O ministro Mário Centeno explica “desvio” de 3000 milhões de euros

Mário Centeno começou por fazer uma intervenção inicial aos deputados. As primeiras palavras foram dedicadas a “lamentar os aproveitamentos e insinuações” sobre a sua disponibilidade para comparecer na comissão. O ministro afirmou, logo de seguida, respondendo às críticas que lhe têm sido feitas de produzir declarações “irresponsáveis” sobre a Caixa, sobretudo do PSD, que a sua intenção é a de “salvaguardar a imagem da Caixa Geral de Depósitos”, que classificou de “instituição de referência do nosso sistema financeiro” e “pilar da economia” portuguesa.

 

 

“O Governo não alimentará incertezas e ruídos”, garantiu , e “tomará as medidas necessárias”. “A Caixa é uma instituição de confiança”, assegurou Centeno.

 

 

De seguida, o ministro procurou esclarecer a polémica sobre o “desvio” nas contas da Caixa, explicando que o valor avançado de 3000 milhões de euros não é um “buraco” mas sim a diferença entre uma estimativa e o resultado do exercício. “Por análise da diferença entre o resultado operacional previsto inicialmente e o esperado para o final do plano de restruturação em 2017, a perspectiva é de uma diferença de cerca de 3000 milhões de euros. Foi a este desvio que me referi. É uma diferença entre um plano e a sua execução. E é assim que deve ser entendido e interpretado.”

 

 

E é para dotar a Caixa de um plano de negócio “credível” e de futuro” que Centeno diz estar a trabalhar: “Tudo faremos para que a posição da Caixa Geral de Depósitos se reforce, tomando, para isso, as medidas que são necessárias, plenamente cientes da responsabilidade adicional do Governo enquanto acionista.”

 

 

Mais: “O que o Governo pretende realizar na CGD é um projecto que acredita ser único na história da instituição e que contribuirá para o reforço da credibilidade da CGD, que se propagará no sistema financeiro nacional e consequentemente na economia portuguesa.”

 

 

Centeno passou então a explicar as alterações ao regime salarial dos gestores do banco público. “O modelo que estava em vigor não garantia, nesta perspectiva, a correspondência entre as funções exercidas e o nível salarial auferido.”

 

 

Na verdade, até agora, em principio os salários estavam limitados pelo salário do primeiro-ministro. Mas, no entanto, permitia-se que os gestores auferissem um vencimento igual à média dos três anos anteriores. Esta faculdade seria opcional. Mas todos os actuais administradores da CGD optaram por esta alternativa. Assim, dificilmente se pode considerar que existia um tecto salarial.”

 

 

No final da sua intervenção, Mário Centeno assumiu vários compromissos, com os trabalhadores e com a viabilidade do banco, e reforçou a ideia de que o Governo quer “manter a CGD como banco público, 100% do Estado”. E imediatamente antes de começar a responder às perguntas dos deputados, deixou-lhes um aviso: “A CGD é a maior instituição bancária do sistema financeiro português. Ela é depositária de 1/3 das poupanças dos portugueses e presta serviço a mais de 4 milhões de clientes. Estou seguro de que os trabalhos desta comissão terão em conta a importância e credibilidade desta instituição para o sistema financeiro, para a economia e para Portugal.”

 

 

‘Irresponsável’, acusa o CDS

 

 

Em resposta ao deputado do BE, Moisés Ferreira, Mário Centeno garantiu que “o tópico Caixa Geral de Depósitos” não era de especial “prioridade” quando se deu a transição de pastas entre o anterior e o actual Governo. “Havia outras urgências, mais urgentes, passe a redundância”, garantiu o ministro, referindo-se sem os nomear, aos problemas do Banif e ao impasse sobre a venda do Novo Banco.

 

 

“Agora vemos o PSD e o CDS a querer encomendar auditorias à Caixa, mas quando foram Governo e tinham informação privilegiada, afinal parece que não tinham tanto interesse em saber o que se passava…”, criticou o deputado do BE, dando origem aos primeiros apartes dos deputados do PSD e do CDS. O deputado prosseguiu nesta linha, lembrando o “alerta” que o gestor da Caixa, José de Matos, enviou a Maria Luís Albuquerque, no primeiro semestre do ano passado. “Podemos começar a concluir que o anterior Governo deixou andar”, sentenciou o deputado. “A sério?”, ironizaram os deputados dos partidos da direita. Para o BE, isso deve-se às propostas que o PSD anunciou de privatização parcial do banco público.

 

 

Centeno admitiu, entretanto, que algumas das hipóteses do plano de negócios da Caixa ficaram “muito longe” da realidade. “Há um desvio muito sistemático e constante face àquilo que era o plano de reestruturação da Caixa.” Daí Centeno não infere que tivesse havido uma “subcapitalização”, como questionou o deputado do BE, do banco a partir de 2012. Nos últimos anos os bancos precisaram de mais dinheiro, contextualizou o ministro.

 

 

João Almeida, do CDS, começou por declarar que o CDS sempre defendeu que a Caixa se mantivesse pública, nem nunca participou em nenhum Governo que defendesse a sua privatização total ou parcial. O deputado pegou nas palavras do ministro e acusou-o de não fazer mais nada do que criar “ruído e incerteza” e de “empurrar com a barriga” a substituição da gestão da Caixa. O ministro argumentou que este é um processo complexo, processualmente, “que não tem comparação com nada que tivesse sido feito”, dadas as exigências da regulação europeia. Quanto ao desvio, o ministro garantiu que “é muito simples de entender”. Nesta altura os deputados começaram a sobrepor os seus apartes à voz de Mário Centeno, obrigando o presidente da comissão, Matos Correia, a repetir a advertência “senhores deputados”, várias vezes, em crescendo de volume.

 

 

João Almeida repetiu que a atitude do ministro é “irresponsável”. Porque, argumentou o deputado, o desvio de que fala Centeno não é uma diferença entre a previsão e a execução, “é entre a previsão e outra previsão que o senhor faz”. “É necessário olhar para o plano de reestruturação da Caixa e dar-lhe outro realismo. É isso que pretendi fazer. O outro programa estava fora dos carris. Um desvio não é um buraco. É a diferença entre uma previsão e a sua execução”, repetiu o ministro. “É falso”, retorquiu o deputado. “Diga qual é o desvio efectivo.” “Estou certo que esta comissão irá chegar à resposta à pergunta que está a fazer”, respondeu Centeno.

 

 

‘Preocupante’, diz o PCP

 

 

A decisão de substituir a gestão da Caixa deveu-se, segundo Centeno, à necessidade de “implementar um novo plano de negócios”, bem como aos relatórios de supervisão sobre os “maiores problemas identificados na Caixa”. Uma substituição “não se faz por oposição”, garantiu Centeno. “O novo conselho de administração é o que consideramos adequado ao novo plano de negócios”, acrescentou o ministro.

 

 

Miguel Tiago, do PCP, começou por afirmar que o Estado “tem de cuidar do seu banco” e acusou as regras da concorrência europeia de limitarem a capacidade de intervenção do Estado. O deputado questionou o ministro sobre o “peso dos resgates de outros bancos” nas contas da Caixa. “Eu não tenho informação de qualidade para lhe transmitir. Enquanto acionista não tenho essa informação”, respondeu Mário Centeno. “Há perdas na Caixa resultantes de compromissos com outros bancos? O Banif devia dinheiro à Caixa? O BES devia dinheiro à Caixa?”, insistiu Miguel Tiago. “Eu não tenho essa informação…”, repetiu o ministro. “Sendo o ministério das Finanças o garante máximo do sistema financeiro é no mínimo preocupante que não saiba”, criticou o deputado do PCP.

 

 

“Confltualidade” máxima 

 

 

“Pode assegurar que a Caixa tem condições para assegurar depósitos e rácios de solvabilidade?” Foi com esta pergunta que Hugo Soares, do PSD, iniciou a sua inquirição. Por três vezes. “Quem tem de fazer essa avaliação é o supervisor”, repetiu o ministro, também por três vezes. Ao fim, à quarta vez, Centeno garantiu que a informação que tem é a mesma que o deputado do PSD também tem: “A Caixa cumpre os rácios de capital.” “Obrigado, senhor ministro. O senhor hoje deu um grande contributo para a confiança que a Caixa deve ter. Depois de nos últimos meses se ter comportado como um elefante na loja de porcelana, desculpe a franqueza, acaba agora de dar razão a esta comissão de inquérito”, elogiou, sarcasticamente, o deputado do PSD.

 

 

De seguida, mais do mesmo. Hugo Soares repetiu por três vezes a mesma pergunta, e Centeno a mesma resposta. “Quem elaborava as previsões macroeconómicas do Banco de Portugal que estiveram na base do plano de negócios?” “O Banco de Portugal”, respondeu Centeno, acrescentando que não havia “previsões assinadas”, mas antes documentos do Banco de Portugal. A pergunta tinha água no bico: era Centeno que, em 2012, era director-adjunto do departamento de estudos económicos do Banco de Portugal. A pergunta e a resposta deram origem a novo burburinho. Matos Correia, ríspido, garantiu que não voltaria a advertir os deputados para a necessidade de deixarem ouvir as perguntas e respostas. A tensão entre o PSD e o PS – como na comissão do Banif – volta a ser grande e ruidosa.

 

 

“O Estado e a Caixa não contrataram assessoria” para a futura administração. “Isso deixa-me muito preocupado”, afirmou Hugo Soares. “Não acredito que António Domingues ou outro concorrente estejam a pagar a assessoria.” Mário Centeno fez uma pausa, consultando o seu assessor e o Presidente da Comissão. E repetiu que nem o Estado, nem a Caixa, estão a pagar. “Estão portanto a trabalhar pro-bono… Mas vamos querer saber no futuro quem pagou. E se o senhor ministro ou a Caixa pagarem, sem ter sido contratado, o senhor ministro hoje está aqui a mentir nesta comissão de inquérito e nós não vamos deixar passar outra vez essa questão em claro”, acusou o deputado do PSD.

 

 

Centeno franziu os olhos e esboçou um sorriso. O deputado do PSD continuou, perguntando qual o valor real de recapitalização necessário para o banco público. “Esse montante não está apurado”, respondeu Centeno, assegurando que será a nova administração a avançar com um valor, após uma auditoria. “O senhor ministro não sabe nada”, concluiu Hugo Soares. Mais uma vez, Matos Correia pediu aos deputados que contivessem os seus apartes e mantivessem o “nível de conflitualidade dentro dos limites”.

 

 

O alívio cómico com Darth Vader

 

 

“Constatamos que o partido proponente desta comissão”, ou seja o PSD, “está mais interessados em especular com base em notícias de jornal”, começou por criticar João Galamba, do PS. Nesta altura, quando o deputado socialista perguntava ao ministro se os “CoCos caem do céu” (o que foneticamente parece verdade, se atendermos à queda dos frutos do coqueiro), eis que o telemóvel de uma deputada do PSD toca. O som do toque é a marcha imperial, de Darth Vader, da Guerra das Estrelas. Foi o alívio cómico possível. “Senhora deputada não se incomode, há males que vêm por bem”, assegurou Matos Correia, o já desgastado presidente da comissão.

 

 

TPT com: AFP//JN//DN//Paulo Pena//Público// 29 de Julho de 2016

 

 

 

 

 

Silêncio e oração na visita do Papa Francisco a Auschwitz

 Em silêncio, com o rosto carregado e quase sempre sozinho, o Papa percorreu nesta sexta-feira as estações do genocídio montado pelos nazis no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, nos arredores de Cracóvia. Na véspera, tinha pedido aos milhares presentes nas Jornadas Mundiais da Juventude que não voltassem as costas aos refugiados e imigrantes que chegam à Europa.

 

 

Francisco tinha anunciado que não iria fazer discursos durante a visita, a terceira de um líder da Igreja Católica ao mais conhecido dos campos de extermínio, onde cerca de 1,1 milhões de pessoas, um milhão dos quais judeus, foram mortos pelos nazis durante a II Guerra Mundial. Uma intenção elogiada pelo grande rabino da Polónia, Michael Schudrich, lamentando, em declarações à AFP, que demasiada gente visite Auschwitz como uma atracção turística e “se mantenha em silêncio [sobre o Holocausto] durante o resto das suas vidas”. “É preciso ficar em silêncio no local, para que depois se lance ao mundo um grito forte sobre aquilo que se viu”, “lutando contra todo o tipo de injustiças”, afirmou.

 

Silêncio e oração na visita do Papa Francisco a Auschwitz 2

Tal como os antecessores, João Paulo II em 1979 e Bento XVI em 2006, Francisco cruzou o portal com a cruelmente cínica inscrição “Arbeit macht frei” (“O trabalho liberta”), seguido à distância por alguns assessores e dezenas de jornalistas. Sentou-se logo depois numa pequena cadeira, onde durante dez minutos rezou em silêncio e de olhos fechados. Silêncio e oração minutos mais tarde, de rosto voltado para o Muro da Morte, onde as SS executaram a tiro milhares de prisioneiros.

 

 

Recebido pela primeira-ministra polaca, Beata Szydlo, o Papa encontrou-se com uma dezena de sobreviventes de Auschwitz, entre eles a violonista Helena Dunicz-Niwinska, hoje com 101 anos. Falou com todos, um a um, antes de visitar durante vários minutos a cela onde esteve o monge franciscano Maximilian Kolbe, santo da Igreja, que em 1941, deu a sua vida para salvar um pai de família que tinha sido escolhido para morrer à fome. “Senhor, tende piedade do teu povo, Senhor perdoai-nos tanta crueldade”, deixou apenas escrito no livro de homenagem do Campo.

 

 

Seguiu depois num pequeno carro eléctrico para Birkenau, a extensão do campo criada pelos nazis para, num sistema de extermínio sem precedentes, gasear centenas de milhares de judeus que ali chegavam de comboio, transferidos dos guetos da Europa ocupada, desfazendo-se dos seus corpos em gigantescos crematórios.

 

Silêncio e oração na visita do Papa Francisco a Auschwitz 3

Alguns aspectos do Holocausto continuam a ser um tema difícil na Polónia, país ocupado pelos nazis, mas onde houve quem denunciasse judeus ou participasse no seu extermínio. O Papa quis, no entanto, dar voz aos muitos que se mobilizaram contra o genocídio. Em Birkenau ouviu os relatos de 25 católicos polacos que arriscaram a vida para salvar judeus durante a ocupação, nomeados “justos entre as nações do mundo” pelo instituto Yad Vashem, numa cerimónia em que também participou o padre de uma aldeia vizinha, onde uma família foi exterminada por ter dado guarida a fugitivos.

 

 

Apelo a favor dos refugiados

 

 

Ao contrário dos seus dois antecessores, Francisco não viveu as atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial na Europa. Talvez por isso, preferiu guardar silêncio durante a visita, um dos pontos altos da deslocação de cinco dias à Polónia para as Jornadas Mundiais da Juventude. Um encontro que ficou ensombrado pelo ataque de dois jihadistas a uma igreja na Normandia, no Norte de França, durante a qual o padre Jacques Hamel, de 86 anos, foi morto.

 

 

Ainda antes de aterrar, o Papa afirmou que os atentados dos últimos meses são uma nova demonstração de que o “mundo está em guerra”, um conflito fragmentado de “interesses, de dinheiro, de recursos”. Com os olhos postos na Polónia — bastião do catolicismo conservador —, Francisco afirmou que esta guerra não é uma guerra entre o islão e o cristianismo. “Todas as religiões querem a paz, são os outros que querem a guerra”, afirmou.

 

 

Retomou esse tom na quinta-feira, no primeiro encontro com os cerca de 600 mil jovens vindos de todo o mundo para as jornadas mundiais. Contrariando vários governos populistas europeus, caso do executivo polaco do Partido Direito e Justiça (PiS), que ligam a chegada de milhares de refugiados vindos do Médio Oriente ao aumento do terrorismo, o Papa pediu aos jovens que acolham os recém-chegados.

 

 

“Um coração misericordioso é capaz de ser um lugar de refúgio para os que não têm casa ou perderam a casa; um coração misericordioso é capaz de ser casa para uma família que foi obrigada a emigrar; sabe o que significa a ternura e a compaixão”, insistiu, ele que tem sido um dos principais críticos de uma Europa que deixa afogar no Mediterrâneo sírios que fogem da guerra ou africanos que procuram na Europa uma vida melhor.

 

 

A Polónia, à semelhança do Governo húngaro, opõe-se ao plano europeu para a distribuição de milhares de candidatos a asilo que se encontram actualmente na Grécia e em Itália. O Governo tem uma abordagem também muito restritiva da imigração, sobretudo a oriunda de países de maioria muçulmana, dizendo temer pela identidade católica do país.

 

 

TPT com: AEP//Stefano Rellandini//Reuters//Fillipo Monteforte//AFP//Ana Fonseca Pereira//Público// 29 de Julho de 2016

 

 

 

 

 

Secretário-geral da ONU preocupado com a onda de detenções na Turquia

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou esta quarta-feira a sua preocupação relativamente à onda de detenções na Turquia na sequência da tentativa de golpe de Estado.

 

 

Ki-moon disse ao ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Meylut Cavusoglu, durante um telefonema, que “provas credíveis” devem ser apresentadas rapidamente para que o estado legal dos detidos possa ser determinado por um tribunal.

 

 

Mais de 15.000 pessoas, incluindo militares, foram detidos durante a “limpeza maciça” que se seguiu à tentativa falhada de golpe a 15 de julho, sendo que 8.000 continuam sob custódia.

 

 

Esta quarta-feira, as autoridades turcas, através de mandados de prisão, detiveram dezenas de jornalistas, incluindo 47 antigos funcionários do jornal ‘Zaman Daily’.

 

 

Durante a sua conversa com o ministro Cavusoglu, Ban Ki-moon mostrou-se “preocupado com os relatos de maus tratos e abusos de alguns dos detidos que se encontram sob custódia e as suas condições de detenção, ressaltando a sua profunda apreensão com as inúmeras prisões, detenções e suspensões”, disse o porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq.

 

 

“Evidências claras sobre aqueles que estão a ser investigados devem ser apresentadas ao sistema judicial para que a determinação legal seja feita em tribunais”, acrescentou.

 

 

O chefe da ONU disse que, embora reconheça as “circunstâncias extraordinárias que o país atravessa após a tentativa de golpe” esperava que a Turquia respeita-se os direitos fundamentais e que aderisse as obrigações internacionais.

 

 

Ban mencionou, diversas vezes, que a Turquia precisa de respeitar a liberdade de expressão.

 

 

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, alertou para a repressão e a purga desencadeada após o golpe de Estado falhado.

 

 

Ki-moon disse “acreditar que o Governo e as pessoas da Turquia vão transformar este momento de incerteza num momento de união, preservando a democracia do país”, disse o porta-voz.

 

 


Turquia ordena encerramento de centenas de empresas de media

 

 

A CNN turca avança que as autoridades da Turquia ordenaram que centenas de meios de comunicação social fossem encerrados e vários militares foram afastados.

 

Secretário-geral da ONU preocupado com a onda de detenções na Turquia 2

Foram encerradas três agências de notícias, 23 estações de rádio, 16 canais televisivos, 45 jornais, 15 revistas e 29 editoras e distribuidoras.

 

 

Vários oficiais do exército foram também afastados. “Os elementos das Forças Armadas foram despedidos por cumplicidade na tentativa de golpe de Estado”, afirmou um responsável turco, especificando que foram demitidos 87 oficiais superiores do Exército, 30 da Força Aérea e 32 da Marinha.

 

 

O Presidente turco, Tayyip Erdogan, declarou na semana passada o estado de emergência no país durante um período de três meses. Desde então já afastou 6.500 professores, reitores e funcionários da educação, 42 jornalistas foram detidos e 13.000 pessoas foram também detidas por associação direta ao golpe.

 

 

2.300 escolas, universidades, clínicas e associações com ligações ao líder religioso Fethullah Gülen foram declaradas ilegais ou encerradas.

 

 

Até ao momento foram destituídos 50.000 funcionários, públicos e privados, a maioria integrados no setor educativo.

 

 

 Encontro Putin-Erdogan anunciado para 9 de agosto em São Petersburgo

 

 

O Presidente russo Vladimir Putin e o seu homólogo turco Recep Erdogan devem encontrar-se a 09 de agosto em São Petersburgo, pela primeira vez quase um ano após a crise que afetou as relações bilaterais, anunciou esta terça-feira o Kremlin.

 

Secretário-geral da ONU preocupado com a onda de detenções na Turquia 3

A data e o local da visita foram confirmados pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confirmando as informações anunciadas previamente por responsáveis turcos de visita ao país, e quando Moscovo e Ancara tentam normalizar as relações económicas.

 

 

“Trata-se do primeiro encontro após o incidente que ocorreu nas nossas relações (…) e após os dois dirigentes terem decidido virar a página”, sublinhou.

 

 

“Podemos dizer com segurança que não vão faltar temas de conservação”, prosseguiu.

 

 

O derrube em novembro de um bombardeiro russo pela aviação turca junto à fronteira turco-síria originou uma grave crise nas relações entre Moscovo e Ancara. A Rússia adotou, na ocasião, diversas medidas de retaliação económica contra a Turquia.

 

 

Após meses de acusações entre os dois dirigentes, as relações russo-turcas distenderam-se no início de julho, quando Erdogan enviou a Vladimir Putin uma carta de desculpas.

 

 

Após a tentativa de golpe de Estado na Turquia em 15 de julho, Putin contactou por telefone com Erdogan e desejou um rápido regresso à estabilidade, pedindo-lhe ainda para garantir a segurança dos turistas russos.

 

 

No quadro desta reaproximação, uma delegação ministerial turca manteve esta terça-feira encontros em Moscovo para tentar relançar a cooperação, e após a crise diplomática ter prejudicado o comércio agrícola comum ou comprometido importantes projetos, incluindo o gasoduto TurkStream.

 

 

Sistema presidencial “está praticamente em vigor” na Turquia

 

 

O sistema presidencial está “praticamente em vigor” na Turquia e o Presidente Recep Tayyip Erdogan, regido por preceitos e discursos nacionalistas e islamitas, tem hoje pouca gente em quem confiar, considerou um ativista turco.

 

Secretário-geral da ONU preocupado com a onda de detenções na Turquia 4

“Neste momento [Erdogan] está a liderar quase todas as reuniões do Conselho de Ministros, o que quer dizer que o sistema presidencial está praticamente em vigor”, considerou Sinan Eden, natural de Izmir, 30 anos, há cinco anos a viver em Portugal e muito perto de concluir o doutoramento em Matemática no Instituto Superior Técnico (IST).

 

 

“O problema é que não tem ninguém para confiar e depois aplicar as decisões que pretende, quer no atual sistema enquanto Presidente, quer num suposto e futuro sistema presidencial. Precisa de amigos, e tem poucos amigos”, acrescentou Sinan Eden, também um ativista ambiental, com diversos artigos publicados sobre esta temática, em particular as alterações climáticas, e que se exprime quase corretamente em português.

 

 

Na sequência da fracassada e sangrenta tentativa de golpe militar em 15 de julho, o Governo dominado pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita-conservador, também fundado por Erdogan e no poder desde 2002), já ordenou a detenção de mais de 13.000 pessoas, enquanto dezenas de milhares foram afastadas dos seus cargos.

 

 

Erdogan — que ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2003 e 2014, quando foi eleito Presidente por voto direto –, atribuiu a tentativa de golpe à oficialmente designada “Organização Terrorista Fethullah Gülen” (FETÖ), numa referência ao influente clérigo islamita que se autoexilou nos EUA em 1999 e que, de aliado do atual chefe de Estado, se tornou a partir de 2013 num dos seus principais inimigos, acusado de pretender criar um “Estado paralelo” no país através da sua influência no meio escolar, militar, judicial ou nos media.

 

 

Na perspetiva do ativista turco, as “purgas” que agora decorrem estão também a ser dirigidas contra muitos responsáveis designados por Erdogan, e quando Gülen o ajudou, nos primeiros anos de poder, a “islamizar” a administração pública.

 

 

“Durante este processo verificou-se a liquidação de outros setores da população, principalmente os setores republicanos, laicos, e outros democratas, e que já não fazem parte do Estado. Este foi um primeiro processo que se prolongou por 12 anos”, assinalou.

 

 

“Mas nos últimos dois, três anos, é no interior do Estado. São pessoas que foram designadas por estes governos do AKP. Isso indica como se encontra o Estado neste momento. Não está a acontecer à margem do Estado, mas no interior do Estado”.

 

 

No entanto, Sinan Eden, não hesita em definir o “movimento gulenista”, ou Hizmet, como um “movimento de ‘jihad’, e perspetiva: “Traduz-se como imperialismo, é assim que têm alianças com os Estados Unidos, ou na zona do Médio Oriente. Hizmet em turco significa ‘Serviço’, este serviço que fazem é a ‘jihad’, é a guerra, só que não é com armas, usam outros métodos. O terreno desta ‘jihad’ é o mundo, estão muito bem organizados na Ásia, África e Estados Unidos”.

 

 

O ativista arrisca mesmo um pedagógico paralelismo, transposto para o contexto europeu e ocidental, entre o movimento do predicador e ex-imã Gülen e o seu atual arqui-inimigo Erdogan.

 

 

“Comparo o movimento Gülen com o Vaticano, e Erdogan com os radicais evangelistas. [Na Europa] esta escolha não existe, aqui ninguém pergunta a quem vamos dar o poder político, se ao Vaticano ou aos evangelistas, é uma pergunta irracional. No nosso caso também”.

 

 

Nesta abordagem associa o Hizmet ao Vaticano “no sentido em que utiliza muitas formas diferentes para se aproximar ou chegar ao poder. Por vezes através de formas obscuras, muitas vezes com fortes redes orgânicas que não são visíveis para quem não está dentro da rede”.

 

 

“clandestina”, e que durante anos se infiltrou nas instituições. “Por isso estava a tornar-se muito difícil erradicar este movimento do Estado turco, porque nunca se sabe exatamente quem são, e utilizam táticas muito diferentes para se manterem nas suas posições”.

 

 

Erdogan cada vez mais só

 

 

Sinan Eden deteta características diversas no Presidente turco: “Tem muito menos ideologia por detrás, tem simplesmente uma ambição de poder e não tem muito a noção da diplomacia“, refere, numa alusão à sua abordagem inicial à guerra na Síria, ou ao conflito com Moscovo na sequência do derrube de um avião russo militar em novembro de 2015.

 

 

“Fez coisas que ninguém até agora fez, porque são riscos para o planeta. Decide estes riscos porque é mais impulsivo…”, adianta ainda numa referência ao homem-forte da Turquia, detetando na sua ideologia e discursos um misto de nacionalismo e islamismo.

 

 

“E quando quer consolidar o poder, é sempre bom ter um inimigo desde sempre, atacar e tentar unir diversas forças em torno de si, para apontar o inimigo e atuar, em vez de ficar a discutir. É uma das táticas”, afirma.

 

 

O militante ambientalista não hesita mesmo em atribuir características ditatoriais ao atual regime de Ancara, mas denota a “dificuldade prática” desta deriva e que consiste em “tomar sozinho todas as decisões”, uma atitude pouco “realista”. “No mundo, em geral, todos os movimentos têm uma equipa mas Erdogan cada vez tem menos uma equipa confiável, o que significa que a operacionalização das suas decisões vai ficar cada vez mais difícil”, arrisca.

 

 

A dificuldade em prever a evolução da situação interna na Turquia mereceu ainda um reparo do ativista turco.

 

 

“Erdogan já fez alianças para atacar terceiros, depois desfez essas alianças para atacar os antigos aliados, e continuar assim. O regime de Erdogan está muito isolado na Turquia e a nível internacional”, reforçou.

 

 

“De momento, não estou a ver nenhum aliado do regime de Erdogan e ele também está a perceber. E por isso está agora num processo de normalização com Israel e com a Rússia. Mas isso é regressar ao início”, concluiu.

 

 

Opositor turco Gülen volta a pedir aos Estados Unidos para não ser extraditado para o seu país

 

 

O opositor turco Fethullah Gülen pediu esta terça-feira às autoridades norte-americanas para “resistirem” à “tentação de dar [ao Presidente turco Recep Tayyip Erdogan] tudo o que ele quer”, incluindo extraditá-lo para o país de origem.

 

Secretário-geral da ONU preocupado com a onda de detenções na Turquia 5

Num editorial hoje publicado na página digital do diário New York Times, Gülen, exilado nos Estados Unidos desde 1999, volta a recusar as alegações de Erdogan, que o acusa diretamente de envolvimento na fracassada tentativa de golpe de Estado de 15 de julho na Turquia, e recorda que sempre se opôs à violência.

 

 

O ex-imã, 75 anos, manifesta ainda inquietação pela estratégia do Presidente turco, que “submete os Estados Unidos a uma chantagem ao ameaçar reduzir o seu apoio à coligação contra o grupo [‘jihadista’] Estado Islâmico”.

 

 

“O seu objetivo: obter a minha extradição, apesar da ausência de prova credível e sem qualquer perspetiva de um processo justo”, escreve o clérigo.

 

 

“A tentação de dar a Erdogan tudo o que ele pretende é compreensível”, explica.

 

 

“Mas os Estados Unidos devem resistir”, reforça.

 

 

Fethullah Gülen denuncia a “evolução do governo Erdogan para uma ditadura” e inquieta-se dos seus efeitos na sociedade turca.

 

 

Para preservar a paz e democracia no Médio Oriente, “os Estados Unidos não devem ceder a um autocrata que está na iminência de beneficiar de uma tentativa de golpe para realizar o seu próprio golpe de Estado ao ‘ralenti’”, exorta o opositor turco.

 

 

A Turquia deverá solicitar formalmente em breve a Washington o pedido de extradição.

 

 

No domingo, o ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, questionou diretamente os Estados Unidos em relação a este caso.

 

 

“A América sabe que Fethullah Gülen está por detrás deste golpe”, declarou.

 

 

TPT com: Euro News//WU HONG/EPA// SEDAT SUNA/EPA// SERGEY GUNEYEV / POOL/EPA// HANDOUT/EPA// Ana Freitas/LUSA//Tiago Palma//Observador//28 de Julho de 2016

 

 

 

 

 

A Comissão Europeia, por enquanto, não vai aplicar multas a Portugal nem a Espanha

Após três horas de discussão, a Comissão Europeia decidiu nesta quarta-feira cancelar as multas a Portugal e Espanha pelo incumprimento das metas do défice público de 2015. Bruxelas vai, contudo, exigir objetivos mais duros, e já para 2016, incluindo medidas de consolidação orçamental com impacto estrutural no valor de 0,25% do produto interno bruto (PIB).

 

Comissão Europeia decidiu não aplicar multas a Portugal e Espanha 2

O executivo europeu, de acordo com o comissário Pierre Moscovici, obteve garantias do governo português de que o saldo negativo do Orçamento ficará em 2,5% no final deste ano, quando a Comissão ainda prevê um nível de 2,7%. Para Portugal, a meta de um défice público abaixo do limiar de 3% previsto nas regras europeias estava prevista para o ano passado, mas a Comissão decidiu dar mais um ano para o cumprimento, enquanto Espanha terá de o fazer até 2018. Lisboa e Madrid terão um prazo até 15 de outubro deste ano para tomarem medidas que permitam colocar um ponto final nos défices excessivos.

 

 

A decisão do colégio de comissários representa um volte face de última hora, já que as informações mais recentes davam conta da aplicação de sanções, embora mais reduzidas do que aquelas que estavam previstas inicialmente, na ordem de 0,01% a 0,05% do produto interno bruto de cada um dos países ibéricos, nível mais baixo do que os 0,2% que se antecipavam quando do início do processo. A recomendação do órgão executivo da União Europeia será avaliada pelos ministros das Finanças europeus no conselho para os assuntos económicos e financeiros, Ecofin, que, de acordo com as regras em vigor, poderá rejeitar, alterar ou aprovar a decisão de Bruxelas, incluindo a possibilidade de fixar multas até ao limite de 0,2% do produto interno bruto.

 

 

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão, reconheceu que Portugal e Espanha fizeram esforços para corrigir os défices públicos durante os últimos anos e que enfrentam uma conjuntura económica desafiadora, especialmente no que respeita ao desemprego. “Espanha e Portugal ainda enfrentam desafios importantes” e os “dois países reafirmaram o compromisso de corrigir os desequilíbrios orçamentais”.

 

 

Pierre Moscovici, comissário para os assuntos económicos e financeiros, sublinhou que Bruxelas tinha três opções para a questão das multas a Portugal e Espanha, que iam desde a aplicação da multa máxima de 0,2% à anulação destas penalizações com base nos argumentos apresentados pelos governos dos países ibéricos, passando pela possibilidade de redução das multas.

 

 

O processo inédito que conduziria a sanções pecuniárias decorre de uma decisão da Comissão Europeia, de 7 de julho, subscrita pelo Ecofin realizado a 12 de julho, no sentido de que Portugal e Espanha não tomaram medidas eficazes para cumprir as recomendações da União Europeia. A Comissão justificou a decisão lembrando que Portugal estava obrigado a acabar com o défice excessivo, que se verificava desde 2009, até ao ano de 2015, prazo que foi alargado por duas vezes.

 

 

Em 2015, Portugal estava obrigado a reduzir o défice para 2,5% do produto interno bruto (PIB), mas o saldo acabou por ficar em 4,4%, um valor que inclui os custos com a decisão de resolução do Banif, concretizada em dezembro. Além dos problemas no défice nominal, Bruxelas leva em consideração o ajustamento estrutural, matéria em que não cumprimento das metas foi mais evidente. Portugal tinha de fazer um ajustamento estrutural de 2,4% do PIB entre 2013 e 2015, mas só ficou-se por 1,1%. Em 2015, em vez de esforço estrutural houve um agravamento deste défice.

 

 

“Estima-se que o esforço orçamental acumulado empreendido por Portugal no período entre 2013 e 2015 tenha ficado significativamente aquém do recomendado pelo Conselho, o que leva a concluir que a resposta de Portugal à recomendação do Conselho não foi suficiente”, afirmou a Comissão Europeia através de um comunicado que foi emitido após a reunião de 7 de julho. O eventual congelamento de verbas integradas nos fundos estruturais que apoiam investimentos em Portugal será decidido em setembro, medida que também está prevista como penalização pelo incumprimento das metas orçamentais, num processo que envolverá a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu (PE).

 

 

Em causa podem vir a estar 16 programas portugueses financiados por fundos estruturais. A lista, que foi enviada em anexo a uma carta de Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão, dirigida a Martin Schulz, presidente do PE, com data de 14 de julho de 2016, recorda a decisão de sancionar Portugal e Espanha por incumprimento das metas para os défices públicos dos dois países em 2015.

 

 

Marcelo disse que “é uma vitória de todos os partidos”

 

 

No dia em que a Comissão Europeia anunciou que não vai sancionar Portugal e Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa falou ao país sobre a decisão.

 

Comissão Europeia decidiu não aplicar multas a Portugal e Espanha 3

O Presidente frisou a importância de honrar os compromissos e falou em convergência entre a Comissão Europeia e o Governo português.

 

 

Marcelo acredita que “a decisão de hoje de cancelar as sanções a Portugal foi uma vitória para a Europa, uma vitória para Portugal e a vitória da responsabilidade.”

 

 

No discurso, disse que a decisão reflete “os valores europeus, e neles o da justiça”. Fala ainda numa vitória do “governo, diplomacia, todos os partidos” e de “todos os portugueses”.

 

 

Para o Governo fica o recado: “Agora, importa garantir que o investimento cresça, o sistema financeiro se reforce, os fundos europeus sejam aplicados depressa e bem e as metas resultantes da convergência entre comissão europeia e governo continuem em condições de serem atingidas em 2016, tal como em 2017.”

 

 

A mensagem terminou numa nota positiva: “Mas a grande lição deste dia é uma e muito simples: quando nós, portugueses, nos unimos em torno de causas justas, vencemos”.

 

 

Ministro alemão Schäuble fez “lóbi” para não haver sanções a Portugal e Espanha

 

 

O ministro das Finanças alemão interveio pessoalmente na decisão tomada esta quarta-feira pelo Colégio de Comissários sobre as (não) sanções a Portugal e Espanha. Segundo o jornal alemão Handelsblatt, Wolfgang Schäuble telefonou a vários comissários para os persuadir de que não seria bom aplicar sanções financeiras aos dois países.

 

Comissão Europeia decidiu não aplicar multas a Portugal e Espanha 4

A informação, avançada pelo jornal alemão, cita “diplomatas europeus com posições elevadas”. Talvez por influência destes telefonemas, a maioria dos comissários votou pela decisão que foi tomada, isto é, cancelar a aplicação de eventuais sanções. Apenas quatro comissários votaram favoravelmente à aplicação de sanções.

 

 

O Observador contactou fonte oficial do Ministério das Finanças da Alemanha, procurando uma confirmação a esta notícia, mas ainda não obteve resposta. Esta notícia será atualizada com eventual confirmação ou clarificação por parte do Ministério de Wolfgang Schäuble.

 

 

O Ministério das Finanças já teve, contudo, uma reação oficial, emitida logo após ser conhecida a decisão. O ministério de Schäuble considerou que a decisão dos comissários era, à primeira vista, “globalmente compreensível”.

 

 

Na altura em que o processo de sanções foi aberto, Wolfgang Schäuble defendeu que o que estava em causa não estaria uma intenção de sancionar Portugal e Espanha mas, sim, criar “incentivos” para que os países tomassem medidas “que são do seu próprio interesse”.

 

 

Após três horas de discussão, a Comissão Europeia decidiu nesta quarta-feira cancelar as multas a Portugal e Espanha pelo incumprimento das metas do défice público de 2015. Bruxelas vai, contudo, exigir objetivos mais duros, e já para 2016, incluindo medidas de consolidação orçamental com impacto estrutural no valor de 0,25% do produto interno bruto (PIB).

 

 

Espanha diz que teria sido um erro castigar o país

 

 

O ministro da Economia de Espanha, Luis de Guindos, defende que teria sido um erro aplicar sanções financeiras ao país e considera que os novos objetivos orçamentais são adequados. O jornal alemão Handelsblatt, que noticiou que o ministro alemão Wolfgang Schäuble terá intercedido a favor de Portugal e Espanha, especula que essa intervenção poderá ter sido uma forma de solidificar o apoio em torno do executivo de Mariano Rajoy, que tenta formar governo após as eleições de junho.

 

Comissão Europeia decidiu não aplicar multas a Portugal e Espanha 5

“Teria sido um erro castigar” Espanha e Portugal, afirmou Luis de Guindos esta quarta-feira, em declarações aos jornalistas em Madrid. Horas antes, o Colégio de Comissários tinha decidido não aplicar quaisquer multas aos dois países por incumprimento das metas do défice. Ambos os países reiteraram o compromisso com a consolidação orçamental daqui para a frente.

 

 

No caso espanhol, a multa máxima (0,2% do PIB) corresponderia a algo como 2.200 milhões de euros. A multa acabou por não ser aplicada, mas irá haver uma vigilância trimestral nas contas públicas. Espanha tem de cumprir uma meta de défice de 4,6% do PIB este ano, 3,1% em 2017 e 2,2% em 2018, pelo que o resultado prático foi dar mais dois anos a Espanha para reduzir o défice para menos de 3%.

 

 

“A decisão de castigar não teria sido a melhor decisão numa altura em que muita gente tem dúvidas sobre a Europa”, afirmou o Comissário Europeu Pierre Moscovici.

 

 

A prioridade no país vizinho, agora, é manter as taxas de crescimento económico, afirmou De Guindos, assegurando que a banca espanhola está em boas condições para ter um bom desempenho nos testes de stress que serão conhecidos na sexta-feira.

 

 

Espanha garantiu que irá reforçar o controlo da despesa regional e angariar mais seis mil milhões de euros em impostos cobrados às empresas.

 

 

Presidente do Eurogrupo desiludido com decisão da Comissão Europeia

 

 

Jeroen Dijsselbloem presidente do Eurogrupo, admitiu esta quarta-feira que está desiludido com a decisão da Comissão Europeia de cancelar sanções a Portugal e Espanha, diz a Reuters. As multas deviam ser impostas aos dois países ibéricos por não terem cumprido a meta imposta pela União Europeia em relação ao défice de 2015, que devia ter sido mantido abaixo de 3% do produto interno bruto (PIB).

 

Comissão Europeia decidiu não aplicar multas a Portugal e Espanha 6

Em comunicado, Dijsselbloem disse que é uma “desilusão que não haja consequências na conclusão de que Espanha e Portugal não agiram de forma eficiente para consolidar os seus orçamentos”. Acrescenta ainda que “apesar de todos os esforços, Espanha e Portugal ainda estão em perigo”.

 

 

O presidente do Eurogrupo espera que a decisão seja explicada e que a questão seja debatida pelos países da zona euro.

 

 

TPT com: AFP//Reuters//Julian Warnand//Oliver Hoslet//EPA//João Cândido da Silva//Edgar Caetano//Observador// 27 de Julho de 2016

 

 

 

 

 

Após consultas com o Rei Filipe VI mantem-se o “impasse” para formar governo em Espanha

O segundo dia de consultas do rei espanhol, Felipe VI, com os partidos políticos terminou sem quaisquer avanços, continuando o Partido Popular a não ter os apoios suficientes para formar um novo governo.

 

 

O impasse político não foi desfeito e continua assim a pairar a possibilidade de se realizarem eleições pela terceira vez para tentar resolver o bloqueio atual.

 

 

Algumas das cinco formações políticas que foram esta quarta-feira recebidas pelo rei fizeram questão de afirmar a sua recusa em aceitar um executivo da responsabilidade do PP (Partido Popular, de direita).

 

 

Há uma grande expetativa quanto ao resultado das reuniões que Felipe VI terá na quinta-feira com os líderes dos partidos com maior representação no Congresso de Deputados: Albert Rivera (Ciudadanos, centro), Pablo Iglesias (Podemos, radicais de esquerda), Pedro Sánchez (PSOE, Partido Socialista Operário Espanhol) e Mariano Rajoy (PP).

 

 

De acordo com o representante de Compromís-Podemos, Joan Baldoví, o rei transmitiu-lhe a sua preocupação pela eventual situação de “absoluto bloqueio” político para a investidura, assim como a possibilidade de não haver avanços na formação de um governo durante o verão.

 

 

O porta-voz do Partido Nacionalista Basco, Aitor Esteban, depois de se reunir com o rei, insistiu que os deputados desta força política irão votar “não” na primeira votação no parlamento e também “não” na segunda, se Mariano Rajoy for candidato a presidente do executivo espanhol.

 

 

O candidato designado pelo rei terá de se sujeitar a uma primeira votação no Congresso de Deputados em que, para ser confirmado como novo presidente do governo, precisa de obter a maioria absoluta dos votos dos deputados, e se isso não acontecer haverá uma segunda votação em que apenas necessita de ser o mais votado.

 

 

Mariano Rajoy já afirmou estar pronto para governar, mas não tem os apoios necessários para garantir a nomeação.

 

 

O Ciudadanos está disposto a abster-se na segunda votação, mas isso não será suficiente se todas as outras forças políticas votarem contra Rajoy, como têm defendido até agora.

 

 

Depois de quinta-feira terminar a ronda de conversações, Filipe VI convocará a presidente do Congresso, Ana Pastor, para a informar do resultado das consultas e, se tudo correr bem, apresentar a proposta de candidato a presidente do executivo.

 

 

O atual Congresso de Deputados foi formado na sequência das eleições de 26 de junho último, seis meses depois das eleições anteriores, de 20 de dezembro, em que os partidos políticos espanhóis não conseguiram formar um governo estável.

 

 

Nessa altura, Felipe VI fez três rondas de encontros com os partidos representados no parlamento para tentar encontrar uma solução para o impasse que se manteve até ao fim.

 

 

Todos os partidos defendem que não deve haver novamente eleições (pela terceira vez), mas a falta de uma maioria clara bloqueia a formação de um executivo.

 

 

O Partido Popular foi o mais votado nas eleições de 26 de junho e também o único que subiu em votantes e número de deputados, mas com os seus 137 lugares continua sem a maioria absoluta de 176 deputados num total de 350.

 

 

O PSOE ficou em segundo lugar, conquistando 85 lugares, enquanto a aliança Unidos-Podemos ficou em terceiro, com 71 deputados. A quarta formação mais votada foi o Ciudadanos, que alcançou 32 assentos.

 

 

TPT com: El País//Reuters//Lusa//BALLESTEROS//EPA//Observador// 27 de Julho de 2016

 

 

 

 

Hillary Clinton é nomeada oficialmente candidata democrata. Sanders propôs voto por aclamação

Em Filadélfia, Hillary Clinton fez história e pode tornar-se na primeira mulher a chegar à Casa Branca. O número de delegados necessários estava assegurado, mas Bernie Sanders quis unir o partido.

 

 

Durante perto de duas horas, no designado “roll call” [uma ronda feita por cada um dos estados], os delegados apresentaram o número de votos para cada um dos candidatos, mas cedo se percebeu que a antiga primeira-dama iria ultrapassar facilmente os 2382 delegados necessários para a nomeação.

 

Hillary Clinton é oficialmente a candidata democrata. Sanders propôs voto por aclamação 2

Votos somados e, perto do final, a antiga primeira-dama já contava com o número necessário quando Bernie Sanders falou à convenção, para propor que, à semelhança do que Hillary Clinton tinha feito em 2008, no confronto com Barack Obama, também agora a votação fosse feita por aclamação.

 

Hillary Clinton é oficialmente a candidata democrata. Sanders propôs voto por aclamação 3

“Proponho que a convenção suspenda a votação, proponho que todos os votos anunciados pelos delegados sejam refletidos na contagem oficial, e proponho que Hillary Clinton seja escolhida como a nomeada do Partido Democrata para Presidente dos Estados Unidos”, disse o senador do Vermont.

 

 

Marcia Fudge, a responsável por liderar os trabalhos, acolheu a proposta, agradeceu a Bernie Sanders a tentativa de promover a união dentro do partido e de apelar à unidade em torno da candidatura de Hillary Clinton, e procedeu à votação, que culminou na nomeação oficial da antiga secretária de Estado.

 

Hillary Clinton é oficialmente a candidata democrata. Sanders propôs voto por aclamação 4 Hillary Clinton é oficialmente a candidata democrata. Sanders propôs voto por aclamação 5

Uma decisão que, como era de esperar, não agradou a todos, com várias dezenas de apoiantes de Bernie Sanders a saírem da sala, acusando o Partido de querer silenciar todos os que se opõem à candidata, num protesto que chegou, inclusive, à sala de imprensa, no exterior do Wells Fargo Center, onde os apoiantes começaram por gritar “O povo unido jamais será vencido!”, mas onde permaneceram, munidos de cartazes e com as bocas tapadas, em silêncio, durante largos minutos.

 

 

Hillary agradece em vídeo, depois de elogios de Bill

 

 

Depois de, ao início da madrugada, Hillary Clinton ter sido nomeada candidata pelo Partido Democrata, a ex-primeira dama agradeceu aos delegados presentes na convenção através de uma mensagem de vídeo: “Obrigada a todos vocês e a todos aqueles que lutaram para que isto fosse possível”, afirmou, num vídeo no qual foram transmitidas imagens de antigos presidentes.

 

Hillary Clinton é oficialmente a candidata democrata. Sanders propôs voto por aclamação 6

Aos presentes no Wells Fargo Center, e visivelmente satisfeita com o marco histórico, Hillary disse ser uma “honra incrível”, deixando ainda uma mensagem para as jovens norte-americanas: “”Se algumas meninas ficaram acordadas até tarde para ver a nomeação, deixem-me dizer-vos que eu posso vir a ser a primeira mulher presidente, mas uma de vocês será a próxima”.

 

 

Antes, já o marido e antigo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, tinha discursado durante perto de uma hora, para deixar rasgados elogios à mulher que considera um verdadeiro “agente de mudança”, numa intervenção muito aplaudida, repleta de humor, em que defendeu que Hillary conta com um percurso praticamente imaculado e recheado de provas de que sempre foi uma “lutadora” e uma mulher “eternamente insatisfeita”.

 

 

Ao segundo dia de convenção, aconteceu o momento pelo qual todos esperavam, com Hillary Clinton a ver oficializada a nomeação para candidata democrata na eleição para presidente dos Estados Unidos.

 

 

TPT com: Washington Post//CBS//Lucas Jackson / Reuters//João Alexandre//TSF// 27 de Julho de 2016

 

 

 

 

Presidente do Comité Olímpico de Portugal apreensivo com condições da Aldeia Olímpica no Rio de Janeiro

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, mostrou-se hoje apreensivo em relação às condições das instalações atribuídas à delegação lusa, afirmando que “para já, os problemas estão resolvidos”.

 

 

O responsável, que falava à margem da inauguração do novo tapete de judo nas instalações do Estádio Universitário de Lisboa, diz estar tudo a correr “assim, assim” e esperar que os problemas estejam resolvidos por inteiro.

 

 

“As primeiras pessoas da nossa delegação que chegaram à Aldeia Olímpica encontraram alguns problemas por resolver. Resolveram-nos. Os primeiros atletas que chegaram tinham esses problemas resolvidos. A nossa preocupação é saber se as soluções encontradas são estáveis, são duradouras. Mas essa resposta só a iremos ter quando estiver toda a delegação instalada”, afirmou.

 

 

José Manuel Constantino não acredita que a delegação portuguesa venha a abandonar a Aldeia Olímpica, à semelhança do que já aconteceu com outras delegações.

 

 

“As notícias que têm vindo do Brasil não são animadoras. Não são sinais que nos deem conforto e segurança. Para já, com a delegação portuguesa as situações estão resolvidas. Vamos ver se é definitiva ou passageira. Não acreditamos que isso venha a acontecer (sair da Aldeia Olímpica). O nosso edifício foi dos primeiros a ser construído, não estamos a passar pelos problemas com a gravidade que outras delegações estão a passar”, disse.

 

 

Apesar desta instabilidade inicial, José Manuel Constantino tem toda a confiança no desempenho dos atletas durantes os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, esperando, por isso, que estes se concentrem exclusivamente na competição.

 

 

“Pedimos aos atletas que se concentrassem nas suas condições de preparação, naquilo que os leva até ao Rio de Janeiro e que deixassem os problemas de natureza organizativa e logística para os dirigentes. Tem havido algum ‘feedback’ das condições de treino. Os atletas que já lá estão (vela) têm de trabalhar muito para montar as condições que esperavam que as autoridades brasileiras montassem”, concluiu.

 

 

Secretário de Estado do Desporto brasileiro avisa que aldeia olímpica não é ‘resort de luxo’

 

 

João Paulo Rebelo está consciente e bem informado sobre os problemas existentes na aldeia olímpica do Rio de Janeiro, mas desdramatiza a situação e confia num bom desempenho de Portugal no evento.

 

Presidente do Comité Olímpico de Portugal apreensivo com condições da Aldeia Olímpica no Rio de Janeiro 2

“Assumo com apreensão as lacunas e debilidades existentes nos Jogos do Rio de Janeiro, mas espero que, até ao início da competição, muitas coisas fiquem definitivamente resolvidas”, começou hoje por afirmar à agência Lusa o secretário de Estado da Juventude e Desporto, à margem da apresentação do Programa Nacional de Desporto para Todos.

 

 

João Paulo Rebelo, contudo, evita enfatizar a situação, pois “os atletas não podem estar à espera de encontrar um ‘resort’ de luxo” e que “vão viver durante alguns dias numa estrutura moderna criada propositadamente para os Jogos Olímpicos e é natural que possam surgir alguns problemas nas instalações”.

 

 

“Tenho expetativas elevadas em bons resultados e não falo apenas de medalhas, porque nunca colocámos qualquer fasquia em termos de pódio. Mas ficar entre os 16 ou 12 primeiros classificados nas várias disciplinas desportivas já se pode considerar bons resultados”, disse ainda João Paulo Rebelo.

 

 

Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, a modalidade com mais atletas portugueses presentes no Rio de Janeiro (24), também desvalorizou as críticas às condições oferecidas pela aldeia olímpica no Rio de Janeiro.

 

 

“Os atletas têm de se focar, essencialmente, mas condições desportivas e nas suas performances. As questões das instalações e de logística são para serem resolvidas pelos dirigentes”, sublinhou Vieira.

 

 

“Nós não somos tão exigentes como os australianos. Estamos habituados a estagiar em locais normais e sem grandes luxos. E temos um espírito de tolerância e de ‘desenrascanço’ muito maior. Claro que existem limites que não podem ser ultrapassados. Mas vamos pensar positivo”, conclui Jorge Vieira, que só viaja para o Rio de Janeiro no dia 11 de agosto para acompanhar as competições do atletismo.

 

 

Prefeito diz que problemas da Aldeia Olímpica estão ‘praticamente resolvidos’

 

 

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse hoje, na abertura oficial do ‘Media Center’ que será usado nos Jogos Olímpicos Rio2016 que os problemas na Aldeia Olímpica estão praticamente resolvidos.

 

Presidente do Comité Olímpico de Portugal apreensivo com condições da Aldeia Olímpica no Rio de Janeiro 3

“Os problemas surgiram efetivamente nos últimos três meses. O que tinha que ser feito está a ser feito. Foi uma falha de acompanhamento, mas acredito que, em cinco, seis dias, estará tudo resolvido. Esta vai ser a melhor Vila da história dos Jogos”, disse Eduardo Paes.

 

 

Eduardo Paes frisou que a prefeitura reconheceu desde o início os problemas nas instalações e justificou que houve uma pequena falha de acompanhamento da equipe de gestão.

 

 

Os problemas surgiram com a chegada das primeiras delegações de atletas. A infraestrutura da Aldeia Olímpica foi alvo de críticas por conta da sujidade e da falta de acabamentos da infraestrutura elétrica em alguns prédios.

 

 

As reclamações chegaram formalmente ao Comitê Olímpico do Rio de Janeiro das delegações da Austrália, Suécia e Argentina.

 

 

Os atletas da Austrália até deixaram a Aldeia e mudaram-se para hotéis. Esta delegação emitiu um comunicado dizendo que nos prédios que lhe haviam sido destinados havia cheiro a gás, fugas de água e problemas elétricos.

 

 

A delegação australiana voltou à Aldeia Olímpica, depois de os problemas terem sido solucionados.

 

 

60% dos brasileiros acreditam que o evento trará prejuízo

 

 

Uma sondagem divulgada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo revela que 60% dos brasileiros acredita que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro trarão mais prejuízos do que benefícios.

 

Presidente do Comité Olímpico de Portugal apreensivo com condições da Aldeia Olímpica no Rio de Janeiro 4

A consulta, realizada pelo Ibope, mostra que apenas 32% dos inquiridos confiam que o evento trará benefícios, enquanto 4% disseram que não traria nem prejuízo nem benefício e 4% não opinaram.

 

 

O governo brasileiro, por outro lado, anunciou terça-feira que o evento deve gerar receitas de 200 milhões de dólares (180 milhões de euros) em despesas extras geradas pelos turistas, entre este mês e setembro.

 

 

Segundo dados oficiais da organização do evento, foram gastos cerca de 40 mil milhões de reais (11 mil milhões de euros) para a realização da Rio2016.

 

 

A sondagem do Ibope também mostrou que em 2014, antes da realização do campeonato do mundo de futebol no Brasil, 51% da população considerava mais importante que o país fosse campeão do torneio e apenas 24% colocavam a organização do evento no topo das prioridades.

 

 

TPT com: AFP//Reuters//O Estado de São Paulo//Sapodesporto//Lusa// 27 de Julho de 2016

 

 

 

 

Somente os dois maiores partidos cabo-verdianos concorrem em todas as “câmaras municipais” nas eleições autárquicas

Apenas os dois maiores partidos cabo-verdianos vão concorrer em todos os 22 municípios nas próximas eleições autárquicas no país, marcadas para 4 de setembro, e cujo prazo limite para entrega formal das candidaturas terminou na terça-feira.

 

 

Segundo as informações recolhidas apenas o Movimento para a Democracia (MPD, partido no poder e que detém 14 das 22 câmaras) e o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, maior partido da oposição e com oito câmaras) vão concorrer em todos os municípios.

 

 

No MpD, de onde na capital cabo-verdiana saiu em janeiro o atual primeiro-ministro, o destaque vai para a candidatura de Óscar Santos, número dois de Ulisses Correia e Silva, líder do partido, e que assumiu a autarquia praiense quando este saiu para liderar o executivo.

 

 

O partido no poder tem como objetivo voltar a vencer as eleições autárquicas em Cabo Verde, tal como aconteceu há quatro anos.

 

 

No PAICV, que na ilha do Maio apoia um independente, destaque para a candidatura de três ex-ministros do anterior Governo: Cristina Fontes Lima (Praia), Démis Lobo Almeida (Sal) e Leonesa Fortes (Ribeira Grande de Santo Antão).

 

 

O partido liderado por Janira Hopffer Almada traçou como objetivo a conquista da maioria das câmaras municipais do arquipélago.

 

 

Uma das disputas mais renhidas e mais importantes será na Praia, onde o atual presidente, Óscar Santos, vai ter como principal concorrente a ex-ministra Cristina Fontes Lima, que pretende devolver a autarquia ao PAICV após oito anos de governação do MpD.

 

 

A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, terceiro partido no país e com três assentos no parlamento), concorre na Praia, Maio, Ribeira Grande e Paul (Santo Antão), Sal e São Vicente, onde o líder do partido, António Monteiro, será candidato pela quarta vez consecutiva.

 

 

Os partidos sem assento parlamentar apontaram limitações financeiras e apenas o Partido Popular (PP) concorre em dois municípios, com o Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS) e o Partido Social Democrata (PSD) a disputaram a corrida em apenas um cada.

 

 

O PP, legalizado há apenas sete meses, entra pela primeira vez na disputa autárquica e concorre na Praia e na Calheta de São Miguel, interior da ilha de Santiago, depois de entrar nas legislativas de março último.

 

 

O presidente do PP, Amândio Barbosa Vicente, disse à Lusa que o partido, que ainda está em processo de reorganização, pretende mais justiça social e reforçar a qualidade da democracia.

 

 

O PTS concorre apenas na Praia pela segunda vez seguida, depois de 2012, e o presidente, José Augusto Fernandes, será o cabeça-de-lista, prometendo continuar a defender a criação de mais empregos, não perseguição dos vendedores ambulantes, mais trabalho para os jovens e mais apoio para a integração dos imigrantes em Cabo Verde.

 

 

O líder do PSD, João Além, disse à comunicação social que o seu partido vai concorrer apenas na ilha do Sal porque foi onde apareceu um interessado, que será Paulo Jorge, que vai custear a campanha, uma vez que o partido enfrenta problemas financeiros.

 

 

Há ainda algumas candidaturas independentes, com destaque para o atual presidente em São Filipe (Fogo), Luís Pires, que avança porque o PAICV, que o apoiou há quatro anos, decidiu voltar a depositar a confiança em Eugénio Veiga, que tinha sido preterido em 2012.

 

 

Na ilha da Boavista, o deputado José Luís Santos também avançou como independente, ao afirmar que conquistou 40 por cento das intenções de voto numa sondagem realizada pelo MpD, e ainda assim foi preterido para o atual presidente, José Pinto Almeida.

 

 

Há ainda uma candidatura independente do emigrante Pedro Centeio nos Mosteiros (Fogo), com o movimento Avançar Mosteiros Independente (AMI).

 

 

TPT com: AFP//NCV//Ana Freitas//Lusa// 27 de Julho de 2016

 

 

 

 

Maria das Neves classifica como farsa as eleições em São Tomé e Príncipe

Maria das Neves, terceira candidata mais votada na primeira volta das presidenciais em São Tomé e Príncipe, realizada dia 17, ameaçou esta quarta-feira recorrer a “outras ações” caso o escrutínio não seja anulado.

 

 

“Os vícios são notórios e a única solução é a anulação de todo esse processo sob pena de nós comprometermos a nossa democracia, sob pena de comprometermos a imagem deste país”, disse a candidata em conferência de imprensa.

 

 

“Estamos a apelar a todas as instituições da República que assumam as suas responsabilidades sob pena de nós entrarmos com outras ações”, acrescentou.

 

 

Maria das Neves voltou a classificar como “farsa” o processo eleitoral e acusou o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, José Bandeira, de “ter vendido a face” ao poder.

 

 

“Quero confessar que fiquei surpreendida com a atuação do senhor presidente do Supremo Tribunal de Justiça que vendeu completamente a face. Não parece ser um presidente do Supremo Tribunal de Justiça que devia ser isento neste processo, tomou parte e lamento muito que as instituições na nossa República estejam tão envolvidas, perdendo a face num ato como este”, criticou Maria das Neves.

 

 

Quanto ao presidente da Comissão Eleitoral Nacional, a candidata acusou-o de “flagrante contradição”, acrescentando que Alberto Pereira “veio a público reconhecer que houve falhas gravíssimas”.

 

 

“É necessário assumir-se as responsabilidades”, salientou Maria das Neves, exigindo uma vez mais a “anulação de todo” o processo eleitoral porque, considera, “está todo viciado”.

 

 

“Quiseram que o candidato do poder ganhasse as eleições custe o que custasse, mas falharam na estratégia que utilizaram”, defendeu.

 

 

“Estou convicta que para além das irregularidades constatadas e reconhecidas pelo senhor presidente da Comissão Eleitoral Nacional, haverá muitas outras que certamente comprometerão todo o processo”, frisou a candidata.

 

 

Os resultados oficiais do apuramento geral da primeira volta divulgados segunda-feira afirmam Evaristo de Carvalho, candidato apoiado pelo partido no poder, Ação Democrática Independente com 34.522 votos, o que corresponde a 49,88% dos votos expressos, seguido de Manuel Pinto da Costa com 17.188 votos (24,83%) e Maria das Neves com 16.828 (24,31%).

 

 

Num universo de 111.222 votantes, foram às urnas 71.524, que corresponde a 64,31% de afluência, havendo 35,69% de abstenções, equivalente a 39.698 não votantes.

 

 

Relativamente aos outros dois candidatos, Manuel do Rosário obteve 478 votos (0,69%) e Hélder Barros 194 (0,28%).

 

Foram ainda apurados 641 votos em branco (0,90%) e 1.673 nulos (2,34%).

 

 

O candidato presidencial Pinto da Costa recusa ir à segunda volta

 

 

O candidato presidencial são-tomense Manuel Pinto da Costa anunciou vai recusar entrar na segunda volta das eleições presidenciais de São Tomé e Príncipe, considerando que “participar num processo eleitoral tão viciado seria caucioná-lo”.

 

 

Inicialmente, a Comissão Eleitoral Nacional (CEN) considerou que o candidato apoiado pelo governo, Evaristo Carvalho, ganhou com mais de 50 por cento dos votos, uma decisão que foi depois revertida com novas contagens dos boletins, que indicaram uma segunda volta com Pinto da Costa, atual Presidente da República e recandidato ao cargo.

 

 

Numa declaração hoje lida no Palácio do Morro da Trindade, Pinto da Costa considera que, mantendo-se a atual CEN e as estruturas de fiscalização, novas eleições “não serão livres nem transparentes e muito menos justas”.

 

 

“Assim sendo, continuar a participar num processo eleitoral tão viciado seria caucioná-lo”, acrescentou o governante, sublinhando: “Não o faço como candidato e muito menos como Presidente da República”.

 

 

Governo afirma a diplomatas que eleições foram transparentes

 

 

O Governo são-tomense chamou esta quarta-feira os representantes das missões diplomáticas no arquipélago para informar que a primeira volta das eleições presidenciais foi “pacífica, ordeira e transparente”, pedindo aos diplomatas para transmitirem isso mesmo aos seus “respetivos estados e governos”.

 

 

“O Governo reitera a sua profunda convicção de que a primeira volta da eleição presidencial realizada no domingo, 17 de julho, foi ordeira, pacífica e transparente e, em consequência tomou todas as disposições necessárias para a realização da segunda volta”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidade (MNEC), Salvador dos Ramos.

 

 

“Ficou demonstrado que não houve quaisquer ilícitos no processo suscetíveis de pôr em causa o resultado da eleição, não se constataram quaisquer protestos depositados nas mesas de voto reclamando o que quer que seja”, acrescentou o governante, durante um encontro no MNEC de pouco menos de 20 minutos, em que participaram os embaixadores de Portugal, Brasil e Taiwan, seis encarregados de negócios e o representante do sistema das Nações Unidas.

 

 

O executivo são-tomense agradeceu também “aos estados, governos, organizações internacionais e toda a comunidade internacional” por todo o apoio e colaboração no processo eleitoral.

 

 

O Governo apelou ainda ao povo são-tomense a “manter a calma e a tranquilidade que sempre caracterizaram os são-tomenses em ocasiões semelhantes e reitera a sua convicção de que no dia 7 de agosto o país elegerá o seu novo Presidente da República que, como previsto na lei, tomará posse no dia 3 de setembro”.

 

 

O Tribunal Constitucional decidiu que Evaristo Carvalho, candidato apoiado pelo partido no Governo, a Ação Democrática Independente (ADI), concorrerá sozinho à segunda volta das presidenciais, depois de o atual Presidente, Manuel Pinto da Costa, que ficou em segundo lugar na primeira volta, ter desistido.

 

 

Pinto da Costa considerou que “participar num processo eleitoral tão viciado seria caucioná-lo”.

 

 

TPT com: AFP//Observador//Paulo Agostinho//Lourenço da Silva//Lusa// 27 de Julho de 2016

 

 

 

 

 

Direita vai a Belém acusar Governo de fazer mal à economia

Os partidos da direita aproveitaram os encontros desta segunda-feira com o Presidente da República para expressarem a sua preocupação com o panorama económico no país, atirando responsabilidades ao atual Governo. No CDS, Assunção Cristas disse que a solução das esquerda não está a “fazer nada de bem à economia”, enquanto o PSD diz que “os resultados são contrários” aos que o Executivo tinha prometido, mas sem ver sinais de crise política no horizonte.

 

 

A garantia deixada em Belém, perante os jornalistas, pela vice-presidente do PSD Sofia Galvão soou a pressão sobre a esquerda: “Não vemos nenhum cenário de crise política no horizonte. Quando há maiorias no Parlamento não há razões para se pensar em crises políticas”. Aliás, o PSD sublinha que a posição vale para tudo, incluindo para o Orçamento do Estado para o próximo ano: “Há uma solução de Governo que tem suporte na Assembleia da República e é essa maioria que tem de apresentar o próximo Orçamento e explicar ao país como tenciona executá-lo”.

 

 

O que “preocupa” o PSD nesta fase é que “o crescimento não arranca” e “sem a banca a funcionar em condições de financiar a economia, não há capacidade de ter o desempenho de que Portugal precisa”.

 

 

“Nesta altura já é possível perceber que os resultados da política económica são contrários aos que o governo tinha prometido”, afirmou Sofia Galvão.

 

 

O alerta do CDS vai no mesmo sentido. Assunção Cristas foi manifestar a mesma preocupação ao Presidente da República: “Estas políticas com esta solução das esquerdas unidas não nos parece estar a fazer nada bem à economia e à vida dos portugueses no médio e longo prazo”. A líder do CDS fintou questões sobre a solidez da solução governativa e também as que insistiam sobre uma abertura do CDS para fazer parte de uma solução governativa com o PS. “Não vou estar a comentar nenhum cenário que não está em cima da mesa”.

 

 

Cristas quis antes centrar o discurso na falta de “condições de confiança para atrair investimento” para o país, acusando também o Governo de estar “a empurrar com a barriga despesa que se vai transformar em dívidas” — e aqui apontou para a execução orçamental deste ano, sobre a qual questiona se existe “um corte efetivo e sustentável na despesa pública”.

 

 

PCP sai de Belém sem dar garantias no OE. BE diz que PR não tem motivos para “intranquilidade”

 

 

Na ronda de audições dos partidos políticos, numa espécie de balanço de fim de sessão legislativa, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os comunistas mas sem receber qualquer garantia sobre a aprovação do próximo Orçamento do Estado. Jerónimo de Sousa saiu da reunião com o Presidente da República a alertar para “a centralidade excessiva [dada] à questão do défice”, e a afirmar que o Orçamento do Estado é “uma prova importante”. Mas não garante, no entanto, mais do que uma “contribuição” para o OE. Pelo menos até conhecer a proposta do Governo. Já o BE, coloca-se como parte da solução e diz que Marcelo “não tem motivo para qualquer intranquilidade”.

 

Direita vai a Belém acusar Governo de fazer mal à economia 2

Por agora, o PCP só avança que “está disponível para esse exame que é preciso fazer” e que “o que é importante é responder às grandes questões do crescimento do desenvolvimento e da política de devolução de direitos e de rendimentos aguardados por muitos setores”. O secretário-geral comunista não saiu do registo: “Tudo o que seja este caminho, o PCP estará presente”. Jerónimo de Sousa voltou a sublinhar que inviabilizava qualquer retrocesso político: “Compreenderão que qualquer inversão, voltar para trás como o PSD propõe, naturalmente não estaremos de acordo”. O líder comunista acredita que “é possível avançar neste ritmo de reposição de rendimentos”, mas também avisa que “a prova tem de ser feita”.

 

 

“O PCP estará disponível para examinar os seus conteúdos [do Orçamento do Estado para 2017], não se pronunciando nem sim nem não sobre uma coisa que não conhece. Mas daremos a nossa contribuição.”

 

 

Bloco diz que PR pode estar tranquilo

 

 

No Bloco de Esquerda, Catarina Martins garante empenho no caminho feito até aqui. “Existem condições em Portugal para se continuar a fazer este caminho e é nisso que estamos empenhados e a trabalhar todos os dias”. O “caminho” a que se referiu a líder do BE, depois de sair da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa é o de travar “O empobrecimento e recuperar os rendimentos”: “Esperamos continuar o percurso que tem vindo a ser feito no próximo Orçamento”.

 

 

Catarina Martins foi recebida depois da delegação comunista e as suas declarações foram mais claras nas garantias sobre a negociação que se segue entre os parceiros de esquerda, assumindo que da parte do BE, o “Presidente da República não tem qualquer motivo para intranquilidade. O BE nunca lhe deu motivos para isso”. Catarina Martins disse mesmo que o Bloco de Esquerda “será a garantia da determinação” para um Orçamento que defenda “a reposição de rendimentos do trabalho, as pensões a proteção social e os desempregados”. A linha vermelha bloquista resume-se a um ponto: “Nunca pactuará com medidas de austeridade, não queremos voltar atrás, o nosso caminho é outro”. Mas também se mostra tranquila com o Governo que, garante, “até agora não deu qualquer indicação de não querer respeitar o acordo feito” com o BE.

 

 

O conforto comunista parece mais difícil de conseguir, com o secretário-geral do PCP — que foi acompanhado pelo líder parlamentar João Oliveira — a expressar a “preocupação” com um ponto específico: “Está a ser dada centralidade excessiva à questão do défice e fala-se menos da linha de reposição de direitos e rendimentos. Há setores que não encontraram resposta para os seus problemas” e avançou como exemplo os pensionistas. “Em vez desta centralidade e se encolher perante chantagens e pressões atuais da União Europeia, o importante é responder às grandes questões do crescimento e do desenvolvimento económico”.

 

 

Perante as pressões externas, a posição do Bloco de Esquerda passa por ser “aliado do Governo no combate a sanções” e Catarina Martins diz que “do ponto de vista interno, a melhor forma de combater as chantagem é prepararmos um Orçamento que é fiel ao acordo que fizemos, para a reposição dos rendimentos do trabalho, que proteja o Estado social e que pense em primeiro lugar nas pessoas deste país”.

 

 

Entre os objetivos que os comunistas levam para a negociação da próxima proposta de Orçamento do Estado, está o aumento salarial, com Jerónimo de Sousa a avisar, por um lado, que “seria mau caminho voltar a cortar salários ou congelá-los” e, por outro, que tudo fará “para que os aumentos se verifiquem não só na administração pública como no setor privado”.

 

 

Já sobre a solidez da posição conjunta, firmada com o PS (e repetida pelo BE e Verdes), Jerónimo de Sousa diz que no que toca ao partido “no essencial foi concretizada nos objetivos que se conhecem”, para logo de seguida acrescentar que o Orçamento para 2016 “tinha muitas matérias que podem ser transportadas para o Orçamento de 2017”.

 

 

Já Os Verdes expressaram, à saída da reunião em Belém, que esta sessão legislativa foi “muito produtiva” e descreveram a posição conjunta assinada como PS como “uma segunda Constituição”. O deputado José Luís Ferreira não adiantou (tal como os outros partidos) como votará o próximo OE, mas foi claro sobre a vontade de continuar o caminho ao lado do PS: “OS Verdes estão disponíveis para continuar esta caminhada que está a traduzir-se na devolução de rendimentos e recuperação de direitos dos portugueses”.

 

 

No partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), o deputado André Silva falou no “desafio acrescido na aprovação do Oe que terá como cenário algumas dificuldades que possam ser acometidas pela UE, ou necessidades de reforço de capital no setor bancário. E logo de seguida apelou à “responsabilidade por parte dos partidos que fizeram esta solução governativa e dos principais partidos da oposição”.

 

 

TPT com: DD//José Sena Goulão//Pedro Nunes//Lusa/Rita Tavares//Observador//26 de Julho de 2016