O Ministério das Emergências russo anunciou hoje que caiu, na localidade russa de Tver, um “avião particular Embraer Legacy”, e que todos os ocupantes a bordo terão falecido, entre eles as autoridades russas confirmam a presença de Yevgeny Prigozhin, o polémico líder do grupo Wagner.
De acordo com o Telegram do Ministério das Emergências russo, estavam “dez pessoas a bordo, incluindo três tripulantes”. “Segundo informações preliminares, todos a bordo morreram”, acrescentam. Mais tarde, a agência russa TASS, confirmou, citando a Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia, Rosaviatsia, que o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ia no avião e terá sido uma das vítimas mortais. “Uma investigação sobre a queda da aeronave Embraer foi iniciada, observou o departamento”, sublinham ainda.
O avião terá caído na região de Tver, a norte de Moscovo e dirigia-se para São Petersburgo.
Além destas informações, na SIC, José Milhazes adianta ainda que há vários bloggers russos que dizem haver dois aviões do líder do Grupo Wagner, a fazer a mesma rota ao mesmo tempo. Não havendo assim, para esses bloggers opositores ao regime de Putin, certeza de em qual dos jatos viajaria Prigozhin. Se no início da noite havia várias dúvidas e diferentes teorias da conspiração, contrastam com as sucessivas confirmações das autoridades russas da presença de Prigozhin.
É de recordar que o líder do Grupo Wagner, tinha divulgado um vídeo, esta segunda-feira, que foi partilhado pelo meio bielorrusso Nexta TV, retirado do Telegram de Prigozhi, onde o mercenário anunciava estar em África, não tendo sido divulgado em que país é que se encontrava.
“Estamos a trabalhar. A temperatura está acima dos 50 graus. O Grupo Wagner está a realizar operações de reconhecimento e busca, tornando a Rússia ainda maior em todos os continentes e tornando a África ainda mais livre”, referiu nesse mesmo vídeo.
Sobre a queda do avião, já estão a circular vários vídeos nas redes sociais sobre o acontecimento. Na rede social X (antigo Twitter), o conselheiro ucraniano Anton Gerashchenko, partilhou a suposta queda do avião em que seguia Prigozhin.
Durante este acontecimento, sabe-se ainda segundo a agência estatal russa RIA Novosti, que o presidente russo, Vladimir Putin, participava numa entrega de condecorações a soldados russos, ainda não tendo reagido a nenhuma notícia relativamente à suposta morte de Yevgeny Prigozhin.
Segundo a mesma agência, de acordo com fontes do Ministério das Emergências, já foram encontrados oito dos corpos que seguiam na aeronave.
De acordo com o New York Times, fontes oficiais dos EUA indicaram que não conseguem, por agora, confirmar que Prigozhin, estava a bordo do avião. Avançam ainda que segundo informações da Casa Branca, o presidente norte-americano, Joe Biden, já terá sido informado sobre o incidente.
Entretanto, a autoridade aeronáutica russa emitiu um novo comunicado sobre o acidente no Telegram, onde anunciou que tinha criado uma comissão especial que estava “a investigar as circunstâncias e causas do acidente”. O comunicado forneceu comentários sobre a causa do acidente, mas adianta que a comissão vai procurar evidências, incluindo registos de caixas negras.
Um dos desenvolvimentos mais recentes veio da parte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, citado também New York Times, que afirma na voz do porta-voz Adrian Watson que os EUA já viram os relatórios sobre o acidente de avião e que “se for confirmado, ninguém deverá ficar surpreendido”, referem.
“A terrível guerra na Ucrânia levou um exército privado a marchar sobre Moscovo e agora parece que é isto”, acrescentam.
O jornal americano avança ainda que Comité de Investigação da Rússia, um importante órgão responsável pela aplicação da lei, anunciou a abertura de um caso sobre a queda do avião, por suspeita de violação das regras de segurança do transporte aéreo. Investigadores terão sido enviados ao local.
Na atualização mais recente sobre o acidente, o canal da rede social Telegram ‘Grey Zone’, associado ao grupo Wagner confirma a morte do líder do grupo Wagner e culpa o governo russo.
“O chefe do Grupo Wagner, Herói da Rússia, um verdadeiro patriota da sua pátria, Yevgeny Viktorovich Prigozhin, morreu em consequência das ações de traidores da Rússia”, refere o canal.
O New York Times, avança ainda que o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, foi questionado pelos jornalistas, em Lake Tahoe, sobre se considerava que Vladimir Putin está por detrás da queda da aeronave.
“Não há muito que aconteça que Putin não esteja por trás”, terá referido, mas sublinhou que não “sabia o suficiente” para avançar com a morte do mercenário.
Soube-se, entretanto, a lista de passageiro, divulgada pela Agência Federal de Transportes Aéreos russa e confirma-se, segundo esta fonte, a presença de Prigozhin e Utkin. Dimitri Utkin, um dos fundadores e financiadores do Grupo Wagner, foi também homenageado no grupo de Telegram dos apoiantes do Wagner, o ‘Grey Zone’, que lembra que o russo “foi e será o comandante permanente do grupo Wagner”, e que morreu “em resultado das ações dos traidores da Rússia”.
Putin, avançam vários orgãos de comunicação, terá, entretanto, saído do evento de entrega de condecorações e estará a caminho de uma casa perto do local do acidente. Pode, portanto, prever-se que falará sobre o tema.
As agências russas e as internacionais confirmam, por volta das 21h32, que os restos mortais de todos os passageiros foram encontrados e terminam assim a investigação do caso.
França ainda tem dúvidas sobre morte de Prigozhin
Olivier Veran, porta-voz do Governo francês, afirmou hoje que ainda existem dúvidas sobre o que aconteceu ao avião que caiu na Rússia e se Yevgeni Prigozhin estaria a bordo do mesmo.
Olivier Veran insistiu que não são conhecidas as condições em que ocorreu o acidente, no qual terá morrido o líder dos mercenários ligado ao poder russo, afirmando existirem “dúvidas razoáveis” sobre o que aconteceu.
“Não conhecemos as circunstâncias deste acidente. Temos dúvidas razoáveis”, afirmou Veran ao canal France 2.
Veran acrescentou que “Prigozhin deixou para trás cemitérios e uma desordem terrível numa boa parte do globo. Era o homem dos trabalhos sujos de Putin e a sua atividade é “indissociável” da política do presidente russo.
Morte de Prigozhin “não seria uma surpresa”, diz Casa Branca
A possível morte do chefe do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, num acidente aéreo na Rússia, não seria uma surpresa, disse também uma alta funcionária da Casa Branca esta quarta-feira.
“Nós vimos os registos” do acidente, informou, por meio de um comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson.
“Se for confirmada, ninguém deveria ficar surpreso”, afirmou, em alusão à possível morte de Prigozhin.
“A desastrosa guerra da Ucrânia levou um exército privado a marchar rumo a Moscovo, e agora aparentemente a isto”, acrescentou.
O presidente americano, Joe Biden, referiu também não estar surpreendido com a notícia de que o chefe do grupo de mercenários russo Wagner possa ter morrido.
“Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas não estou surpreso”, disse Biden, acrescentando que “não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás. Mas não sei o suficiente para saber a resposta”.
PERFIL: Yevgueny Prigozhin, de líder do grupo Wagner a inimigo de Putin
O líder do grupo de mercenários russo Wagner, Yevgueny Prigozhin, passou de protagonista da guerra na Ucrânia a inimigo declarado do Presidente russo, Vladimir Putin, ao orquestrar ua revolta do grupo paramilitar na Rússia, em junho.
Hoje, o seu nome estava na lista de passageiros de um avião privado Embraer pertencente ao grupo Wagner que se despenhou na Rússia, matando as 10 pessoas que seguiam a bordo.
A 24 de junho, um dia depois do início da revolta dos mercenários Wagner, que se encaminhavam para Moscovo, Putin condenou a “traição” de Prigozhin, afirmando ter sido “provocada por ambições desmesuradas e interesses pessoais”.
O impetuoso multimilionário de cabeça rapada e traços duros acabara de anunciar que se tinha apoderado “sem disparar um tiro” do quartel-general do exército russo em Rostov, centro nevrálgico das operações na Ucrânia, depois de, na véspera, ter acusado o exército russo de bombardear acampamentos do seu grupo.
Depois, os seus homens, “dispostos a morrer”, marcharam em direção a Moscovo, abatendo aviões do exército russo, enquanto o mundo sustinha a respiração.
Ao fim de 24 horas, o líder mercenário de 62 anos desistiu do golpe e negociou um exílio para ele e os seus seguidores na Bielorrússia. Escapou à prisão e à justiça russas, mas muitos diziam que tinha a vida a prazo, depois de se insurgir contra o regime de Putin.
Sinal da opacidade do acordo, Prigozhin regressou, contudo, à Rússia, tendo mesmo sido recebido no Kremlin dias após a revolta. E, apesar de já não aparecer em público, os ‘blogs’ especializados seguiam-no, a ele e aos seus aviões.
Finalmente, esta semana, parecia ser de África o último vídeo que divulgou, assegurando agir para a grandeza da Rússia naquele continente, onde os seus homens fazem há anos o trabalho ‘sujo’ do Kremlin (Presidência russa).
Em países como República Centro-Africana, Mali, Líbia, Síria, o grupo Wagner, cuja existência o Kremlin nem sequer admitia até ao final de 2022, tornou-se conhecido em 10 anos como o cúmplice de regimes que queriam livrar-se de padrinhos ocidentais ou que procuravam combatentes discretos e implacáveis.
A guerra na Ucrânia forneceu ao empresário uma oportunidade de ouro para sair da sombra.
Recrutou dezenas de milhares de prisioneiros para irem combater para a frente de batalha, onde o exército russo estava em dificuldades.
Ao contrário dos mais altos responsáveis russos, o líder mercenário mostrava-se no campo de batalha e filmava os cadáveres dos seus homens para exigir mais e mais munições.
Em maio de 2023, após quase um ano de combates sangrentos, Prigozhin atingiu o seu objetivo reivindicando a tomada pelo grupo Wagner de Bakhmut (leste da Ucrânia) e celebrando uma rara vitória russa, apesar do elevado preço em vidas humanas, e apesar da continuação dos combates – até hoje – nos arredores da cidade devastada.
Mas foi também por ocasião dessa batalha que as tensões se agravaram com o chefe do Estado-Maior, general Valeri Guerassimov, e o ministro da Defesa, Serguei Shoigu: Prigozhin acusou-os de privarem o grupo Wagner de munições e fez uma série de vídeos insultando os comandantes russos – algo impensável para qualquer outra pessoa na Rússia, num contexto de repressão total.
A sua passagem da obscuridade para a ribalta começou em setembro de 2022, quando o exército russo sofria revés atrás de revés na Ucrânia, uma humilhação para os belicistas como ele.
Saiu então da ‘toca’ admitindo, pela primeira vez, ser de facto o fundador, em 2014, do grupo paramilitar Wagner e impondo-se como um líder e um comunicador ímpar na plataforma digital Telegram, com os seus vídeos e as suas mensagens áudio em que não hesitava em ser vulgar.
“Estes tipos, heróis, defenderam o povo sírio, outros povos de países árabes, os indigentes africanos e latino-americanos, e tornaram-se um pilar da nossa pátria”, afirmou sobre os seus homens.
Em outubro, levou a sua notoriedade ainda mais longe, inaugurando com grande pompa, num edifício envidraçado de São Petersburgo (noroeste), a sede da “empresa militar privada Wagner”.
Mestre da provocação, divulgou em fevereiro um vídeo a bordo de um avião de guerra em que propunha ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que decidisse o futuro de Bakhmut numa batalha aérea.
Para formar um exército à altura das suas ambições, Prigozhin, originário, como Putin, de São Petersburgo, recrutou a população prisional para combater na Ucrânia em troca de uma amnistia.
O universo das prisões não lhe é estranho, tendo ele mesmo passado nove anos encarcerado durante a era soviética, por crimes de delito comum.
Foi libertado em 1990, quando a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) estava a desintegrar-se, e montou um negócio de sucesso a vender cachorros quentes.
Avançou depois para outro segmento, abrindo um restaurante de luxo que se tornou um dos mais concorridos de São Petersburgo, enquanto Putin experimentava, ao mesmo tempo, a sua própria ascensão política.
Quando, em 2000, Vladimir Putin se tornou Presidente, o seu grupo de restauração passou a servir o Kremlin, o que lhe valeu o título de “cozinheiro de Putin” e a reputação de se ter tornado multimilionário graças aos contratos públicos.
Terá sido esse dinheiro que utilizou para fundar o grupo Wagner, exército privado inicialmente composto por veteranos das forças armadas e dos serviços especiais russos.
Em 2018, quando se suspeitou de que o seu grupo – cuja presença já fora notada na Ucrânia e na Síria – se tinha instalado em África, três jornalistas russos que investigavam as atividades da empresa paramilitar foram mortos na República Centro-Africana.
“Haverá consequências catastróficas”: Grupo Wagner ameaça Kremlin após morte do líder Prigozhin
O Grupo Wagner voltou a reagir morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin nas redes sociais e desconfia que o Kremlin esta envolvido no “assassinato” do chefe da organização de mercenários.
Num vídeo difundido na rede social Telegram, em grupos pró-russos, os elementos do Grupo Wagner avisam que, caso se confirme que o acidente do avião não foi um acidente, haverá uma forte reação.
“O assassinato de Prigozhin implica que haverá consequências catastróficas”, ameaçam os mercenários.
“As pessoas que deram a ordem não compreendem em absoluto o estado de ânimo nem a moral do exército”, continuam os elementos do Grupo Wagner, lançando ‘farpas’ a Moscovo.
Putin mandou assassinar Prigozhin? A lista dos 10 opositores do Presidente russo que acabaram ‘eliminados’
Vladimir Putin chegou ao poder em 2020 e desde então que tem vindo a crescer, de ano para ano, a lista de opositores ao seu regime que são assassinados.
Políticos, jornalistas, ativistas ou espiões, são alguns dos que morrem de maneira suspeita.
Noutros casos, como o de Alexei Navalny, acabam condenados a penas de prisão em catadupa, cumpridas em colónias penais.
Esta quarta-feira o avião onde seguia Yevgeny Prigozhin despenhou-se perto de Moscovo, matando todos os que iam a bordo. O episódio acontece três meses depois de Prigozhin encabeçar a rebelião do Grupo Wagner contra o Kremlin, e não faltam especulações de que a queda do avião é mais uma das “tragédias acidentais” que parecem perseguir muitos dos inimigos de Putin.
No total, contam-se pelo menos 10 casos conhecidos:
1 – Valentín Tsvetkov, 2002 – Acabou assassinado em Moscoco o governador de Magadan em outubro de 2002, alegadamente pelas “máfias” segundo a polícia russa.
2 – Vladimir Golovliov, 2002 – Deputado e um dos líderes do partido Rússia Liberal, foi assassinado com um tiro na cabeça, na madrugada de 21 de agosto de 2002.
3 – Sergey Yushenkov, 2003 – Também membro do Rússia Liberal, de oposição a Putin, foi morte por um atirador que disparou de um edifício ao lado do que o político vivia.
4 – Paul Klébnikov, 2004 – O editor da Forbes russa, de nacionalidade norte-americana, foi morto a tiro por vários atirados à porta dos escritórios da revista.
5 – Alexander Litvinenko, 2006 – Espião dos serviços secretos russos em fuga, morreu num hospital em Londres, tendo vindo a apurar-se que tinha sido envenenado por dois agentes russos, supostamente sob ordens de Putin.
6 – Stanislav Markelov e Anastasia Baburova, 2009 – O advogado de direitos humanos, que representava civis chechenos contra os militares russos e jornalistas levados à justiça por artigos críticos de Putin, foi morto a tiro por um homem de cara tapada perto do Kremlin. Baburova, jornalista da Novaya Gazeta, e colega de Anna Politkovskaya, assassinada em 2006, morreu a tentar salvar o advogado. As autoridades russas detiveram dois homens, alegadamente ligados a movimentos neonazis, que foram condenados.
7 – Sergei Magnitsky, 2009 – Este advogado, que denunciou casos de corrupção entre altos-membros do Governo russos, morreu em novembro de 2009 sob custódia policial, alegadamente espancado.
8 – Natália Estemirova, 2009 – Esta jornalista estava a investigar sequestros, atos de tortura e assassínio de civis na guerra na Chechénia. Foi sequestrada e depois encontrada morta.
9 – Boris Berezovsky, 2013 – Crítico de Putin, e ‘homem-forte’ do Governo que lhe antecedeu, foi encontrado morto em circunstâncias suspeitas em Surrey, no Reino Unido, onde estava exilado, em 2013.
10 – Boris Nemtsov, 2015 – Foi vice-primeiro-ministro e um possível candidato a substituir Boris Yeltsin, mas viria a ser Putin a subir ao poder, em 2000. Nemtsov apoiou inicialmente a eleição, mas depois começou a tecer críticas a Putin, acabando preso por participar em manifestações. Em fevereiro de 2015 foi atingido com quatro tiros disparados por um agressor desconhecido, em Moscovo, horas antes de instar a população a unir-se em manifestação contra a ação militar da Rússia na Ucrânia.
Tropas da Ucrânia desembarcam na Crimeia em “operação especial relâmpago” e levantam bandeira do país
A Ucrânia anunciou esta quinta-feira que levou a cabo uma “operação especial” de comando na Crimeia, a península que foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
Soldados russos foram mortos e a bandeira da Ucrânia foi hasteada, segundo indica fonte dos serviços de inteligência militar ucranianos, na rede social Telegram, citada pelo ABC.
“O inimigo sofreu baixas entre os seus homens e equipamento foi destruído. A bandeira nacional esvoaçou novamente na Crimeia ucraniana”, indicou a fonte.
Segundo as primeiras informações, unidades de forças especiais da Ucrânia desembarcaram também nas cidades de Olenivka e Mayak, antes de voltarem a partir sem que fossem registadas vítimas.
TPT com: NBCNews//AFP//New York Times//Beatriz Cavaca/Sapo//Pedro Zagacho Gonçalves//SIC// 24 de Agosto de 2023