Iraque inicia operação militar para expulsar Estado Islámico da província de Anbar

O ataque é realizado pelo movimento Popular Mobilisation, formado por dezenas de milícias xiitas. O objetivo é o de retomar a cidade de Ramadi, ocupada pela organização este mês.

 

 

 

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Forças xiitas ainda combatem o EI em áreas ao redor de Tikrit, reconquistada há dois meses.




A operação chama-se “Labayk ya Hussein” [“Ao seu serviço, Hussein”], em referência a um imã xiita.

 

 

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Milicianos xiitas no Iraque apoiados pelo Irã.

 

 

Forças pró-governamentais no Iraque confirmaram esta terça-feira que estão a realizar uma ofensiva para expulsar o Estado Islâmico da província de Anbar, ocupada este mês pela organização após meses de confrontos que resultaram na retirada das últimas forças do exército iraquiano, avança a BBC.

 

 

 

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Sunitas deslocados que fugiram da violência na cidade de Ramadi, no Iraque, chegam aos arredores de Bagdá.

 

 

 

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Civis refugiados recebem ajuda humanitária da ONU em um acampamento em Amiriyat al-Fallujah, no Iraque. A entidade está apressando a ajuda com alimentos para os milhares de moradores que fugiram de Ramadi após a cidade ser tomada pelo Estado Islâmico.

 

 

 

 

O anúncio foi realizado durante uma conferência de imprensa pelo porta-voz do movimento Popular Mobilisation (al-Hashid al-Shaabi), Ahmed al-Assadi, uma força que compreende dezenas de milícias xiitas.

 

 

 

O movimento chama a operação de “Labayk ya Hussein” (“Ao seu serviço, Hussein”), em homenagem a um imã xiita reverenciado.

 

 

 

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Apoiadas por milícias xiitas, as Forças Armadas iraquianas em operação para recuperar a cidade de Tikrit do grupo Estado Islâmico.

 

 

 

Aquele responsável afirmou que a operação “não duraria muito tempo” e que “novas armas seriam utilizadas no combate”, que “surpreenderiam o inimigo”.

 

 

 
A BBC afirma ainda que o Estado Islâmico cortou esta terça-feira rotas de abastecimento para a cidade, no contexto dos ataques do movimento.

 

 

 

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Soldados do Exército iraquiano lançam foguete em ataque ao Estado Islâmico em Tikri.

 

 

 

De acordo com o canal, Joe Biden, vice-presidente dos Estados Unidos, prometeu apoio total do país, apesar de preocupar-se com a participação dos xiitas na operação.

 

 

 

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Milícias xiitas tentam recuperar Ramadi após conquista pelo Estado Islâmico.

 

 

 

O ministro do Exterior de França, Laurent Fabius, criticou o governo iraquiano, ao afirmar que “não há solução militar sem solução política”. “Em setembro, juntamos os esforços da coligação com os compromissos políticos do novo governo iraquiano, no que chamamos de política inclusiva.

 

 

 

 

 

 

Este contrato é o que justifica o nosso envolvimento militar e digo claramente aqui que deve ser melhor respeitado”, disse à agência Reuters citado pela BBC.

 

 

 

A cidade de Ramadi é a capital da província de Anbar, no Iraque, e foi tomada por combatentes do Estado Islâmico este mês.

 

 

 

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Preparativos da ofensiva contra o Estado Islâmico.

 

 

 

Segundo o jornal The New York Times, os membros do EI executaram dezenas de pessoas leais ao Governo iraquiano, além de mulheres e crianças.

 

 

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Ainda de acordo com a publicação norte-americana, a conquista de Ramadi representou a maior vitória da organização terrorista desde o início do ano.

 

 

 

 

Foto: AHMAD AL-RUBAYE / AFP

 

 

Foto: REUTERS/Stringer

 

 

Foto: Hadi Mizban/AP)

 

 

Foto: REUTERS/Stringer

 

 

Foto: AFP/Getty Images

 

 

Foto: Thaier Al-Sudani/Reuters

 

 

 

Milton Cappelletti

 

 

26/05/2015

 

 

 

 

Jornalistas detidos por investigarem Mundial de Futebol do Qatar

Uma equipa da cadeia de televisão alemã WDR esteve detida no Qatar enquanto documentava a preparação do Mundial de futebol 2022, segundo um comunicado divulgado na segunda-feira. De acordo com a estação, a detenção ocorreu no dia 27 de março, altura em que os jornalistas e repórteres de imagem investigavam as condições de trabalho dos operários no Qatar.

 

 

 

“A equipa da WDR esteve detida enquanto filmava trabalhadores em Doha, capital do Qatar, tendo sido depois interrogada pelos serviços de segurança nacional, levada ao gabinete do procurador estatal e libertada 14 horas depois. A equipa foi impedida de deixar o país durante cinco dias até que o Ministro dos Negócios Estrangeiros permitisse a saída”, revelou a cadeia televisiva.

 

 

 
Segundo o mesmo comunicado, apenas a intervenção do embaixador alemão permitiu que a equipa regressasse à Alemanha, ainda que sem as filmagens obtidas.

 

 

 
“As câmaras, computadores e telemóveis pessoais foram apreendidos e devolvidos quatro semanas depois. Toda a informação foi apagada e parte do equipamento foi danificada”, refere também o comunicado.

 

 

 
O repórter Florian Bauer recorreu ao Twitter para confirmar as detenções: “Agora é público. Fomos detidos no Qatar, interrogados pela polícia e pelos serviços de inteligência. Não nos deixaram sair do país durante vários dias”.

 

 

 
O governo do Qatar, no entanto, salienta que a equipa não foi detida devido ao conteúdo das filmagens, mas sim por falta de autorização para filmagens.

 

 

 
“Qualquer jornalista que tenha visitado o Qatar conhece este tipo de processos e compreende que as fimagens em locais específicos sem permissão pode levar a repercussões legais”, refere um comunicado do Comité Supremo de Entrega e Legado, a entidade responsável pela regulamentação da prova.

 

 

 
O documentário em questão – “A Venda do Futebol- Sepp Blatter e o poder da FIFA” – foi transmitido na segunda-feira pela ARD, cadeia televisiva que colaborou com a WDR na produção.

 

 

 
Foto: KARIM JAAFAR / AFP

 

 
Por SAPO Desporto

 

 

 

16/05/2015

 

 

 

Mosteiro da Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre nos 600 anos da sua morte

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre-5O Mosteiro da Batalha acolhe no sábado um colóquio sobre D. Filipa de Lencastre para dar a conhecer a vida e o papel na corte portuguesa da mulher de D. João I e mãe da “Ínclita Geração”, que morreu há 600 anos.

 


 

 

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre29“Para além da vida de D. Filipa, será discutido o seu papel na integração de novos costumes na corte portuguesa, o conhecimento científico da sua época e a produção artística ao redor da rainha e seus filhos”, anuncia a organização. O colóquio também “celebra os 600 anos da morte de D. Filipa de Lencastre, figura basilar do imaginário medieval português”, e, “com base nas investigações académicas mais recentes, (re)apresenta a rainha no contexto da cultura do seu tempo”.

 


 

 

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre-33Para Luís Ribeiro e Helena Avelar, investigadores do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, que integram a organização do colóquio, D. Filipa “foi uma mulher culta, inteligente e muito consciente do seu papel como rainha. De personalidade vincada, consciente do seu papel político (ou não fosse ela filha de John of Gaunt e Blanche of Lancaster, e neta de Eduardo III de Inglaterra), instruída nos saberes da sua época (foi discípula de Geoffrey Chaucer e de John Wycliffe), deixou importantes marcas na corte portuguesa”, assinalam.

 


 

 

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre13Segundo os investigadores, “a História conhece-a, sobretudo, como mãe da ‘Ínclita Geração’, que é, sem dúvida, uma parte importante da sua vida. Contudo, D. Filipa não se esgota neste papel maternal. A sua personalidade e o seu papel político são muito complexos e merecem um estudo mais aprofundado”, notam Luís Ribeiro e Helena Avelar.

 


 

 

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre23Segundo o sítio na Internet do monumento, D. Filipa de Lencastre casou em 1387 com D. João I, que mandou construir o Mosteiro da Batalha para agradecer a vitória sobre os castelhanos em Aljubarrota, em 1385. Deste casamento nasceram oito filhos. D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique, D. João e D. Fernando ficaram “conhecidos como Ínclita Geração, assim denominada por Camões n’Os Lusíadas”.

 


 

 
Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre10Com exceção de D. Duarte, que construiu o seu próprio panteão, a “Ínclita Geração” está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha, primeiro panteão régio a ser construído em Portugal. Ao lado da sepultura de D. João I repousam também os restos mortais de D. Filipa de Lencastre, que primeiro tinha sido sepultada em Odivelas e só em 1416 foi transladada para o mosteiro, acrescenta o monumento.

 


 

 

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre-4O colóquio, “D. Filipa e o seu tempo: arte, ciência e cultura”, com início às 14:00 no auditório do monumento, no distrito de Leiria, integra um projeto de cooperação entre o Instituto de Estudos Medievais e o Mosteiro de Santa Maria da Vitória que pretende “dar a conhecer ao grande público a mais recente investigação académica no campo da história medieval”.

 


 

 

Batalha acolhe colóquio sobre D. Filipa de Lencastre-14Trata-se do segundo grande evento realizado em conjunto por estas duas entidades, depois do ciclo de palestras “Idade Média, Idade dos Saberes”, que decorreu de abril a junho de 2014 do ano passado.

 


 

 

 

Foto: SR // SSS


Agência Lusa


11/05/2015

 

A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido? Há quem garanta que sim

A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido10Nuno Mendes é o chef português que dá que falar em Londres. É ele o homem da cozinha do mítico Chiltern Firehouse, a “meca das celebridades”, como faz questão de escrever o The Telegraph. E é ele quem está a levar a gastronomia portuguesa a uma nova plataforma do roteiro de foodies (entendidos em comida) – à Taberna do Mercado, o restaurante que abriu no mercado londrino de Old Spitalfields e onde a cozinha nacional é mãe. Queijo, vinho e receitas portuguesas à mesa.

 



 
A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido3A abertura de um restaurante inteiramente dedicado à cozinha portuguesa junta-se a outros fenómenos que estão a levar a gastronomia portuguesa a bom porto no Reino Unido. “Estou numa altura da minha carreira em que quero pagar um contributo ao meu país e às minhas memórias“, disse Nuno Mendes ao The Telegraph. São os pratos portugueses, a próxima grande tendência na terra de Sua Majestade? O The Telegraph parece acreditar que sim.

 

A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido6Para as contas desta tendência, entram outros números: a quantidade de ingleses que passou férias em Portugal em 2014 – cerca de 2,1 milhões de ingleses visitaram o país, mais de 15% do que no ano anterior – e o facto de a comunidade de imigrantes portuguesa estar entre as cinco maiores no Reino Unido, segundo o instituto nacional de estatística inglês.

 

 

A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido2Rita Cardoso, co-fundadora do coletivo The Portuguese Conspiracy, que gere eventos culturais portugueses e uma loja online que se dedica à venda de produtos nacionais – da azeitona do Alentejo às sardinhas da costa portuguesa explica que faz sentido que os britânicos estejam cada vez mais curiosos sobre a cozinha e a cultura portuguesa. É “resultado de Portugal se ter tornado um destino de viagem popular“, referiu.

 


 

A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido-1As conservas são uma das modas – por cá e por lá – e vão estar presentes na Taberna do Mercado. A arquiteta Amanda Levete utilizou-as para expor no London Design Festival 2014, depois de se ter inspirado no estabelecimento lisboeta Sol e Pesca. Mais: Isabel e Rachel, duas apaixonadas por comida, abriram o “The Little Portuguese Kitchen“, em Newcastle, onde se podem comer pratos tradicionais portugueses, como feijoada. Na Taberna do Mercado vai haver cenouras de escabeche, queijo DOP Casa da Prisca, entre outras iguarias.

 


 

“Parece que a Aliança Luso-Britânica (a mais antiga data de 1373) está mais forte do que nunca”, escreve Estella Shardlow, no The Telegraph.

 


 

A comida portuguesa vai virar moda no Reino Unido4Bacalhau, sobretudo o “à Brás”, Caldo Verde, queijo da ilha de São Jorge, alheira, presunto, ou os tradicionais pastéis de nata, despertam agora a curiosidade dos britânicos. “As pessoas ficam muitas vezes surpreendidas com a singularidade da nossa comida, com os nossos sabores simples, mas ao mesmo tempo fortes e ricos, onde é possível ver as ‘matérias-primas’ no papel princial”, explicou o chef Nuno Mendes.



 

Fotos: David Silverman/Getty Images



 
Ana Pimentel



 

23/05/2015

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ

A cidade de Elizabeth, no estado de New Jersey foi fundada em 1664 e tem uma população de mais de 120 mil habitantes. Destes, cerca de 15 mil são portugueses.

 

 

 

A exemplo de outras cidades, espalhadas pelos Estados Unidos da América, também a comunidade portuguesa de Elizabeth, celebra o Dia de Portugal, na presença de autoridades políticas, eclesiásticas, culturais, e empresariais dos dois países.

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ11

 

 

 

A Comissão do Dia de Portugal em Elizabeth NJ 2015, que é liderada pela jovem luso americana Carla Rodrigues, é constituída por um dinâmico grupo de pessoas que para além de fomentarem o gosto pela actividade cultural e recreativa na cidade, colocam também a sua generosa disposição, ao serviço de mais uma edição do Dia de Portugal nesta cidade, que foi a primeira capital do estado de New Jersey.

 

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ12

 
As pessoas distinguidas nesta edição do Dia de Portugal em Elizabeth foram as seguintes: Leonel Cardoso, “Grand Marshal”, Maria João de Ávila, “Grand Marshal Honorário” e Rosângela Martinho, “Grande Marshal, a Título Póstumo”.

 

 

 
E mais uma vez a comunidade portuguesa de Elizabeth celebra com orgulho o facto de Portugal ter contribuido para uma nova atitude da cultura universal.

 

 
E ao fazê-lo, sabe bem do simbolismo e importância que estas comemorações têm, especialmente para os que estão fora de Portugal.

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ5

 

 

As actividades destas comemorações que vão ter lugar nos próximos dias são as seguintes:

 

 

 

DIA 29 DE MAIO

 
7:00pm – Início do Torneio de Mini Golf a levar a efeito no Hyatt Hills Golf Complex em Clark, New Jersey. Custo de participação é de 10 dólares por pessoa.

 

 
5 DE JUNHO

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ3

 
7:00pm – Início da Cerimónia do Içar da Bandeira Portuguesa na Câmara Municipal de Elizabeth.

 

 
DIA 6 DE JUNHO

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ4

 
Durante o dia vão ter lugar actividades relacionadas com “Soccer Shootout” no Warinanco Park, em Elizabeth.

 

 

 

6:00pm – Início do Grande Arraial nas instalações do Portuguese Instructive Social Club (PISC) com muita animação e os tradicionais comes e bebes.

 

 

 

DIA 7 DE JUNHO

 

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ8

 

 

2:00pm – Início da Grande Parada com concentração na Union Square e cujo desfile vai decorrer na principal avenida desta cidade; a Elizabeth Avenue.

 

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ6

 

 

 

Após o Desfile Etnográfico em homenagem a Portugal, a Camões e às Comunidades Portuguesas, seguir-se-à o Monumental Arraial nas instalações do PISC onde não faltará animação, nem os tradicionais petiscos à boa maneira portuguesa.

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ7

 

 

Participe nas Comemorações do Dia de Portugal e ajude a reafirmar o compromisso de assegurar a unidade dos portugueses, nesta cidade e neste País de acolhimento.

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ13

 

 

 

Viva Portugal!!…

 

 

 

Programa do Dia de Portugal 2015 em Elizabeth, NJ1

Carla Rodrigues é o rosto que lidera as Comemorações do Dia de Portugal 2015 na cidade de Elizabeth.

 

 

 

 

 

 

 

Manual de criptografia para iniciados

Em cima, o Papiro de Rhind ou papiro de Ahmes é um documento egípcio de cerca de 1650 a.C., onde um escriba de nome Ahmes detalha a solução de 80 problemas de aritmética, frações, cálculo de áreas, volumes, progressões, repartições proporcionais, regra de três simples, equações lineares, trigonometria básica e geometria. É um dos mais famosos antigos documentos matemáticos que chegaram aos dias de hoje, juntamente com o Papiro de Moscou.

 

 

 

 

À procura do papiro perdido: neste género de livros, há sempre uma mensagem obscura carente de decifração.

 

 
O romance O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco, tornou-se num inesperado êxito à escala planetária no final dos anos 80, mas muitos dos seus leitores não se aperceberam de que o livro era uma sátira às visões conspirativas da História, envolvendo organizações secretas com sinuosas e improváveis ramificações, charadas mirabolantes e enigmas ocultos em venerandos pergaminhos e monumentos históricos, e, em particular, à abundante e delirante produção literária sobre esta temática.

 

 

 

A incapacidade do leitor comum em identificar o alvo da paródia resultou deste facto: quando O Pêndulo de Foucault foi publicado, os livros sobre conspirações e sociedades secretas — tivessem eles pendor ficcional ou (pretensamente) factual — eram ainda um produto de nicho, consumido quase exclusivamente por maníacos do esoterismo e charadistas.

 

 

 
Consta que, no início deste século, quando um Dan Brown em início de carreira – publicara três livros que tinham tido vendas insignificantes – submeteu o manuscrito de O Código Da Vinci a um editor, este o rejeitou alegando que “estava muito mal escrito”. Era (e é) verdade, mas mesmo um editor mais preocupado com o lucro do que com o refinamento da prosa teria bons motivos para o rejeitar: os livros sobre estes assuntos tinham um número limitado de apreciadores e O Código Da Vinci nada acrescentava ao género, limitando-se a remastigar as fórmulas e tramas exploradas há décadas pelos thrillers esotéricos.

 

 

 
Mas houve um editor que, por qualquer razão, decidiu arriscar: o romance foi publicado em 2003 e acabou por vender 80 milhões de exemplares em 40 línguas. Este sucesso avassalador não se deveu à sua qualidade literária nem à originalidade da intriga, apenas à fortuna de ter saltado do nicho dos coca-bichinhos rosacrucianos e dos carolas dos segredos templários para o público que compra livros nos supermercados e aeroportos.

 

 

 
O Código Da Vinci viria a ser alvo de processos por plágio de The Da Vinci Legacy (1983) e Daughter of God (2000), de Lewis Perdue, e de Holy Blood, Holy Grail (1982), de Baigent, Leigh & Lincoln, mas muitos mais autores da mesma estirpe poderiam tê-lo feito, já que Brown se limita a repetir os lugares comuns da literatura esotérico-conspirativa, que Eco tinha parodiado exaustivamente em O Pêndulo de Foucault.

 

 

 
Assim que se percebeu que os thrillers esotérico-conspirativos eram, agora, apetecíveis também para o grande público, logo uma horda de garimpeiros acorreu a explorar o filão e o émulo Dan Brown tornou-se ele mesmo em objecto de emulação. Em Portugal, quem tem tido mais sucesso nesse empreendimento tem sido José Rodrigues dos Santos (“Escritor de confiança 2014 votado pelos leitores das Selecções do Reader’s Digest” proclama um selo sobre a foto do autor no seu website), com a série iniciada com O Codex 632 (2005), que tem por personagem central o criptanalista Tomás de Noronha, a resposta lusa ao simbologista Robert Langdon (é tão arguto e erudito como o americano e deixa-o a milhas em desempenho sexual), e que já vai em sete títulos, até à data.

 

 

 
Brown e Rodrigues dos Santos têm muito em comum para lá da temática, do herói criptógrafo, das fórmulas narrativas primárias e dos clichés estafadíssimos: julgam-se investidos de uma missão pedagógica e usam constantemente o artifício de colocar as personagens a ministrar umas às outras maçudas palestras sobre o Priorado de Sião, fundamentalismo islâmico, exegese bíblica, física nuclear ou a dinastia merovíngia. Se Brown ainda tem, apesar da natureza rudimentar da prosa e da pobreza das ideias, alguma preocupação em manter a acção sob tensão, José Rodrigues dos Santos deixa-se levar pelo fervor pedagógico, pelo que há prelecções que se estendem, sem interrupção, por dezenas de páginas – thrill é o que mais falta nos seus thrillers.

 

 

 

Há quem aprecie estas sessões de história-para-totós, mas também há gente que achará as obras de Brown e Rodrigues dos Santos sobrecarregadas de erudição, obcecadas com a descrição minuciosa de monumentos e artefactos vetustos e convocando um desnorteante rol de nomes de figuras e códices, e é a eles que A.M. Dean vem acudir com a série de que O Escriba é o segundo volume – o primeiro, O Bibliotecário, foi publicado em 16 países, onde, diz-se, “foi muito bem recebido pela crítica e pelo público”.

 

 
O website do autor apresenta-o como “uma sumidade em culturas antigas e história das religiões, cujos conhecimentos sobre a Antiguidade lhe têm valido cargos nas mais prestigiadas universidades do mundo” (mas não lhe granjearam o selo “Escritor de confiança”), embora nada disso transpareça no livro, que não revela mais conhecimentos de “culturas antigas e história das religiões” do que os que qualquer curioso pode obter numa consulta rápida da Wikipédia.

 

 

 
As prelecções estão reduzidas ao mínimo e, embora as personagens andem num corrupio a procurar mapas e mensagens secretas em pergaminhos provectos, visitar museus emblemáticos e decifrar charadas e o autor faça questão de assegurar (como fazem Brown e Rodrigues dos Santos) que o livro se baseia “em descobertas e factos históricos genuínos”, a componente histórica é minimal. Um dos poucos momentos pedagógicos ocorre quando a heroína, Emily Wess, especialista em documentos antigos, explica ao marido, também especialista em documentos antigos, o que é um palimpsesto – é como se um ginecologista sentisse necessidade de explicar a um colega de profissão o que é a menstruação.

 

 
Pueril é também a intriga, com uma seita gnóstica que busca umas revelações místicas nos papiros de Nag Hammadi (não há thriller esotérico-conspiracionista sem mensagens escritas a sumo de limão em papéis velhos) e planeia um atentado supostamente terrível, mas que a inépcia do autor converte numa palhaçada inverosímil e anti-climáctica. A narrativa, que se pretende “trepidante”, é aviada em capítulos curtíssimos (raramente ultrapassam as duas páginas), para não exigir demasiado dos neurónios do leitor, e, de qualquer modo, o autor recapitula amiúde elementos básicos da acção, não vá o leitor ter perdido o fio ao enredo.

 

 

 

A ingenuidade de toda a empresa fica bem patente quando a heroína, confrontando-se com um arquivilão lunático e implacável que ela sabe que já matou ou tentou matar ou mandou matar várias pessoas (incluindo ela própria) e está apostado em aniquilar o mundo, lhe pergunta “Não tem o menor sentido de responsabilidade, daquilo que é certo ou errado?” – o tipo de repreensão que se dispensa a um rapazinho apanhado a roubar a merenda do colega no recreio. Quem leia este trecho desinserido de contexto até poderia pensar que se trataria de uma paródia, mas sentido de humor é algo alheio a este livro – A.M. Dean está mesmo convencido de que está a urdir um thriller palpitante.

 

 

 

Apesar de O Escriba recorrer maciçamente aos clichés do género esotérico-conspirativo, é improvável que venha a ser acusado de plágio pelos autores da abundante literatura especulativa sobre evangelhos gnósticos e os “ensinamentos secretos de Cristo” – é que O Escriba está mais longe deles do que da série O Clube das Chaves.

 

 

Manual de criptografia para iniciados2

 

 

 

Título: O Escriba
Autor: A. M. Dean
Editora: Clube do Autor
Páginas: 396
Preço: 17,50€

 

 

 

José Carlos Fernandes

 

 

 

26/05/2015

 

 

 

 

 

MasterChef do Canadá: Lusodescendente dedica vitória a “todos os portugueses”

David Jorge, de 39 anos, é filho de açoreanos e ganhou o concurso no Canadá. Aprendeu a cozinhar com a típica gastronomia dos Açores e agora vai abrir um restaurante.

 

 

 
O novo MasterChef do Canadá, o lusodescendente David Jorge, disse esta terça-feira à agência Lusa que a conquista da final no concurso televisivo representa também “uma vitória de todos os portugueses”.

 

 

 
“Obrigado a todos os portugueses pelo apoio, sinto-me orgulhoso de ser um MasterChef português. Fiz pelo menos um prato português para justificar o orgulho que tinha em ser luso-canadiano”, afirmou David Jorge, de 39 anos, que vive em Surrey, na Colúmbia Britânica, na costa oeste do Canadá.

 

 

 
David Jorge, filho de emigrantes do Pico (Açores), venceu no domingo a segunda edição do concurso televisivo MasterChef do Canadá inspirando-se na sua mãe, Maria Jorge.

 

 

 

“Ela fez um bom trabalho ao criar-me e alimentar-me quando era mais novo, com gastronomia portuguesa, com amor. Vem tudo daí”, explicou.

 

 

 

Apesar da influência, referiu: “Agora já comecei a preparar comigo portuguesa à minha maneira. Não é igual à da minha mãe, mas ao meu estilo”.

 

 

 

David Jorge também não tem dúvidas que os canadianos “adoram a gastronomia portuguesa” pois é “saudável, com um estilo mediterrânico, tendo por base azeite, o que a torna deliciosa”.

 

 

 

O prémio monetário final do valor de 100 mil dólares (73 mil euros) vai permitir que concretize um sonho, o de abrir o seu próprio restaurante, o principal motivo que o levou a participar no concurso.

 

 

 

Segundo o lusodescendente, este projeto deverá estar concluído dentro de seis meses a um ano.

 

 

 

“Queria ganhar este concurso porque sempre quis estar no ramo dos negócios. Adoro cozinhar, e esta vitória agora dá-me credibilidade para o fazer. Foram sete semanas muito difíceis, mas valeu a pena, a viagem começou agora”, sublinhou.

 

 

 
O luso-canadiano também prometeu continuar a trabalhar na empresa de construção civil herdada do seu pai, juntamente com o seu irmão.

 

 

 

O concurso MasterChef foi transmitido pela CTV, a maior rede privada de televisão no Canadá. Na final da segunda edição do programa, transmitida no domingo à noite, David Jorge teve pela frente Line Pelletier, uma militar especialista em informática, e foram desafiados a criar três pratos.

 

 

 

26/05/2015

 

 

Agência Lusa

 

 

 

 

 

Secularismo Europeu – Cartoonista do Charlie Hebdo vai deixar de desenhar Maomé. “Já não me interessa”

Luz prepara-se para publicar “Catharsis”, uma BD sobre o seu quotidiano depois do atentado.

 

 
Luz, o cartoonista que sobreviveu ao ataque terrorista ao “Charlie Hebdo” por naquela fatídica manhã de 7 de Janeiro se ter atrasado para o trabalho, ele que foi o autor da capa da primeira edição do jornal satírico depois do atentado, decidiu que não vai voltar a desenhar o profeta. “Desenhar Maomé já não me interessa”, disse Rénald Luzier em entrevista à “Les Inrockuptibles”.

 

 
“Não vou desenhar mais a personagem de Maomé, já não me interessa. Cansei-me”

 

 
“Tout est pardonné”, escreveu Luz nessa capa, em que era o próprio profeta, lágrima no canto do olho, a segurar um cartaz que dizia “Je suis Charlie”, numa edição lançada em cinco línguas e que fez as vendas do semanário dispararem de uns parcos 60 mil para 8 milhões de exemplares.

 

 

Quase quatro meses depois do atentado que dizimou a redacção do “Charlie Hebdo” — morreram 12 pessoas incluindo Charb (director da publicação e seu melhor amigo), Cabu (o seu mentor), Tignous, Wolin e ainda o conceituadíssimo Philippe Honoré — Luz prepara-se para publicar “Catharsis”, um livro de banda desenhada que é lançado em França a 21 de Maio e foi isso mesmo, uma catarse.

 

 

“Catharsis” é sobre o que aconteceu depois e não chegou a vir a público, é “uma guerra psicológica e íntima contra a loucura” depois da intolerável perda. “Em cada nova prancha” escreve a revista francesa, “Luz reconquista um pouco do terreno perdido face ao medo, para jogar a final do desespero, da violência e da tristeza”.

 

 

Na entrevista que concedeu à “Les Inrockuptibles”, Luz diz que “os terroristas não venceram totalmente”, que “só ganharão se a França inteira continuar a ter medo”. Mas ao mesmo tempo não consegue esconder que o ataque terrorista à redacção a 7 de Janeiro, o dia do seu 43.º aniversário, deixou marcas profundas, cicatrizes psicológicas e traumas, que serão difíceis de apagar e de esquecer. Um tormento para sempre.

 

 

A uma pergunta relacionada com a capa da primeira edição pós-atentado, Luz respondeu: “Não vou desenhar mais a personagem do profeta Maomé, já não me interessa. Cansei-me, como aconteceu com Sarkozy. Não vou passar a minha vida a desenhá-los,  a fazer troça deles e a dizer mal deles. Ridicularizar uma religião, torná-los insignificantes é na realidade uma grande ofensa moral para esta religião universal. Aqui há uma lição a tirar: temos que ser mais tolerantes para com as tradições e culturas milenares da história universal. Na verdade temos que ser mais escrupulosos, para não ferir susceptibilidades e sensibilidades enraizadas em outros modos de vida e em culturas tradicionais diferentes da nossa cultura secularizada sem religião, sem crenças e sem valores tradicionais.”

 

 
Jornal i

 

 

Cláudia Sobral

 
08/05/2015

 

 

 

Em Portugal só se pode ser de esquerda, ambientalista, e europeísta?

Vivemos num País onde muitos dos nossos concidadãos não conseguem compreender que discordar não é o mesmo que atacar.

 

 

A ditadura do “politicamente correcto”, as campanhas mediáticas da esquerda e as lavagens ao cérebro dirigidas pelos radicais bem tentam torcer a realidade em seu favor. Mas, no momento do voto, é sempre a maioria silenciosa quem mais ordena.

 

 
António Costa parecia o herdeiro do trono. Embora não o dissesse expressamente, a generalidade da imprensa já o tratava como “primeiro-ministro em espera”. Mal chegou à liderança do seu partido, após uma valente facada nas costas de António José Seguro, exigiu eleições antecipadas, só tendo recuado aquando da prisão de José Sócrates.

 

 
Mas, mesmo assim, António Costa parece o homem prometido, e assumiu a posição triunfalista dos prometidos, sempre propagandeada pelos Media nacionais. O azar, para ele, é que o único voto que conta é o que é preenchido em segredo, no dia das eleições. E até lá tudo pode acontecer.

 

 

 

Mas isso não significa que a máquina de guerra mediática da esquerda vá parar.

 

 
Quão livres somos? Somos livres de exprimir uma opinião controversa sem medo de represálias? Talvez não.

 

 
Vivemos num País onde muitos dos nossos concidadãos não conseguem compreender que discordar não é o mesmo que atacar. Em muitos países, apesar de se discordar dos pontos de vista do adversário, concorda-se em respeitar a dignidade das pessoas com quem não se concorda.

 

 
Em Portugal, a oposição de esquerda não vê quem discorda dela como adversário, mas sim como inimigo, monstro que não possui qualquer virtude, ser desumano que deve ser derrotado, humilhado, espezinhado pelo “crime” de ter ideais diferentes. Talvez por isso, em Portugal geralmente discutem-se pessoas, e não ideias.

 

 

 
NARRATIVAS E AMEAÇAS

 

 
No dia 31 de Janeiro, uma deputada da Nação Portuguesa, Isabel Moreira, eleita pelo Partido Socialista (e, por sinal, filha de Adriano Moreira, noutros tempos ministro do Ultramar), publicou no semanário ‘Expresso’ um artigo de opinião em que chamava ao chefe do Governo da República Portuguesa “ignorante”, acusando-o ainda de “não ter qualquer espírito patriótico”.

 

 
O “crime” de Pedro Passos Coelho, aos olhos da parlamentar, era discordar dela sobre o suposto “saldo positivo” das eleições gregas, e por isso o acusou de não ter “qualquer espírito de Estado”.

 

 

A verdade é que, independentemente da sua opinião sobre as eleições na Grécia, Passos Coelho enviou cordatamente os parabéns ao novo primeiro-ministro grego, cumprindo a sua função institucional, enquanto a exaltada deputada trata o primeiro-ministro português, legitimamente eleito pelo povo, por “tu”.

 

 
Mas os insultos e agressões por parte da esquerda portuguesa são tristemente comuns. Mário Soares é talvez o seu expoente máximo. Blindado pela imunidade legal que o seu cargo de Conselheiro de Estado lhe concede, Soares tenta constantemente usar a agressão verbal para construir uma “narrativa” em que Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho são vilões que estão a conspirar para destruir Portugal e para destruir José Sócrates, que na mesma “narrativa” é um mártir da pátria.

 

 
O líder histórico dos socialistas até se dá ao luxo de ameaçar o magistrado que mandou deter José Sócrates, avisando: “o juiz Carlos Alexandre que se cuide”. Este, não caindo na armadilha mediática de Soares, recusou apresentar queixa.

 

 

Os marxistas operam numa lógica similar à do antigo Presidente da República. Ainda mal os resultados das eleições de 2011 tinham sido contados, e já havia cartazes nas cidades portuguesas a defender a derrota da “política de direita”. O objectivo ficou claro: não é discutir nem debater, é apenas gritar mais alto.

 

 

 
MEDO E RACISMO

 

 
A “espiral do silêncio” é um conceito sociológico introduzido pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann. A ideia-base é que o indivíduo, com algumas notáveis excepções, receia o isolamento, especialmente aquele que pode advir do risco de a sociedade o excluir por causa das suas opiniões ou ideologia.

 

 
Olhando para a agressão política e mediática que a esquerda opera sobre os seus adversários, podemos compreender como um indivíduo em Portugal pode ter receio de emitir opiniões que vão contra o “normal”. Graças ao seu mediatismo, a esquerda-caviar controla uma fatia da opinião pública muito maior do que a sua real proporção de genuíno apoio popular.

 

 
Recentemente, uma nova forma de alimentar a ilusão de um enorme apoio popular foi a criação de inúmeros partidos e movimentos radicais, cada um com apenas um punhado de militantes.

 

 
Gritando mais alto do que os restantes, os radicais tentam criar medo nos seus opositores. Nos Estados Unidos, afligidos por um sério conflito racial, o medo dos cidadãos de serem perseguidos pela polícia do “politicamente correcto” é tão poderoso que o pobre mortal comum tudo faz para evitar o labéu, na grande generalidade dos casos injusto, de “racista”.

 

 

Quando um negro e um branco competiram para o cargo de Governador da Califórnia, uma enorme fatia do eleitorado branco respondeu que estava indeciso, ou então que pretendia votar no candidato negro, apesar de na verdade discordar do seu projecto político. O objectivo era evitar a perigosa conotação com “racismo”.

 

 
O resultado final foi que o candidato negro obteve uma significativa vantagem nas sondagens, mas depois perdeu a eleição.

 

 
MAIORIA SILENCIOSA

 

 

Recentemente, durante o referendo sobre a independência da Escócia, os radicais do Partido Nacional Escocês (que, apesar do nome, é de cariz socialista) conseguiram apresentar a “causa independentista”, apesar de potencialmente catastrófica para os próprios escoceses, como algo “chique”. Vários actores e celebridades, muitos dos quais nem sequer vivem na Escócia, colaram-se à campanha anti-Reino Unido.

 

 

Os radicais ainda sonharam com a vitória, pois as sondagens chegaram a dar-lhes uma vantagem confortável face aos lealistas. A campanha parecia renhida, até o “Não” vencer com uma margem decisiva de 10%.

 

 

Outro exemplo extremo foi o Maio de 1968 em França. Incentivados e enganados por agitadores marxistas, os trabalhadores franceses pararam a Nação, nessa altura liderada pelo general De Gaulle.

 

 
Os agitadores quase fizeram o país acreditar que a maioria da população queria a revolução socialista mas, no fim, quem reuniu a maior manifestação de sempre em França foram os totalitários apoiantes do General De Gaulle.

 

 

Nas eleições legislativas realizadas quase imediatamente a seguir aos eventos do Maio de 68, o partido gaulista “União para a Defesa da República” conquistou uma enorme maioria dos votos e dos assentos na Assembleia Nacional Francesa.

 

 
O partido liderado por “mon ami Mitterrand” ficou reduzido a pouco mais de 50 deputados, e os comunistas, que se achavam à beira da vitória, apenas conquistaram 30. A “revolução” havia sido morta na urna e a partir desse momento ficou patente a força escondida da maioria silenciosa.

 

 
GRITAR MAIS ALTO

 

 
Em Portugal, os radicais marxistas tiveram tanto medo de que o povo não partilhasse das suas ideias utópicas, que tentaram impedir a realização de eleições. De facto, a eleição da Assembleia Constituinte só aconteceu um ano depois do golpe militar revolucionário comunista de 25 de Abril.

 

 
Antes, já o Presidente da República António de Spínola tinha tentado reunir um movimento democrático e moderado para salvar Portugal da opressão comunista.

 

 

 
No que pode ser descrito como o primeiro pecado do regime de Abril, a manifestação da “Maioria Silenciosa” foi proibida por Otelo Saraiva de Carvalho, um major do Exército então à frente do todo-poderoso Comando Operacional do Continente (COPCON). E o primeiro-ministro radical e extremista, Vasco Gonçalves, declarou aos gritos a “vitória sobre a reacção”. Por “reacção”, note-se, Gonçalves referia-se a uma manifestação pacífica de apoio a uma figura política. A liberdade de expressão nasceu coxa em Portugal.

 

 

Hoje o mundo está diferente, mas a táctica é a mesma: “gritar mais alto” para silenciar os adversários. Infelizmente para os radicais, a manobra continua a não funcionar: o pacato cidadão pode passar a sua vida silencioso, mas no dia do sufrágio é livre de votar como quer, em quem quer, sem o controlo de ninguém. Talvez seja por isso que o PCP prefira votações de braço no ar, onde a comunidade se pode “autocriticar”.

 

 

 

Talvez também seja por isso que, apesar de todo o circo mediático que está a ser criado, António Costa faz mal em adoptar a postura triunfalista: a História mostra que nem sempre tudo corre como planeado.

 

 

VITÓRIA “CERTA”

 

 
O ano é 1992, e o primeiro-ministro conservador do Reino Unido, John Major, está em campanha pela reeleição. O seu partido está no poder há 13 anos, um voto de confiança que os eleitores lhe deram durante 4 eleições consecutivas. Um voto de confiança no partido que resgatou a Grã-Bretanha das garras do caos socialista para lhe devolver a dignidade.

 

 
Apenas alguns anos após os eventos do infame Processo Revolucionário em Curso (PREC) em Portugal, o Reino Unido, outrora o maior Império do mundo, teve de pedir ajuda financeira ao FMI, fruto do esbanjamento do Partido Trabalhista, o PS britânico, bem como do radicalismo marxista. A nação parecia moribunda.

 

 
Em 1979, enquanto o lixo apodrecia nas ruas por falta de recolha, e os corpos se decompunham nas morgues, porque os coveiros estavam em greve, o povo deu um voto de confiança aos conservadores. A ordem social foi reposta, para júbilo da vasta maioria dos britânicos.

 

 
Mas a memória do eleitorado pode ser curta, 13 anos é muito tempo e tudo indicava que a esquerda iria ganhar as eleições de 1992. Esquerda essa que vinha a exigir eleições antecipadas desde 1990, pois ia bem nas sondagens, embora o governo, por esta altura já liderado por Major, tivesse recusado as exigências socialistas.

 

 
À medida que a data do sufrágio se aproximava, o líder dos trabalhistas multiplicava-se em comícios gigantescos em que se exultava de triunfalismo.

 

 
Anúncios televisivos prometiam um futuro sorridente sob o governo socialista, incluindo a revogação de muitas das medidas do Executivo conservador. O líder trabalhista actuava como se já tivesse ganho o sufrágio, reunindo com representantes da economia e do mundo laboral numa pose impaciente de primeiro-ministro “designado”.

 

 

 
HUMILDADE

 

 
Ninguém dava muito por John Major, um humilde cavalheiro inglês com reputação de honestidade, mas com grande falta de carisma. Um pouco como com o actual primeiro-ministro: a esquerda-caviar não perdia uma oportunidade de lhe criticar a humildade.

 

 
Nada diferente do caso de Passos, que figuras da esquerda como Raquel Varela descrevem depreciativamente como um “morador suburbano” que usa um “fato de alfaiate de segunda” e que “cultiva, como Cavaco Silva, um estilo austero e humilde, na roupa, nos lugares onde moram”.

 

 
Major não renegou as suas origens humildes, aliás abraçou-as, e ficou para a história a cena do político a discursar em cima de uma caixa de madeira, no meio da rua, sem seguranças, rodeado de apoiantes por um lado, e de agitadores de esquerda do outro.

 

 
Atiraram-lhe comida podre à cara, cuspiram-lhe em cima, ameaçaram-no fisicamente numa demonstração da “tolerância” pela liberdade alheia tão própria do radicalismo de esquerda.

 

 
O Partido Conservador de Major perdia em todas as sondagens, mesmo até nas sondagens à boca das urnas. O Partido Trabalhista estava preparado para proclamar vitória quando recebeu a notícia de que perdera a eleição. Os conservadores obtiveram uma nova maioria absoluta.

 

 
SONDAGENS FURADAS

 

 
Em Portugal, o exemplo mais aproximado do que aconteceu nesta fatídica eleição no Reino Unido talvez sejam os resultados eleitorais do CDS-PP. O líder conservador, Paulo Portas, geralmente não dá grande importância às sondagens: em 2005 afirmou mesmo que os grupos que fazem estes “estudos de opinião” têm “dificuldade em detectar o eleitorado do CDS”.

 

 
Neste sufrágio em particular, que fica para a História por ter dado poder quase absoluto ao actual residente da cela número 44 do Estabelecimento Prisional de Évora, estava “previsto” que os centristas ficassem atrás do Bloco de Esquerda, como quinta força política.

 

 

Uma sondagem mostrava mesmo o colapso total do eleitorado do partido, ficando com apenas 4% do voto. Foi anunciado o regresso do “partido do táxi”.

 

 

Mas, no dia do sufrágio, não foi isso que se verificou: o CDS apenas perdeu dois deputados, apesar de tudo uma queda ligeira tendo em conta a poderosa ofensiva publicitária e mediática que José Sócrates e o seu partido orquestraram.

 

 

Casos similares aconteceram em 2002, quando o partido obteve 8,7% enquanto que todas as sondagens lhes davam entre 5% e 6%, e em 2009, em que obteve 10% depois de as sondagens “preverem” sempre entre 6% e 8%.

 

 

 

“CONSERVADOR TÍMIDO”

 

 

Embora de forma menos pronunciada, devido ao seu maior tamanho e poder, o mesmo acontece com o PSD. Nas eleições de 2011 chegou-se a prever que os social-democratas “empatariam” com José Sócrates, e quase todas as sondagens tiraram 2 pontos percentuais ao resultado que o PSD acabou por ter. A maioria absoluta da coligação apareceu quase como uma surpresa.

 

 

O que está a acontecer em Portugal é algo sobre o qual os sociólogos britânicos já se debruçaram depois das eleições gerais no Reino Unido de 1992.

 

 

A sua conclusão: o eleitorado dos partidos de direita sofre do “síndrome do conservador tímido”, uma “doença” de cariz político causada pela pressão do “politicamente correcto” e da ofensiva mediática da esquerda.

 

 

Tanto o PS como os radicais marxistas apregoam a “democracia de Abril” ao mesmo tempo que defendem que o regime é sua propriedade.

 

 

 

Isto é: como o texto original da Constituição de 1976 estipulava no seu preâmbulo, somos todos livres de escolher e defender a nossa ideologia – desde que esta seja socialista.

 

 

 

10/05/2015

 

 

 

 

 

Governador Jeb Bush: pré-candidato republicano à Casa Branca que mais se destaca em sondagem

Cinco pré-candidatos republicanos à Casa Branca estão quase empatados, com 10% das intenções de voto, a poucas semanas das primárias de seu partido, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Quinnipiac divulgada nesta quinta-feira.

 

 

 

A disputa promete ser acirrada para definir quem disputará a presidência com o representante do partido Democrata, que tem como pré-candidata favorita Hillary Clinton.

 

 

Jeb Bush pré-candidato republicano à Casa Branca que mais se destaca em sondagem2

 

 

O ex-governador da Flórida, Jeb Bush, que ainda não anunciou oficialmente sua candidatura, e o senador Marco Rubio têm 10% das intenções de voto, bem como três candidatos ultraconservadores: o governador de Wisconsin Scott Walker, o ex-governador de Arkansas e apresentador da Fox Mike Huckabee e o cirurgião aposentado e único candidato republicano negro Ben Carson.

 

 

 
O senador Rand Paul, que recentemente se opôs aos programas de vigilância do governo americano, obtém 7% das intenções de voto, o senador do Texas e líder do Tea Party Ted Cruz,recebe 6% e o magnata imobiliário Donald Trump, 5%.

 

 
Sinal inequívoco de incerteza, cerca de 20% dos entrevistados disseram que ainda não escolheram seu candidato.

 

 

 

“Podemos dizer que as primárias republicanas para a eleição presidencial de 2016 não estão fáceis para ninguém”, disse o vice-diretor da Quinnipiac, Tim Malloy.

 

 

 
No que diz respeito aos democratas, Clinton, que pretende tornar-se a primeira mulher presidente dos Estados Unidos, recebe 57% das intenções de voto –três pontos a menos que em 24 abril–, e supera amplamente o candidato socialista Bernie Sanders, que recebe 15%.

 

 
O vice-presidente Joe Biden, que não é candidato, estaria em terceiro lugar, com 9%. O ex-governador de Maryland, Martin O’Malley, que anunciará sua pré-candidatura no próximo sábado, recebe apenas 1% das intenções de voto.

 

 

 

Quando perguntou aos entrevistados sobre quem escolheriam se tivesse que eleger entre dois candidatos, apenas Rand Paul e Marco Rubio representaram uma ameaça à Clinton, que recebe 46% das intenções de voto contra 42% para Paul e 41% de Rubio. Se o seu adversário for Jeb Bush, Clinton receberia 47% dos votos contra 37% do ex-governador da Flórida.

 

 

 

A pesquisa foi realizada entre 19 e 26 de maio, com 1.711 eleitores registrados e tem uma margem de erro de 2,4 pontos percentuais.

 

 

 
AFP

 

 

28/05/2015