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Conquista do Império Inca pelos Espanhóis causou aumento brutal da Poluição Atmosférica

10/02/2015

 

A chegada dos conquistadores espanhóis à América do Sul, no século XVI, provocou a destruição do império Inca e despoletou o aumento dos níveis de poluição atmosférica a um ponto apenas superado no século XX.

 
De acordo com um estudo da Universidade do Ohio, nos Estados Unidos, o gelo dos glaciares do Querlccaya, no Peru, demonstra a existência de uma grande variedade de elementos entre os anos de 793 e 1989, incluindo chumbo, bismuto e arsénico. Esta recolha foi feita para registar a história da indústria mineira e metalúrgica da América do Sul.

 
Estes elementos podem ser emitidos para a atmosfera durante a extracção de vários metais. Para verificar os dados do núcleo de gelo, os investigadores da Universidade de Ohio, liderados por Paolo Gabrielli, comparam-no com outros registos ambientais, tais como turfas recolhidas na Tierra del Fuego e neve da região de Coats Land, na Antárctida.

 
Os níveis destes elementos eram pequenos antes da ascensão do Império Inca, em meados do século XIII – havia algumas excepções, poucas, mas os investigadores atribuíram-nas às erupções vulcânicas do Andes.

 
Em 1480, de acordo com os registos do gelo, ocorreu a primeira alteração humana – um aumento dos níveis de bismuto. Nessa altura, os Incas estavam a expandir-se e começaram a utilizar depósitos de bismuto para produzir um novo tipo de liga de bronze – muitos destes artefactos foram encontrados em Machu Picchu.

 
Mas foi o final do Império Inca que trouxe o maior aumento da poluição atmosférica até à revolução industrial: após a conquista espanhola, em 1533, os níveis de crómio, molibdénio, antimónio e chumbo aumentaram bastante, provavelmente devido aos esforços espanhóis de procura por metais na região. A prata, por exemplo, foi extraída de um mineral chamado argentiferous galena, que também continha chumbo, e o processo de refinamento emitia pó metálico.

 
Os depósitos de metal cresceram até aos 1700 e permaneceram consistentes até 1830, quando começaram a decair. Durante as revoluções sul-americanas, os independentistas e os monárquicos destruíram maquinarias e infra-estruturas.
De acordo com o estudo, que foi publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, o começo da revolução industrial ditou um novo aumento na poluição atmosférica.

 
Foto: Miguel Vera León / Creative Commons

 
Sapo Notícias

 

 

 

 

Judaísmo em Chaves: A localização da judiaria flaviense

08/11/2014

 
No artigo anterior tentámos contextualizar a judiaria flaviense na geografia das judiarias existentes no reino, no início do século XIV, destacando o relevo que a mesma teria alcançado especialmente no contexto transmontano. Para suportar esta tese, lançamos mão dos impostos pagos pelos judeus flavienses e do facto de aí ter existido uma escola, para o estudo das sagradas escrituras, famosa em toda a comunidade científica. Só uma comunidade judaica culta, financeiramente desafogada poderia suportar tamanhos encargos materiais.

 
Acresce que este desafogo financeiro irá ser confirmado mais tarde, pelo menos em duas ocasiões. Num primeiro momento, logo no início de 1497, quando lhes pareceu ser possível, através de “suborno”, protelar a aplicação das ordens do rei relativas à apropriação da sinagoga e das alfaias litúrgicas; mais tarde, em 1631, quando contribuíram, com maior verba que qualquer comunidade, para levantamento de um padrão, mas destes temas falaremos oportunamente.
Hoje, proponho-me tentar responder à seguinte questão: onde se localizaria a comuna judaica flaviense e a célebre escola onde se explicavam as sagradas escrituras? No estado atual das investigações, não se pode dar uma resposta concreta, apenas podemos formular uma hipótese.

 
Depois da expulsão (ou conversão forçada ao cristianismo) das minorias religiosas, deixou de haver, pelo menos oficialmente, judeus em Portugal e, como tal, tudo aquilo que fossem símbolos, templos e nomes que lembrassem os seguidores da Lei de Moisés foram eliminados. Em Chaves também assim foi, daí que não se possa afirmar, com total segurança, que a judiaria e os edifícios associados ao seu funcionamento se localizassem exatamente aqui ou ali; mas, pelos indícios existentes, que me parecem relevantes, podemos dizer, sem grande margem de erro, onde se localizaria a judiaria e o seu templo agregador, a sinagoga.

 

 

No final da Idade Média e princípio da Idade Moderna, a vila de Chaves encontrava-se ainda encerrada entre muralhas e tinha apenas quatro ruas principais (Rua da Cadeia – atual Rua Bispo Idácio –, Rua Direita, Rua de Santa Maria e Rua Nova) e algumas travessas que faziam a ligação entre aquelas, situação que se mantinha ainda no século XVIII. Neste século, como se constata por gravuras de Chaves daquela época, as casas que existiam fora da cerca amuralhada eram pouquíssimas.

 
Em muitas localidades do Reino, a rua onde se localizava a comuna judaica, depois da expulsão dos judeus, passou a chamar-se Rua Nova ou Bairro Novo [no Porto, em Lisboa, Castelo Branco, (…) não foi assim]. Em Chaves, a atual Rua General Sousa Machado foi a Rua Nova, pelo menos, durante quatro centúrias, até início do século XX. Nela existe uma casa que faz esquina com a Rua Luís Pires de Viacos e se distingue das demais pela sua estrutura arquitetónica e, sobretudo, pela frontaria, e que tudo indica que seja a antiga sinagoga, centro nevrálgico e aglutinador da judiaria, que desempenhava nesta as mesmas funções da igreja no concelho cristão. Aquela, depois da expulsão/conversão da minoria judaica, foi transformada numa capela em honra de Nossa Senhora da Conceição, que, como refere Tomé de Távora Abreu, se situava na Rua Nova, ali perto do Postigo da Manas. Por outro lado, sabe-se que os judeus tinham por hábito marcar as ombreiras das portas e janelas com o símbolo do Deus único de Israel, a estrela de seis pontas, que costuma designar-se de Estrela de David.

 

 

Acontece que depois da conversão (voluntária ou não) dos judeus ao cristianismo, estes, para que não restassem dúvidas sobre a sua nova condição religiosa, desenharam a cruz de Cristo na entrada das suas casas. Algumas dessas marcas, embora de difícil observação devido à erosão, ainda podem ser vistas nas ombreiras de algumas habitações na atual Rua General Sousa Machado (antiga Rua Nova que começava junto à cerca do castelo e à capela da Misericórdia e desembocava no Postigo da Manas, aberto na alta muralha, com acesso direto ao arrabalde de baixo). Ali perto, do lado esquerdo do Postigo da Manas, quem está voltado para norte, existe o baluarte do Cavaleiro, em honra do fidalgo Gaspar Queiroga, provedor da vila em cortes, de possível origem judaica, e que residia ao lado da judiaria, segundo o Abade de Baçal. Acresce ainda que a Rua Nova (Antiga Rua da Judiaria?) “deve ter marcado na época uma das vias de maior movimento comercial do burgo” (Júlio M. Machado, 2006, p. 226), o que faz jus à tradicional predileção das gentes de origem judia para lidar com as atividades mercantis. Os judeus flavienses, e os seus descentes cristãos-novos, fizeram do trato comercial (fossem tratantes, mercadores e tendeiros) a sua atividade favorita.

 
Quando a Câmara Municipal de Chaves atribuiu (e bem!) a uma rua (antiga Travessa de Santa Maria) o nome de Luís Pires de Viacos, segundo Firmino Aires, outro motivo não teve senão transmitir aos vindouros um facto histórico da vida judaica na vila de Chaves. Ora, a Luís Pires de Viacos foram atribuídas as rendas do Genesim (este nome advém do primeiro livro da Bíblia, o Genesis) de Chaves, a tal escola onde os rabis e eruditos da Lei, depois das orações da manhã e da tarde, iam fazer preleções sobre o Pentateuco e o Talmude, no valor de 3000 réis. A sinagoga era o local de oração, mas também podia servir para aí reunir a comunidade, ser escola e tribunal. Para o “Povo do Livro” a instrução era fundamental, daí que em todas as judiarias tivessem uma escola que poderia ter instalações próprias ou que então se poderia servia da sinagoga.

 

 

O Genesim de Chaves, provavelmente, tinha instalações próprias, pois só assim poderia alcançar o nível que o notabilizou entre a comunidade judaica e atualmente entre a comunidade científica. Mas onde se localizaria esta escola? O estado atual da questão não nos permite ainda esclarecer esta dúvida. Contudo, tudo aponta para que a mesma se localizasse no edifício anexo à sinagoga, com serventia para a atual Rua Luís Pires de Viacos por duas portas ali existentes, e que faz parte do mesmo conjunto arquitetónico.

 

 
Para a localização da judiaria, nesta área da vila medieval, concorre também a existência de um poço ali nas imediações (atual Rua do Poço) e o acesso privilegiado às nascentes das caldas, pois a existência de água perto era muito importante tanto para as abluções rituais, como para preceitos higiénicos que os judeus tanto prezavam, em contrate com a maioria cristã.

 

 
Depois, a judiaria deveria localizar-se perto dos templos cristãos para que, através da prédica e do exemplo, os judeus se convertessem à fé de Cristo – o proselitismo apenas era permitido à maioria cristã.

 
Para além de poderem professar livremente a religião mosaica, os judeus tinham direito a possuir cemitério próprio, geralmente no exterior das muralhas, mas, até ao presente, não é possível ter a mínima ideia onde se localizaria. Contudo, sabemos que os cemitérios judaicos foram apropriados e doados a entidades públicas e privadas e, algumas vezes, as pedras das campas e as cabeceiras dos jazigos utilizadas em construções de todo o tipo, como hospitais e templos.

 

 

Ora, segundo Júlio Montalvão Machado, a Igreja Matriz de Chaves sofreu obras de ampliação e restauro durante o século XVI, as quais incluíram a construção da nave central e da lateral esquerda. Não deixa de ser interessante constatar que na fachada lateral esquerda, do lado esquerdo da ombreira da porta lateral, junto ao solo, possa ser observada o símbolo judaico, uma estrela de seis pontas. Esta foi posta a descoberto aquando da realização das obras de restauro do pavimento do Largo do Pelourinho.

 

 

É provável que na construção da nave tenham sido utilizados materiais que pertenceram à antiga judiaria, pois não podemos equacionar que alguém, independentemente do seu credo religioso, afrontasse a toda-poderosa e conservadora Igreja Católica ali desenhando propositadamente tal símbolo.

 

 
Pelo que atrás foi referido, ainda que de modo simples, podemos afirmar, com alguma certeza, que a judiaria flaviense se localizava na parte sul da atual Rua General Sousa Machado, junto ao Postigo das Manas, e na Rua Luís Pires de Viacos. É claro que falta encontrar um documento escrito, se é que existe, que confirme esta aceção; no entanto, para esta interpretação concorre a tradição oral. No sentido de tentar esclarecer esta questão da localização exata da sinagoga, abordamos a atual ocupante do edifício que pensamos corresponder àquele templo.

 

 

Questionamos se sabia qual a importância daquela habitação para a História de Chaves. Respondeu-nos, enquanto estendia a roupa ao sol, que tinha consciência de morar numa casa com muita história, pois apareciam muitas pessoas, que não eram naturais da cidade e algumas vinham de longe (até do estrangeiro!), para a visitar, e sempre nos foi dizendo que aquela casa era a “igreja dos judeus”! Parece não restar dúvidas que estamos perante a antiga sinagoga flaviense, que o caro leitor vai, porventura, querer visitar sem mais delongas!

 

 

Urge potenciar esta zona da Medieval Vila de Chaves e integrá-la no roteiro turístico religioso, mormente através da inclusão na “rede das judiarias” que tão bons resultados têm proporcionado a outras localidades fronteiriças, com bem menos tradição judaica do que a velhinha Aquae Flaviae.

 
No próximo artigo iremos abordar a questão dos privilégios (individuais e coletivos) concedidos aos judeus flavienses na Baixa Idade Média.

 

Judaísmo em Chaves - A localização da judiaria flaviense4

Rua General Sousa Machado (ex- Rua Nova), rua onde se localizava a judiaria flaviense. Fotografia obtida a partir do Postigo das Manas.

 

Judaísmo em Chaves - A localização da judiaria flaviense2

A sinagoga flaviense (?), “a Igreja dos Judeus”.

 

Judaísmo em Chaves - A localização da judiaria flaviense3

 

Planta parcial da atual cidade de Chaves com localização provável da judiaria flaviense.

 

Artigo por:

Jorge-José-Alves-Ferreira-licenciado-em-História

 

Jorge-José-Alves-Ferreira

Licenciado em História
Mestre em- Estudos Portugueses Multidisciplinares
Especialização em História

 

 

 

Diario Digital

 

 

 

Cientistas descobrem na Argentina esqueleto de dinossauro ‘mais completo’

04/09/2014

 

 

Uma equipe de paleontólogos apresentou nesta quinta-feira um dinossauro gigantesco que viveu há 77 milhões de anos na Patagônia argentina, com o esqueleto “mais completo” encontrado até hoje.

 
Este novo dinossauro, descrito na revista Scientific Reports, pertence à família dos titanossauros – dinossauros herbívoros encontrados em grande número no período Cretácico Superior – na região em que esse fóssil foi descoberto em 2005, na província de Santa Cruz (sul). A Patagônia argentina é o local onde habitaram os maiores dinossauros da Terra.

 

Os cientistas estimam que o animal, que teria um pescoço muito comprido, media cerca de 26 metros de comprimento e pesava 60 toneladas. Seu esqueleto mostra também que quando morreu, ele ainda não teria parado de crescer.

 

Durante quatro sessões de escavações, entre 2005 e 2009, os palentólogos encontraram mais de 70% dos ossos, exceto os da cabeça, ou seja, mais de 45% do conjunto do esqueleto. Segundo os pesquisadores, é muito mais que os outros tiranossauros descobertos anteriormente.

 

Os cientistas também têm praticamente todos os ossos dos membros inferiores e superiores, incluindo um fêmur de 1,80 metro e um úmero. Isso permitiu descrever detalhadamente o animal e calcular de forma confiável suas impressionantes medidas.

 

Kenneth Lacovara, da universidade americana de Drexel (Filadélfia), coordenou a equipe que estudou o fóssil. Seus principais colaboradores foram Matthew C. Lamanna, do Museu Carnegie de História Natural (Pittsburgh) e Lucio M. Ibiricu, do Centro Nacional Patagônico, na província argentina de Chubut (sul).

 
Este dinossauro foi batizado de Dreadnoughtus schrani. “Dreadnought” significa “que não teme nada” em inglês antigo.

 
“Com um corpo do tamanho de uma casa, o peso de uma manada de elefantes e uma cauda usada como arma, o Dreadnoughtus não devia ter medo de nada”, explicou Lacovara.

 
A palavra “dreadnought” também é usada para designar um tipo de encouraçado desenvolvido no início do século passado.

 

O termo “schrani” é uma homenagem ao empresário Adam Schran, que apoiou as pesquisas.

 
“Os maiores titanossauros continuam a ser um mistério porque, em quase todos os casos, seus fósseis estão muito incompletos”, lembrou Matthew Lamanna.

 
A massa do Argentinosaurus, por exemplo, era comparável e até superior à do Dreadnoughtus, mas poucos ossos foram encontrados.

 
“Este é de longe o melhor exemplar que temos de todos os animais gigantescos que andaram alguma vez por este planeta”, declarou Kenneth Lacovara.

 
Para o estudo, o fóssil do Dreadnoughtus foi transferido para os Estados Unidos para ser analisado na universidade de Drexel e no Museu Carnegie de História Natural.

 
A universidade de Drexel indicou em um comunicado que o fóssil, que pertence ao governo federal argentino e deve permanecer na província de Santa Cruz, terá que ser devolvido ao Museu Padre Jesús Molina, em Río Gallegos, em 2015.

 
AFP – Agence France-Presse

 

 

 

 

 

Identificado Fóssil Da Possível Maior Ave Que Já Existiu

07/07/2014

 
Washington – Cientistas identificaram fósseis de uma ave que, com uma extensão de mais de sete metros da ponta de uma asa para a outra, pode ser o maior pássaro que já existiu na Terra, informou nesta segunda-feira a revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

 

Os fósseis foram encontrados em 1983 na Carolina do Sul (EUA) pelo voluntário James Malcom, do Museu de Charleston, durante escavações lideradas por Albert Sanders para a construção de um novo terminal do Aeroporto Internacional na cidade.

 

 

A criatura, batizada pelos cientistas como Pelagornis sandersi, provavelmente foi um planador extremamente eficiente, com asas longas e elegantes que o ajudavam a se manter no ar apesar de seu tamanho, segundo os pesquisadores.

 

A espécie era tão grande -duas vezes maior que o albatroz real, a maior ave conhecida até hoje- que os cientistas tiveram que retirar os fósseis com uma pá mecânica.

 

“Somente o osso superior da asa era mais longo que meu braço”, comentou Dan Ksepka, do Centro Nacional de Síntese Evolucionária em Durham, na Carolina do Norte.

 

“O Pelagornis sandersi pode ter viajado distâncias enormes quando cruzava as águas oceânicas em busca de suas presas”, acrescentou.

 

Os pesquisadores calculam que a ave viveu há entre 28 e 24 milhões de anos, isto é, depois da extinção dos dinossauros e antes dos primeiros seres humanos povoarem a Terra.

 
Os pássaros habitaram todas partes do mundo durante dezenas de milhões de anos, mas desapareceram há cerca de três milhões de anos, durante o período plioceno.

 
Os paleontólogos não determinaram a causa de sua extinção. Os fósseis do Pelagornis sandersi incluem ossos ocos e finos, patas curtas e asas enormes, por meio dos quais se pode deduzir que a ave não era muito elegante em terra mas provavelmente era no ar.

 

A questão enfrentada pelos cientistas era determinar como um animal cujas dimensões e peso excediam o máximo considerado possível para as aves voadoras podia levantar o voo e se manter no ar.

 

Com a utilização de modelos para computador, os cientistas concluíram que o Pelagornis sandersi provavelmente decolava correndo ladeira abaixo com o uso do vento ou aproveitando as correntes de ar, como fazem as asas-deltas.

 

Avanços na genética têm permitido sequenciar o genoma de animais extintos para trazê-los à vida novamente por clonagem. Mas é preciso um fóssil preservado para extrair DNA e uma espécie atual semelhante para a gestação.

 

Sapo Notícias

 

 

 

Nasa testará ‘disco voador’ com tecnologia para explorar Marte

28/06/2014

 

Nasa quer elevar capacidade máxima de carga de 1,5 tonelada para até 30, peso do equipamento exigido em missão tripulada. Nasa pesquisa formas de levar mais caraga à Marte para uma missão tripulada.

 
A Nasa, a agência especial americana, se prepara para testar uma espaçonave muito parecida com um disco voador.

 
Na verdade, o LDSD (sigla em inglês do Desacelerador Supersônico de Baixa Densidade) é uma amostra do tipo de tecnologia que a raça humana precisará para pousar em Marte.

 
O LDSD será lançado de uma altitude elevada a partir de um balão posicionado sobre o Havaí. Ele testará um novo tipo de paraquedas e um anel inflável de kevlar que pode ajudar a reduzir a velocidade da espaçonave quando ela se aproximar da superfície do planeta vermelho.

 
A Nasa diz que está tentando elevar a capacidade máxima de carga que pode ser levada para Marte da atual 1,5 tonelada para algo entre 20 e 30 toneladas,– o peso do equipamento que uma missão tripulada exige.

 
Ian Clark, pesquisador do LDSD, disse à BBC News: “Nós estamos testando tecnologias que nos permitirão pousar maiores e mais pesadas cargas úteis, de uma maior altitude e com mais precisão do que jamais fomos capazes”.

Nasa testará 'disco voador' com tecnologia para explorar Marte2
O teste acontecerá em uma base de testes da mísseis da Marinha americana em Kauai, no Havaí. Um balão de hélio levantará o LDSD a uma altitude de 35 quilômetros antes de soltá-lo. Um motor de propulsão a foguete deve então elevar o dispositivo a 55 quilômetros de altura a uma velocidade de Mach 4 (quatro vezes a velocidade do som).

 
Quando o LDSD começar a reduzir a velocidade, ele acionará seus dois novos sistemas de freios atmosféricos.

 
‘Donut’

 
O primeiro a ser acionado será o “donut”, um dispositivo inflável de seis metros. Ele aumentará o tamanho do veículo e como consequência a força de arrasto. Quando a velocidade cair para cerca de Mach 2,5, o paraquedas será acionado.

 
“O paraquedas supersônico que estamos testando é enorme”, diz Ian Clark. “Ele tem 30 metros de diâmetro; ele gera duas vezes e meia o arrasto de qualquer paraquedas anterior que mandamos a Marte”.

 

Nasa testará 'disco voador' com tecnologia para explorar Marte3
“Vamos levar o equipamento ao limite no qual os materiais dos quais o paraquedas é feito, nylon e kevlar, podem começar a derreter. Mas não sabemos, por isso vamos fazer esse teste”.

 
Se as estruturas se mantiverem intactas, o paraquedas deve soltar o LDSD no oceano em 45 minutos. O plano da Nasa é fazer um novo teste no ano que vem, com um anel e um paraquedas maiores.

 

A sonda Curiosity, de uma tonelada, é o maior objeto que já pousou em Marte até agora.

 
Acredita-se que essa capacidade de carga terá que ser muito aumentada para que astronautas possam receber todos os suprimentos e equipamentos necessários para sobreviver no planeta.

 
BBC

 

 

Japão apresenta primeiro robô pessoal que lê emoções humanas

09/06/2014

 

Pela primeira vez um computador convenceu o homem que era humano. Programa de computador criado por dupla russa e ucraniana passou no teste de Turing.

 
Um programa de computador que foi apresentado como Eugene Goostman, um ucraniano de 13 anos, conseguiu convencer um júri da Royal Society, em Londres, Reino Unido, que era uma pessoa. Esta é a primeira vez que um computador consegue convencer seres humanos de que é também um, através do teste de Turing. Eugene “enganou” o painel.

 

O teste de Turing foi criado em 1950 por Alan Turing, matemático britânico considerado o pai da informática, sendo considerado um trabalho pioneiro no domínio da inteligência artificial. No teste, um computador entra em conversa com um humano (que não sabe se está a comunicar com uma máquina ou não). O teste é superado se o humano não conseguir perceber se estava a comunicar com outra pessoa ou com um computador. Se o computador for confundido com um ser humano mais de 30% do tempo em que duram as conversações escritas de cinco minutos, passa no teste.

 
Apesar de já ter sido tentado por várias vezes que um computador se saia bem-sucedido na prova, isso nunca tinha acontecido até agora, segundo reclama a Royal Society, considerada a instituição mais importante para a ciência britânica.

 
No último sábado, a Universidade de Reading organizou o Teste Turing 2014, onde participaram cinco programas de computadores, entre eles Eugene, desenvolvido em 2001, em São Petersburgo, Rússia, pelo russo Valdimir Veselov e pelo ucraniano Eugene Demchenko. Durante o dia foram realizadas 300 conversas através do teclado entre os computadores e os elementos do júri e Eugene conseguiu passar por humano, enganando 33% dos elementos do júri.

 
“A nossa ideia era que ele [Eugene] pudesse afirmar que sabe tudo, mas a sua idade [13 anos] torna perfeitamente razoável que não saiba. Passámos muito tempo a desenvolver a personagem com uma personalidade credível”, explica Vladimir Veselov, num comunicado divulgado pela Universidade de Reading.

 
Durante este ano, a equipa que criou Eugene concentrou-se em melhorar o controlo de diálogo do programa que permite uma conversação seja mais próxima de uma entre humanos quando comparado com outros programas que se limitam a responder a questões. “No futuro, pretendemos tornar o Eugene mais esperto e continuar a trabalhar na melhoria do que chamamos conversação lógica”, acrescentou o russo.

 
Kevin Warwick, vice-chanceler para a Investigação na Universidade de Coventry, esteve no evento de sábado, e explica que apesar do teste realizado ser importante e o resultado obtido ser “excitante”, há questões que se levantam. “Ter um computador que consegue levar uma pessoa a pensar que alguém, ou mesmo alguma coisa, é uma pessoa de confiança é um alerta para o cibercrime. O teste de Turing é uma ferramenta vital para combater essa ameaça. É importante percebermos como online, uma comunicação em tempo real deste tipo pode influenciar um ser humano de uma forma a ser enganado e acreditar que alguma coisa é verdadeira, quando de facto não o é”.

 

Turing morreu há 60 anos

 

A realização do teste coincide com o 60.º aniversário da morte de Alan Turing, em 1954. Turing nasceu a 23 de Junho de 1912 em Londres. Em 1936 publicou um artigo determinante para o desenvolvimento da computação onde teorizou uma máquina muito simples que seria capaz de resolver qualquer problema matemático, desde que fosse capaz de ser representado sob a forma de um algoritmo. Tornou-se assim o primeiro informático e o pai da computação.

 
Mas o maior feito do matemático aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, quando Turing trabalhou para o Governo britânico e desenvolveu uma máquina capaz de descodificar a Enigma – a poderosa máquina encriptadora que os nazis utilizavam para transformar as suas mensagens em códigos aparentemente não descodificáveis.

 
O matemático não deixou de fazer ciência depois da Guerra, continuou a trabalhar em informática e até teorizou sobre temas como a metamorfose na biologia.

 
Mas, o final da sua vida ficou associado à sua orientação sexual. Turing era gay, uma ofensa e um crime no Reino Unido até 1960. Por causa de um assalto à sua casa, o matemático teve a sua vida pessoal investigada e acabou no banco dos réus, em 1952, onde foi dado como culpado por ter tido relações sexuais com outros homens. Foi castrado quimicamente e assim terminou o seu trabalho para o Governo.

 

Dois anos depois, o matemático foi encontrado morto na sua casa, com uma maçã trincada a seu lado. Tinha 41 anos. A autópsia mostrou que morreu envenenado por cianeto, que estaria no fruto, e que muitos dizem que é uma metáfora da história da Branca de Neve que sempre fascinara o cientista

 
PÚBLICO

 

 

 

A corrida ao ouro está a ameaçar as florestas tropicais

15-01-2015

 
A febre do ouro está a destruir as florestas tropicais da América do Sul. Um estudo da Universidade de Porto Rico concluiu que, entre 2001 e 2013, desapareceu uma área arborizada equivalente a cerca de 1.680 km2. Desde 2007, a exploração de minas de ouro passou de 377 km2 para 1303 km2.

 

“Apesar da perda de floresta provocada pela exploração das minas de ouro ser menor em termos de área quando comparada com a desflorestação causada por outras utilizações do solo, como a agricultura, a desflorestação que resulta da exploração das minas ocorre nas regiões dos trópicos com mais diversidade biológica. Por exemplo, na região Madre de Dios, no Peru, um hectare de floresta pode ter 300 espécies de árvores”, explicou a investigadora Nora L. Álvarez-Berrios.

 

 

O estudo foi realizado nas realizado nas florestas abaixo dos 1000 metros, incluindo países como a Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Brasil e Venezuela.

 

 

Sábado

 

 

Bactéria resistente aos antibióticos tem um ‘calcanhar de Aquiles’

19 /06/2014

 

Cientistas britânicos acreditam poder “desarmar” a bactéria E.coli

 

Os alertas têm sido constantes por parte dos responsáveis de saúde: a resistência aos antibióticos poderá levar a que dentro de 20 anos, até mesmo as intervenções cirúrgicas mais rotineiras sejam potencialmente fatais devido ao risco de infeção.

 

No entanto, a ameaça global poderá estar agora mais perto de ser dominada, com um grupo de cientistas da Universidade de East Anglia a anunciar, num estudo publicado na revista Nature, ter descoberto como a bactéria E.coli constrói a sua barreira impenetrável contra os antibióticos.

 
A equipa de investigadores acredita que dentro de poucos anos será possível ter um medicamento que “desligue” essa armadura, tornando a bactéria vulnerável.

 

“É um avanço muito significativo”, congratula-se o professor Changjiang Dong, da Universidade de East Anglia. “Muitas bactérias constroem uma defesa exterior que é importante para a sua sobrevivência e resistência aos medicamentos. Descobrimos uma forma de impedir isso”.

 

Sapo Notícias

 

 

 

Vodafone atingiu um milhão de casas com fibra óptica

21/07/2014

 

PT e Vodafone assinam acordo de partilha de fibra óptica
Acordo abrange acesso a cerca de 900 mil casas por parte das duas operadoras.

 

A Portugal Telecom (PT) e a Vodafone estabeleceram um acordo para a partilha da rede de fibra óptica, que “abrange a partilha de fibra óptica escura em cerca de 900 mil casas, em que cada uma das entidades partilha com a outra aproximadamente 450 mil casas”, num contrato de aquisição de direitos de uso a 25 anos, segundo o comunicado divulgado pela PT esta manhã na CMVM.

 

“A partilha da rede permite ao MEO aceder a mais 450 mil casas com a tecnologia de fibra, aumentando assim o potencial de penetração dos seus produtos e serviços nos vários segmentos de mercado, nomeadamente consumo e empresas”, segundo o documento. Também a Vodafone terá acesso às 450 mil casas com fibra da PT, podendo cada uma das empresas fornecer depois os seus serviços sobre a infraestrutura.

 

O acesso à rede de fibra óptica sempre foi uma das reivindicações da Vodafone, que defendia que a infraestrutura devia ser aberta e partilhada. Zeinal Bava, presidente da PT Portugal, afirmou por diversas vezes, contudo, que a infraestrutura era da PT e que esse investimento não seria aberto à concorrência. Uma posição que poderia ser revista caso a Anacom reformulasse o modelo regulatório para o mercado 4 e 5, que obriga à abertura da rede de fibra – uma decisão que ainda não está tomada, embora o modelo regulatório seja já mais estável.

 

As alterações no mercado, nomeadamente a fusão entre Zon e Optimus dando origem à NOS, terão levado a uma mudança na visão da PT. Além disso, a própria Vodafone está a avançar com investimentos na rede de fibra óptica, com a pretensão de chegar a 2 milhões de lares em 2015. O investimento previsto é de 500 milhões de euros até 2016, a maior parte precisamente na rede de fibra, que chegou a 1 milhão de casas em Julho.

 

Ou seja, o investimento da Vodafone permite uma relação de reciprocidade na partilha da infraestrutura com a PT, o que poderá ter alterado a posição da dona do Meo face ao acesso à infraestrutura. A Vodafone, aliás, já tinha celebrado um acordo de partilha de investimentos com a Optimus e tem agora a opção de ficar com a infraestrutura de fibra da operadora que se fundiu com a Zon, no âmbito dos remédios impostos pela Autoridade da Concorrência.

 

“Dado o modelo de permuta de capacidade e partilha adoptado, ambas as entidades manterão total autonomia e flexibilidade no desenho das suas ofertas de retalho”, ou seja, os operadores disponibilizarão sobre a rede a sua oferta comercial, competindo da mesma forma pelos clientes.

 

A infraestrutura de fibra óptica da PT chegava já a 1,6 milhões de lares e agora estará acessível a 2,1 milhões de lares. A Vodafone tem cablados 800 mil casas e quer chegar a 1,5 milhões. Já a NOS também fez saber que previa um reforço na cobertura da sua infraestrutura em cerca de 400 mil lares.

 

Economico
Cátia Simões

 

 

 

Nova Lei do Medicamento

22-02-2015

 

O que passa a acontecer quando for à farmácia comprar medicamentos com receita médica.

 

 

A legislação que institui a prescrição de medicamentos por substância ativa entrou em vigor a 1 de junho de 2012 e prevê um período de adaptação que terminou a 30 de novembro.

 

Permitindo que os médicos prescrevam medicamentos de marca em apenas três situações, confere maior poder ao utente, que opta por um medicamento que pode ser genérico ou de marca que respeite a prescrição.

 

As farmácias têm de dispensar um dos medicamentos mais baratos do mercado, exceto se o utente preferir outro.

 

Novo regime legal

 

A alteração das regras de prescrição e dispensa de medicamentos é determinada por dois diplomas legais: a Lei nº 11/2012, de 8 de março, e a Portaria nº 137-A/2012, de 11 de maio. A primeira define, em termos gerais, «um novo contexto para a utilização de medicamentos». A segunda, que entrou em vigor a 1 de junho, estabelece as regras da prescrição de medicamentos, os modelos de receita médica, as condições de dispensa de medicamentos e as obrigações de informação a prestar aos doentes.

 

O calendário

 

Até 30 de novembro vigorou um período transitório para criação das condições necessárias à aplicação integral das mudanças previstas: 90 dias (a contar desde 1 de junho) para a publicação de orientações técnicas para médicos, farmácias e empresas que desenvolvem sistemas informáticos, seguidos de mais 90 para a adaptação desses sistemas. Neste período vigoraram regras temporárias, sobretudo relacionadas com as receitas médicas. A partir de dezembro, o novo regime deverá estar totalmente implementado.

 

O fim da receita em papel

 

A prescrição deverá passar a ser feita sempre por via eletrónica, exceto em caso de falência do sistema informático, inadaptação fundamentada pelo médico, prescrição ao domicílio e outros casos. Segundo o Correio da Manhã, citando uma fonte do Ministério da Saúde, a mudança ocorrerá a partir de dezembro, prolongando-se por 2013. Os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde estarão registados num banco de dados e a farmácia onde o doente levantar o medicamento acederá à receita eletrónica sem haver troca de papéis. O sistema cobrirá todo o país, fazendo com que cada receita apenas possa ser aviada uma vez.

 

As Reações

 

O objetivo destas mudanças é criar condições para a utilização de
medicamentos «ocorrer com maior racionalidade, transparência e
monitorização», fatores considerados «fundamentais para uma política do medicamento centrada no cidadão, promovendo acesso, equidade e sustentabilidade», enuncia a portaria.

 

No entanto, a polémica está instalada, com a indústria dos medicamentos e os médicos a oporem-se ao novo regime.

 

REAÇÕES CONTRA

 

– Ordem dos médicos

 

A nova lei «coloca nas farmácias o poder discricionário sobre quais os medicamentos a disponibilizar, viola a autonomia de prescrição e a relação de confiança médico/ doente e, consequentemente, a essência de um ato médico que só aos médicos e doentes deveria
respeitar» e «coloca em causa a qualidade do tratamento dos doentes». Na tentativa de suspender a Portaria, a Ordem dos Médicos apresentou uma providência cautelar.

 

– AFP (Associação de Farmácias de Portugal)

 

«A lei será muito difícil de cumprir». «No caso de algumas substâncias ativas pede-se às farmácias que tenham 27 embalagens na prateleira porque há dosagens e apresentações diferentes. Vamos ter de reduzir o stock ao mínimo e quem vai sofrer é o utente, que vai ter de
ir mais de uma vez à farmácia», refere este organismo no seu site. «Os três medicamentos mais baratos hoje podem não ser os mesmos de amanhã, o que pode resultar em infrações involuntárias à lei pelas farmácias e também numa constante alteração da terapêutica para os utentes».

 

– APOGEN (Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos)

 

A obrigatoriedade de prescrição por denominação comum internacional (DCI) «vai aniquilar a indústria de base nacional». «A prescrição por  DCI, só por si, não resolve nada» e «pode levar a que o custo do medicamento não diminua, mas aumente». Seria desejável, antes, a obrigatoriedade de prescrição de genéricos apenas «nos grupos onde há homogeneidade» (medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, originais e genéricos).

 

– APIFARMA (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica)

 

A «liberalização da substituição de medicamentos nas farmácias
contra a vontade do médico» vai gerar «despesa» e trazer «sérios riscos para a saúde pública». Pode pôr em causa a continuidade dos tratamentos e gera confusão nos doentes porque «as pessoas acham que são medicamentos diferentes».

 

REAÇÕES A FAVOR

 

– ANF (Associação Nacional de Farmácias)

 

«As suspeições permanentes sobre o mercado de genéricos e o direito de opção dos doentes são um mau serviço prestado ao país e aos doentes. A evolução do mercado em junho evidencia que foram dispensados nas farmácias medicamentos genéricos de preço mais reduzido, em consequência do novo regime de prescrição por DCI. O direito de opção do utente revelou-se um fator determinante para a redução dos encargos das famílias com medicamentos».

 

– Ordem dos farmacêuticos

 

Esta medida «promove a transparência na prescrição médica e cultiva
o empowerment dos doentes na sua livre escolha entre medicamentos equivalentes» e «constitui um fator determinante na promoção dos medicamentos genéricos, permitindo gerar poupanças significativas». «Os farmacêuticos têm conhecimento, competência técnico-científica, proximidade da população e obrigações deontológicas que lhes permitem apresentar ao doente as diferentes possibilidades que existem para concretizar a decisão farmacoterapêutica do médico».

 

Prescrição por marca

 

A nova lei domedicamento só a permite quando:

 

– Não existe um medicamento genérico comparticipado com a substância ativa em causa.

 
O médico apresenta na receita uma das justificações técnicas possíveis para o medicamento não dever ser substituído por outro, em qualquer circunstância:

 

a) O medicamento tem margem ou índice terapêutico estreito.

 

Esta situação verifica-se quando existe uma pequena diferença entre a dose terapêutica e a dose tóxica, nociva para a saúde.

 

b) Há uma suspeita, previamente reportada ao Infarmed de intolerância ou reação adversa a um medicamento com a mesma substância ativa, mas identificado por outro nome comercial.
c) O medicamento prescrito destina-se a assegurar a continuidade de um tratamento com duração estimada superior a 28 dias.

 

O que prevê a lei

 

Na consulta, até agora os médicos optavam entre prescrever um
medicamento de marca ou um genérico. No primeiro caso, indicavam o nome comercial do medicamento e assinalavam na receita se autorizavam ou não a troca por um genérico. No segundo, prescreviam por denominação comum internacional (DCI) da substância ativa, podendo indicar o nome do laboratório produtor do genérico e trancar a receita para impossibilitar a troca na farmácia.

 

A partir de dezembro, salvo as situações excecionais, os médicos
são obrigados a prescrever indicando a DCI da substância ativa. Têm
também que indicar a forma farmacêutica, a dosagem, a apresentação e a posologia. É o doente, ao aviar a receita, que opta pelo medicamento (genérico ou de marca) que prefere levar para tomar aquela substância ativa.

 

Na farmácia, até agora o farmacêutico disponibilizava ao utente o
medicamento de marca indicado na receita ou, nos casos em que o médico o tinha autorizado (assinalando na receita o quadrado respetivo), um genérico com a mesma substância ativa que tivesse em stock. Se o médico tivesse prescrito por dci indicando o laboratório produtor, o farmacêutico disponibilizava o genérico desse laboratório. Só se a receita não estivesse trancada é que podia fornecer outro genérico ou medicamento de marca com a mesma substância ativa.

 

A partir de dezembro, as farmácias devem ter em stock, no mínimo,
três medicamentos de cada grupo homogéneo (com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, originais e genéricos) de entre os cinco mais baratos. O farmacêutico deve dispensar o medicamento de menor preço dos três, salvo se for outra a opção do utente.

 

O utente pode optar por qualquer medicamento (genérico ou de
marca) que cumpra a prescrição médica, exceto se o médico assinala
«margem terapêutica estreita» ou «reação adversa» e, neste caso, o
doente tem que aviar o medicamento indicado na receita, ou se o médico  assinala «continuidade de tratamento superior a 28 dias». Neste caso, o doente pode apenas optar por um medicamento mais barato que o prescrito.

 
Caso a farmácia não tenha em stock o medicamento mais barato do
mercado, o utente tem direito a solicitar o seu envio no prazo de 12
horas e sem custo acrescido.

 
SAPO Notícias

 

Texto: Rita Miguel