agradecimento.

 

 

 

Bob Dylan tem até 10 de junho para decidir se aceita o dinheiro do Nobel

 

 

 

A Academia Sueca relembrou o vencedor do Prémio Nobel de Literatura, Bob Dylan, que este tem até 10 de junho para fazer um discurso de aceitação, caso deseje receber o dinheiro do prémio.

 

O discurso, denominado de “conferência/palestra Nobel”, pode ser feito em qualquer formato, inclusive através de uma transmissão em vídeo ou até mesmo numa canção.

 

 

“Não tivemos nenhuma conversa por telefone com Bob Dylan nos últimos meses. Dylan sabe que deve fazer uma conferência Nobel até 10 de junho no mais tardar para receber o pagamento” de nove milhões de coroas suecas (863.000 euros) escreveu Sara Danius, secretária permanente da Academia Sueca, no seu blog.

 

“O que ele decidir fazer é um problema dele”, acrescentou.

 

O artista tem três concertos agendados na Suécia, dois deles em Estocolmo nos dias 1 e 2 de abril e o outro em Lund (sul) no dia 9. De acordo com Danius, as apresentações de Estocolmo estavam programadas muito antes do anúncio do Prémio Nobel.

 

 

Bob Dylan permanecerá como o vencedor do Nobel de Literatura de 2016, independente de apresentar o discurso ou não.

 

 

“No que diz respeito à Academia Sueca está claro que o vencedor do Prémio Nobel de Literatura é Bob Dylan e mais ninguém”, destacou Danius.

 

 

O primeiro cantor e compositor a receber o prémio, Dylan reagiu com um grande silêncio tendo falado sobre o tema duas semanas após o anúncio.

 

 

Depois, o artista não apresentou nenhuma explicação sobre sua ausência na cerimónia de 10 de dezembro, mas enviou um discurso de agradecimento no qual dizia estar “honrado por receber um prémio tão prestigioso”.

 

 

Antes de Bob Dylan, outros premiados como Doris Lessing, Harold Pinter ou Elfriede Jelinek não compareceram a Estocolmo, mas realizaram a “conferência/palestra Nobel”.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//Lusa//Observador// Henrik Montgomery//EPA//Dagens Nyheter//Jonas Ekstromer//EPA// 25 de Abril de 2018  

 

 

 

 

 

 

 

Escândalo leva Academia Sueca a ponderar não entregar Prémio Nobel da Literatura este ano

A Academia Sueca que está a ser abalada por um escândalo envolvendo fugas de informação e abusos sexuais que fez sair cinco membros, poderá não atribuir este ano o prémio Nobel da Literatura, indicou esta quarta-feira o presidente da Fundação Nobel, Carl-Henrik Heldin (na fotografia, a discursar).

Em declarações à televisão pública sueca SVT, o responsável falava depois de a rádio pública SR ter noticiado que várias pessoas do Comité Nobel e da Academia Sueca consideram que o prémio não deve ser concedido este ano, para dar tempo à instituição para cicatrizar as feridas e recuperar a confiança da opinião pública.

Assim, seriam outorgados dois prémios de Literatura em 2019, um dos quais correspondente ao ano anterior, de acordo com uma ideia apoiada por Peter Englund, um dos membros que abandonou a academia.

“Estamos no meio de uma discussão, não vou dizer nada sobre isso, mas dentro de pouco tempo será explicado o que vai acontecer nesse ponto (a eleição do vencedor deste ano)”, disse à emissora Anders Olsson, secretário permanente interino da academia fundada em 1786.

Por sua vez, Per Wästberg, outro membro da academia, disse à SVT que só daqui a um par de semanas se poderá dar uma resposta definitiva sobre a questão.

Já o diretor da instituição, Göran Malmqvist, desmentiu à edição digital do diário Dagens Nyheter que o prémio não vá ser entregue e, embora admitindo que houve uma proposta nesse sentido, considerou-a descartada e garantiu que seria “horrível” se tal acontecesse. No entanto, a decisão sobre o prémio deverá ser tomada por todos os membros da academia, sendo o papel principal desempenhado pelo secretário permanente.

O Nobel da Literatura, atualmente no valor de nove milhões de coroas suecas (863.000 euros) foi, tal como os das restantes categorias, sete vezes não atribuído durante as guerras mundiais do século passado — em 1914 e 1918, em 1935, e depois em 1940, 1941, 1942 e 1943 – mas nunca por outros motivos.

O escândalo rebentou em novembro, quando o jornal Dagens Nyheter publicou a denúncia anónima de 18 mulheres de abusos e agressões sexuais contra o dramaturgo Jean-Claude Arnault, ligado à academia através do seu clube literário e marido de um dos seus membros, Katarina Frostenson.

A academia cortou todas as ligações a Arnault e encomendou uma auditoria independente sobre as suas relações com a instituição, mas divergências internas quanto às medidas a adotar desencadearam demissões, acusações e saídas de cinco membros, entre os quais a secretária permanente em exercício, Sara Danius, e Katarina Frostenson.

Na passada quinta-feira, os membros que continuam a ocupar as suas cadeiras na academia decidiram divulgar os resultados dessa auditoria e entregá-los às autoridades, além de anunciar reformas.

O relatório rejeita que Arnault tenha influenciado decisões sobre prémios e subsídios, embora o apoio económico que recebeu viole as regras de imparcialidade, pelo facto de a sua mulher ser coproprietária da empresa que geria o clube literário; e confirma que a confidencialidade sobre o vencedor do Nobel foi diversas vezes violada.

De entre as mudanças no funcionamento da instituição, destaca-se a reforma dos estatutos proposta pelo rei Carlos XVI Gustavo, patrono da academia, para permitir a verdadeira renúncia dos seus membros, por desejo próprio ou após dois anos sem participarem ativamente, e a possibilidade de serem substituídos.

Até agora, as renúncias são simbólicas, porque a pertença à academia é vitalícia e só são eleitos novos membros quando vaga alguma cadeira por morte do respetivo ocupante.

Estas últimas cinco saídas (somadas à ausência de duas autoras que há vários anos boicotam a instituição, por outros motivos) deixaram a instituição com apenas 11 dos 18 assentos ocupados, menos um que os necessários para eleger novos membros e tomar decisões, como as relativas ao Nobel.

 

 

 

Secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, abandona cargo devido a crise interna

 

 

Sara Danius, que abandonará também o seu assento na academia, não quis revelar se a sua saída ocorreu ou não depois de uma votação e assegurou que não foi discutido o nome do seu sucessor.

“Não posso entrar nesse assunto, é confidencial. É a vontade da academia, e aceito-a. Gostaria de continuar (no cargo), mas há outras coisas para fazer na vida”, disse Danius no final da reunião realizada na sede da instituição e que durou três horas, o dobro do que é habitual.

Tratou-se da primeira reunião da instituição após a demissão, na passada sexta-feira, de outros três académicos – Klas Östergren, Kjell Espmark e Peter Englund – que aludiram de forma indireta ao caso envolvendo o dramaturgo francês Jean-Claude Arnault, ligado à academia e marido de um dos seus membros, Katarina Frostenson, cuja saída foi também hoje comunicada.

Em novembro, no meio da campanha de denúncias de abusos sexuais “MeToo” (Eu Também), 18 mulheres revelaram de forma anónima, no jornal diário Dagens Nyheter, abusos cometidos por Arnault em instalações pertencentes à Academia Sueca.

Quando o escândalo surgiu, a Academia Sueca cortou a relação privilegiada que mantinha com o dramaturgo e pediu uma investigação externa, enquanto várias mulheres interpunham processos judiciais e o ministério público abria um inquérito, entre duras críticas do mundo cultural à instituição.

Os investigadores independentes recomendaram a denúncia do Forum, o clube literário dirigido por Arnault, por irregularidades no financiamento recebido da academia.

O relatório alertava igualmente que Frostenson era coproprietária da empresa que geria o clube, o que violava as normas de imparcialidade para concessão de ajudas, e que Arnault tinha sido o autor de fugas de informação sobre o vencedor do Nobel em sete ocasiões.

Mas uma proposta para expulsar Frostenson foi rejeitada pela maioria, o que causou a demissão dos outros três membros, que criticaram publicamente os seus colegas por sobreporem motivos pessoais à responsabilidade de zelar pela integridade da instituição.

Hoje, no final da reunião, o diretor da Academia Sueca, Anders Olsson, justificou a saída de Frostenson e Danius com a necessidade de sobrevivência da instituição.

“Creio que todos entendemos a gravidade da situação em que nos encontramos. Vimo-nos obrigados a um compromisso, a dar um passo atrás. Quem apoiava Frostenson retrocedeu, e ela aceitou deixar o seu lugar. Quisemos também solucionar esta crise de confiança com a saída de Danius”, explicou Olsson.

Com estas cinco saídas, só 11 das 18 cadeiras da academia estão ocupadas, já que duas autoras boicotam a instituição desde há vários anos, por outros motivos.

O abandono do assento na academia é uma decisão simbólica, uma vez que a eleição é vitalícia, embora os membros possam optar por não participar nem nas suas atividades nem nas suas votações.

 

O cantor e compositor americano não compareceu à cerimónia solene de entrega do prémio, no dia 10 de dezembro de 2016, tendo enviado apenas um discurso de agradecimento.

 

 

Bob Dylan tem até 10 de junho para decidir se aceita o dinheiro do Nobel

 

 

A Academia Sueca relembrou o vencedor do Prémio Nobel de Literatura, Bob Dylan, que este tem até 10 de junho para fazer um discurso de aceitação, caso deseje receber o dinheiro do prémio.

 

 

 

O discurso, denominado de “conferência/palestra Nobel”, pode ser feito em qualquer formato, inclusive através de uma transmissão em vídeo ou até mesmo numa canção.

“Não tivemos nenhuma conversa por telefone com Bob Dylan nos últimos meses. Dylan sabe que deve fazer uma conferência Nobel até 10 de junho no mais tardar para receber o pagamento” de nove milhões de coroas suecas (863.000 euros) escreveu Sara Danius, secretária permanente da Academia Sueca, no seu blog.

“O que ele decidir fazer é um problema dele”, acrescentou.

O artista tem três concertos agendados na Suécia, dois deles em Estocolmo nos dias 1 e 2 de abril e o outro em Lund (sul) no dia 9. De acordo com Danius, as apresentações de Estocolmo estavam programadas muito antes do anúncio do Prémio Nobel.

Bob Dylan permanecerá como o vencedor do Nobel de Literatura de 2016, independente de apresentar o discurso ou não.

“No que diz respeito à Academia Sueca está claro que o vencedor do Prémio Nobel de Literatura é Bob Dylan e mais ninguém”, destacou Danius.

O primeiro cantor e compositor a receber o prémio, Dylan reagiu com um grande silêncio tendo falado sobre o tema duas semanas após o anúncio.

Depois, o artista não apresentou nenhuma explicação sobre sua ausência na cerimónia de 10 de dezembro, mas enviou um discurso de agradecimento no qual dizia estar “honrado por receber um prémio tão prestigioso”.

Antes de Bob Dylan, outros premiados como Doris Lessing, Harold Pinter ou Elfriede Jelinek não compareceram a Estocolmo, mas realizaram a “conferência/palestra Nobel”.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//Lusa//Observador// Henrik Montgomery//EPA//Dagens Nyheter//Jonas Ekstromer//EPA// 25 de Abril de 2018  

 

O rei Felipe VI destaca que Portugal e Espanha estão a caminhar de “mãos dadas” rumo ao progresso das duas nações

O rei espanhol salientou esta segunda-feira, na gala em honra do Presidente da República, que Portugal e Espanha caminham atualmente “juntos” e “de mãos dadas”, depois de terem deixado para trás os tempos em que estiveram de costas voltadas. “Ficaram para trás os tempos em que estivemos de costas voltadas e hoje vamos de mãos dadas e caminhamos juntos”, disse o rei Felipe VI no jantar de gala em honra de Marcelo Rebelo de Sousa que encerra o primeiro dia da visita de Estado do Presidente português a Espanha.

 

 

O rei espanhol agradeceu que o Presidente português lhe tenha atribuído o grande colar da Ordem da Liberdade, uma distinção atribuída aos chefes de Estado estrangeiros e que reconhece ações a favor da defesa da liberdade, democracia e direitos humanos. Numa cerimónia realizada a meio do dia na residência dos reis espanhóis, o Palácio da Zarzuela, Felipe VI também atribuiu a Marcelo Rebelo de Sousa o grande colar de Carlos III , uma condecoração a pessoas que tiveram destaque especialmente pelas suas boas ações em benefício da Espanha.

 

 

O rei de Espanha sublinhou que os dois países tiveram de atravessar crises económicas, mas hoje vivem tempos de recuperação económica que devem ser aproveitados para diminuir as desigualdades sociais, sem deixar para trás os mais vulneráveis. Felipe VI fez também uma referência à exposição sobre o escritor português Fernando Pessoa que está no museu Rainha Sofia de Madrid e que os dois chefes de Estado vão visitar na terça-feira.

 

 

Essa mostra “é um exemplo do dinamismo das nossas relações culturais”, considerou o rei, acrescentando que a “Espanha é uma grande admiradora da literatura lusa, mas também da sua música, dos seus magníficos artistas plásticos e do talento dos grandes arquitetos portugueses”. Felipe VI recordou que no próximo ano, em 19 de dezembro de 2019, se comemoram os 500 anos do “início de uma dos maiores feitos da história da humanidade”: a primeira viagem de circunavegação da Terra que, com o “impulso” da Coroa espanhola, foi iniciada pelo português Fernando de Magalhães e terminada pelo espanhol Juan Sebastián Elcano.

 

 

“Somos bons sócios e amigos na União Europeia, na NATO e nas Nações Unidas”, disse o rei espanhol, recordando em seguida que o secretário-geral desta última organização internacional é o português António Guterres. Numa parte do discurso em que falou em português, Felipe VI sublinhou “a intensa e decidida participação de Portugal na Cimeiras Ibero-Americanas”.

 

 

Marcelo diz que relações refundaram-se com a democracia

 

 

 

O Presidente da República considerou que o relacionamento entre Portugal e Espanha foi refundado com a democracia e a opção pela integração europeia, que encerraram um tempo de “dúvidas e angústias” nas relações bilaterais. “Nada como a democracia para integrar antinomias, nada como a Europa para enquadrar incompreensões. Ambas nos obrigaram a reler o tempo anterior e a superar dúvidas e angústias, e a entender que a história não se reescreve nem se recria. É como é, um todo, constituído por gestos grandiosos e por pecados ignominiosos”, declarou.

 

 

O chefe de Estado destacou o “papel refundador” dos seus antecessores, defendendo que “deu substância a uma mudança irreversível nas relações entre os dois Estados” e mencionando-os um por um: António Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a “genuína consideração e amizade” entre os presidentes de Portugal e o rei Juan Carlos e depois, com o rei Felipe VI, “tinha e tem uma dimensão política” e deu “um impulso determinante” às relações bilaterais.

 

 

No início da sua intervenção, o chefe de Estado expressou “admiração e amizade” em relação a Felipe VI, que elogiou “pelo sereno apego aos valores éticos e jurídicos, a natural humanidade, a sábia prudência, a aguda compreensão das pessoas e dos factos”. Depois, enalteceu a “dedicação” da rainha Letizia, “traduzida também em proximidade e sensibilidade para com tantas causas sociais e culturais abraçadas pela coroa”.

 

 

Sobre o anterior período das relações entre Portugal e Espanha, descreveu-o como “um tempo feito de longos e ricos séculos assinalado pela permanente dúvida, para não dizer angústia” quanto à conciliação pacífica das diferenças, com “aparentes convergências” que escondiam “efetivas desconfianças recíprocas, quando não mera indiferença”. “Assim aconteceu com as décadas do século XX que antecederam as nossas democracias, durante as quais foi patente a oposição entre a visão continental de uns e a visão colonial de outros. Até que as nossas democracias e a nossa opção europeia viraram uma decisiva página da história”, afirmou.

 

 

De acordo com o Presidente, desde então, as sociedades portuguesa e espanhola aprofundaram a sua ligação, “era como se os povos só se descobrissem em profundidade depois de haverem atravessado oceanos para descobrirem novos mundos”. Em castelhano, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que o “tempo radicalmente novo” que se vive “relativiza queixas antigas ou novas reservas mentais” e exige que Portugal e Espanha “prossigam e acelerem e antecipem um caminho de futuro — tal como o fizeram, nestas décadas de reencontro, milhões de espanhóis e de portugueses, continentais e insulares, de todas as latitudes e longitudes”.

 

 

No final do seu discurso, o chefe de Estado brindou “à saúde e felicidade pessoal e institucional do rei Felipe VI e da rainha Letizia, à prosperidade material e espiritual de Espanha” e “à indelével e fraterna amizade” entre os dois povos e Estados.

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa continua a sua visita de Estado a Espanha na terça-feira participando, entre outros eventos, num encontro de empresários e agentes económicos dos dois países e tendo uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. A deslocação termina na quarta-feira com uma deslocação a Salamanca em que numa parte do programa também vai estar acompanhado por Felipe VI.

 

 

 

TPT com: AFP//Lusa//MARISCAL/EPA//Observador// 16 de Abril de 2018

 

 

 

 

 

Donald Trump ordenou ataque militar contra a Síria em coordenação com a França e o Reino Unido

“Ordenei às forças armadas dos Estados que lancem ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, declarou Trump esta noite, na Casa Branca. De acordo com o presidente dos EUA, os ataques serão realizados em coordenação com a França e o Reino Unido.

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou esta noite que deu ordens para um ataque militar contra a Síria, focado nas “capacidades de armas químicas” do regime liderado por Bashar al-Assad. A notícia de última hora está a ser avançada pela CNN e outros meios de comunicação social norte-americanos.

 

 

 

O objetivo da operação consiste em “estabelecer um forte impedimento contra a produção, disseminação e utilização de armas químicas”, sublinhou Trump. “A resposta combinada americana, britânica e francesa a essas atrocidades vão integrar todos os instrumentos do nosso poder nacional: militar, económico e diplomático”, afirmou Trump.

 

 

O presidente norte-americano disse também que os ataques vão continuar até que o regime sírio cesse de utilizar armas químicas. “Estamos preparados para sustentar esta resposta até que o regime sírio cesse de utilizar agentes químicos proibidos”, disse Trump.

 

 

 

UA, França e Reino Unido bombardeiam alegadas instalações de armas químicas na Síria

 

 

 

Desta vez não é “bluff”. Donald Trump anunciou o lançamento de “ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, em coordenação com a França e o Reino Unido, e cumpriu. “Al-Jazeera” noticia que as baterias anti-aéreas do regime sírio “responderam ao ataque desta noite”.

 

Os EUA, a França e o Reino Unido avançaram esta noite com uma operação militar conjunta na Síria, bombardeando alvos que estarão associados a instalações de armas químicas utilizadas pelo regime de Bashar al-Assad. Trata-se de uma retaliação contra o alegado “ataque químico” da semana passada em Damasco, atribuído ao regime de Assad, que causou 40 vítimas mortais. O objetivo consiste em impedir “a produção, disseminação e utilização de armas químicas”, segundo Donald Trump, presidente dos EUA.

 

 

“Ordenei às forças armadas dos Estados que lancem ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, declarou Trump esta noite, na Casa Branca. De acordo com o presidente dos EUA, os ataques seriam realizados em coordenação com a França e o Reino Unido. Ao mesmo tempo que Trump anunciava a operação militar reportaram-se várias explosões em Damasco, segundo noticia a Al-Jazeera.

 

 

A mesma estação televisiva informa que as baterias anti-aéreas do regime “responderam ao ataque desta noite”. Por seu lado, uma testemunha citada pela Reuters diz que Barzeh, uma zona na região norte de Damasco onde está instalado um laboratório científico, foi atingida pelo bombardeamento dos EUA e respetivos aliados europeus. O jornal “The Guardian” revela que quatro caças Tornado da Força Aérea Real (“RAF – Royal Air Force”) levantaram voo a partir do Chipre e lançaram mísseis contra uma antiga base militar na Síria, perto da cidade de Homs, “onde o regime sírio terá mantido precursores de armas químicas”.

 

 

Em conferência de imprensa no Pentágono, EUA, o general Joseph Dunford afirma que os EUA “identificaram especificamente” alvos para “mitigar o risco de forças russas serem envolvidas”. O mesmo general, líder do Estado-Maior Conjunto dos EUA, assegura que “esta vaga de ataques aéreos terminou e por isso é que estamos a falar agora”. Ou seja, a conferência no Pentágono realizou-se após a conclusão da primeira operação de bombardeamentos na Síria. Quase ao mesmo tempo, a televisão estatal da Síria noticia que os mísseis que alvejaram Homs foram interceptados e não causaram danos.

 

 

Ataque conjunto de EUA e aliados visou três alvos com armas químicas

 

 

 

 

A ofensiva lançada hoje pelos EUA, Reino Unido e França contra o Governo de Bashar Al Asad consistiu em três ataques contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.

 

O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a “investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas”.

 

 

O segundo objetivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad.

 

 

Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um “importante centro de comandos”, ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.

 

 

“Os objetivos que foram atacados e destruídos estavam associados ao programa de armamento químico do regime sírio. Também selecionamos objetivos que minimizassem o risco para civis inocentes”, afirmou Dunford em conferência de imprensa.

 

 

O ministério da Defesa do Reino Unido indicou que quatro aviões de combate Tornados da Força Aérea Real (RAF) participaram no ataque “com êxito” na Síria contra um armazém militar do regime de Bashar Al Asad.

 

 

Os aparelhos britânicos foram lançados como parte da missão coordenada entre o Reino Unido, os EUA e a França para lançar mísseis contra uma antiga base militar síria, situada a cerca de 24 quilómetros a oeste da cidade de Homs, revelou o ministério.

 

 

Os ataques dos aviões foram feitos depois de se ter confirmado que aquela base militar era usada pelo regime de Asad “para guardar precursores de armas químicas que estavam a ser armazenados infringindo as obrigações da Síria pela Convenção de Armamento Químico”.

 

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou hoje uma ofensiva conjunta com a França e o Reino Unido contra alvos associados a armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque químico do qual responsabilizam o governo de Bashar Al Asad.

 

 

 

Síria qualifica ataque de ‘violação flagrante’ do direito internacional

 

 

A imprensa estatal síria denunciou neste sábado a operação militar conjunta de Estados Unidos, França e Reino Unido contra o governo de Damasco afirmando que são “ilegais e estão destinados ao fracasso”.

“A agressão é uma violação flagrante do direito internacional, uma infração à vontade da comunidade internacional e está destinada a fracassar”, declarou a agência estatal SANA.

 

 

A agência  assegurou também que as forças de defesa aérea do país “estão a fazer frente” ao ataque dos EUA, França e Reino Unido contra a Síria.

Esta mensagem foi difundida pouco tempo depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado que os ataques conjuntos com a França e o Reino Unido contra o governo de Bashar Al Asad estavam em marcha.

 

 

 

Rússia responde ao ataque na Síria: “Nós avisámos que tais ações não serão deixadas sem consequências”

 

 

 

Através da rede social Twitter, o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, já reagiu aos ataques militares desta noite na Síria, perpetrados por forças dos EUA, França e Reino Unido. “Está a ser implementado um cenário pré-desenhado”, critica. E avisa: “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível”.

 

“As piores apreensões tornaram-se realidade”, começa por lamentar o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, na mensagem que publicou na rede social Twitter (na página oficial da Embaixada da Rússia nos EUA), em reação aos ataques militares desta noite na Síria, perpetrados por forças dos EUA, França e Reino Unido. “Está a ser implementado um cenário pré-desenhado. Mais uma vez, estamos a ser ameaçados”.

 

 

“Nós avisámos que tais ações não serão deixadas sem consequências. Toda a responsabilidade por essas ações cabe a Washington, Londres e Paris”, sublinha a mensagem de Antonov. “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível. Os EUA – o detentor do maior arsenal de armas químicas – não tem direito moral de culpar outros países”, conclui o diplomata russo.

 

 

Em conferência de imprensa no Pentágono, EUA, após a operação militar, o general Joseph Dunford afirmou que os EUA “identificaram especificamente” alvos para “mitigar o risco de forças russas serem envolvidas”.

 

 

 

ONU denuncia a “pior situação humanitária” na Síria desde o início da guerra

 

 

 

 

 

O coordenador humanitário para a Síria das Nações Unidas, Panos Moumtzis, destacou a gravidade da situação em zonas como Ghouta oriental, Ildeb, Afrine ou Al Raqa.

 

A organização alertou para a “deslocação em massa” de populações, com mais de 700.000 pessoas forçadas a abandonar as suas regiões de origem em 2017, devido às violências que se instalaram em diversas frentes.

 

 

O coordenador humanitário para a Síria das Nações Unidas, Panos Moumtzis, destacou a gravidade da situação em zonas como Ghouta oriental, Ildeb, Afrine ou Al Raqa, e o sofrimento de centenas de milhares de civis.

 

 

Na província de Idleb, para onde foi enviada grande parte da população das zonas rebeldes recuperadas pelas forças governamentais, escasseiam os locais para acolher mais pessoas, advertiu.

 

 

A ONU está confrontada em 2018 com escassez de fundos para atender as necessidades da população, segundo referiu Moumtzis em conferência de imprensa.

 

 

De momento, a organização apenas recebeu 14,6% dos cerca de 3,5 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) que solicitou para ações humanitárias na Síria em 2018.

 

 

Segundo Moumtzis, trata-se do nível mais baixo neste período do ano desde o início do conflito sírio.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//CNN//Washington Post//Gustavo Sampaio//Jornal Económico com Lusa//13 de Abril de 2018

 

 

 

 

 

 

Ex-presidente do Brasil, foi preso, mas tem outros seis casos pendentes na justiça

 Lula da Silva deu ontem entrada na prisão em Curitiba, depois de horas de negociações e tensão que se arrastaram por dois dias. Começa assim o cumprimento da sua pena de 12 anos e um mês de prisão a que foi condenado no polémico caso do triplex do Guarujá.

 

 

O caso do apartamento da zona balnear de São Paulo, que terá sido dado como suborno pela construtora OAS, não é, no entanto, o único a correr na Justiça brasileira em que o ex-Presidente está acusado. Outros seis processos estão ainda a aguardar decisão na primeira instância, em que Lula está acusado de crimes comotráfico de influências, corrupção e lavagem de dinheiro. Num deles, o Ministério Público, contudo, pediu a absolvição do líder trabalhista.

 

 

Os dois processos da Operação Zelotes

 

 

No âmbito da Operação Zelotes, que investigou um alegado esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais do ministério das Finanças brasileiro, Lula foi constituído arguido em dois processos diferentes.

 

 

No primeiro, o ex-Presidente foi acusado em dezembro por 2016 de tráfico de influências, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em causa, estará a ação de Lula e outros arguidos nas negociações para comprar caças Gripen da sueca Saab em nome do Estado brasileiro. Os crimes terão ocorrido entre 2013 e 2015, quando Lula teria tentado ter influência no Governo de Dilma Rousseff nessas negociações.

 

 

No outro, Lula está acusado desde setembro de 2017 por corrupção passiva em crimes alegadamente praticados ainda durante a sua presidência. O Ministério Público acusa Lula e o seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, de ter recebido subornos no valor de seis milhões de reais (quase 1,5 mihões de euros) em troca de favorecimento às fabricantes de automóveis MMC e Caoa. “Diante de tal promessa, os agentes públicos, infringindo dever funcional, favoreceram às montadoras de veículo MMC e Caoa ao editarem, em celeridade e procedimento atípicos, a Medida Provisória n° 471, em 23/11/2009, exatamente nos termos encomendados”, diz um excerto da acusação.

 

 

As obras da Odebrecht em Angola

 

 

Noutro processo, Lula foi acusado em outubro de 2016 por organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influências. Em causa estão suspeitas de ter canalizado fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (banco público) para obras da Odebrecht em Angola. Primeiro como Presidente, entre 2008 e 2010; depois já fora do cargo, tentando influenciar a ação governativa a favor da Odebrecht.

 

 

Pelo meio, terá lavado dinheiro através da empresa Exergia Brasil, criada pelo seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos, também acusado.

 

 

O terreno do Instituto Lula

 

 

Corrupção passiva e lavagem de dinheiro pendem sobre Lula neste processo que volta a envolver a Odebrecht. Em causa estaria um suborno de 12,4 milhões de reais (quase 3 milhões de euros) prometido por Marcelo Odebrecht em forma de um terreno que seria oferecido para a construção do Instituto Lula. No mesmo processo, o ex-presidente está acusado desde dezembro de 2016 por lavagem de dinheiro relaciona-se com a aquisição de um apartamento em São Bernardo (São Paulo) em nome de Glaucos da Costamarques mas que alegadamente seria para usufruto de Lula.

 

 

O sítio de Atibaia

 

 

Mais um processo conduzido pelo juiz Sérgio Moro. Neste caso, há mais uma vez suspeitas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com Lula constituído arguido em agosto de 2017.

 

 

O Ministério Público afirma que a Petrobrás, a Odebrecht e a construtora OAS terão pago subornos a Lula atribuídos através de obras no valor de um milhão de reais (cerca de 250 mil euros) num imóvel em (São Paulo).

 

 

A obstrução à Justiça na Lava Jato

 

 

Por fim, Lula está acusado de obstrução à Justiça na Operação Lava Jato, num processo que remonta a julho de 2016. Em causa estão as ações do ex-sendor Delcídio do Amaral, que declarou ter sido ordenado por Lula para comprar o silêncio de Nestor Cerveró, da Petrobrás.

 

 

Contudo, o Ministério Público acabou por pedir a absolvição do ex-Presidente neste processo. “O que se comprovou nos autos foi que não houve no caso uma orquestração geral para impedir que a Lava Jato avançasse na elucidação do mega esquema de corrupção por ela investigado. Foi uma atuação pessoal de Delcídio tentando salvar-se”, declarou o MP nas alegações finais do processo. Contudo, quase sete meses depois, ainda não foi conhecida a sentença.

 

 

 

Bloco de Esquerda diz que prisão de Lula é golpe da direita reacionária

 

 

 

A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou hoje que a prisão do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva “não é sobre corrupção”, considerando que está a acontecer “um golpe da direita reacionária, racista, fascista”.

 

 

“A prisão de Lula não tem nada a ver com luta contra a corrupção. Estaremos sempre na primeira linha na luta contra a corrupção, aqui e em qualquer outro lugar, mas a prisão de Lula não é sobre corrupção, porque sabemos que Temer é Presidente e, se quisermos lutar contra a corrupção, primeiramente fora Temer”, afirmou Catarina Martins, no Porto, num almoço comemorativo do 19.º aniversário do partido.

 

Segundo a bloquista, “a prisão de Lula não é também o julgamento da política do PT (Partidos dos Trabalhadores) e onde o PT falhou”.

 

 

“Estivemos e estamos com aqueles que condenaram o agronegócio que destrói a Amazónia e persegue os sem terra, estamos e estaremos contra os que lutaram contra o poder da banca ou das grandes construtoras, que são aqueles que estiveram na rua por transportes, por educação, contra a Copa”, sublinhou.

 

 

Para Catarina Martins, “não foi seguramente [o juiz federal] Sérgio Moro, não será Sérgio Moro a fazer a luta que o Brasil precisa”.

 

 

“Sabemos, por isso, que o que se está a passar no PT é um golpe contra a democracia, sabemos que é um golpe da direita reacionária, racista, fascista, a mesma que destituiu Dilma, que matou [a vereadora do Rio de Janeiro] Marielle e prende Lula. E aqui sabemos de que lado estamos, com todos aqueles que não desistem da democracia, a solidariedade à esquerda tem de ser sempre solidária”, concluiu.

 

 

 

Isolado em 15 m2. Como é a prisão de Lula

 

 

 

A cela onde Lula foi colocado, na sede da Polícia Federal de Curitiba, foi preparada nos últimos meses. Era até agora uma sala, com um beliche, onde ficavam os agentes deslocados em missão, mas a cama dupla foi substituída por uma individual, entre a parede que tem duas pequenas janelas com grades e a da casa-de-banho privada que tem no espaço de 15 metros quadrados (3 metros por 5 metros) onde o antigo presidente brasileiro ficou a partir desta sexta-feira.

A sala fica no quarto andar do Núcleo de Inteligência Policial, afastada do local dos outros presos no âmbito na operação Lava-Jato, como mostra a infografia publicada pelo Estadão. O edifício, na capital do estado do Paraná, foi inaugurado em 2007 durante a gestão de Lula da Silva como presidente do Brasil.

 

 

O ex-ministro António Palocci ou Renato Duque, ex-diretor da Petrobrás estão noutra ponta do mesmo complexo que também já recebeu figuras como o ex-ministro José Dirceu e o empresário Marcelo Odebrecht. Lula ficará no centro do edifício, dois pisos acima, e terá um agente policial à porta da sua cela 24 horas por dia, para garantir a sua própria segurança.

 

 

No despacho em que executou a ordem de prisão do antigo presidente e atual candidato à presidência do Brasil, Sérgio Moro explicou que “em razão da dignidade do cargo ocupado, foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-Presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física”.

 

 

Assim, Lula não vai estar, pelo menos no início, em contacto com os outros presos. Terá duas horas diárias de acesso a uma zona exterior, mas isolado, e o mesmo vai acontecer no horário de visitas. Normalmente, as visitas acontecem às quartas-feiras, e a regra mantém-se igual para todos, embora as visitas de Lula não aconteçam no espaço comum aos outros presos.

 

 

 

TPT com: AFP//Rita Tavares//Observador// Cátia Bruno// Fernando Bizerra Jr.//EPA//Lusa// 8 de Abril de 2018

 

 

 

 

Comemorações dos 100 anos da Batalha de La Lys abre cíclo comemorativo no Mosteiro da Batalha sob o lema “Da Guerra e da Paz”

Teve lugar hoje (6 de Abril) no auditório do Mosteiro da Batalha o 1º colóquio sobre as comemorações dos cem anos da Primeira Guerra Mundial, sob o lema “Da Guerra e da Paz”, sendo convidada de honra a Srª Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Profª Doutora Maria Fernanda Rollo, que abriu este ciclo comemorativo com uma conferência sobre a 1ª Grande Guerra, seguida do Coronel Carlos Mendes Dias que falou sobre “Geopolítica/ Geostratégia e a origem da Guerra”.

 

 

No mesmo dia, foi inaugurada na Galeria Mouzinho de Albuquerque, localizada no antigo edifício da Câmara Municipal de Batalha, a exposição “A aviação militar portuguesa na 1ª Grande Guerra” – parceria com o Museu do Ar (Comissão histórico-Cultural da Força Aérea).

 

 

No contexto de um monumento que desde 1921 acolhe as homenagens nacionais ao Soldado Desconhecido, a Liga dos Combatentes, a Câmara Municipal da Batalha e o Mosteiro da Batalha/DGPC, programaram um conjunto de atividades que, apropriando-se da efeméride, visam sobretudo celebrar o espírito da PAZ e, igualmente, refletir sobre as causas e consequências da guerra, o papel de Portugal nesse conflito e o contexto da sua entrada.

 

 

Em Junho e Novembro, para além de colóquios, estão programados dois concertos pela PAZ

 

 

Do Programa Comemorativo constam os seguintes eventos:

 

08 de junho | Auditório do Mosteiro | 17h30

 

2º COLÓQUIO – PORTUGAL E A 1ª GRANDE GUERRA

 

– Coronel Luís Albuquerque – A Grande Guerra nas colónias portuguesas

 

– Prof. Doutor António José Telo – Os militares do CEP sacrificados pela má política

 

 

 

09 de junho | Capelas Imperfeitas | 21h30

 

1º  CONCERTO PELA PAZ

 

Banda Filarmónica das Cortes

 

Banda Sociedade Filarmónica Ouriense

 

Coro Essence Voices – Ourém

 

12 de outubro | Sala do Capítulo

 

 

VISITA GUIADA

 

Coronel Américo Henriques – O povo português e a 1ª Grande Guerra

 

 

09 de novembro | Auditório do Mosteiro | 17h30

 

3º COLÓQUIO – PORTUGAL E A 1ª GRANDE GUERRA

 

– Major-General Aníbal Flambó – A Guerra acabou. E agora?

– Prof. Doutor Luís Alves Fraga – Portugal na Grande Guerra: Uma visão geral e Panorâmica.

 

 

10 de novembro| Igreja do Mosteiro | 21h00

 

2º  CONCERTO PELA PAZ

 

Banda Sinfónica da Força Aérea

 

Organização: Liga dos Combatentes I Câmara Municipal da Batalha I Mosteiro da Batalha/DGPC.

 

Parcerias: Comissão Histórico-Cultural da Força Aérea I Direção de História e Cultura Militar (Exército).

 

Apoios: Museu do Ar, Banda Sinfónica da Força Aérea, Filarmónica das Cortes, Sociedade Filarmónica Ouriense, Coro Essence Voices e Caixa de Crédito Agrícola da Batalha.

 

 

Esta iniciativa conta com o Alto Patrocínio do Sr. Presidente da República e integra-se no Ano Europeu do Património Cultural.

 

 

 

100 anos do atoleiro da batalha de La Lys: a história de uma tragédia militar

 

 

 

 

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras até ao início da Segunda Guerra Mundial) foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918.

 

O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que organizaram-se em duas alianças opostas: os aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios Centrais, o Império Alemão e a Áustria-Hungria. Originalmente a Tríplice Aliança era formada pelo Império Alemão, pela Áustria-Hungria e o Reino da Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva, violando o acordo, a Itália não entrou na guerra pela Tríplice Aliança. Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se com mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de setenta milhões de militares, incluindo sessenta milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de nove milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.

 

 

Entre as causas da guerra inclui-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato da Áustria-Hungria contra o Reino da Sérvia. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através das suas colónias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.

 

 

Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão austro-húngara da Sérvia, seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã até Paris ter levado a um impasse, a Frente Ocidental se transformou em uma batalha de atrito estático com uma linha de trincheiras que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso contra as forças austro-húngaras, mas foi forçado a recuar da Prússia Oriental e da Polónia pelo exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o Império Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Roménia em 1916. Depois de uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos Estados Unidos começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio problema com os revolucionários, neste ponto, concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória dos Aliados.

 

 

Os eventos nos conflitos locais eram tão tumultuosos quanto nas grandes frentes de batalha, tentando os participantes mobilizar a sua mão de obra e recursos económicos para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa central foi redesenhado em vários novos países menores.  A Liga das Nações, organização precursora das Nações Unidas, foi formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Esses esforços falharam, exacerbando o nacionalismo nos vários países, a depressão econóómica, as repercussões da derrota da Alemanha e os problemas com o Tratado de Versalhes foram fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial.

 

 

 

Alemanha declara guerra a Portugal em 1916

 

 

Apresados os navios alemães nos portos portugueses, a Alemanha declara guerra a Portugal. O país unifica-se e mobiliza-se – são recrutados todos os portugueses entre os 20 e os 45 anos, sem exceção –, a prolífica imprensa da altura ora cria discursos inflamados, ora caricaturas a partir da atualidade.

 

 

 

Mobilização para a Guerra

 

 

 

A Primeira Guerra Mundial levou milhares de jovens portugueses até França, onde combateram as tropas alemãs e as do Império Austro-Húngaro.

 

 

As duas divisões formadas em Portugal combateram como força independente até Abril de 1918, quando foram surpreendidas por um intenso ataque às suas posições. Na batalha que ficaria conhecida em Portugal como a batalha de La Lys, os portugueses perderam mais de sete mil homens, mortos ou feitos prisioneiros do inimigo.

 

 

As tropas do Corpo Expedicionário Português (CEP) foram transportadas para França a partir de 30 de janeiro de 1917. O primeiro grupo seguiu quase em segredo, de forma a assegurar a “rapidez e boa ordem”, segundo o argumento do governo.

 

 

Tudo decorreu de noite, por conveniência do “serviço dos comboios”, explicava a revista “Ilustração Portuguesa”, que ao longo de meses iria documentar as sucessivas partidas e despedidas entre os que ficavam e os que partiam.

 

Ao longo de meses Lisboa fervilhou com milhares de homens a chegar de comboio, oriundos de vários pontos do país. Da estação de Santa Apolónia marchavam até Alcântara e depois, por mar, até Brest, em França.

 

 

Estas zonas eram também os locais onde os familiares deixavam um último abraço ou um último carinho. Antes de embarcar muitos soldados aproveitavam para escrever um derradeiro postal, ou comprar fruta às vendedoras que aproveitavam para fazer negócio.

 

As partidas começaram a 30 de janeiro de 1917 e duraram até outubro. Praticamente todas foram seguidas e fotografadas pelas revistas e jornais da época que foram contando e mostrando como quase 60 mil homens seguiram viagem até França.

 

Aníbal Augusto Milhais foi um dos jovens mobilizados para a Flandres na Primeira Guerra Mundial. Durante a batalha de La Lyz ficou sozinho atrás das linhas alemãs onde, armado de vontade e uma metralhadora, conquistou a mais alta condecoração do país.

 

 

Durante a batalha de La Liz, que a 9 de abril de 1918 desbaratou o Corpo Expedicionário Português (CEP), o soldado Milhais ficou para trás para dar cobertura à sua unidade com uma metralhadora.

 

 

Perdido dos camaradas foi recuando sozinho, cercado pelas tropas alemãs, ocupando posições e disparando sempre que podia ou precisava. Pelo caminho deu apoio a grupos de soldados portugueses ou aliados, e salvou um oficial escocês de morrer afogado.

 

 

Quando, várias dias depois, conseguiu chegar junto das tropas portuguesas foi baptizado de soldado Milhões, tendo em conta a valentia que demonstrara.

 

 

Foi na sequência das suas ações, nos dias que se seguiram a 9 de abril de 1918, que ficaria conhecido por Milhões, quando um dos seus comandantes fez um trocadilho com o seu nome: “Chamas-te Milhais, mas vales Milhões”.

 

 

TPT com: Joaquim Ruivo, Diretor do Mosteiro da Batalha//AFP//Wikipédia//Observador// 6 de Abril de 2018