Fernando Pimenta sagra-se campeão do mundo em K1 1.000 metros

 

O canoísta Fernando Pimenta conquistou hoje a medalha de ouro na prova de K1 1.000 metros nos Mundiais da Alemanha e com isso apurou Portugal para os Jogos Olímpicos de Paris2024.

 

 

Na pista quatro, Pimenta, medalha de bronze em Tóquio2020, completou a prova em 3.27,712 minutos, superando o húngaro Adam Varga, que levou a prata, em 0,429 centésimos de segundo, e o alemão Jakob Thordsen, medalha de bronze, em 0,591.

 

 

Este é o primeiro apuramento olímpico conseguido pela canoagem lusa nos Mundiais de Duisburgo, que reúnem cerca de 2.000 atletas de 95 países.

 

 

 

Secretário de Estado do Desporto felicita Fernando Pimenta pelo título mundial

 

 

 

 

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, presta declarações no final da IX Cimeira de Presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), no centro de congressos da Alfândega do Porto, no Porto, 11 de novembro de 2022.

 

 

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, felicitou hoje o canoísta Fernando Pimenta pelo título mundial alcançado em K1 1.000 metros dos campeonatos que decorrem em Duisburgo, Alemanha.

 

 

“Brilhante título mundial do Fernando Pimenta! Três títulos mundiais acumulados na vertente olímpica de K1 1.000 metros só está ao alcance de atletas excecionais. Muitos parabéns e um abraço para toda a delegação nacional em Duisburgo”, assinalou João Paulo Correia na rede social X, antigo Twitter.

 

 

 

TPT com: Sportinforma / Lusa//Sapo// Pedro Granadeiro/Lusa//  26 de Agosto de 2023

 

 

 

 

Terminaram as buscas pelos restos mortais, 10 corpos encontrados e Prigozhin e Utkin a bordo

 

O Ministério das Emergências russo anunciou hoje que caiu, na localidade russa de Tver, um “avião particular Embraer Legacy”, e que todos os ocupantes a bordo terão falecido, entre eles as autoridades russas confirmam a presença de Yevgeny Prigozhin, o polémico líder do grupo Wagner.

 

 

De acordo com o Telegram do Ministério das Emergências russo, estavam “dez pessoas a bordo, incluindo três tripulantes”. “Segundo informações preliminares, todos a bordo morreram”, acrescentam. Mais tarde, a agência russa TASS, confirmou, citando a Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia, Rosaviatsia, que o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ia no avião e terá sido uma das vítimas mortais. “Uma investigação sobre a queda da aeronave Embraer foi iniciada, observou o departamento”, sublinham ainda.

 

 

O avião terá caído na região de Tver, a norte de Moscovo e dirigia-se para São Petersburgo.

 

 

Além destas informações, na SIC, José Milhazes adianta ainda que há vários bloggers russos que dizem haver dois aviões do líder do Grupo Wagner, a fazer a mesma rota ao mesmo tempo. Não havendo assim, para esses bloggers opositores ao regime de Putin, certeza de em qual dos jatos viajaria Prigozhin. Se no início da noite havia várias dúvidas e diferentes teorias da conspiração, contrastam com as sucessivas confirmações das autoridades russas da presença de Prigozhin.

 

 

É de recordar que o líder do Grupo Wagner, tinha divulgado um vídeo, esta segunda-feira, que foi partilhado pelo meio bielorrusso Nexta TV, retirado do Telegram de Prigozhi, onde o mercenário anunciava estar em África, não tendo sido divulgado em que país é que se encontrava.

 

 

“Estamos a trabalhar. A temperatura está acima dos 50 graus. O Grupo Wagner está a realizar operações de reconhecimento e busca, tornando a Rússia ainda maior em todos os continentes e tornando a África ainda mais livre”, referiu nesse mesmo vídeo.

 

 

Sobre a queda do avião, já estão a circular vários vídeos nas redes sociais sobre o acontecimento. Na rede social X (antigo Twitter), o conselheiro ucraniano Anton Gerashchenko, partilhou a suposta queda do avião em que seguia Prigozhin.

 

 

Durante este acontecimento, sabe-se ainda segundo a agência estatal russa RIA Novosti, que o presidente russo, Vladimir Putin, participava numa entrega de condecorações a soldados russos, ainda não tendo reagido a nenhuma notícia relativamente à suposta morte de Yevgeny Prigozhin.

 

 

Segundo a mesma agência, de acordo com fontes do Ministério das Emergências, já foram encontrados oito dos corpos que seguiam na aeronave.

 

 

De acordo com o New York Times, fontes oficiais dos EUA indicaram que não conseguem, por agora, confirmar que Prigozhin, estava a bordo do avião. Avançam ainda que segundo informações da Casa Branca, o presidente norte-americano, Joe Biden, já terá sido informado sobre o incidente.

 

 

Entretanto, a autoridade aeronáutica russa emitiu um novo comunicado sobre o acidente no Telegram, onde anunciou que tinha criado uma comissão especial que estava “a investigar as circunstâncias e causas do acidente”. O comunicado forneceu comentários sobre a causa do acidente, mas adianta que a comissão vai procurar evidências, incluindo registos de caixas negras.

 

 

Um dos desenvolvimentos mais recentes veio da parte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, citado também New York Times, que afirma na voz do porta-voz Adrian Watson que os EUA já viram os relatórios sobre o acidente de avião e que “se for confirmado, ninguém deverá ficar surpreendido”, referem.

 

 

“A terrível guerra na Ucrânia levou um exército privado a marchar sobre Moscovo e agora parece que é isto”, acrescentam.

 

 

O jornal americano avança ainda que Comité de Investigação da Rússia, um importante órgão responsável pela aplicação da lei, anunciou a abertura de um caso sobre a queda do avião, por suspeita de violação das regras de segurança do transporte aéreo. Investigadores terão sido enviados ao local.

 

 

Na atualização mais recente sobre o acidente, o canal da rede social Telegram ‘Grey Zone’, associado ao grupo Wagner confirma a morte do líder do grupo Wagner e culpa o governo russo.

 

 

“O chefe do Grupo Wagner, Herói da Rússia, um verdadeiro patriota da sua pátria, Yevgeny Viktorovich Prigozhin, morreu em consequência das ações de traidores da Rússia”, refere o canal.

 

 

O New York Times, avança ainda que o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, foi questionado pelos jornalistas, em Lake Tahoe, sobre se considerava que Vladimir Putin está por detrás da queda da aeronave.

 

 

“Não há muito que aconteça que Putin não esteja por trás”, terá referido, mas sublinhou que não “sabia o suficiente” para avançar com a morte do mercenário.

 

 

Soube-se, entretanto, a lista de passageiro, divulgada pela Agência Federal de Transportes Aéreos russa e confirma-se, segundo esta fonte, a presença de Prigozhin e Utkin. Dimitri Utkin, um dos fundadores e financiadores do Grupo Wagner, foi também homenageado no grupo de Telegram dos apoiantes do Wagner, o ‘Grey Zone’, que lembra que o russo “foi e será o comandante permanente do grupo Wagner”, e que morreu “em resultado das ações dos traidores da Rússia”.

 

 

Putin, avançam vários orgãos de comunicação, terá, entretanto, saído do evento de entrega de condecorações e estará a caminho de uma casa perto do local do acidente. Pode, portanto, prever-se que falará sobre o tema.

 

 

As agências russas e as internacionais confirmam, por volta das 21h32, que os restos mortais de todos os passageiros foram encontrados e terminam assim a investigação do caso.

 

 

França ainda tem dúvidas sobre morte de Prigozhin

 

 

 

Olivier Veran, porta-voz do Governo francês, afirmou hoje que ainda existem dúvidas sobre o que aconteceu ao avião que caiu na Rússia e se Yevgeni Prigozhin estaria a bordo do mesmo.

 

 

Olivier Veran insistiu que não são conhecidas as condições em que ocorreu o acidente, no qual terá morrido o líder dos mercenários ligado ao poder russo, afirmando existirem “dúvidas razoáveis” sobre o que aconteceu.

 

 

“Não conhecemos as circunstâncias deste acidente. Temos dúvidas razoáveis”, afirmou Veran ao canal France 2.

 

 

Veran acrescentou que “Prigozhin deixou para trás cemitérios e uma desordem terrível numa boa parte do globo. Era o homem dos trabalhos sujos de Putin e a sua atividade é “indissociável” da política do presidente russo.

 

 

 

 

Morte de Prigozhin “não seria uma surpresa”, diz Casa Branca

 

 

 

A possível morte do chefe do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, num acidente aéreo na Rússia, não seria uma surpresa, disse também uma alta funcionária da Casa Branca esta quarta-feira.

 

 

“Nós vimos os registos” do acidente, informou, por meio de um comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson.

 

 

“Se for confirmada, ninguém deveria ficar surpreso”, afirmou, em alusão à possível morte de Prigozhin.

 

 

“A desastrosa guerra da Ucrânia levou um exército privado a marchar rumo a Moscovo, e agora aparentemente a isto”, acrescentou.

 

 

 

O presidente americano, Joe Biden, referiu também não estar surpreendido com a notícia de que o chefe do grupo de mercenários russo Wagner possa ter morrido.

 

“Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas não estou surpreso”, disse Biden, acrescentando que “não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás. Mas não sei o suficiente para saber a resposta”.

 

 

 

PERFIL: Yevgueny Prigozhin, de líder do grupo Wagner a inimigo de Putin

 

 

 

O líder do grupo de mercenários russo Wagner, Yevgueny Prigozhin, passou de protagonista da guerra na Ucrânia a inimigo declarado do Presidente russo, Vladimir Putin, ao orquestrar ua revolta do grupo paramilitar na Rússia, em junho.

 

 

Hoje, o seu nome estava na lista de passageiros de um avião privado Embraer pertencente ao grupo Wagner que se despenhou na Rússia, matando as 10 pessoas que seguiam a bordo.

 

 

A 24 de junho, um dia depois do início da revolta dos mercenários Wagner, que se encaminhavam para Moscovo, Putin condenou a “traição” de Prigozhin, afirmando ter sido “provocada por ambições desmesuradas e interesses pessoais”.

 

 

O impetuoso multimilionário de cabeça rapada e traços duros acabara de anunciar que se tinha apoderado “sem disparar um tiro” do quartel-general do exército russo em Rostov, centro nevrálgico das operações na Ucrânia, depois de, na véspera, ter acusado o exército russo de bombardear acampamentos do seu grupo.

 

 

Depois, os seus homens, “dispostos a morrer”, marcharam em direção a Moscovo, abatendo aviões do exército russo, enquanto o mundo sustinha a respiração.

 

Ao fim de 24 horas, o líder mercenário de 62 anos desistiu do golpe e negociou um exílio para ele e os seus seguidores na Bielorrússia. Escapou à prisão e à justiça russas, mas muitos diziam que tinha a vida a prazo, depois de se insurgir contra o regime de Putin.

 

 

Sinal da opacidade do acordo, Prigozhin regressou, contudo, à Rússia, tendo mesmo sido recebido no Kremlin dias após a revolta. E, apesar de já não aparecer em público, os ‘blogs’ especializados seguiam-no, a ele e aos seus aviões.

 

 

Finalmente, esta semana, parecia ser de África o último vídeo que divulgou, assegurando agir para a grandeza da Rússia naquele continente, onde os seus homens fazem há anos o trabalho ‘sujo’ do Kremlin (Presidência russa).

 

 

Em países como República Centro-Africana, Mali, Líbia, Síria, o grupo Wagner, cuja existência o Kremlin nem sequer admitia até ao final de 2022, tornou-se conhecido em 10 anos como o cúmplice de regimes que queriam livrar-se de padrinhos ocidentais ou que procuravam combatentes discretos e implacáveis.

 

 

A guerra na Ucrânia forneceu ao empresário uma oportunidade de ouro para sair da sombra.

 

 

Recrutou dezenas de milhares de prisioneiros para irem combater para a frente de batalha, onde o exército russo estava em dificuldades.

 

 

Ao contrário dos mais altos responsáveis russos, o líder mercenário mostrava-se no campo de batalha e filmava os cadáveres dos seus homens para exigir mais e mais munições.

 

 

Em maio de 2023, após quase um ano de combates sangrentos, Prigozhin atingiu o seu objetivo reivindicando a tomada pelo grupo Wagner de Bakhmut (leste da Ucrânia) e celebrando uma rara vitória russa, apesar do elevado preço em vidas humanas, e apesar da continuação dos combates – até hoje – nos arredores da cidade devastada.

 

 

Mas foi também por ocasião dessa batalha que as tensões se agravaram com o chefe do Estado-Maior, general Valeri Guerassimov, e o ministro da Defesa, Serguei Shoigu: Prigozhin acusou-os de privarem o grupo Wagner de munições e fez uma série de vídeos insultando os comandantes russos – algo impensável para qualquer outra pessoa na Rússia, num contexto de repressão total.

 

 

A sua passagem da obscuridade para a ribalta começou em setembro de 2022, quando o exército russo sofria revés atrás de revés na Ucrânia, uma humilhação para os belicistas como ele.

 

 

Saiu então da ‘toca’ admitindo, pela primeira vez, ser de facto o fundador, em 2014, do grupo paramilitar Wagner e impondo-se como um líder e um comunicador ímpar na plataforma digital Telegram, com os seus vídeos e as suas mensagens áudio em que não hesitava em ser vulgar.

 

 

“Estes tipos, heróis, defenderam o povo sírio, outros povos de países árabes, os indigentes africanos e latino-americanos, e tornaram-se um pilar da nossa pátria”, afirmou sobre os seus homens.

 

 

Em outubro, levou a sua notoriedade ainda mais longe, inaugurando com grande pompa, num edifício envidraçado de São Petersburgo (noroeste), a sede da “empresa militar privada Wagner”.

 

 

Mestre da provocação, divulgou em fevereiro um vídeo a bordo de um avião de guerra em que propunha ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que decidisse o futuro de Bakhmut numa batalha aérea.

 

 

Para formar um exército à altura das suas ambições, Prigozhin, originário, como Putin, de São Petersburgo, recrutou a população prisional para combater na Ucrânia em troca de uma amnistia.

 

 

O universo das prisões não lhe é estranho, tendo ele mesmo passado nove anos encarcerado durante a era soviética, por crimes de delito comum.

 

 

Foi libertado em 1990, quando a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) estava a desintegrar-se, e montou um negócio de sucesso a vender cachorros quentes.

 

 

Avançou depois para outro segmento, abrindo um restaurante de luxo que se tornou um dos mais concorridos de São Petersburgo, enquanto Putin experimentava, ao mesmo tempo, a sua própria ascensão política.

 

 

Quando, em 2000, Vladimir Putin se tornou Presidente, o seu grupo de restauração passou a servir o Kremlin, o que lhe valeu o título de “cozinheiro de Putin” e a reputação de se ter tornado multimilionário graças aos contratos públicos.

 

 

Terá sido esse dinheiro que utilizou para fundar o grupo Wagner, exército privado inicialmente composto por veteranos das forças armadas e dos serviços especiais russos.

 

 

Em 2018, quando se suspeitou de que o seu grupo – cuja presença já fora notada na Ucrânia e na Síria – se tinha instalado em África, três jornalistas russos que investigavam as atividades da empresa paramilitar foram mortos na República Centro-Africana.

 

 

 

“Haverá consequências catastróficas”: Grupo Wagner ameaça Kremlin após morte do líder Prigozhin

 

 

 

O Grupo Wagner voltou a reagir morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin nas redes sociais e desconfia que o Kremlin esta envolvido no “assassinato” do chefe da organização de mercenários.

 

 

Num vídeo difundido na rede social Telegram, em grupos pró-russos, os elementos do Grupo Wagner avisam que, caso se confirme que o acidente do avião não foi um acidente, haverá uma forte reação.

 

 

“O assassinato de Prigozhin implica que haverá consequências catastróficas”, ameaçam os mercenários.

 

 

“As pessoas que deram a ordem não compreendem em absoluto o estado de ânimo nem a moral do exército”, continuam os elementos do Grupo Wagner, lançando ‘farpas’ a Moscovo.

 

 

Putin mandou assassinar Prigozhin? A lista dos 10 opositores do Presidente russo que acabaram ‘eliminados’

 

 

 

Vladimir Putin chegou ao poder em 2020 e desde então que tem vindo a crescer, de ano para ano, a lista de opositores ao seu regime que são assassinados.

 

 

Políticos, jornalistas, ativistas ou espiões, são alguns dos que morrem de maneira suspeita.

 

 

Noutros casos, como o de Alexei Navalny, acabam condenados a penas de prisão em catadupa, cumpridas em colónias penais.

 

 

Esta quarta-feira o avião onde seguia Yevgeny Prigozhin despenhou-se perto de Moscovo, matando todos os que iam a bordo. O episódio acontece três meses depois de Prigozhin encabeçar a rebelião do Grupo Wagner contra o Kremlin, e não faltam especulações de que a queda do avião é mais uma das “tragédias acidentais” que parecem perseguir muitos dos inimigos de Putin.

 

 

 

 

 

No total, contam-se pelo menos 10 casos conhecidos:

 

 

 

1 – Valentín Tsvetkov, 2002 – Acabou assassinado em Moscoco o governador de Magadan em outubro de 2002, alegadamente pelas “máfias” segundo a polícia russa.

 

 

2 – Vladimir Golovliov, 2002 – Deputado e um dos líderes do partido Rússia Liberal, foi assassinado com um tiro na cabeça, na madrugada de 21 de agosto de 2002.

 

 

3 – Sergey Yushenkov, 2003 – Também membro do Rússia Liberal, de oposição a Putin, foi morte por um atirador que disparou de um edifício ao lado do que o político vivia.

 

 

4 – Paul Klébnikov, 2004 – O editor da Forbes russa, de nacionalidade norte-americana, foi morto a tiro por vários atirados à porta dos escritórios da revista.

 

 

5 – Alexander Litvinenko, 2006 – Espião dos serviços secretos russos em fuga, morreu num hospital em Londres, tendo vindo a apurar-se que tinha sido envenenado por dois agentes russos, supostamente sob ordens de Putin.

 

 

6 – Stanislav Markelov e Anastasia Baburova, 2009 – O advogado de direitos humanos, que representava civis chechenos contra os militares russos e jornalistas levados à justiça por artigos críticos de Putin, foi morto a tiro por um homem de cara tapada perto do Kremlin. Baburova, jornalista da Novaya Gazeta, e colega de Anna Politkovskaya, assassinada em 2006, morreu a tentar salvar o advogado. As autoridades russas detiveram dois homens, alegadamente ligados a movimentos neonazis, que foram condenados.

 

 

7 – Sergei Magnitsky, 2009 – Este advogado, que denunciou casos de corrupção entre altos-membros do Governo russos, morreu em novembro de 2009 sob custódia policial, alegadamente espancado.

 

 

8 – Natália Estemirova, 2009 – Esta jornalista estava a investigar sequestros, atos de tortura e assassínio de civis na guerra na Chechénia. Foi sequestrada e depois encontrada morta.

 

 

9 – Boris Berezovsky, 2013 – Crítico de Putin, e ‘homem-forte’ do Governo que lhe antecedeu, foi encontrado morto em circunstâncias suspeitas em Surrey, no Reino Unido, onde estava exilado, em 2013.

 

 

10 – Boris Nemtsov, 2015 – Foi vice-primeiro-ministro e um possível candidato a substituir Boris Yeltsin, mas viria a ser Putin a subir ao poder, em 2000. Nemtsov apoiou inicialmente a eleição, mas depois começou a tecer críticas a Putin, acabando preso por participar em manifestações. Em fevereiro de 2015 foi atingido com quatro tiros disparados por um agressor desconhecido, em Moscovo, horas antes de instar a população a unir-se em manifestação contra a ação militar da Rússia na Ucrânia.

 

 

 

 

Tropas da Ucrânia desembarcam na Crimeia em “operação especial relâmpago” e levantam bandeira do país

 

 

 

 

A Ucrânia anunciou esta quinta-feira que levou a cabo uma “operação especial” de comando na Crimeia, a península que foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.

 

 

Soldados russos foram mortos e a bandeira da Ucrânia foi hasteada, segundo indica fonte dos serviços de inteligência militar ucranianos, na rede social Telegram, citada pelo ABC.

 

 

“O inimigo sofreu baixas entre os seus homens e equipamento foi destruído. A bandeira nacional esvoaçou novamente na Crimeia ucraniana”, indicou a fonte.

 

 

Segundo as primeiras informações, unidades de forças especiais da Ucrânia desembarcaram também nas cidades de Olenivka e Mayak, antes de voltarem a partir sem que fossem registadas vítimas.

 

 

TPT com: NBCNews//AFP//New York Times//Beatriz Cavaca/Sapo//Pedro Zagacho Gonçalves//SIC// 24 de Agosto de 2023

 

 

 

 

EUA investem mais de mil milhões de dólares na captura de carbono da atmosfera

 

Os Estados Unidos da América (EUA) estão a investir uma larga fatia de dinheiro em duas instalações de grande escala destinadas à captura de carbono da atmosfera.

 

 

O Departamento de Energia dos EUA (em inglês, DOE) está a investir 1,2 mil milhões de dólares em duas instalações que terão como missão tirar dióxido de carbono da atmosfera, utilizando uma tecnologia de captura direta do ar (em inglês, DAC).

 

 

As duas instalações serão recebidas pelo Texas e pelo Luisiana, mas, a longo prazo, durante a próxima década, serão criados quatro novos centros. O objetivo passa por remover milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, anualmente.

 

 

As instalações do Texas utilizarão a tecnologia da Carbon Engineering, que aproveita a energia solar para alimentar ventoinhas que fazem circular o ar através de líquidos que absorvem o dióxido de carbono. Uma vez saturados, estes líquidos são aquecidos para libertar CO2 puro, que pode ser utilizado comercialmente ou armazenado permanentemente no subsolo.

 

 

Por sua vez, as instalações do Luisiana utilizarão tecnologia da Climeworks e da Heirloom, capturando o CO2 através de materiais sólidos, libertando-o e armazenando-o no subsolo.

 

 

As estimativas atuais apontam a remoção do carbono da atmosfera como um processo dispendioso, rondando os mil dólares por tonelada de CO2 removido.

 

 

No entanto, o objetivo estabelecido pelo programa Carbon Shot do DOE visa reduzir esse custo para 100 dólares por tonelada, durante a próxima década.

 

 

Além do financiamento destinado aos dois centros iniciais, o DOE também pagará por 19 estudos, de modo a explorar o potencial de futuras instalações deste tipo.

 

 

 

TPT com: NBCNews//AFP//Sapo// 23 de Agosto de 2023

 

 

 

 

Já foram identificados 803 suspeitos de incêndios e 90 detidos pela GNR e PJ

 

Este ano foram identificados 803 suspeitos relacionados com casos de incêndios, que estão a ser alvo de inquérito e investigação, tendo a GNR e a PJ feito 90 detenções, revelou hoje o ministro da Administração Interna.

 

 

Em declarações aos jornalistas, José Luís Carneiro, anunciou que foram “identificados 803 suspeitos em relação as práticas inadequadas nuns casos, inseguras noutros e dolosas noutras circunstâncias”, que resultaram em “57 detenções feitas pela GNR deste que iniciou este trabalho mais intenso, em maio deste ano”.

 

 

O ministro acrescentou que a Polícia Judiciária (PJ) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) estão a trabalhar, “encontrando-se em fase de inquérito e investigação a esses 803 suspeitos”, tendo a PJ procedido também, “nos últimos meses, à detenção de mais 33 suspeitos de ações de incendiarismo”.

 

 

As declarações de José Luis Carneiro foram feitas no final de uma reunião de cerca de uma hora no Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana, em Lisboa, onde anunciou um reforço de 30% dos elementos da GNR para os próximos três dias: Até sexta-feira, estarão no terreno mais de 5.200 militares da GNR.

 

 

O agravamento das condições climatéricas e o aumento de risco de incêndio levou a um reforço dos meios no terreno que conta ainda com “mais 920 elementos que estão nos 230 postos de vigia fixos”, acrescentou o ministro, concluindo que no total estão “mais de 6.100 elementos a garantir a vigilância e observação de atitudes e comportamentos no terreno”.

 

 

O ministro voltou hoje a apelar à população para que mantenha os comportamentos de segurança para que não aumentem as probabilidades de incêndio, agradecendo o “comportamento e atitudes de responsabilidade” que se têm registado.

 

 

Acompanhado pela secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, o ministro salientou ainda o reforço de bombeiros no terreno e recordou a situação dos bombeiros que na terça-feira sofreram um acidente.

 

 

 

Mais de 5200 militares da GNR destacados devido a risco de incêndio nos próximos dias

 

 

Os elementos da GNR destacados para a prevenção de incêndios florestais foram reforçados em 30%, anunciou hoje o ministro da Administração Interna, revelando que nos próximos três dias estarão no terreno mais de 5200 militares da GNR.

 

 

“Temos hoje no terreno um reforço de 30% da capacidade de patrulhamento das forças da GNR: Vamos ter mais de 5.200 militares no terreno a garantir observação de todas as atitudes e comportamentos relativamente a incêndios florestais”, disse José Luís Carneiro no final de uma reunião no Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana, em Lisboa.

 

 

O agravamento das condições climatéricas e o aumento de risco de incêndio levou a um reforço dos meios no terreno que conta ainda com “mais 920 elementos que estão nos 230 postos de vigia fixos”, acrescentou o ministro em declarações aos jornalistas.

 

No total, há “mais de 6.100 elementos que ativamente estão a garantir a vigilância e observação de atitudes e comportamentos no terreno”, concluiu José Luís Carneiro.

 

 

O tenente-coronel Vaz Alves, diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, acrescentou que nos próximos três dias estarão no terreno “2.300 patrulhas só da GNR” em ações de apoio e vigilância, que contam ainda com elementos dos sapadores florestais, meios das forças armadas e até das autarquias.

 

 

Há 230 postos de vigia espalhados pelo país, que “abrangem 73% da vigilância de todo o território”, e 143 câmaras de videovigilância que “abrangem 62% do território nacional”, acrescentou Vaz Alves.

 

 

As condições climatéricas e risco de incêndio levaram a um “incremento para 2.300 patrulhas”, quando em média há apenas “268 patrulhas diárias”, explicou o diretor do SEPNA.

 

 

O ministro recordou ainda que, na terça-feira, também a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) decidiu reforçar as equipas de bombeiros, após uma avaliação do risco de incêndio, tendo em conta que se prevê que “as temperaturas possam chegar aos 45.Cº em determinadas regiões do país”.

 

 

José Luis Carneiro voltou hoje a apelar à população para a importância de manter “comportamentos e atitudes de responsabilidade enquanto comunidade nacional, tal como se tem registado nos últimos tempos, em que se nota uma redução das ignições”.

 

 

 

TPT com: MadreMedia/Lusa// 23 de Agosto de 2023

 

 

 

 

Portugal apto para treinar pilotos e mecânicos ucranianos para operarem os F-16

A ministra da Defesa afirmou que Portugal vai fornecer treino de pilotos e de mecânicos ucranianos para operarem os caças F-16, uma componente que considera “absolutamente fundamental” para o esforço logístico.

 

 

“Portugal, desde o inicio, tem enviado material de vários tipos, e temos garantido o nosso apoio à Ucrânia nesse sentido e, neste momento, o que nos comprometemos é fornecer treino de pilotos e mecânicos que é uma componente absolutamente fundamental, como aliás tem sido relatado deste apoio, com meios aéreos com os F-16”, afirmou Helena Carreiras.

 

A ministra falava aos jornalistas no aeródromo de Castelo Branco, onde se deslocou com o ministro da Administração Interna, para uma visita aos meios aéreos de combate a incêndios financiados pela União Europeia no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil (RescEU).

 

 

A Ucrânia vai receber caças F-16 dos Países Baixos e da Dinamarca após os Estados Unidos (EUA) terem dado recentemente luz verde, decisão que o Governo ucraniano considera ser uma “óptima notícia”.

 

 

O Departamento de Estado dos EUA, responsável pela política externa do país, adiantou que os Países Baixos e a Dinamarca receberam “garantias formais” para enviarem os caças assim que o treino do primeiro grupo de pilotos para F-16 esteja concluído.

 

Os Estados Unidos têm regras estritas acerca da revenda ou transferência de equipamento militar norte-americano por aliados.

 

 

A ministra da defesa considerou ainda que alguns países têm mais capacidade e disponibilidade de contribuir com os meios, como é o caso da Dinamarca e da Holanda.

 

“Nós [Portugal] contribuiremos com treino de pilotos e treino de mecânicos para esse esforço logístico que é absolutamente critico para que a capacidade possa funcionar”, concluiu Helena Carreiras.

 

 

 

 

42 caças F-16 “para afastar os terroristas russos”

 

 

 

Acompanhado pelo primeiro-ministro neerlandês em exercício – Mark Rutte apresentou a demissão em julho -, Volodymyr Zelensky confirmou hoje o acordo que representa “mais um passo para reforçar o escudo aéreo da Ucrânia”, em alusão a “42 caças F-16” que irá receber assim que os pilotos e engenheiros ucranianos concluirem a formação.

O anúncio foi feito minutos depois de Rutte e Zelensky terem inspecionado dois jatos F-16 estacionados numa base aérea neerlandesa e no âmbito da visita do presidente da Ucrânia, este domingo, aos Países Baixos.

 

Na sexta-feira, os EUA autorizaram a Dinamarca e os Países Baixos a fornecer caças F-16 à Ucrânia, um passo necessário para o fornecimento destes aviões de produção norte-americana.

 

 

“Os caças serão utilizados para afastar os terroristas russos das cidades e vilas ucranianas”, afirmou o presidente ucraniano.

 

“Hoje foi a primeira vez que ouvi o acordo mais importante, que é o facto de, além dos Estados Unidos – e estamos gratos por isso -, os Países Baixos serem o primeiro país a concordar em entregar F-16 à Ucrânia após a formação.

 

 

Sobre a situação no terreno, o líder ucraniano disse que Kiev “está a avançar” e sublinhou que a guerra é dominada pela contraofensiva do seu país. Contudo, as autoridades ucranianas têm reconhecido que a contraofensiva tem sido lenta e os resultados não estão a ser os esperados.

 

“Estamos a falar de defesas aéreas, temos o inverno pela frente e sabemos melhor do que ninguém o que é um inverno sem eletricidade. E esta é a complexidade da questão. Mas não vamos desistir, essa é a grande novidade”, continuou Zelensky, assegurando que o país procura “uma paz justa, com a recuperação total e a restauração da sua integridade territorial”.

 

 

Os F-16 eram um pedido recorrente de Volodymyr Zelensky para a contraofensiva, com vista a expulsar as forças russas das zonas ocupadas no leste e no sul da Ucrânia.

 

 

O número de caças, avançado por Zelensky, não foi confirmado pelos Países Baixos nem pela Dinamarca, para onde seguiu o líder ucraniano. Contudo, Zelensky sublinhou que o envio de F-16 para Kiev trata-se de uma “decisão histórica”.

“É apenas o começo”, escreveu no Twitter.

 

 

 

TPT com: NBCNews//EPA/MADS CLAUS RASMUSSEN//EPA/MADS CLAUS RASMUSSEN//MadreMedia/Lusa/Manuel Ribeiro//Tiago Petinga/LUSA//Sapo// 20 de Agosto de 2023

 

 

 

 

 

Russos protestam no Porto contra “assassino e criminoso” Putin

 

Um grupo de activistas russos em Portugal concentrou-se hoje na Praça da Batalha, no Porto, para protestar contra o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que descreveram como “assassino, culpado e criminoso de guerra”.

 

 

Vestidos com t-shirts negras com a inscrição em letras maiúsculas “killer e guilty [assassino e culpado]”, e com máscaras com a cara de Putin em que se lia “I am a war criminal [eu sou um criminoso de guerra]”, os manifestantes, que recusaram identificar-se por medo, contaram que na Rússia se vive um “regime terrorista, de propaganda e de censura”.

 

 

Por este motivo, contaram, decidiram viver em Portugal, juntamente com as suas famílias.

 

 

Querendo “marcar uma posição em relação a Putin”, os cerca de 15 manifestantes que estavam sentados na Fonte da Batalha referiram que os russos, “na sua grande maioria”, não concordam com as políticas de Putin, mas aceitam-nas por medo.

 

 

“Vive-se realmente um clima de medo na Rússia, não se pode falar sem estar constantemente com medo”, contou à Lusa Tim, que decidiu dar um nome fictício por temer represálias.

 

 

E acrescentou: “Vim para Portugal porque não quero que os meus filhos cresçam naquele clima de medo, propaganda e censura”.

 

 

Já sobre a ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia, o grupo de activistas atribuiu a total responsabilidade a Putin.

 

O conflito já causou, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

 

A invasão russa — justificada pelo Presidente com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

 

 

Além deste protesto no Porto, sob o lema “Putin é um assassino”, houve um outro na Praça dos Restauradores, em Lisboa.

 

 

Também comunidades russas noutros países, desde os Estados Unidos a membros da União Europeia, têm protestos agendados para hoje, quando faz três anos que o líder da oposição e activista russo Alexei Navalny foi envenenado.

 

 

TPT com: Lusa//SVF (DMC) // ROC//MadreMedia/Lusa/Sapo// 20 de Agosto de 2023

 

 

 

 

Português acusado de crimes de sedição e de incitação à subversão começou a ser julgado em Hong Kong

 

 

Começou a ser julgado no tribunal de Wanchai, em Hong Kong, Joseph John, residente naquele território, mas com passaporte português.

 

 

Detido desde o final de outubro, o cidadão português também conhecido como Wong Kin Chung, nascido em Hong Kong e com estatuto de residente permanente na região administrativa especial chinesa, está acusado dos crimes de sedição e de incitação à subversão.

 

 

As autoridades de Hong Kong acusam Joseph John de “trazer ódio e desprezo” e “estimular o descontentamento” contra o governo, promover a “desobediência” civil e “incitar à violência” através de publicações em redes sociais feitas entre 09 de outubro e 01 de novembro.

 

 

De acordo com a acusação, o português era administrador do perfil na rede social Facebook do Partido para a Independência de Hong Kong. A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018. O suspeito terá usado o perfil para, desde setembro de 2019, “lançar uma campanha de angariação de fundos para despesas militares, enviar petições para páginas de governos estrangeiros e apelar ao apoio de tropas estrangeiras”.

 

 

O homem terá apelado a Londres para declarar que a China estaria a “ocupar ilegalmente” Hong Kong, assim como pediu ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997.

 

 

TPT com: AEP// ExecutivDigeste//Lusa// 15 de Agosto de 2023

 

 

 

 

 

Festa do Pontal. Reforma fiscal na rentrée política do PSD

 

Luís Montenegro acusa PS de ser “campeão dos impostos” e  assumindo-se como oposição responsável” promete uma redução fiscal já em 2023 para todos com exceção do último escalão, numa diminuição de 1200 milhões de euros.

 

 

Depois da grande surpresa da presença de Passos Coelho na Festa do Pontal no ano passado, desta vez a rentrée politica do PSD ficou marcada com a presença de Luís Marques Mendes, num evento em que Luís Montenegro surgiu ao lado de Carlos Moedas, levando o líder social-democrata a deixar um recado. “Este é o PSD popular, alegre, vibrante e interessado na vida de cada português que o país precisa e que nos vai levar de novo a governar Portugal. É uma reunião da família social-democrata e mesmo quando discordamos uns com os outros só seremos credíveis quando assumirmos a nossa história e Luís Marques Mendes faz parte dessa história”, apontando outros nomes que já estiveram em anos anteriores.

 

 

O foco de Montenegro foi a análise económica do país, afirmando que desde que António Costa entrou para o Governo em 2015 já houve quatro países que passaram Portugal e acenando com o facto do salário médio ser o pior da OCDE, com exceção da Grécia e Hungria. Outra crítica disse respeito à elevada carga fiscal. “Em cima de todos os problemas, os portugueses pagam mais impostos do que alguma vez pagaram, nunca em Portugal se pagaram tantos impostos. Se fizermos uma análise dos oito anos qual é a marca que o PM deixa do seu legado? O socialismo é pagar imposto como nunca?, questionou.

 

 

E não hesitou: “O PS é o campeão dos impostos. Faz isso todos anos com coerência, porque todos os anos bate recordes atrás de recordes”, numa altura em que as pessoas vivemos uma inflação a que não estávamos habituados”.

 

 

E assumindo-se como uma “oposição responsável” promete apresentar em  breve um programa de reforma fiscal. “Queremos tornar o sistema mais justo”.

 

 

O líder do PSD questionou ainda o aumento da emigração, principalmente junto dos mais jovens. “Fomos acusados de levar os jovens à emigração nos tempos em que estivemos a arrumar a casa que o PS desarrumou, mas passado oito anos emigraram cerca de 60 mil pessoas, metade são pessoas com ensino superior e 42% são jovens. Um país que perde na competição, não consegue reter qualificações é um país que não tem futuro e não pode continuar nesse caminho do empobrecimento”, salienta.

 

 

Já no sábado, o líder do PSD tinha pedido um sobressalto cívico para manter em Portugal os jovens qualificados. “Nós estamos a falhar, o país está a falhar. O país precisa mesmo de um sobressalto cívico, político, empresarial. Nós temos de conseguir absorver no nosso mercado de trabalho estes milhares e milhares de jovens que todos os anos saem das nossas universidades, dos nossos institutos politécnicos e colocá-los ao serviço do crescimento do país”, disse num almoço em Albufeira dedicado às comunidades portuguesas.

 

 

TPT com: Sónia Peres Pinto// Sol// 15 de Agosto de 2023

 

 

 

 

 

Crónicas de uma separação não anunciada

Depois de ter apontado o dedo à justiça e à imprensa e de ter publicado um longo texto a dizer que não sabia de nada do que estava a ser investigado na Operação Marquês, a jornalista Fernanda Câncio decidiu agora virar-se contra Sócrates

 

 

“Mentiu, mentiu e tornou a mentir”. Depois de ter atacado a justiça e de ter dito publicamente que não sabia de nada, a jornalista Fernanda Câncio diz agora que José Sócrates, arguido na Operação Marquês, “enganou toda a gente”.

 

 

Férias em Veneza e Formentera, procura de casa em Lisboa e Tavira – Câncio e Sócrates faziam vida de casal. Dois jornalistas do “Correio da Manhã”, assistentes no processo, chegaram mesmo a pedir que a jornalista fosse constituída arguida, mas o Ministério Público (MP) não viu razões para isso. Enquanto tal, publicava opiniões, apontando o dedo ao MP e à imprensa, ao mesmo tempo que iam surgindo novos pormenores sobre a investigação.

 

 

Em junho de 2015, por exemplo, a jornalista dedicou um texto às falhas do sistema judicial, intitulado “Sempre Sócrates”. Nele, Câncio escreve que “se há coisa para a qual o processo Marquês tem servido é a de iluminar aspetos menos conhecidos ou mais negligenciados do nosso sistema judicial, da extensão inadmissível da prisão preventiva e dos critérios incompreensíveis da sua aplicação às condições das prisões, passando por disfunções já muito debatidas como a perversidade do segredo de justiça e a arbitrariedade e opacidade das ações de juízes e MP”. Nessa altura, já eram conhecidos muitos pormenores sobre a investigação: logo na altura em que o ex-primeiro-ministro foi detido, o “SOL” revelou que Sócrates tinha milhões escondidos na Suíça, numa conta em nome de uma pessoa da sua confiança, o seu amigo de infância Carlos Santos Silva. Para além disso, o semanário revelou na mesma altura pormenores sobre a casa em Paris onde o antigo governante vivia, sobre a vida de luxo que fazia na capital francesa, sobre a venda das casas da mãe a Santos Silva e a compra de milhares de exemplares do seu livro por parte de pessoas que lhe eram próximas, incluindo o amigo de infância. Começavam também a ser conhecidos pormenores dos primeiros interrogatórios e das escutas telefónicas – uma das pessoas escutadas foi João Perna, ex-motorista de Sócrates, que comentou com uma pessoa que lhe era próxima que “Santos Silva é o saco azul do Sócrates”. Assuntos que Câncio não abordava nas suas crónicas.

 

 

Pouco tempo depois, em setembro de 2015, a jornalista volta a falar sobre a Operação Marquês no seu espaço no “DN”, desta vez para criticar o papel da comunicação social: “a derrisão do jornalismo não começou nem acabará aqui, como a incapacidade do público para dizer chega: nunca chega, parece”, escreveu na crónica “Big Brother Sócrates”. Nessa altura, o antigo primeiro-ministro já estava em prisão domiciliária e eram conhecidos novos detalhes da investigação: a imprensa noticiou que o dinheiro de Santos Silva servia não só para pagar a vida de luxo do antigo governante – como as férias que passava com várias pessoas (incluindo Fernanda Câncio) no estrangeiro ou os estabelecimentos caros que frequentava –, mas também para pagar as despesas de pessoas próximas do ex-primeiro-ministro, como o filho de Pedro Silva Pereira, amigo e número dois de Sócrates no seu governo.

 

 

O ‘esclarecimento público’

 

 

Em 2016, o cerco começa a apertar-se e são desvendados cada vez mais detalhes do que o MP está a investigar: no início do ano, por exemplo, é revelado que Sócrates ia pagar uma nova avença para ter outro livro assinado por si, mas escrito pelo professor catedrático Domingos Farinho. Para além disso, é noticiado que a Operação Marquês cruzou-se com a investigação a Ricardo Salgado que, um ano mais tarde, viria mesmo a ser constituído arguido.

 

 

É precisamente neste ano que Câncio publica um texto na revista “Visão”, no qual se mostra “chocada” com a detenção de Sócrates e afirma não saber de qualquer esquema de circulação de dinheiro entre o ex-governante e o seu amigo de infância: “Independentemente da campanha de calúnias de que sou alvo, é natural que haja gente bem intencionada e séria que se questiona sobre como podia eu ‘não saber’ (…). Se fizesse ideia da relação pecuniária entre Carlos Santos Silva e José Sócrates teria feito perguntas por considerar a situação, no mínimo, eticamente reprovável”.

 

 

Quanto às férias com Sócrates, a jornalista explicou que nunca perguntou de onde vinha o dinheiro para as viagens: “Quando alguém próximo faz um convite para passar férias não é costume perguntar se é a pessoa que nos convida que paga ou se é a outra, como quando nos convidam para jantar ou almoçar não perguntamos de onde vem o dinheiro. Quem aufere uma avença de 25 mil euros/mês (que José Sócrates me disse receber) pode decerto pagar a meias um aluguer como o da casa em Formentera, e cujo valor eu conhecia. Não me passou pela cabeça outro raciocínio”.

 

 

“Mentiu e tornou a mentir”

 

 

Depois do texto publicado na “Visão”, pouco ou nada disse sobre a Operação Marquês. Agora, semanas depois de a CMTV ter revelado vídeos do interrogatório de que foi alvo, Câncio publicou uma crónica onde afinal já sabe aquilo que antes dizia não saber, não critica a justiça portuguesa nem os média – o alvo desta vez é José Sócrates.

 

“[Sócrates] Mentiu ao país, ao seu partido, aos correligionários, aos camaradas, aos amigos. E mentiu tanto e tão bem que conseguiu que muita gente séria não só acreditasse nele como o defendesse, em privado e em público, como alguém que consideravam perseguido e alvo de campanhas de notícias falsas, boatos e assassinato de caráter (que, de resto, para ajudar a mentira a ser segura e atingir profundidade, existiram mesmo)”, escreveu a jornalista.

 

 

Câncio vai mais longe e diz que Sócrates abusou da “boa-fé” das pessoas que o rodeavam: “Ao fazê-lo, não podia ignorar que estava não só a abusar da boa-fé dessas pessoas como a expô-las ao perigo de, se um dia se descobrisse a verdade, serem consideradas suas cúmplices e alvo do odioso expectável. Não podia ignorar que o partido que liderara, os governos a que presidira, até as políticas e ideias pelas quais pugnara, seriam conspurcados, como por lama tóxica, pela desonra face a tal revelação”.

 

 

A verdade é que Câncio conhecia bem José Sócrates. Numa escuta telefónica recolhida no âmbito desta investigação, a jornalista desabafa com Inês do Rosário, mulher de Santos Silva, pouco tempo depois de o ex-primeiro-ministro ser detido, queixando-se da atitude arrogante do ex-companheiro: “Tenho momentos em que só choro. Quando as pessoas são arrogantes, acham que são todo-poderosas e que podem tudo, mas não podem…”.

 

 

 

TPT com: AFP//NBCNews//WP// PNG // APN/Lusa// 11 de Agosto de 2023