Ucrânia está a fechar a rede à frota de Putin do Mar Negro e os navios russos “obrigados” a fugir para evitar ataques ucranianos

O Mar Negro tornou-se um lugar perigoso para os navios de guerra russos: tem sido um dos palcos privilegiados da invasão russa da Ucrânia. No entanto, apesar da esmagadora superioridade naval, os navios de guerra de Moscovo não conseguiram pacificar a zona. E agora, face à intensificação da guerra marítima da Ucrânia, a famosa Frota Russa do Mar Negro está a ser forçada a sair.

 

 

A Ucrânia embarcou numa estratégia metódica para “desmilitarizar” a Frota do Mar Negro, segundo revelaram especialistas ucranianos próximo do Ministério da Defesa, em declarações à revista ‘Newsweek’, corroendo, de forma constante, a infraestrutura de apoio necessária para manter os navios do Kremlin à tona e a retirar os valiosos recursos navais. Enquanto Kiev procura isolar – e eventualmente libertar – a Crimeia, os espaços seguros da Frota Russa parecem estar a diminuir.

 

 

“O objetivo deles é basicamente sufocar-nos economicamente”, disse Andriy Zagorodnyuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia e agora conselheiro do Ministério da Defesa. “A única maneira de sair desta situação é destruir a Frota do Mar Negro, destruir a sua capacidade de prosseguir a ocupação do Mar Negro e restaurar a liberdade de navegação.”

 

 

“A única coisa que podemos fazer é destruir a Frota do Mar Negro e dizer que qualquer novo navio na área seguirá os anteriores”, acrescentou o especialista. “Não há outra opção. E devemos perseguir essa opção até que esteja feito.”

 

 

O controlo do Mar Negro é há muito uma ambição russa. A anexação da Crimeia, em 2014, e o subsequente bloqueio do Mar de Azov serviram esse objetivo maior, limitando o acesso naval da Ucrânia e sufocando as suas exportações marítimas. No início da invasão, em 2022, o renascimento da era soviética sobre todo o norte, oeste e leste do Mar Negro parecia estar ao alcance.

 

 

Mas são poucos os elementos da guerra de Vladimir Putin que parecem estar a decorrer conforme o planeado, o que é especialmente verdade no Mar Negro, onde até 16 navios russos foram danificados ou destruídos por um inimigo sem marinha convencional e com poder aéreo limitado. Cada perda representa um novo desafio a longo prazo para o setor da construção naval russo, limitado pelas tensões económicas, pelas sanções internacionais e já uma sombra do seu antecessor soviético, que dependia fortemente dos estaleiros ucranianos.

 

 

“Todos eles têm equipamentos antigos”, sustentou Zagorodnyuk sobre os navios russos sobreviventes no Mar Negro. “Foram todos construídos há muito tempo. Eles têm alguns problemas significativos com armas, equipamentos, entre outros.” No entanto, o “melhor foi o cruzador ‘Moskva’”, acrescentou, lembrando o navio-almirante da Frota do Mar Negro, afundado por mísseis antinavio ucranianos em abril de 2022.

 

 

As coisas parecem estar a piorar para o Kremlin. A 13 de setembro, mísseis de cruzeiro ucranianos destruíram um navio de desembarque e um submarino de ataque numa doca seca em Sebastopol – o coração da Frota do Mar Negro e a base do controlo russo da península. Na quarta-feira, outro ataque teve como alvo um centro de comando da frota. Esta sexta-feira foi atingido o quartel-general da frota russa na Crimeia. Há também registos de ataques quase diários de drones e mísseis contra alvos na península, que destruíram sistemas de radar, baterias de defesa aérea e locais de mísseis.

 

 

Mesmo sem o elemento surpresa, a Ucrânia está a penetrar na rede defensiva da Crimeia. Vários submarinos da classe Kilo de Moscovo já teriam sido transferidos de Sebastopol para o porto russo de Novorossiysk após uma série de ataques na península. Após o bombardeio de Sebastopol na semana passada, acredita-se que a Rússia tenha transferido vários navios de desembarque para o Mar de Azov.

 

 

 

Moscovo não dá qualquer indicação de que irá aliviar o seu bloqueio intermitente à navegação ucraniana nem irá parar de lançar mísseis de cruzeiro contra cidades ucranianas a partir de navios do Mar Negro. A região continua a ser um dos enigmas estratégicos mais prementes de Kiev. “Ninguém pode mudar a posição russa”, referiu Zagorodnyuk. “Fazem-no porque ninguém pode detê-los… É basicamente assim que eles se comportam em geral, em todos os lugares.”

 

 

 

 

TPT com: NBCNews//Executive Digest/Lusa// Francisco Laranjeira // 29 de Setembro de 2023

 

 

 

 

 

 

Estados Unidos avaliam entrega iminente de mísseis ATACMS a Kiev: o que são e como podem mudar o rumo da contraofensiva ucraniana

 

Os Estados Unidos estão a avaliar o envio de mísseis ATACMS para a Ucrânia este outono e, de acordo com os especialistas, podem trazer um potencial muito vasto na contraofensiva de Kiev. De acordo com diversos órgãos de comunicação social americanos, a autorização de Joe Biden para o envio de mísseis de longo alcance está iminente.

 

 

“Eles estão a chegar”, destacou a ‘ABC News’, sobre os ATACMS, cumprindo dessa forma os diversos pedidos de Volodymyr Zelenskyy por este míssil de alta precisão, capaz de percorrer 300 quilómetros, um alcance superior aos Storm Shadow/Scalps entregues pelo Reino Unido e França, lembrou esta segunda-feira o site ‘Euronews’.

 

 

O momento da decisão deve-se ao atual tabuleiro político internacional, que poderá mudar em 2024. De acordo com César Pintado, professor do Campus Internacional de Segurança e Defesa (CISDE), em Sevilha, “o objetivo desta escalada é dar um impulso à guerra. Não se trata de pequenas conquistas territoriais em zonas adjacentes, mas sim de atacar diretamente a Crimeia”. Até porque, garantiu o especialista, “2024 é um ano muito sensível do ponto de vista político. Há eleições nos Estados Unidos e eleições para o Parlamento Europeu. Há outros Governos que podem entrar em cena e mudar os jogadores. E o jogo pode não ser o mesmo”.

 

 

No entanto, a contraofensiva de Kiev enfrenta outros desafios: a chegada do outono vai promover mau tempo, pelo que a janela de oportunidade de sucesso torna-se mais estreita. Por isso multiplicam-se os apelos da Ucrânia para a chegada de mais armamento, ainda que algumas ‘regras do jogo’ devam manter-se, pelo menos a promessa de Kiev de não usar armas ocidentais no interior da Rússia. Mas aqui importa saber como será o novo ministro da Defesa de Zelensky, Rustem Umerov.

 

 

Segundo Marina Miron, investigadora do ‘War Studies Department’, do King’s College London, “em termos de garantias, tem de haver confiança suficiente de que a liderança política tem controlo sobre a liderança militar. Neste momento, não parece que a liderança política tenha todo o controlo e toda a confiança, porque não sabemos como o novo ministro da Defesa irá atuar, qual será a sua estratégia, o que irá fazer”.

 

 

Apesar da indefinição política, os Governos ocidentais têm apressado o envio de material militar para Kiev: a Suécia pondera entregar caças Gripen, a Dinamarca e os Países Baixos vão enviar seis dezenas de F-16 e a Alemanha comprometeu-se com 40 veículos blindados Marder.

 

 

A Polónia aprovou a compra de perto de 500 lança-mísseis HIMARS, utilizados para projetar os ATACMS, num investimento de quase 10 mil milhões de euros, um terço do já avultado orçamento militar previsto – cerca de 30 mil milhões de euros, 4% do PIB polaco. Varsóvia vai igualmente instalar um centro logístico para a manutenção desses lançadores, não só os do exército polaco mas também de países vizinhos, nos quais está incluído a Ucrânia.

 

 

 

TPT com: NBCNews//AFP//ABCNews//Francisco Laranjeira// 29 de Setembro de 2023

 

 

 

 

Cemitério português de Richebourg em França é Património Mundial da Humanidade

 

A UNESCO classificou recentemente 139 lugares de memória da I Guerra Mundial em França e na Bélgica incluindo o cemitério português de Richebourg, onde estão sepultados 1831 soldados portugueses que morreram no conflito.

 

 

Esta é uma candidatura que a França e Bélgica lançaram em conjunto em 2017 e cuja apreciação tinha sido adiada para 2021. Dois anos depois desta data, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) conferiu o estatuto de Património Mundial da Humanidade a estes lugares, muitos deles cemitérios, que evocam a memória dos soldados mortos na I Guerra Mundial.

 

 

O cemitério de Richebourg, no departamento de Pas-de-Calais, onde entre 1924 e 1938 foram sepultados 1.831 soldados portugueses, faz parte deste conjunto e nas últimas décadas tem aproximado esta região de Portugal.

 

 

“Somos o território da I Guerra Mundial e por isso há amizade, cooperação internacional, valorização da memória e muitos voluntários para fazer viver esta memória. Por exemplo, a cidade Arras é geminada com a Batalha, o presidente da Câmara de Richebourg foi à casa do soldado Milhões em Murça, há uma grande cooperação entre as cidades. E a ideia de desenvolver mais o conhecimento sobre a participação portuguesa na Guerra e o turismo da memória, é algo muito importante”, afirmou Bruno Cavaco, cônsul honorário de Portugal em Lille, em declarações à agência Lusa.

 

 

Há vários anos que este cemitério é cuidado pela Associação União Franco-Portuguesa de Richebourg, que lidera anualmente as comemorações da participação dos soldados portugueses neste conflito, apoiada pelas autoridades locais. O cemitério foi recentemente alvo de obras por parte do Ministério da Defesa de Portugal, com o então ministro desta pasta, João Gomes Cravinho, a dizer que o investimento na memória é “um investimento no presente e no futuro”.

 

 

Em 2018, este cemitério já tinha recebido obras de requalificação já que fez parte das celebrações do centenário da Batalha de La Lys, a maior derrota militar portuguesa na I Guerra Mundial, recebendo a visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, mas também do Presidente francês, Emmanuel Macron. Só na batalha de La Lys terão morrido cerca de 500 portugueses e milhares foram feitos prisioneiros.

 

 

A classificação deste conjunto de monumentos engloba ainda um cemitério indiano, vários cemitérios ingleses e canadianos e também um cemitério chinês, com 842 campas de chineses que trabalhavam para o Exército britânico e que pereceram durante os combates.

 

 

A Comissão do Património Mundial da UNESCO está reunida até 25 de setembro, em Riade, na Arábia Saudita, apreciando as candidaturas de monumentos em todo a mundo.

 

 

 

UNESCO coloca também dois locais ucranianos na lista de património mundial em perigo

 

 

 

O Comité do Património Mundial da ONU colocou hoje dois importantes locais históricos da Ucrânia, país alvo de uma invasão russa desde 24 de fevereiro de 2022, na lista de sítios “em perigo”.

 

 

A icónica Catedral de Santa Sofia, na capital do país, Kiev, e o centro medieval da cidade ocidental de Lviv estão classificados como Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), locais considerados como fundamentais para a cultura e história da Ucrânia.

 

 

A decisão de designar estes dois locais ucranianos “em perigo” foi tomada na 45.ª sessão do Comité do Património Mundial, que está a decorrer na Arábia Saudita. Este comité mantém a lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO e supervisiona a conservação dos sítios.

 

 

A decisão não tem qualquer mecanismo de aplicação, mas poderá ajudar a dissuadir os ataques russos.

 

 

Nenhum dos sítios foi diretamente visado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e Lviv tem sido poupada em certa medida.

 

 

Mas a Rússia tem desencadeado vagas de ataques contra Kiev e a outras cidades ucranianas, atingindo áreas residenciais e infraestruturas críticas com ‘drones’ (aparelhos aéreos não tripulados).

 

 

A Catedral de Santa Sofia, com a sua cúpula dourada, situada no coração de Kiev, foi construída no século XI e concebida para rivalizar com a Hagia Sophia, de Istambul.

 

 

O monumento à arte bizantina contém a maior coleção de mosaicos e frescos desse período e está rodeado por edifícios monásticos que datam do século XVII.

 

 

O Kyiv-Pechersk Lavra, também conhecido como o Mosteiro das Grutas, é um vasto complexo de mosteiros e igrejas – alguns subterrâneos – que foram construídos entre os séculos XI e XIX.

 

Algumas das igrejas estão ligadas por uma complexa rede labiríntica de grutas que se estendem por mais de 600 metros.

Os dois locais no rio Dnipro, a 15 minutos de carro um do outro, são “uma obra-prima do génio criativo humano”, segundo a UNESCO.

 

 

O outro local “em perigo” é o centro histórico de Lviv, perto da fronteira com a Polónia, composto por um castelo do século V, com vista para as ruas e praças construídas entre os séculos XIII e XVII.

 

 

O local inclui ainda uma sinagoga, bem como edifícios religiosos ortodoxos, arménios e católicos, refletindo a diversidade da cidade.

 

 

“No seu tecido urbano e na sua arquitetura, Lviv é um exemplo notável da fusão das tradições arquitetónicas e artísticas da Europa Oriental com as de Itália e da Alemanha. O papel político e comercial de Lviv atraiu para a cidade uma série de grupos étnicos com diferentes tradições culturais e religiosas”, afirmou a UNESCO.

 

 

Lviv fica a mais de 500 quilómetros de Kiev e ainda mais longe da linha da frente dos combates, mas também já foi visada com ataques. Em julho, mísseis de cruzeiro russos destruíram parcialmente um edifício de apartamentos na cidade, matando pelo menos seis pessoas e ferindo dezenas.

 

 

Em janeiro, a UNESCO incluiu a cidade portuária ucraniana de Odessa, no Mar Negro, na lista de património “em perigo”, depois de as forças russas terem lançado vários ataques de artilharia e aéreos contra a cidade, um centro cultural conhecido pela arquitetura do século XIX.

A Rússia afirma que só ataca alvos militares.

 

 

Nos termos da convenção da UNESCO de 1972, ratificada pela Ucrânia e pela Rússia, os signatários comprometem-se a “prestar assistência na proteção dos sítios inscritos na lista” e são “obrigados a abster-se de tomar quaisquer medidas deliberadas” que possam danificar os sítios classificados como Património Mundial.

 

A inclusão na lista do património mundial em perigo destina-se sobretudo a mobilizar apoio internacional para os esforços de conservação. A lista atual inclui mais de 50 sítios em todo o mundo.

 

 

 

 

TPT com: AFP//NBCNews//UNESCO //MadreMedia / Lusa// 29 de Setembro de 2023

 

 

 

 

 

Parlamento condena eleições ilegais nos territórios ocupados pela Rússia: PCP abstém-se

O Parlamento aprovou hoje, com a abstenção do PCP, um voto de condenação pela realização de eleições regionais e locais nos territórios da Ucrânia ocupados pela Federação Russa, considerando que foram ilegais e atentatórias das práticas democráticas.

 

 

No voto apresentado pela Comissão de Negócios Estrangeiros, também se salienta o caráter coercivo destas eleições regionais e locais nos territórios ucranianos ocupados pela Rússia, com “comissões eleitorais impostas por Moscovo na Crimeia, em Sebastopol, Lugansk, Donetsk, Zaporijia e Kherson”.

 

 

Um “escrutínio que se destinou puramente a procurar legitimar politicamente a anexação ilegal destes territórios”, acrescenta-se.

 

 

Neste texto, cita-se também a posição da União Europeia e de outros organismos internacionais, segundo as quais as “eleições ilegais na Ucrânia ocorreram num contexto marcado pela concessão forçada e ilegal de passaportes por parte da Rússia, inclusive a crianças, por transferências e deportações forçadas, por violações e atropelos generalizados e sistemáticos dos direitos humanos”.

 

 

Condenam-se ainda práticas de “intimidação e crescente repressão de cidadãos ucranianos por parte da Rússia e das autoridades ilegalmente nomeadas nos territórios ucranianos temporariamente ocupados”.

 

 

“A realização destas denominadas eleições ilegítimas nos territórios mencionados merece firme repúdio e condenação, pois não constitui nada mais do que uma nova tentativa da Rússia em legitimar ou normalizar o seu controlo militar ilegal e a tentativa de anexação de partes do território ucraniano. Trata-se de mais uma violação manifesta do Direito Internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas, assim como da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia”, salienta-se neste voto.

 

 

 

 

Reino Unido anuncia novas sanções à Rússia devido a “eleições de fachada” nos territórios ilegalmente anexados

 

 

 

 

Vários altos-oficiais russos serão alvo de novas sanções, anunciadas pelo Reino Unido esta segunda-feira. Tratam-se de elementos que são direta ou indiretamente responsáveis pela invasão da Rússia à Ucrânia, sendo que o novo pacote de restrições financeiras e ao movimento destes elementos foi decidido após as “eleições de fachada” conduzidas pelos governos pró-russos nas regiões ilegalmente anexadas por Moscovo.

 

 

O ministro inglês dos Negócios Estrangeiros James Cleverly anunciou as novas sanções esta sexta-feira, criticando a ação de Moscovo. “As eleições de fachada da Rússia são uma tentativa clara e fútil de tentar legitimar o seu controlo ilegal de território ucraniano. Não se pode conduzir ‘eleições’ no país de outros. O Reino Unido nunca reconhecerá a anexação russa de territórios da Ucrânia. A Crimeia, Zaporíjia, Donetsk, Luhansk e Kherson são da Ucrânia”, afirmou o governante.

 

 

As novas sanções incidirão sobre 11 personalidades e entidades incluindo:
– A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia, agência governamental que organizou as eleições deste mês e os referendos do ano passado em partes da Ucrânia ilegalmente anexadas
– Natalya Budarina, secretária da CEC, e uma das mais altas autoridades da Comissão Eleitoral Central
– Andrei Aleksyenko , chefe da administração regional pró-russa de Kherson
– Marina Zakharova , chefe da ‘comissão eleitoral’ nomeada pelo Kremlin em Kherson

 

 

“O anúncio de hoje surge um ano depois da tentativa ilegal da Rússia de anexar os territórios ucranianos de Kherson, Zaporíjia, Donetsk e Luhansk, após referendos falsos e ilegítimos. Conduzidos em território soberano ucraniano, através de intimidação sob a mira de uma arma, estes referendos foram esmagadoramente rejeitados pela Assembleia Geral da ONU em Outubro de 2022”, recorda o Governo do Reino Unido.

 

 

 

TPT com: Executive Digest/Lusa// Pedro Zagacho Gonçalves// Sapo// 29 de Setembro de 2023

 

 

 

 

“O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa” chegou à Times Square e deixou a imprensa dos Estados Unidos rendida à ideia e à qualidade do produto

 

Jornais de referência de Nova Iorque têm-se mostrado rendidos à nova loja d’ “O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”, que abriu no mês passado no coração da Times Square, um dos mais visitados pontos turísticos norte-americanos.

 

 

O The New York Times publicou, recentemente, um artigo intitulado “Evite a loja dos M&M e vá para a ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’, colocando em destaque o conceito desenvolvido pel’O Valor do Tempo”, grupo empresarial que detém a histórica conserveira Comur, fundada em 1942 na Murtosa.

 

 

O jornal escreve que a empresa é “conhecida pelas sardinhas, que vêm sem pele e sem espinha, ou não, e com sabores como limão e pimenta”.

 

 

“Empilhadas do chão ao teto em dois níveis, as latas coloridas estão à venda por cerca de 13 dólares (12 euros) ou mais. E para presentear há latas comemorativas marcadas com anos anteriores – embora enlatadas recentemente -, e até uma em tom dourado por 44 dólares (40,7 euros). Outras variedades de produtos do mar em lata, como o bacalhau e o polvo, estão a chegar”, diz o artigo, que insta os nova-iorquinos a explorar “o novo empório de peixe enlatado da Times Square”.

 

 

Também o New York Post assinalou a abertura na nova loja de “um aclamado comerciante português de sardinhas” que “aterrou em Nova Iorque para saciar o desejo cada vez maior de peixe enlatado”.

 

 

“Entrar no local, ainda em fase de ‘soft opening’, é como entrar numa caixa de brinquedos epicurista presa fora do tempo: há estatuetas pintadas, funcionários em trajes de marinheiro dos velhos tempos e, claro, dois andares de prateleiras – a prateleira superior é acedida através de uma escada deslizante de biblioteca – contendo latas de sardinha multicoloridas como um verdadeiro ‘Fort Knox’ de peixes”, diz o New York Post.

 

 

O jornal indica ainda ao leitor que as latas são organizadas “cronologicamente de 1916 até à atualidade” e que o conceito “visa difundir esta alta gastronomia nos Estados Unidos, onde, ao contrário da Europa, a sardinha é há muito sinónimo de ‘alimentação barata'”.

 

 

Inaugurada em agosto, mês em que a Times Square está tradicionalmente lotada de turistas, a ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’ marca a expansão internacional deste conceito que conta já com várias lojas em Portugal.

 

 

“Abrimos a nossa primeira loja ‘The Fantastic World of the Portuguese Sardine’ fora de Portugal. Aventurámo-nos a viver o sonho americano, trazendo para Times Square um dos mais relevantes cartões de visita de Portugal: as conservas”, escreveu na plataforma Linkedin António Quaresma, presidente do grupo O Valor do Tempo.

 

 

“Neste mundo fantástico que a cidade que nunca dorme agora recebe, o mar é o ilustre mestre de cerimónias que celebra a grandiosidade das conservas portuguesas. Os nossos holofotes incidem sobre os pescadores e as mulheres cujas mãos trabalham com mestria numa arte que se mantém viva e fiel às suas origens. A nossa plateia é agora o mundo. Que comece a magia”, acrescentou o empresário.

 

 

 

TPT com: NYP//NYT// Glyn Lowe PhotoWorks//MadreMedia/ Lusa// 27 de Setembro de 2023

 

 

 

 

 

Maioria dos países da CEDEAO aceitam intervenção militar no Níger

 

A “maioria” dos países da CEDEAO está empenhada em participar numa eventual intervenção militar para restabeecer a ordem constitucional no Níger, afirmou o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah.

 

 

“Todos os países, exceto os que estão sob domínio militar (Burkina Faso, Mali e Guiné-Conacri) e um pequeno país (Cabo Verde) (…) estão determinados” a participar numa eventual intervenção, disse Musah.

 

 

O comissário transmitiu esta mensagem à margem da reunião de dois dias dos chefes de Estado-Maior dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que hoje teve início em Acra, capital do Gana.

 

 

Esta é a segunda reunião do género em que os chefes militares do bloco regional continuam a discutir e a elaborar um plano para o eventual recurso à força para resolver a crise no Níger, na sequência do golpe de Estado de 26 de julho.

 

 

“Há uma altura em que é preciso estabelecer limites. O facto de termos tido três golpes de Estado bem-sucedidos (na região) e de não ter sido aplicada uma resposta forte não significa que devamos permitir que o dominó continue”, sublinhou Musah.

 

 

A reunião em Acra tem lugar depois de os chefes de Estado e de Governo do bloco de 15 países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terem ordenado a “ativação” da “força de reserva” da organização, em 10 de agosto, embora tenham garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.

 

 

Os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia participam na reunião, enquanto os seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau estão ausentes.

 

 

O Níger também não está representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.

 

 

Até ao momento, a junta militar golpista de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta “instantânea” e “enérgica”.

 

 

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.

 

 

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser dirigido por uma junta militar.

 

 

 

População do Níger mobiliza-se para recrutamento em grande escala contra eventual intervenção

 

 

 

 

Habitantes da capital do Níger, Niamey, estão a preparar-se para uma guerra contra os países da região que admitem intervir no país para repor a ordem constitucional, na sequência do golpe de Estado de julho.

 

 

De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), os residentes pedem uma ação de recrutamento em grande escala para angariar voluntários que possam ajudar as forças armadas a combater a possível ação militar do bloco regional da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para restaurar a presidência de Mohamed Bazoum, deposto em 26 de julho pela junta militar.

 

 

“É uma possibilidade, e precisamos de estar prontos se acontecer”, disse um dos organizadores da ação de angariação de voluntários, Amsarou Bako, à AP, referindo-se à iniciativa que vai começar no sábado em Niamey, e que se destina a qualquer pessoa com mais de 18 anos.

 

 

As tensões regionais têm crescido desde que a CEDEAO aprovou a ativação da força de reação rápida e ainda esta semana deverá ser realizada uma reunião dos ministros da Defesa dos países da região para analisar a situação.

 

 

“Uma intervenção militar sem fim à vista arrisca-se a desencadear uma guerra regional, com consequências catastróficas para a região do Sahel, que já é afetada por insegurança, deslocações de pessoas e pobreza”, comentou o analista da Verisk Maplecroft Mucahid Durmaz.

 

 

Apesar dos esforços diplomáticos dos países regionais e internacionais, muitos nigerinos estão convencidos que serão brevemente invadidos, escreve a AP.

 

 

Uma eventual ação militar dividiu os países da região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem explicitamente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.

 

 

No outro extremo, os vizinhos Mali e Burkina Faso, governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra os seus países.

 

 

Para além do Chade, a Guiné-Conacri, a Argélia e Cabo Verde também rejeitaram essa intervenção militar, defendendo antes o diálogo.

 

 

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.

 

 

 

TPT com: AP//MadreMedia/Lusa//Sapo//NBCNews// 27 de Setembro de 2023

 

 

 

 

A Renamo ameaça que paralisa Moçambique caso um membro do seu partido seja morto

 

O Presidente da Renamo, principal força de oposição em Moçambique, ameaçou “parar o país” caso um membro daquele partido seja morto, dias após o autarca de Nampula denunciar uma alegada tentativa de homicídio.

 

 

“Se um dos elementos da Renamo for assassinado nós vamos fazer parar este país. Temos essa força”, declarou Ossufo Momade, citado hoje pela comunicação social local.

 

 

Em causa está uma denúncia do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Paulo Vahanle, que acusou um membro da Unidade de Proteção de Altas Individualidades, à paisana, de o tentar eliminar durante um evento público, uma versão desmentida pela polícia, que alega que o agente em causa estava em missão de serviço.

 

 

O presidente da Renamo acusa a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de estar envolvida na alegada tentativa de homicídio, queixando-se de ter sofrido o atentado similar há alguns anos.

 

 

“Este é um projeto do partido Frelimo. A Frelimo quer tentar aniquilar alguns membros da Renamo (…) Eu vou deixar um apelo para o chefe de Estado: é preciso corrigir estas situações”, afirmou Ossufo Momade, acrescentando que “a paz está ameaçada”.

“E é uma vergonha para o próprio Presidente e para Moçambique”, frisou.

 

 

A alegada tentativa de homicídio ocorreu na terça-feira durante as celebrações do 67.º aniversário da cidade de Nampula, segundo o autarca.

 

 

“Eu, estando na tribuna, recebi informações de movimentos estranhos de um indivíduo que depois foi capturado e surpreendido com uma arma de fogo do tipo pistola com 15 munições”, declarou Paulo Vahanle, avançando que a arma em causa, apresentada durante a conferência de imprensa, pertencia à Unidade de Proteção de Altas Individualidades da Polícia da República de Moçambique (PRM).

 

 

Contactado pela Lusa, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique na província de Nampula esclareceu que se tratou de um mal-entendido, avançando que o membro da corporação estava em missão de serviço.

 

 

“Isso não passou de um mal-entendido. O agente em causa estava devidamente instalado e é preciso referir que uma das formas ou estratégias que a polícia tem para garantir a ordem e tranquilidade é colocar agentes à paisana para intercetar qualquer ameaça. Portanto, nesse processo, alguns homens que estavam na comitiva do presidente do município entenderam que o agente da PRM que estava ali estava a apresentar movimentos estranhos o interpelaram. Esta é uma situação, ‘a priori’, ilegal, porque eles não têm mandato para tal”, declarou Zacarias Nacute.

 

 

O autarca de Nampula foi eleito pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, e ocupa o cargo desde 2018 – sendo que a Renamo dirige oito dos 53 municípios que foram a eleições naquele ano, cabendo um ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e os restantes 44 à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

 

 

Vahanle ascendeu ao cargo depois de vencer na eleição intercalar de março de 2018, na sequência do assassínio, a tiro, em outubro de 2017, do seu antecessor Mahamudo Amurane (MDM).

Paulo Vahanle voltou a ganhar nas eleições autárquicas de outubro daquele mesmo ano.

 

 

 

 

TPT com: Lusa//EAC // VM// 27 de Setembro de 2023

 

 

 

Trinta jovens cumprem sonho de “flutuar como astronautas” durante voo parabólico

 

Um grupo de 30 jovens de vários pontos do país cumpriu hoje o sonho de “flutuar como astronautas” durante um voo parabólico a bordo de um avião que descolou da Base Aérea de Beja.

 

 

A experiência proporcionada pela Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space, no âmbito da iniciativa “Zero-G Portugal – Astronauta por um Dia”, realizou-se com sucesso pelo segundo ano consecutivo na Base Aérea Nº 11 de Beja.

 

 

Os jovens, com idades entre os 14 e os 18 anos, finalistas da competição promovida pela Agência Espacial Portuguesa, voaram num Airbus A310 que aterrou às 11:50, duas horas depois de ter descolado da pista.

 

 

Para alcançar a gravidade zero, o avião realizou “uma série de parábolas em simultâneo”, ou seja movimentos de ascensão e de queda livre, que permitem que “o corpo acompanhe o movimento usual”, disse o tenente-coronel da Força Aérea Portuguesa / Agência Espacial Portuguesa, Pedro Costa.

 

 

“No movimento ascendente, o avião adquire uma velocidade superior ao normal” e quando “muda o rumo para o movimento descendente, conduz-nos a uma simulação de microgravidade”, especificou.

 

 

Em declarações à agência Lusa, após a descolagem do avião, o responsável explicou que todos os tripulantes do Airbus A310 receberam “uma preparação prévia” para participar nesta viagem que realizou um total de 16 parábolas.

 

 

A bordo do avião, os jovens astronautas foram divididos em pequenos grupos e, nas quatro estações de trabalho designadas Júpiter, Saturno, Marte e Lua, simularam a ausência de gravidade e tiveram oportunidade de realizar várias experiências.

 

 

“Numa das estações podem rebentar um balão com água e perceber o efeito da gravidade zero na água que vai sair do balão”, exemplificou.

 

Para este voo, o avião atingiu uma altitude de “entre 25 a 29 mil pés” e percorreu uma área que “usualmente é utilizada para preparação dos militares”, sob controlo da Força Aérea Portuguesa, numa extensão que “corresponde a metade de Portugal”, adiantou.

 

 

De acordo com o responsável “esta iniciativa serve para aumentar aquilo que é a literacia espacial” na juventude e, por outro lado, “mostrar que eles são capazes de fazer algo diferente e perceberem que o Espaço é para todos, incluindo os portugueses”, frisou.

 

 

Na segunda edição da “Zero-G Portugal – Astronauta por um Dia” participaram 20 rapazes e 10 raparigas de vários pontos do país e, pela primeira vez, das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

 

 

A partida e chegada do voo foi acompanhada pelo olhar atento de dezenas de familiares dos jovens estudantes que participaram na iniciativa.

 

 

 

 

NASA e SpaceX Crew-7 chegam à Estação Espacial Internacional com sucesso

 

 

 

 

A missão Crew-7 da NASA e da SpaceX chegou hoje à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave espacial Endurance Dragon, para se juntar à tripulação da Expedição 69 que se localizava no laboratório orbital.

 

 

A nave espacial transportava uma tripulação internacional de quatro membros em representação de quatro países e acoplou-se autonomamente à base de lançamento espacial do módulo Harmony da ISS às 09:16, horário do leste dos Estados Unidos da América, de acordo com uma transmissão em direto.

 

 

“Acoplamento confirmado. A nave Dragon com quatro viajantes espaciais a bordo chegou à SpaceStation”, escreveu a NASA no X (antigo Twitter).

A manobra de acoplagem foi lenta até a nave encontrar a posição correta.

 

 

A viagem ao laboratório orbital durou cerca de 30 horas, conforme confirmado pela NASA. Aproximadamente duas horas depois, após equalizar as pressões entre a nave Endurance e a ISS, a escotilha será aberta e acontecerá o encontro entre os recém-chegados e os astronautas da Expedição 69.

 

 

A chegada da Tripulação-7 foi transmitida ao vivo pelo canal da NASA no YouTube desde as primeiras horas da manhã e foi possível observar como a base da Endurance se abriu após a manobra de acoplagem.

 

 

A Crew-7 é a sétima missão tripulada da administração espacial norte-americana à ISS da NASA e da SpaceX, é liderada pela astronauta Jasmin Moghbeli, selecionada pela NASA em 2017, e Andreas Mogensen, da Agência Espacial Europeia (ESA), que é o primeiro astronauta dinamarquês na história.

 

 

Além disso, viajaram os astronautas Satoshi Furukawa, da agência japonesa JAXA, e Konstantin Borisov, da russa Roscosmos.

 

 

A descolagem, descrita pela NASA como “bem-sucedida”, ocorreu na manhã de sábado no Complexo de Lançamento 39A (LC-39A) no Centro Espacial Kennedy da NASA em Cabo Canaveral, na Flórida.

 

 

Em comunicado, o administrador da NASA, Bill Nelson, disse no sábado que “a Crew-7 é um exemplo brilhante do poder da engenhosidade americana e do que é possível alcançar quando o trabalho é conjunto”.

 

 

Quanto à tripulação da Expedição 69 da ISS, esta é composta pelos astronautas da NASA Stephen Bowen, Woody Hoburg e Frank Rubio, bem como pelo astronauta dos Emirados Árabes Unidos Sultan Alneyadi e pelos cosmonautas da Roscosmos Sergey Prokopyev, Dmitri Petelin e Andrey Fedyaev.

 

 

Por um curto período, detalha a NASA, o número de tripulantes a bordo da ISS aumentará para 11 até que os membros da Tripulação-6 regressem à Terra alguns dias depois.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//NYT//NBCNews//WP//MadreMedia/Lusa//Sapo//  18 de Setembro de 2023