Canadá e Europa vão ter uma fronteira terrestre? Sim, e tudo se deve ao fim da “guerra do uísque” por uma ilhota remota

O Canadá e a Dinamarca finalmente resolveram um conflito “amigável” de décadas por um pequeno, árido e desabitado território do Ártico, combatido com armas especiais: bandeiras, uísque e licor. Ambas as partes anunciaram formalmente o acordo para dividir a Ilha de Hans e criar a primeira fronteira terrestre entre o país americano e a Europa.

 

 

A cerimónia onde se formalizou o fim desta “guerra” pela Ilha de Hans ocorreu em Ottawa, com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Canadá e da Dinamarca.

 

 

Dividir a ilha e resolver o conflito que já se arrastava há 49 anos é considerado um modelo para a resolução pacífica das disputas territoriais — numa crítica implícita à guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia desde o final de fevereiro.

 

 

“O Ártico é um farol para a cooperação internacional, onde prevalece o estado de direito”, disse a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Melanie Joly. “Como a segurança global está ameaçada, é mais importante do que nunca que democracias como Canadá e Dinamarca trabalhem juntas, com os povos indígenas, para resolver as nossas diferenças de acordo com o direito internacional”, ressalvou.

 

 

A disputa pela Ilha de Hans — de apenas 1,3 quilómetros quadrados e localizada entre Ellesmere e a Groenlândia -— começou em 1973, ano em que foi traçada uma fronteira marítima entre o Canadá e a Groenlândia, território autónomo que integra o reino da Dinamarca.

 

 

Dinamarqueses e canadianos sobrevoam a ilha de helicóptero há décadas para reivindicá-la, provocando protestos diplomáticos, campanhas online e até um pedido canadiano para boicotar os doces dinamarqueses.

 

 

Durante essas visitas ministeriais, cada lado colocava uma bandeira e deixava uma garrafa de uísque ou licor tradicional para o outro lado desfrutar.

 

 

“Muitos chamaram-na de guerra do uísque. Acho que foi a mais amigável de todas as guerras”, disse Joly sobre a disputa que motivou as atenções de nada menos que 26 ministros dos Negócios Estrangeiros ao longo dos anos, em conferência de imprensa com o seu homólogo dinamarquês, Jeppe Kofod.

 

 

Este último lembrou que a resolução do conflito surge, no entanto, num momento em que “a ordem internacional baseada em regras está sob pressão” e os valores democráticos “estão sob ataque”.

 

 

“Vemos graves violações das normas internacionais a desenvolver-se noutras partes do mundo”, acrescentou, referindo-se à guerra na Ucrânia. “Pelo contrário, aqui mostramos como disputas antigas podem ser resolvidas pacificamente seguindo as regras”, disse o ministro dinamarquês, que espera que esta experiência “inspire outros países a seguir o mesmo caminho”.

 

 

Os dois líderes trocaram garrafas e riram das sugestões de que o Canadá poderia juntar-se à União Europeia, pois agora compartilha uma fronteira terrestre com a Europa.

 

 

O local é inabitável, mas o aquecimento global está a atrair mais tráfego de navios para o Ártico, abrindo-o para a pesca e exploração de recursos, embora talvez não na área específica da Ilha de Hans.

 

 

O especialista em assuntos do Ártico Michael Byers observou que “a ilha é tão incrivelmente remota que é economicamente inviável contemplar qualquer atividade séria lá”.

 

 

No entanto, adiar a resolução dessa disputa territorial foi um bom teatro político para ambos os países. “Foi uma disputa de soberania totalmente livre de riscos entre dois aliados da NATO por uma ilha pequena e insignificante”, disse Byers à AFP.

 

 

A Dinamarca temia que perder a batalha pela ilha prejudicaria as relações com a Groenlândia. Por sua parte, o Canadá queria evitar que a perda do território enfraquecesse a sua posição numa disputa maior com os Estados Unidos pelo mar de Beaufort, no extremo noroeste do Canadá, que se acredita ser rico em hidrocarbonetos.

 

 

 

 

TPT com: AFP// Wiki Commons//MadreMedia/Lusa//Sapo// 15 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

A prioridade da NATO é continuar a modernizar a defesa ucraniana. “É isso que temos de mais urgente agora”, diz Secretário-Geral da NATO

Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Jens Stoltenberg diz que os Aliados vão continuar a aumentar o apoio à Ucrânia e justifica os atrasos na entrega de armamento com a necessidade de formar os militares na sua utilização.

 

 

O Secretário-Geral da NATO confirma que Zelensky será convidado para cimeira da aliança em Madrid, agendada para dias 29 e 30 de junho, e que falará aos Estados-Membros, e reafirma que “os Aliados estão extremamente dedicados no apoio à Ucrânia, não só através de palavras, mas também de ações”.

 

 

Reconhecendo que a Ucrânia aspira a ser membro da NATO, o Secretário-Geral sublinha que o foco da aliança agora está em ajudar o país contra as forças invasoras russas, com o apoio à continuação da modernização da defesa ucraniana. “É isso que temos de mais urgente agora”, frisa.

 

 

Sobre a Geórgia, outro país que também sofre agressões por parte da Rússia, Stoltenberg diz que “à luz da guerra na Ucrânia, torna-se ainda mais importante que os Aliados da NATO prestem apoio a outros parceiros que estão vulneráveis a uma agressão russa”.

 

 

Questionado sobre os pedidos feitos pela Ucrânia para mais armamento, Stoltenberg assegura que “os líderes da NATO compreendem essa urgência”, mas diz que “são esforços que levam tempo”, destacando que reuniões como a do Grupo de Contacto para a Ucrânia são essenciais para coordenar esforços. “Não é só entregar armamento”, diz Stoltenberg, é preciso também formar os militares na sua correta utilização.

 

 

Referindo-se ao encontro desta terça-feira em Haia, com sete líderes de Estados-Membros da NATO, incluindo o Primeiro-Ministro português António Costa, o responsável refere que todos têm iniciativas próprias para o apoio à Ucrânia e que, por exemplo, os Países Baixos estão a trabalhar na formação dos soldados ucranianos na operação de novos equipamentos militares avançados. “A necessidade de apoio da Ucrânia é grande. A Ucrânia está numa situação crítica”.

 

 

Sobre as exportações de cereais, Stoltenberg sublinha que a diminuição da oferta nos mercados internacionais, e o consequente aumento dos preços, “não está a ser causado pelas sanções da NATO”, mas é “uma consequência direta da guerra da Rússia na Ucrânia”.

 

 

“A Rússia está a criar uma narrativa de que o aumento dos preços dos produtos agrícolas está a ser causado pela NATO e pelos países ocidentais. Não, está a ser causado pela Rússia”, sentencia Stoltenberg.

 

 

Para que os preços possam voltar a descer, ele afirma que a única solução “é acabar com a guerra da Rússia”. O responsável reconhece que existem constrangimentos à retirada de cereais retidos nos portos ucranianos, e diz que a solução poderá estar no transporte por terra, o que envolve mais esforço do que por mar.

 

 

Diz que espera que a Turquia seja bem-sucedida nos esforços que está a empreender para permitir que seja possível o transporte de cereais pelo Mar Negro, através da mediação e contactos com os contrapartes russos. “Mas ainda é precoce dizer se seremos bem-sucedidos ou não”.

 

 

O líder da Aliança Atlântica diz que “estamos preparados para ataques que possam vir de qualquer direção”, explicando que o foco da NATO não está somente na frente Leste do conflito. Avança que a NATO tem vindo a aumentar a sua presença nos países do Leste, designadamente nos países do Báltico, e que espera que mais Estados-Membros aumentem as suas contribuições com efetivos militares.

 

 

Destaca que a Alemanha e o Reino Unido duplicaram a sua presença nos países bálticos e que os Estados Unidos aumentaram a presença na Europa em cerca de 30%, de 70 mil soldados para mais de 100 mil.

 

 

A NATO planeia agora continuar a reforçar a presença no Leste europeu, mais grupos táticos e equipamentos e reforço de efetivos e de munições.

 

 

 

 

TPT com: AFP// MadreMedia/Lusa//Filipe Pimentel Rações/MultiNews//Sapo//   15 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

Ex-presidente da Rússia Dmitri Medvedev diz que Ucrânia pode desaparecer em dois anos

 

O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação da Rússia afirmou hoje que a Ucrânia pode deixar de existir nos próximos dois anos.

 

 

”Quem disse que a Ucrânia pode ainda estar nos mapas nos próximos dois anos?”, escreveu Medvedev numa mensagem publicada na rede Telegram.

 

 

Dmitri Medvedev, chefe de Estado da Rússia entre 2008 e 2012, comentava desta forma a notícia de que Kiev está a tentar garantir o abastecimento de gás natural liquefeito (GNL) para o próximo inverno através de um empréstimo dos Estados Unidos que a Ucrânia pretende saldar nos próximos dois anos.

 

 

Na mesma mensagem, Medvedev acrescenta que para Washington é indiferente perder fundos com empréstimos à Ucrânia porque, frisa, “os Estados Unidos já investiram muito no projeto anti-Rússia”.

 

 

Na semana passada, Dmitri Medvedev afirmou que o “Ocidente” deseja a “morte da Rússia”.

 

 

“Odeio (o ‘Ocidente’). São uns fracos”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.

 

 

As declarações de Medvedev sobre o “desaparecimento” da Ucrânia são difundidas no mesmo dia em que o Exército da Rússia afirma ter destruído um paiol de munições fornecidas por países da NATO e que se encontravam no leste do território ucraniano.

 

 

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia os “mísseis cruzeiro Kalibr (fabrico russo) destruíram perto da localidade de Zolochiv um depósito de munições para armas estrangeiras fornecidas à Ucrânia pelos países da NATO, nomeadamente obuses M777 de 155mm (fabrico norte-americano)”.

 

 

O canhão de campanha M777 desenvolvido e fabricado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido foi inicialmente utilizado na última guerra do Afeganistão pelo Exército norte-americano mas também é usado pelas Forças Armadas britânicas, canadianas e australianas.

 

 

 

TPT com: AFP//MadreMedia/Lusa//Sapo// 15 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

Presidente Macron esteve a defender força no flanco leste da NATO durante a sua visita à Roménia

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta terça-feira que o flanco leste da NATO serve como um “poderoso impedimento”, durante uma visita à Roménia onde manterá conversas bilaterais e encontros com as tropas francesas destacadas naquele país.

 

 

 

Cerca de 500 militares franceses estão destacados na Roménia, integrados na resposta da NATO à invasão russa da Ucrânia, grupo que conta também com soldados portugueses.

 

 

A visita de Macron à Roménia, membro da União Europeia (UE) desde 2007 e da NATO desde 2004, marca o início da viagem a esta região da Europa, que contará com uma passagem pela Moldova, que não pertence à Aliança Atlântica.

 

 

Roménia e Moldova partilham longas fronteiras com a Ucrânia.

 

 

“Ninguém sabe o que nos reservam as próximas semanas e meses, mas faremos todo o possível para acabar com a invasão russa, ajudar os ucranianos e continuar com as negociações”, destacou o chefe de Estado francês, em declarações na base aérea de Mihail Kogalniceanu, no leste do país, onde foi recebido pelo primeiro-ministro romeno Nicolae Ciuca.

 

 

Num breve discurso dirigido aos militares franceses destacados na base da NATO, Macron elogiou “o compromisso em defender a Europa enquanto a guerra está a ser travada novamente”.

 

 

Numa referência a longo prazo, Macron alertou para a necessidade do Ocidente “ser capaz de se defender”.

 

 

O batalhão multinacional da Aliança Atlântica na Roménia servirá como um “poderoso impedimento” no flanco leste da Europa, defendeu o Presidente de França.

 

 

Na quarta-feira, Emmanuel Macron manterá reuniões com o Presidente romeno Klaus Iohannis, onde será preparada uma reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, bem como a cimeira da NATO em Madrid, no final de junho.

 

 

A porta-voz do Palácio do Eliseu, Olivia Grégoire, acrescentou que Macron deverá abordar as consequências da guerra na Ucrânia, desde a onda de refugiados até ao aumento dos preços da energia e às interrupções nos mercados globais de cereais.

 

 

Em discussão estarão também os pedidos da Ucrânia e da Moldova para ingressar na UE, num momento em que a França preside ao Conselho da UE, referiu a mesma fonte.

 

 

Depois da Roménia, Macron seguirá para Chisinau, capital da Moldova, onde manterá reuniões com a Presidente, Maia Sandu.

 

 

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

 

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

 

 

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

 

 

A ONU confirmou que 4.432 civis morreram e 5.499 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 111.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

 

 

 

TPT com: AFP//MadreMedia/Lusa// 15 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

São mais de duas centenas os grupos relacionados com direitos humanos que estão a exigir demissão de Alta Comissária da ONU

Mais de 230 organizações de direitos humanos, incluindo portuguesas, exigiram hoje a demissão da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, por ter “branqueado atrocidades” durante a sua visita à China.

 

 

Num comunicado conjunto hoje divulgado pelo Grupo de Apoio ao Tibete-Portugal, os ativistas criticam a visita de seis dias de Bachelet “por ter branqueado a repressão contra pessoas uigures, tibetanas, mongóis do sul, de Hong Kong, entre outras”.

 

 

No documento é pedido ainda ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que não proponha a renovação do mandato de Bachelet e que seja divulgado imediatamente o relatório sobre as violações dos direitos humanos contra os uigures e outras comunidades turcas.

 

 

Durante a sua visita de seis dias à China, Bachelet “desperdiçou uma rara oportunidade de promover a responsabilização, ao não abordar a resenha de violações sistemáticas dos direitos humanos cometidas pelas autoridades chinesas”, reforçam as organizações de direitos humanos.

 

Consideram ainda que Bachelet “legitimou a tentativa de Pequim de encobrir os seus crimes usando o falso enquadramento de ‘contraterrorismo’ do Governo chinês e repetidamente se referiu aos notórios campos de internamento pelo termo do governo chinês: ‘Centros de Educação e Treino Profissional’ (CETP)”.

 

 

Durante o seu mandato de quatro anos, a Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos “manteve-se totalmente em silêncio sobre a crise dos direitos humanos que envolve o Tibete e nem sequer pediu o acesso ao país sob ocupação, apesar de nenhum Alto-Comissário o visitar desde 1998”, adiantam.

 

 

Os governos ocidentais e as organizações não-governamentais (ONG) dos direitos humanos acusam a China de deter mais de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em campos de reeducação.

 

 

As organizações de direitos humanos afirmam ainda que faltaram as visitas ao Tibete e a Hong Kong, alertando que Bachelet “não realizou qualquer menção ao sul da Mongólia” e “desperdiçou uma oportunidade muito necessária de se reunir com os principais líderes chineses”.

 

O diretor executivo da Human Rights Watch (HRW) considerou “desastrosa” a recente visita à China da Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, atribuindo parte da responsabilidade ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

 

 

Kenneth Roth declarou numa conferência de imprensa que a viagem de Bachelet à China, entre 23 e 28 de maio, “não poderia ter sido melhor para o Governo chinês, que se esforça para esconder as prisões em massa e os abusos em Xinjiang”, território autónomo habitado por várias minorias étnicas, nomeadamente os uigures.

 

 

Roth declarou que Bachelet “adotou a retórica de Pequim” e referiu-se a estes campos como “centros de treino educacional e vocacional”.

 

Bachelet “comportou-se como se a visita fosse um gesto de generosidade de Pequim, quando é obrigação de cada país membro da ONU permitir a entrada de altos funcionários da organização”.

 

 

Roth acusou a Alta-Comissária de ser “inocente” por acreditar que poderia convencer os líderes chineses, em privado, a acabar com os seus abusos em Xinjiang.

 

 

“A força da Alta-Comissária está na pressão que pode exercer ao denunciar publicamente o que Pequim está a fazer. O diálogo nos bastidores é inútil”, referiu o responsável da HRW.

 

 

Questionado sobre se Bachelet deverá continuar como Alta-Comissária – o seu mandato termina este ano, embora possa concorrer à reeleição -, Roth disse que a chilena “não parece confortável em assumir posições contra governos poderosos”.

 

 

O diretor executivo da HRW afirmou que parte da culpa pela visita fracassada de Bachelet à China é do secretário-geral da ONU, António Guterres, por ter aceitado previamente os termos impostos por Pequim para a visita da Alta-Comissária, quando esteve na capital chinesa por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.

 

 

Guterres, segundo Roth, mostra-se “mais fraco” quando se trata de criticar Estados influentes em relação aos seus antecessores no cargo, como o ganês Kofi Annan (que morreu em 2018) e o sul-coreano Ban Ki-moon.

 

 

 

EUA acusam China de querer “apagar as memórias” de Tiananmen

 

 

 

A China quer “apagar as memórias” da repressão de Tiananmen, em 1989, ao impedir hoje uma vigília em Hong Kong, por ocasião do 33.º aniversário dos acontecimentos, disse o secretário de Estado norte-americano.

 

 

“Hoje, a luta pela democracia e liberdade continua a ressoar em Hong Kong, onde a vigília anual para comemorar o massacre de Tiananmen foi proibida pela República Popular da China e pelas autoridades de Hong Kong, numa tentativa de apagar as memórias desse dia”, salientou Anthony Blinken, em comunicado.

 

Há 33 anos que o exército chinês dispersou os protestos liderados por estudantes, na praça Tiananmen, no centro de Pequim, a pedir reformas democráticas para o país, causando um número de mortos, ainda hoje objeto de discussão.

 

 

Estimativas chegam às dez mil vítimas, embora Pequim defenda que a repressão dos “tumultos contrarrevolucionários” tenha levado à morte de duas centenas de civis.

 

 

Na homenagem aos “corajosos manifestantes”, Blinken disse que os protestos “não seriam esquecidos”.

 

 

A polícia de Hong Kong fechou na sexta-feira parcialmente o parque Vitória, onde, até 2019, decorria uma vigília à luz de velas para assinalar a data.

 

 

As autoridades da região semiautónoma chinesa tinham avisado anteriormente que a maioria dos espaços, onde habitualmente decorriam estes eventos, estaria fechada entre a noite de sexta-feira e as primeiras horas de domingo.

 

 

Macau e Hong Kong eram os únicos territórios chineses onde as homenagens às vítimas de 04 de Junho de 1989 eram toleradas.

 

 

Em 2020, as autoridades proibiram, em Macau e Hong Kong, pela primeira vez em 30 anos, a realização da vigília em espaço público, numa decisão justificada com os trabalhos de prevenção da covid-19. A proibição manteve-se no ano passado.

 

 

“Continuaremos a expor as atrocidades e violações dos direitos humanos cometidas pela República Popular da China, incluindo em Hong Kong, Xinjiang e Tibete, e a exigir responsabilidade”, prometeu Blinken.

 

 

 

 

TPT com: ONU News/Daniel Johnson// ONU/Jean-Marc Ferré//MadreMedia/Lusa// 13 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

 

Ministro Gomes Cravinho convida jovens portugueses no Reino Unido a voltarem a Portugal

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, convidou os jovens emigrantes portugueses que estão no Reino Unido a regressarem a Portugal.

 

 

“Aqueles que, pelas mais diversas razões saíram do país têm a oportunidade, se assim o desejarem, de regressar a casa. Essa continua a ser para nós uma prioridade”, afirmou Cravinho, durante uma receção num hotel em Londres organizada para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

 

 

O ministro representa o Governo na vista do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Reino Unido, na ausência do primeiro-ministro, António Costa, por motivos de saúde.

 

 

Lendo o discurso que o chefe de Governo deveria ter feito, Cravinho referiu que o executivo alargou medidas como o Programa Regressar e o IRS Jovem, para atrair “jovens portugueses que concluíram a sua formação superior” no “Reino Unido e pretendam trazer de volta esse conhecimento para Portugal”.

 

 

“Espero que estas comemorações também sirvam para identificarmos áreas em que se possam encontrar sinergias entre o trabalho desenvolvido aqui e aquilo que se faz em território nacional”, continuou.

 

 

“O sucesso dos portugueses além fronteiras reflete-se também em Portugal. O sucesso do nosso país representa também ele oportunidades para a nossa diáspora”, vincou.

 

 

O ministro e o Presidente da República chegaram atrasados ao evento cerca de 90 minutos devido a um problema com o voo de Portugal.

 

 

Antes, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, recordou que a “velha aliança” entre Reino Unido e Portugal “existe porque existe uma relação entre povos, entre pessoas, e essa relação é fortalecida pela nossa comunidade”.

 

 

“A relação não seria a mesma se não existissem portugueses que fazem com que este relacionamento seja forte e que possamos ter uma presença significativa e influência no Reino Unido”, acrescentou.

 

 

O embaixador de Portugal no Reino Unido, Nuno Brito, disse que a deslocação do Presidente da República a Londres é “expressiva da importância que Portugal reconhece a uma das maiores comunidades da diáspora portuguesa que muito tem contribuído com o seu trabalho, o seu talento e com o seu amor a Portugal para o desenvolvimento do nosso país e das relações entre o nosso país e o Reino Unido”.

 

 

O Presidente da República comemora hoje o Dia de Portugal em Londres, com a comunidade portuguesa do Reino Unido.

 

 

Quando assumiu a chefia do Estado, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa lançou, em articulação com António Costa, e com a participação de ambos, um modelo inédito de duplas comemorações do 10 de Junho, primeiro em Portugal e depois junto de comunidades portuguesas no estrangeiro.

 

 

Em 2016 decorreram entre Lisboa e Paris, em 2017 entre o Porto e o Brasil, em 2018 entre os Açores e os Estados Unidos da América e em 2019 entre Portalegre e Cabo Verde. Em 2020 e no ano passado, por causa da pandemia de covid-19, Marcelo e Costa suspenderam a sua participação no 10 de Junho fora do país.

 

 

No sábado, o Presidente da República começa a manhã na Escola Anglo-Portuguesa de Londres, seguindo depois para o Royal Brompton & Harefield Hospital e almoça com representantes da comunidade portuguesa ligados às artes.

 

 

Na parte da tarde, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa visita o Imperial College — último ponto do programa oficial até agora definido. No domingo, pelas 12:00, o Presidente da República parte para Andorra.

 

 

 

TPT com: MadreMedia/Lusa//Sapo24//Elton Monteiro/Lusa// 13 de Junho de 2022  

 

 

 

 

 

Marcelo congratula-se com eleição de Moçambique para Conselho de Segurança da ONU

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, congratulou-se hoje com a eleição de Moçambique para membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2023-2024.

 

 

Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado “congratula-se vivamente” com esta eleição e considera é uma “clara expressão do reconhecimento pela experiência e contributo daquele país para a paz e segurança internacionais e desenvolvimento sustentável”.

 

 

Moçambique foi eleito membro não-permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na quinta-feira.

 

 

Este órgão, criado para manter a paz e a segurança internacionais em conformidade com os princípios das Nações Unidas, tem cinco membros permanentes — Estados Unidos de América, Federação Russa, França, Reino Unido e República Popular da China — e dez membros não-permanentes.

 

Todos os anos, a Assembleia Geral elege cinco de um total de dez membros não-permanentes, que nos termos de uma resolução da ONU são distribuídos da seguinte forma: cinco africanos e asiáticos, um da Europa de Leste, dois da América Latina, dois da Europa Ocidental e outros Estados.

 

 

Portugal é candidato a uma vaga como membro não permanente em 2027-2028. As eleições realizam-se no ano anterior ao início do mandato.

 

 

Quando visitou Moçambique, em março deste ano, após um encontro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os dois países apoiavam as respetivas candidaturas ao Conselho de Segurança da ONU e respeitavam os diferentes pontos de vista sobre a guerra na Ucrânia.

 

 

Questionado sobre a abstenção de Moçambique em relação à resolução que a Assembleia Geral da ONU aprovou em 02 de março a condenar a agressão russa contra a Ucrânia, o chefe de Estado português respondeu: “É bom que fique claro que Portugal apoia a candidatura de Moçambique desde o primeiro momento ao Conselho de Segurança”.

 

 

“E que Moçambique apoia a candidatura de Portugal desde o primeiro momento ao Conselho de Segurança”, acrescentou.

 

 

 

 

TPT com: Lusa//IEL//SF//Lusa// 13 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

Médicos criticam “inação e incapacidade de reação” da ministra Marta Temido na resolução dos problemas do Serviço Nacional de Saúde

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos criticou hoje “a incapacidade do Ministério da Saúde” de contratar os 1.212 médicos recém-especialistas que aguardam a publicação do mapa de vagas, três meses após concluírem o internato.

 

 

Em comunicado, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alertou que “são três meses de indefinição por parte da tutela, com consequências dramáticas nos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

 

 

O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, contou que “na região Centro e no resto do país são notórias as dificuldades que o SNS está a atravessar, nomeadamente em recursos humanos médicos”. “É urgente contratar os 1.212 médicos que aguardam que seja desencadeado o processo de colocação de especialistas que fazem falta aos hospitais e centros de saúde”, defendeu.

 

 

No seu entender, “o Ministério da Saúde tem sido o principal obstáculo à resolução dos problemas do SNS, por inação e incapacidade de reação, até porque, para além dos atrasos na contratação de médicos especialistas, há outra preocupação a ter em conta: a distribuição das vagas pelo país”.

 

Carlos Cortes considerou que essa distribuição tem sido feita “ignorando a disponibilidade dos médicos para se fixarem em áreas e locais considerados carenciados”. “Nos anos anteriores, o ministério abriu vagas onde não havia médicos interessados e, em simultâneo, não as abria em locais carenciados nos quais médicos já tinham mostrado disponibilidade para exercer”, lamentou.

Para o responsável, “é inconcebível esta inércia do Ministério da Saúde” e, “em resultado desta indefinição, muitos jovens especialistas acabam por desmoralizar e tentar outras vias para além do Serviço Nacional de Saúde”.

Segundo a SRCOM, dos 1.212 médicos para contratar, há 332 médicos de família, 147 internistas, 71 anestesiologistas, 26 ginecologistas/obstetras, 29 cirurgiões gerais, 21 médicos de saúde pública, 25 pneumologistas, 21 intensivas, 61 pediatras, 15 infeciologistas, 25 neurologistas, 21 oftalmologistas e 51 psiquiatras, entre outras especialidades. Estes jovens médicos aguardam a abertura do concurso desde a conclusão das provas referentes ao exame para a obtenção do grau de especialista.

“O impacto negativo deste atraso é tremendo. Os doentes são os mais prejudicados. É uma situação intolerável e o que se passa, por exemplo, nas urgências hospitalares, é o resultado de falta de planificação e na incúria gestão de recursos humanos”, criticou Carlos Cortes, que exortou o Ministério da Saúde a resolver “este inadmissível atraso, fazendo o trabalho que lhe compete”.

 

A ministra da Saúde e o secretário de Estado Adjunto e da Saúde estão hoje reunidos de emergência com os diretores clínicos dos hospitais da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que estão a ser mais afetados pela falta de médicos, sobretudo nas urgências de ginecologia e obstetrícia. Para esta tarde, indica o Público, estão marcadas reuniões com a Ordem dos Médicos e com os sindicatos do setor.

 

 

Na noite de domingo, à margem das marchas populares em Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se preocupado com o que se está a passar nestas unidades hospitalares, defendendo a importância de “prevenir que não suceda durante o verão o que sucedeu agora neste fim de semana longo quanto às estruturas de saúde”.

 

 

 

 

Ordem critica Ministério da Saúde por incapacidade de contratar jovens médicos

 

 

 

 

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos criticou hoje “a incapacidade do Ministério da Saúde” de contratar os 1.212 médicos recém-especialistas que aguardam a publicação do mapa de vagas, três meses após concluírem o internato.

 

Em comunicado, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alertou que “são três meses de indefinição por parte da tutela, com consequências dramáticas nos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

 

 

O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, contou que, “na região Centro e no resto do país, são notórias as dificuldades que o SNS está a atravessar, nomeadamente em recursos humanos médicos”.

 

 

“É urgente contratar os 1.212 médicos que aguardam que seja desencadeado o processo de colocação de especialistas que fazem falta aos hospitais e centros de saúde”, defendeu.

 

 

No seu entender, “o Ministério da Saúde tem sido o principal obstáculo à resolução dos problemas do SNS, por inação e incapacidade de reação, até porque, para além dos atrasos na contratação de médicos especialistas, há outra preocupação a ter em conta: a distribuição das vagas pelo país”.

 

Carlos Cortes considerou que essa distribuição tem sido feita “ignorando a disponibilidade dos médicos para se fixarem em áreas e locais considerados carenciados”.

 

 

“Nos anos anteriores, o ministério abriu vagas onde não havia médicos interessados e, em simultâneo, não as abria em locais carenciados nos quais médicos já tinham mostrado disponibilidade para exercer”, lamentou.

 

 

Para o responsável, “é inconcebível esta inércia do Ministério da Saúde” e, “em resultado desta indefinição, muitos jovens especialistas acabam por desmoralizar e tentar outras vias para além do Serviço Nacional de Saúde”.

 

 

Segundo a SRCOM, dos 1.212 médicos para contratar, há 332 médicos de família, 147 internistas, 71 anestesiologistas, 26 ginecologistas/obstetras, 29 cirurgiões gerais, 21 médicos de saúde pública, 25 pneumologistas, 21 intensivas, 61 pediatras, 15 infeciologistas, 25 neurologistas, 21 oftalmologistas e 51 psiquiatras, entre outras especialidades.

 

 

Estes jovens médicos aguardam a abertura do concurso desde a conclusão das provas referentes ao exame para a obtenção do grau de especialista.

 

 

“O impacto negativo deste atraso é tremendo. Os doentes são os mais prejudicados. É uma situação intolerável e o que se passa, por exemplo, nas urgências hospitalares, é o resultado de falta de planificação e na incúria gestão de recursos humanos”, criticou Carlos Cortes.

 

 

Neste âmbito, exortou o Ministério da Saúde a resolver “este inadmissível atraso, fazendo o trabalho que lhe compete.

 

 

 

 

TPT com: ECO e Lusa// Sapo24// AMF//SSS//Lusa//   13 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

Há oito regiões portuguesas entre 118 escolhidas na UE para combate às alterações climáticas

Oito regiões e autoridades locais portuguesas foram escolhidas, num total de 118 ao nível da União Europeia (UE), para implementar projetos de adaptação às alterações climáticas que mobilizam 370 milhões de euros até 2023, anunciou hoje a Comissão Europeia.

 

 

“A Comissão Europeia anunciou hoje as primeiras 118 regiões e autoridades locais que participarão na Missão da UE para a Adaptação às Alterações Climáticas, a chamada Missão de Adaptação, que apoiará o Pacto Ecológico Europeu e a Estratégia da UE para a Adaptação às Alterações Climáticas”, indica a instituição em comunicado.

 

 

Destas, oito são portuguesas, de acordo com a informação divulgada pelo executivo comunitário: Cascais, Cávado, região de Coimbra, Fundão, Área Metropolitana de Lisboa, Mafra, Médio Tejo e Vila Pouca de Aguiar.

 

 

“De ondas de calor mortíferas e secas devastadoras a incêndios e linhas costeiras erodidas pela subida do nível do mar, as alterações climáticas já estão a ter o seu preço na Europa e isto afeta não só o ambiente e a economia, mas também a saúde dos europeus. A frequência e severidade do clima e extremos climáticos estão a aumentar, pelo que precisamos de acelerar soluções que aumentem a resiliência climática”, argumenta a Comissão Europeia.

 

 

Previsto está, então, que este projeto apoie pelo menos 150 regiões e comunidades na aceleração da sua transformação para a resiliência climática até 2030, ajudando as autoridades locais a compreender, preparar e gerir os riscos climáticos, bem como a desenvolver soluções inovadoras.

 

 

Além das 118 regiões e autoridades locais, estão em causa 17 empresas privadas, centros de serviços, redes de investigação e grupos de ação local ativos na melhoria da resiliência climática, que também irão subscrever o projeto para o apoiar.

 

 

A Missão da UE para a Adaptação às Alterações Climáticas receberá um total de 370 milhões de euros de financiamento do programa de investigação e inovação da UE, o Horizonte Europe, até 2023.

 

 

De acordo com Bruxelas, “as ações de investigação e inovação abordarão a reconstrução de áreas afetadas por fenómenos climáticos extremos, o restabelecimento de planícies aluviais, agricultura vertical, abordagens de seguros protótipos ou a criação de uma cidade perfeitamente adaptada pronta a resistir a uma tempestade ou onda de calor”.

 

 

Existe ainda a possibilidade de construir iniciativas conjuntas com outras missões e programas da UE, bem como trabalho em rede e intercâmbio de melhores práticas entre regiões e autoridades locais.

 

 

Citado pela nota, o vice-presidente executivo para o Pacto Ecológico Europeu, Frans Timmermans, afirma que, “embora as negociações climáticas sejam globais e grande parte da legislação seja europeia, as mudanças necessárias no terreno são locais [já que] acontecem cidade por cidade, bairro por bairro, rua por rua”.

 

 

Por seu lado, o primeiro vice-presidente do Comité Europeu das Regiões, Vasco Alves Cordeiro, assinala, também citado pelo comunicado, que “as regiões da Europa estão a testemunhar o impacto da crise climática”, pelo que esta missão irá ajudar as comunidades a “cumprir com a ação climática local”.

 

 

 

TPT com: CE//MultiMedia//Lusa// 7 de Junho de 2022

 

 

 

 

Rússia e Bielorrússia deixam de participar no processo educativo de Bolonha

As universidades da Rússia deixaram de participar no sistema educativo de Bolonha, na sequência do apoio dos reitores russos à invasão da crânia, anunciou hoje o vice-ministro da Ciência e do Ensino Superior russo.

 

 

A decisão resulta da decisão do Grupo de Bolonha, de 11 de abril, de “suspender a representação da Rússia e da República da Bielorrússia de todas as entidades” do sistema europeu de ensino superior, disse Dmitry Afanasiev, citado pelas agências russas TASS e Ria-Novosti.

 

 

“Tendo em conta que os nossos reitores e chefes de organizações educacionais assinaram a declaração da União Russa de Reitores de apoio ao Presidente [Vladimir Putin] relativamente à operação especial [na Ucrânia], todas as organizações educacionais do país foram excluídas do processo de Bolonha”, afirmou.

 

 

Afanasiev disse que a Rússia não precisa de denunciar quaisquer acordos relativamente ao sistema educativo europeu.

 

 

“Eu diria que o Processo de Bolonha se retirou da Rússia, e não o contrário”, justificou, durante uma reunião do Conselho da Federação sobre ciência, educação e cultura.

 

 

No final de maio, o ministro da Ciência e do Ensino Superior russo, Valery Falkov, tinha anunciado que a Rússia se iria retirar do processo de Bolonha, a que chamou uma “fase da vida”, e que desenvolveria um sistema próprio de ensino superior.

 

 

“O nosso próprio sistema único de ensino baseado em interesses económicos nacionais e centrado na expansão das possibilidades para cada estudante é o futuro”, afirmou o ministro na altura.

 

 

O ministério disse que a mudança não será radical e que haverá um período de transição do sistema de Bolonha para o sistema russo.

 

 

Em março, a União Russa de Reitores manifestou o seu apoio à invasão da Ucrânia, lançada pela Rússia em 24 de fevereiro.

 

 

Numa declaração adotada em 11 de abril, o Grupo de Bolonha suspendeu os direitos de representação da Rússia e da Bielorrússia em todas as instituições e atividades do sistema educativo europeu devido à invasão da Ucrânia.

A Rússia aderiu ao sistema de Bolonha em 2003, e a Ucrânia em 2005.

 

 

Lançado em 1999, o Processo de Bolonha levou à criação do Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES), que integrava até agora 49 países com “diferentes tradições políticas, culturais e académicas”, segundo a informação disponibilizada no respetivo portal.

 

 

Para fazerem parte, os países participantes têm de adotar reformas no ensino superior com base em valores comuns, “tais como a liberdade de expressão, autonomia das instituições, sindicatos estudantis independentes, liberdade académica, livre circulação de estudantes e de pessoal”, segundo o EEES.

 

 

O sistema prevê, entre outras questões, a livre circulação de estudantes, professores e pessoal de gestão, e o aumento da competitividade das universidades europeias no mercado educativo global.

Portugal integra o Processo de Bolonha desde 1999.

 

 

 

TPT com: AFP//TASS//MadreMedia/Lusa// 7 de Junho de 2022