O novo presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, disse que Londres e o estádio de Wembley “são a escolha perfeita” para acolher as meias-finais e final do Euro2020, que se disputará pela primeira vez em 13 países.
Na apresentação do logótipo do torneio, na Câmara Municipal de Londres, Ceferin esteve ao lado de Sadiq Khan, ‘mayor’ da cidade que servirá de palco para a fase decisiva do Euro2020, que coincidirá com o 60.º aniversário da UEFA.
“Estou maravilhado por estar em Inglaterra, o país que ligou o futebol ao resto do mundo”, disse Ceferin, que sucedeu, a 14 de setembro, a Michel Platini na presidência da UEFA
Presidente da UEFA compara Liga dos Campeões a “clube fechado”
O recém-eleito presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, disse esta sexta-feira temer que a Liga dos Campeões de futebol se esteja a transformar num “clube fechado” e elegeu como prioridade rever o atual sistema competitivo.
“A Liga dos Campeões não pode continuar nesta direção, pois isso irá levar à formação de um clube fechado”, considerou Aleksander Ceferin, acrescentando que o atual modelo competitivo da Liga dos Campeões privilegia os principais campeonatos.
Aleksander Ceferin, que falava na primeira conferência de imprensa promovida na Eslovénia desde que foi eleito na quarta-feira presidente da UEFA, em Atenas, adiantou que pretende reunir com os presidentes dos principais clubes europeus para saber o que fazer.
O dirigente reconheceu que será muito difícil reduzir as diferenças entre os clubes mais e menos ricos, mas sublinhou a necessidade de alterar o atual sistema, que permite aos mais poderosos disputar uma prova fechada e evitar assim a dispersão e a repartição das receitas.
O principal problema [relativamente à Liga dos Campeões] é que ninguém foi informado das alterações ao sistema competitivo e só soubemos disso já no final”, considerou Ceferin, que sucede ao francês Michel Platini na presidência da UEFA.
Uma das alterações recentemente introduzidas pela UEFA, para o período de 2018-2021, prevê que os quatro principais campeonatos — Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália — beneficiem automaticamente de quatro lugares na Liga dos Campeões.
“Uma das primeiras tarefas que irei realizar [na UEFA] é a de examinar pormenorizadamente o atual sistema competitivo da prova e reunir com os presidentes dos principais clubes e decidir o que fazer no futuro”, adiantou Ceferin.
Alguns representantes de federações europeias manifestaram já ao novo presidente da UEFA a necessidade de rever o quadro competitivo da Liga dos Campeões.
Novo presidente da UEFA junta expectativa e algum ceticismo
O esloveno Aleksander Ceferin já iniciou funções de presidente da UEFA, cargo para o qual foi eleito, em Atenas, enfrentando decisões complexas, grandes expectativas e algum ceticismo sobre a sua experiência como dirigente.
Presidente da Federação Eslovena de Futebol desde 2011, Ceferin é, para muitos, o rosto da revolução no seio do organismo, também ele abalado pelo escândalo de corrupção que ‘varreu’ a FIFA, mas, para outros, falta-lhe a experiência num alto cargo para tomar conta do futebol europeu.
O primeiro-ministro da Eslovénia, Miro Cerar, convocou propositadamente uma conferência de imprensa para felicitar o novo presidente da UEFA, considerando que a quarta-feira foi “um grande dia” para o país, de dois milhões de habitantes.
No entanto, na Holanda, país do candidato derrotado, Michael van Praag, presidente da Federação Holandesa de Futebol e ‘vice’ da UEFA, continuam a existir muitas dúvidas sobre a capacidade de Ceferin, traduzidas pelo jornal Algemeen Dagblad: “É fora do comum um esloveno desconhecido ter sido eleito”.
Para o mesmo jornal, o ministro dos Desportos da Rússia, Vitaly Mutko, “pressionou muitos países para permitir a vitória [de Aleksander Ceferin”.
Já o canal televisivo alemão ARD considera que o novo presidente da UEFA – apoiado pela Federação Portuguesa de Futebol – “fez um discurso frio e calculista” em Atenas, palco do Congresso Extraordinário eleitoral.
“O discurso de ‘não falamos de corrupção, das redes de interesses ou de investigações’ era o que muitos altos executivos da UEFA queriam ouvir”, considera o mesmo canal.
Para o presidente da ‘poderosa’ Federação Alemã de Futebol, Reinhard Grindel, o voto no homólogo esloveno mostrou “fundamentalmente uma nova dinâmica” ao futebol europeu, embora queira ter uma palavra a dizer nos projetos do novo presidente da UEFA.
No seu discurso após o resultado das eleições (42 votos contra 13 do holandês), Ceferin que a revisão do novo acordo para a Liga dos Campeões, que beneficia as quatro federações mais poderosas da Europa, será a sua prioridade.
“Sobre a Liga dos Campeões, ainda não fomos devidamente informados. Temos de nos sentar com as 55 federações nacionais para ver qual foi o acordo e o que poderemos fazer no futuro relativamente a ele”, indicou Ceferin, em conferência de imprensa.
O dirigente esloveno, que se tornou o sétimo presidente do organismo regulador do futebol europeu afirmou mesmo que “será o primeiro assunto” que vai tratar.
Várias federações manifestaram-se contra o acordo anunciado a 26 de agosto pelo Comité Executivo da UEFA para o período 2018-2021, segundo o qual Alemanha, Espanha, Inglaterra e Itália têm quatro lugares diretos assegurados na principal prova continental de clubes.
Logótipo do Euro 2020 de futebol tem design português
O logótipo do Euro 2020, apresentado recentemente pela UEFA, foi idealizado pela Young & Rubicam Portugal, que escolheu as pontes das 13 cidades anfitriãs da fase final como símbolo da união proporcionada pelo futebol. Acima pode ver todos os logótipos dos Campeonatos Europeus de Futebol.
A primeira edição do Europeu que não se resume a um ou dois países anfitriões, no qual a seleção portuguesa defende o título inédito conquistado no Euro 2016, vai disputar-se em Londres, Munique, Roma, Baku, São Petersburgo, Bucareste, Amesterdão, Dublin, Bilbau, Budapeste, Bruxelas, Glasgow e Copenhaga.
“As pontes transformam-se no denominador comum, unindo todas as cidades anfitriãs numa só”, explicou o diretor criativo da Young & Rubicam Portugal, Hélder Pombinho, que já tinha sido responsável pelos logótipos dos Europeus de 2004, realizado em Portugal, na empresa Euro RSCG, e de 2012, quando trabalhava na Brandia Central.
A vitória da Young & Rubicam Portugal no concurso internacional quebrou o ciclo de sucesso de outra empresa de design portuguesa, a Brandia Central, que tinha criado os logótipos dos campeonatos da Europa de 2012 e de 2016 e do Campeonato do Mundo de 2018.
“Este logótipo do Euro 2020 é um símbolo verdadeiramente festivo do poder do futebol como um fator de união e que celebra a diversidade cultural das cidades anfitriãs”, disse o diretor de marketing da UEFA, Guy-Laurent Epstein.
A proposta vencedora apresenta a ponte como o elemento visual e metafórico unificador das 13 cidades-sede, que estarão também representadas pelos seus monumentos mais emblemáticos, edifícios históricos e estádios onde decorrerão os jogos, sem esquecer os adeptos.
TPT com: AFP//FACUNDO ARRIZABALAGA//EPA//YANNIS KOLESIDIS/EPA//Lusa//Reuters//Observador// 1 de Outubro de 2016