Puigdemont crê que vai ser possível governar a Catalunha a partir de Bruxelas, “mas não da prisão”

O ex-presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, considera que tem condições para voltar ao cargo e dirigir a Catalunha a partir de Bruxelas. Em entrevista à Catalunya Ràdio, o líder do Juntos Pela Catalunha sublinhou que, com a ajuda das “novas tecnologias”, é possível ser chefe de Governo à distância. “Na prisão é que não posso exercer de certeza”, acrescentou, dando a entender que não tenciona regressar à Catalunha para já, onde é alvo de investigação judicial.

 

 

“Entre ser presidiário ou ser presidente, prefiro ser presidente”, declarou, acrescentando que “pelo menos agora posso fazer coisas, não prisão não”. Recorde-se que o antigo vice-presidente catalão e líder do partido Esquerda Republicana, Oriol Junqueras, continua detido. Carles Puigdemont permanece na Bélgica, para onde partiu após a declaração suspensa da independência.

 

 

Questionado sobre como é possível manter um “governo efetivo” à distância, o líder independentista garantiu que tem estado em permanente contacto com os seus antigos ministros e explicou que, já no mandato anterior, “só via os ministros no dia do Conselho Executivo”. “Governaremos da mesma forma”, garantiu.

 

 

Na entrevista, Puigdemont deixou ainda antever que pretende ser investido à distância, dizendo que “não há nada no regulamento que proíba as formas de investidura que temos ensaiado”. O La Vanguardia explica que o Juntos Pela Catalunha está a estar diferentes hipóteses como a delegação do discurso a outro deputado ou o uso de teleconferência.

 

 

O Governo espanhol, contudo, já avisou que irá recorrer para o Tribunal Constitucional se tal acontecer. Puigdemont defende-se dizendo que quem escolhe o presidente do governo catalão são os parlamentares catalães:”Se o parlamento eleito democraticamente me ratifica como presidente, o chefe de Estado não tem direito a subverter o mandato constitucional.”

 

 

Puigdemont defende ainda que, com a “restituição” do anterior governo catalão, o 155 deixará de ter feito — o que deverá implicar, na sua opinião, a libertação de Junqueras. “Como pode manter-se um vice-presidente eleito na prisão?”, questiona.

 

 

Esta segunda-feira, Puigdemont sairá de Bruxelas, mas não para regressar à Catalunha — irá participar num debate sobre a situação na região organizado pelo Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.

 

 

Ministério Público espanhol avisa que mandará prender Puigdemont se o catalão for à Dinamarca

 

 

O Ministério Público espanhol avisou este domingo que solicitará “imediatamente” um mandado de captura internacional, caso o antigo presidente da região da Catalunha, Charles Puigdemont, se desloque na próxima segunda-feira a Copenhaga, na Dinamarca, para participar numa conferência. A Fiscalía General del Estado (o equivalente em Espanha à portuguesa Procuradoria Geral da República) emitiu uma nota esta domingo, citada pelo El País, explicando que o novo pedido de detenção está apenas dependente da “confirmação oficial, pela via policial, dos movimentos” do ex-presidente catalão.

 

A própria porta-voz do grupo parlamentar do “Juntos Pela Catalunha”, partido de Puigdemont, confirmou na sexta-feira que a “viagem do presidente Puigdemont à Dinamarca” estava prevista para segunda-feira, dia em que o catalão devera participar num debate na Universidade de Copenhaga que terá como tema: “A Catalunha e a Europa na encruzilhada da democracia?”. Dois dias depois, a justiça espanhola avisa numa nota:

Se essa confirmação [ida a Copenhaga] chegar, é intenção do Ministério Público agir imediatamente solicitando ao juiz de instrução do Supremo Tribunal que proceda à ativação do mandado de captura para solicitar à autoridade judicial dinamarquesa que detenha o investigado.”

 

 

Ora, o Ministério Público espanhol tem, assim, de pedir ao juiz de instrução do caso no Supremo, Pablo Llarena, que solicite esse mandado de captura europeu. Esse mesmo juiz decidiu, no dia 5 de dezembro, retirar os mandados de detenção europeus emitidos contra Puigdemont e os quatro ex-conselheiros imputados pelo processo de independência que estão com ele em Bruxelas (Antoni Comín, Clara Ponsatí, Meritxell Serret e Lluís Puig), mas mantiveram a ordem de prisão em território espanhol. A argumentação do juiz Llarena para retirar o mandado europeu em dezembro — que tinha emitido em novembro — foi que este poderia condicionar a evolução da investigação.

 

 

Já a Universidade de Copenhaga tem confirmada a presença de Puidgemont, que se encontra numa espécie de “auto-exílio” em Bruxelas desde 30 de outubro, onde se refugiou três dias depois do Parlamento ter proclamado unilateralmente a independência da Catalunha e o Governo de Madrid ter demitido o governo regional ao abrigo do artigo 155º da Constituição espanhola.

 

 

De acordo com o El Mundo, está também previsto que Puigdemont se encontre com vários deputados dinamarqueses no Parlametno daquele país. O anúncio desse encontro foi feito, curiosamente, por um dos promotores da reunião, Magni Arge, é que membro de uma formação independentista do território autónomo das Ilhas Faroé. Este encontro de Puigdemont com os independentistas das Faroé tem todos os ingredientes para deixar o Governo dinamarquês tão furioso como o Governo espanhol. De tal forma que os membros das três forças dinamarquesas que fazem parte da coligação governamental que lidera o país já informaram que não estarão presentes na reunião.

 

 

O ministro da Administração Interna espanhol, Juan Ignacio Zoido também já avisou que Puigdemont “fugiu da justiça espanhola” e que, por isso, “não terá imunidade.”

 

 

O primeiro debate de investidura do novo Governo catalão está marcado para 31 de janeiro. De acordo com o advogado de Puigdemont, o antigo presidente catalão ainda “não decidiu” se estará presente e admitiu que “todos os cenários estão em aberto.”

 

 

 

Puigdemont vai mesmo pedir delegação do seu voto na tomada de posse do Governo regional

 

 

 

Carles Puigdemont ainda está em Bruxelas mas já fez saber que não vai facilitar o regresso da Catalunha à normalidade institucional. Depois de os partidos independentistas catalães Juntos Pela Catalunha e Esquerda Republicana (ERC) terem decidido que iam insistir no nome do ex-presidente do Governo regional para candidato a líder do Governo, ao mesmo tempo que avançavam com o nome de Roger Torrent para presidente do Parlamento, Puigdemont anunciou que vai pedir a delegação do seu voto na investidura do Governo. Ou seja, vai pedir a alguém que vote por ele — mecanismo permitido para alguns, mas que vai levar Madrid a recorrer imediatamente ao Tribunal Constitucional.

 

De acordo com o El Periódico, o discurso que o recém-eleito presidente do Parlamento, Roger Torrent, fez esta quarta-feira, onde o independentista pareceu baixar a guarda, falando no regresso a uma certa normalidade, motivou Carles Puigdemont a fazer aquilo que muitos já pensavam que iria fazer: pedir a delegação do voto, para poder votar na sua própria eleição, que deverá acontecer no final desde mês. Cada voto é precioso, já que, numa primeira volta, é preciso maioria absoluta de 68 deputados para aprovar a investidura — e os dois partidos independentistas Juntos pela Catalunha e ERC perfazem 66 votos (contando com o voto de Puigdemont). Ou seja, mesmo assim, os votos não são suficientes, sendo preciso acrescer os votos da Candidatura de Unidade Popular (CUP).

 

 

O pedido de Puigdemont coloca pressão sobre o novo presidente da Mesa do Parlamento, Roger Torrent, que tem agora o poder de decidir se permite ou não a delegação do voto. O mais provável é que o permita, mas isso levará Madrid, e os partidos não-independentistas, a recorrerem imediatamente ao Tribunal Constitucional para tentarem impedir o voto delegado.

 

 

Certo é que aos deputados que estão presos, Oriol Junqueras, Joaquim ForneJordi Sànchez, é-lhes permitido votar por interposta pessoa. Fizeram-no inclusive na sessão desta quarta-feira para a constituição do Parlamento catalão. Nessa altura, nem Puigdemont nem os restantes ex-membros do executivo catalão pediram para recorrer a esse sistema de votação porque a maioria independentista no Parlamento estava assegurada.

 

 

O cenário muda de figura na tomada de posse do Governo. Tanto Puigdemont como os ex-governantes sediados em Bruxelas, Lluís Puig e Clara Ponsatí, pediram esta quinta-feira formalmente para recorrer ao sistema de voto por interposta pessoa. E sobre o voto destes políticos “exilados” o entendimento é diferente. Segundo o El Periódico, tanto os juristas do Parlamento como o gabinete do juiz do Supremo entendem que o ex-presidente não pode participar nesta votação, estando em Bruxelas.

 

 

Roger Torrent deverá reunir-se brevemente com Puigdemont em Bruxelas, como parte da ronda formal de encontros que o novo presidente do Parlamento tem prevista com representantes de todos os partidos.

 

 

TPT com: AFP/Getty Images// STEPHANIE LECOCQ/EPA//Rui Pedro Antunes//Cátia Bruno//Rita Dinis// 21 de Janeiro de 2018

 

 

 

 

 

 

 

Rio declara fim do PSD como “clube de amigos” e poupa Costa no discurso da vitória

Sorridente, mas formal e nunca exuberante. Quando Rio chegou ao Sheraton, no Porto, perto das nove, já sabia que seria o futuro presidente do PSD ou que estava muito perto disso. Os desabafos do diretor de campanha, Salvador Malheiro, à medida que recebia os resultados no telemóvel eram sinal disso: “Já ganhámos. Morreu. Já limpámos“. Mais sereno, na hora da vitória Rui Rio optou por um discurso eficaz: agradeceu a Santana Lopes, num piscar de olho aos apoiantes do seu opositor, honrou Passos Coelho, de quem não quis renegar o legado, e guardou apenas uma réstia de rancor para Miguel Relvas. Foi para o antigo secretário-geral que foi dirigida a indireta mais dura: “O PSD não foi fundado para ser um clube de amigos, nem foi pensado para ser uma agremiação de interesses individuais.” A sala aplaudiu com estrondo.

 

A “velinha” que Santana disse que António Costa terá acendido, resultou: Rio ganhou. Talvez por isso, ou porque é essa a sua estratégia, Rio não atacou frontalmente o líder do PS. Deixou apenas ao primeiro-ministro um aviso e uma promessa: o aviso de que terá uma oposição firme, a promessa de que não será populista nessa oposição. “A partir de fevereiro começaremos a construção de uma alternativa de Governo à atual frente de esquerda que se formou no Parlamento“, começou por dizer Rio. O candidato defendeu uma “alternativa capaz de dar a Portugal uma governação mais firme e mais corajosa, capaz de enfrentar os grandes problemas estruturais com que há muito o país se confronta e capaz de reforçar a nossa aposta em Portugal e de nos restituir a vontade, a alma e a esperança”.

 

 

Porém, sem utilizar o que chama de “truques”, Rio adverte que “o atual Governo terá na nova liderança do PSD uma oposição firme e atenta, mas nunca demagógica ou populista, porque nunca contra o interesse nacional“.

 

 

Rio sorriu, deu muitos abraços e antes de começar a discursar ouviu uns gritos de “Rio vai em frente, tens aqui a tua gente.”Agradeceu aos que estiveram com ele (54%), mas também à outra metade da laranja que apoiou Santana e que não tem dúvidas que o vão apoiar: “Quero fazer um agradecimento a todos aqueles que fizeram uma opção diferente nas urnas, mas sei que estão disponíveis para em unidade continuar a defender os ideias do PSD e a servir o país“.

 

 

Rio quer virar a página no partido, mas sem desdenhar do trabalho de Passos Coelho, como foi fazendo, a espaços, ao longo do mandato do ainda líder. O vencedor antecipou que “com a realização do congresso nacional em fevereiro, onde serão finalmente eleitos e empossados os novos órgãos nacionais, iniciaremos uma nova etapa da vida do PSD”. Mas não disse que seria melhor nem pior que a anterior. E ainda enalteceu o caminho feito por Passos. “Com ela vai-se também fecha um ciclo da vida política do partido, que foi muito exigente para todos nós portugueses. Todos sabemos que o nosso companheiro e atual presidente Pedro Passos Coelho teve de enfrentar a mais grave e mais longa crise económico-financeira que o país viveu nos últimos 40 anos. Na história vai ficar registar o nosso agradecimento a Pedro Passos Coelho, que foi o primeiro-ministro que tirou Portugal da bancarrota, para onde desmandos de outros atiraram o país”.

 

 

Para Marcelo as palavras não foram duras, mas distantes. Rio garante que “o senhor Presidente da República terá no PSD a lealdade que princípios éticos a todos nos impõe e a colaboração institucional de que o país e o regime necessitam”. Santana falava de Marcelo quase como um exemplo, para Rio é apenas uma figura com quem se terá de relacionar a nível institucional.

 

 

Rio prometeu ainda um PSD com “uma vontade inabalável de servir Portugal e de procurar contribuir para dar a todos um futuro melhor”. Ora esse futuro só é possível se forem capazes de “construir uma sociedade mais justa, mais solidária e mais capaz de ajudar na construção na felicidade de todos e de cada um de nós”.

 

 

O partido que Rio quer é o pensado por Sá Carneiro, tendo por base os valores do “dinamismo político, unidade interclassista, dinamismo económico, deu justiça e solidariedade social, de igualdade de oportunidades e de crescimento, desenvolvimento e afirmação da nação portuguesa”. Para o novo presidente do PSD “este é o ADN do Partido Social Democrata”. Vai ser esta, promete, a “bússola” de Rio.

 

 

Sempre ciente das contas, Rio agradeceu “aos militantes e a muitos amigos que, generosamente, ajudaram a financiar esta campanha” sem terem qualquer objetivo que não financiar a atividade política. Houve muitos sorrisos no final da noite, muitos abraços com pancadas nas costas audíveis, mas uma festa moderada. Na sala do discurso da vitória — ao contrário da de Santana — não havia comida nem água. Só apoiantes, jornalistas e algumas bandeiras. A música do fim de noite era igual à de toda a campanha: “Nós somos um Rio, que não vai parar…”

 

 

Pedro Duarte otimista fala de parte do país ansiosa por um PSD diferente

 

 

 

O antigo líder da JSD Pedro Duarte vê com “otimismo os próximos tempos do PSD”, considerando que com Rui Rio na liderança se abrem novas oportunidades porque há uma parte do país que está ansiosa por um partido diferente. “Estou satisfeito com a eleição do doutor Rui Rio de forma inequívoca e principalmente estou satisfeito com a mobilização que o partido demonstrou”, disse Pedro Duarte.

 

O antigo líder da JSD vê “com otimismo os próximos tempos do PSD”, considerando que se abriram “novas janelas, novas oportunidades de fazer uma mudança” importante para o PSD, mas “principalmente para o país”. “Há uma parte do país que está manifestamente ansiosa de ver um PSD diferente, mais ativo e um PSD constituído como alternativa à frente de esquerda que nos está a governar”, sublinhou.

 

 

Para Pedro Duarte, a primeira prioridade da nova liderança “é unir o partido”, considerando que “seria no mínimo absurdo que o PSD agora se dividisse e não estivesse coeso à volta da nova liderança”. “Depois desta primeira prioridade, será a constituição de um programa alternativo a esta governação socialista”, antecipou.

 

 

O antigo deputado defende que “é importante que o PSD rapidamente vire a página da agenda política”, que ficou marcada pelos anos de governação entre 2010, 2011 e 2012. “O PSD ainda não encontrou um novo discurso, eu diria que esse é o segundo grande desafio da liderança de Rui Rio”, adiantou.

 

 

Na opinião de Pedro Duarte “há mais do que tempo” para o PSD se constituir como alternativa à governação socialista, mas antecipa que “têm que ser meses de trabalho, que não vão ser fáceis” porque “isto implica uma mudança muito importante”. “Já defendi, na altura praticamente isolado – ao lado do José Eduardo Martins – um rumo diferente no PSD, mas isso não significa que se possa dar agora essa mudança, que não haja mais do que tempo até às eleições legislativas”, afirmou.

 

 

Para o ex-diretor de campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa “há todas as condições para Rui Rio se afirmar como líder da oposição nesta fase e mais tarde como primeiro-ministro de Portugal”. O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito, no sábado à noite, presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido. Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

 

 

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo terá com a nova liderança do PSD uma “oposição firme e atenta”, mas “não demagógica ou populista”. Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade pelos resultados nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

 

 

Marcelo felicitou Rui Rio. Novo líder do PSD é recebido em audiência depois do congresso

 

 

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou por telefone o vencedor das eleições diretas do PSD, Rui Rio, estando já agendada uma audiência em Belém para 19 de fevereiro, logo após o congresso do partido.

 

Numa mensagem publicada na página oficial da Presidência da República pode ler-se que Marcelo Rebelo de Sousa “felicitou por telefone o novo líder eleito do PSD, Rui Rio”, que venceu as eleições diretas sociais-democratas de sábado, derrotando Pedro Santana Lopes.

 

O Presidente da República, de acordo com a mesma curta nota, receberá Rui Rio “em audiência a 19 de fevereiro, imediatamente após o congresso do partido”.

 

 

O congresso do PSD irá decorrer em Lisboa, entre 16 e 18 de fevereiro.

 

 

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito, no sábado à noite, presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido.

 

 

Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

 

 

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo terá com a nova liderança do PSD uma “oposição firme e atenta”, mas “não demagógica ou populista”.

 

Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade pelos resultados nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Rui Pedro Antunes//João Porfírio//Observador// 14 de Janeiro de 2018

 

 

 

 

Em cerimónia de especial significado a jovem luso americana Helena Oliveira foi promovida a tenente do xerifado do Condado de Essex

 

Numa altura em que os indicadores de criminalidade recomendam um esforço policial preventivo que melhor os índices do sentimento de segurança, o Chefe Executivo do Condado de Essex, Joseph DiVincenzo Jr., integrou no seu departamento policial, novos sargentos e oficiais entre eles a luso americana Helena Oliveira, que nasceu em Pardelhas, Murtosa, Distrito de Aveiro.

 

A cerimónia de juramento dos novos profissionais de segurança decorreu na cidade de Newark  na manhã do dia 22 de Dezembro de 2017 e contou com a presença de altas personalidades políticas e policiais do Condado de Essex, entre elas o Chefe Executivo do Condado, Joseph DiVincenzo Jr., a senadora estatal de New Jersey, Teresa Ruiz, o vereador de Newark, Aníbal Ramos, o Xerife Armando Fontoura, e ainda muitos familiares e amigos dos agora promovidos a sargento e oficial desta importante força policial norte americana.

 

Entre os elementos agora promovidos estão também profissionais que trabalharam em vários departamentos de segurança, entre eles o FBI.

 

 

O protocolo esteve a cargo do Xerife Armando Fontoura. Durante a sua alocução o xerife elogiou o empenho, dos novos agentes da lei, por terem sabido ultrapassar as dificuldades que enfrentaram até a conclusão do curso e incentivou-os a persistir nos objectivos que conquistaram, e cujos princípios juraram defender.

 

Após a cerimónia de juramento, Joseph DiVincenzo Jr., Chefe Executivo do Condado de Essex, deu as boas vindas a todos os promovidos no seu departamento de segurança, e lembrou que “a nossa maior preocupação é que aqueles que venham depois de nós, os nossos filhos e netos, encontrem uma vida diferente daquela que hoje temos e que possam olhar para trás e ter orgulho no trabalho que fizemos hoje”.

 

Para finalizar e entre outros considerandos, Joseph DiVincenzo Jr., pediu aos agentes, sargentos e oficiais para utilizarem os seus conhecimentos para melhorar os desempenhos da polícia e servir o público.

 

Teresa Ruiz, senadora do estado de New Jersey, foi outra das personalidades presentes. No seu pequeno discurso, fez questão de lembrar que “com a interferência de cada parte integrante da sociedade” e a partir de uma conscientização de que a responsabilidade pelos problemas sociais é de todos, “as nossas acções vão obter êxito”.

Durante os discursos não deixou de ser abordada a problemática relacionada, com a criminalidade, nem faltaram as palavras de incentivo e de boas vindas aos recém-promovidos, com as autoridades políticas e policiais a reconhecerem que a questão do trabalho científico é fundamental, para compreender o crime e a violência, num contexto mais amplo, que vai além dos números.

 

 

Nos Estados Unidos, o nível de criminalidade tem caído de forma consistente, graças às crescentes melhorias ocorridas nos treinamentos de várias polícias do país. Os avanços tecnológicos também têm auxiliado bastante nesses particulares.

 

E entre estes heróis está a tenente luso-americana Helena Oliveira, que imigrou para os Estados Unidos em 1979. Estudou nas escolas do Ironbound no Ironbound, graduando na Escola da Wilson Avenue em 1985 e no East Side High School em 1989.  Helena Oliveira, que imigrou para os Estados Unidos em 1979. Estudou nas escolas do Ironbound, graduando na Escola da Wilson Avenue em 1985 e no East Side High School em 1989.

 

Graduada em Justiça Criminal, Helena Oliveira trabalha actualmente em várias funções no Gabinete Executivo do Xerife e é, segundo alguns dos seus superiores e companheiros, uma oficial altamente profissional que tem demonstrado o mais alto grau de profissionalismo e dedicação ao dever, realçando mesmo o seu conhecimento e as suas competências nos campos da Identificação Criminal, Departamento de Detectives e Apreenções, Departamento de Assuntos Internos e ainda na prestigiosa Força-Tarefa de Homicídios da Procuradoria do Condado de Essex.

 

Nascida em Pardelhas, Distrito de Aveiro, a tenente luso-americana Helena Oliveira, que fala fluentemente o inglês, português e espanhol é a primeira oficial nascida em Portugal a ser promovida no Xerifado do Condado de Essex. Helena Oliveira tem 15 anos de serviço no departamento policial do Condado de Essex e foi promovida a sargento em 2011. No dia 22 de Dezembro de 2017 foi promovida a tenente deste Condado do estado de New Jersey.

 

 

Movida pela força de vontade dos imigrantes que perseguem um sonho, Helena Oliveira quer continuar a desempenhar a sua nobre missão, com o característico orgulho de quem tem um ideal a cumprir.

 

 

Visivelmente orgulhosa pela presença da família e de muitos amigos nesta cerimónia da sua promoção, a tenente Helena Oliveira reforça desta forma a valorização dos recursos humanos portugueses,  criando ainda as condições fundamentais, para um melhor relacionamento entre a comunidade lusa e a sociedade americana.

 

Helena Oliveira, aqui acompanhada pelo seu irmão Francisco (na foto à esquerda), também ele um bombeiro da cidade de Newark,  e pelo histórico e carismático xerife do Condado de Essex, Armando Fontoura, disse ao The Portugal Times  que “o pior que pode acontecer numa sociedade é não haver confiança nas instituições e por consequência, nas pessoas. O edifício da justiça tem que estar acima de qualquer suspeita, porque se não estiver, nenhum dos outros reunirá confiança suficiente para se credibilizar”.

 

E foi ao lado de Billy Correia, oficial policial luso-americano de New Jersey e membro da Direção do P.A.P.A. , “Portuguese American Police Association”, uma associção de polícias luso americanos, que prestam serviço em várias esquadras e departamentos policiais dos Estados Unidos, que a nova tenente do xerifado do Condado de Essex, fez questão de comentar ao The Portugal Times o facto de  lamentavelmente, “muitas vezes se acusar a Polícia como sendo a responsável pelo aumento da criminalidade, por falta de uma melhor política de defesa da sociedade. “Mas, será que a Polícia é realmente culpada pelo aumento da criminalidade?” Pergunta.  “Não haveria outros factores que concorrem ou contribuem directamente para a realidade que é noticiada todos os dias nos telejornais?”.

 

 

Segundo Helena Oliveira, “a polícia não é a responsável pelo aumento da criminalidade. Existem outros elementos que contribuem directamente para a violência, como o desemprego, a falta de oportunidades a nível educacional, de saúde e outras questões que envolvem a política governamental de qualquer estado ou país”.

 

A tenente Helena Oliveira que faz parte de um departamento policial que tem mais 500 funcionários e é responsável por um orçamento anual de cerca de 50 milhões de dólares, afirmou estar consciente das responsabilidades cescentes, que tem de desempenhar no combate à criminalidade, e em especial no Condado de Essex, que é o terceiro maior Condado do estado de New Jersey e é constituído por 22 municípios e cerca de um milhão de habitantes.

 

 

Newark, é a maior cidade do Condado de Essex e é também a maior cidade do estado americano de New Jersey e uma das principais cidades, da região metropolitana de New York, beneficiando também do facto de ter excelentes ligações ferroviárias com New York, que pode ser atingida em menos de 20 minutos.

 

 

A menor, das 100 mais populosas cidades norte-americanas, Newark possui uma área de 63 km², onde moram aproximadamente 300 mil habitantes.Destes, 140 mil são afro-americanos e 50 mil são portugueses.

 

 

A cidade de Newark, é um moderno centro comercial, industrial e financeiro. Servida por um moderno aeroporto internacional, com um movimento de cerca de 40 milhões de passageiros por ano, o mais movimentado dos três aeroportos que servem a área metropolitana nova-iorquina, e pelo maior porto de mar de contentores dos Estados Unidos, esta cidade, também conhecida como “a cidade das cerejeiras”, está igualmente na confluência das principais auto-estradas do estado de New Jersey e das vias ferroviárias inter-estatais.

Assim, como em qualquer lugar do mundo, o Condado de Essex também vê na segurança, uma das suas maiores preocupações.

 

E não foi por acaso que Helena Oliveira fez questão de referir ao The Portugal Times na companhia da família e de algumas amigas (na foto também estão a D. Arminda (mãe da Helena), seu irmão Francisco, as suas irmãs Maria e Mariana e a sua filha Mikaela Sofia), que “para obtermos êxito no combate à indisciplina e à violência, depende em primeiro da família e depois de todos nós, para num clima de diálogo, confiança e tranquilidade, juntarmos esforços que proporcionem condições e respostas pró-activas dirigidas à prevenção e ao tratamento dos fenómenos sociais potencialmente geradores de incivilidades, de marginalidade e de criminalidade, fenómenos esses que, como é sabido, contribuem cada vez mais para afectar o sentimento de segurança dos cidadãos. Se assim acontecer, estou certa, que a qualidade do nosso trabalho resultará substancialmente melhorada e o serviço prestado por nós, ao público em geral, seguramente mais pronto, mais útil e mais eficaz”, referiu a tenente luso-americana.

 

 

A tenente Helena Oliveira é mais um exemplo daquelas mulheres portuguesas que através dos seus actos e profissões ajudam a promover e a defender a nossa língua e a nossa cultura no mundo. Também elas são parte do legado da nossa memória e da nossa identidade. Com o seu trabalho de cada dia, Helena Oliveira prestigia também a nossa comunidade e o nosso país nos Estados Unidos.

 

 

Oxalá que as autoridades competentes saibam entender, louvar e honrar o importante contributo que nos Estados Unidos alguns portugueses e portuguesas dão, a exemplo de Helena Oliveira, para a prossecução de uma das mais nobres tarefas de serviço público, que é a segurança, a protecção e o socorro das pessoas, sendo muitas vezes  protagonistas, quantas vezes anónimos, de histórias de coragem, abnegação e altruísmo.

 

 

 

TPT com: JM// The Portugal Times// Janeiro de 2018