Pelosi pede à Europa para sancionar Moscovo como fazem os EUA

A presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse hoje em Varsóvia que a União Europeia (UE) se deve “comportar de maneira semelhante” a Washington, no que respeita às sanções contra Moscovo.

 

 

Pelosi – que está em visita oficial à Polónia, depois de se ter encontrado no sábado em Kiev com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky – lembrou que esta semana o Congresso dos Estados Unidos adotou legislação “para congelar os ativos russos e depois usá-los” para ajudar a reconstruir a Ucrânia, sugerindo que os aliados europeus sigam os mesmo caminho.

 

 

Depois de reunir com o Presidente polaco, Andrzej Duda, e com a sua homóloga polaca, Elzbieta Witek, Pelosi sublinhou que as sanções em vigor contra Moscovo são “uma resposta muito forte, que mostra que a decisão russa de atacar a Ucrânia não irá ser tolerada”.

 

 

A líder democrata da Câmara de Representantes dos EUA referiu-se à sua visita a Kiev como “útil”, realçando a importância de determinar as “prioridades” da ajuda norte-americana na resistência contra a invasão russa.

 

 

Questionada sobre se tinha discutido com o Presidente Duda a ampliação das bases militares da NATO na Polónia, Pelosi disse que apenas falado do assunto com o embaixador dos EUA em Varsóvia, Marek Brzezinski.

 

 

Pelosi, que também hoje participou numa homenagem ao Soldado Desconhecido polaco, referiu-se “à generosidade e ao exemplo que os polacos dão a todo o mundo”.

 

 

Antes da reunião com Duda, nas redes sociais, Pelosi declarou a solidariedade “ombro a ombro” dos Estados Unidos com a Ucrânia e disse que Washington apoiará a Ucrânia na guerra iniciada por Moscovo “até que a vitória seja alcançada”.

 

 

Na visita à Europa, Pelosi apareceu acompanhada de uma delegação de congressistas democratas, para, nas suas palavras, “enviar uma mensagem de unidade do Congresso dos Estados Unidos, uma mensagem de agradecimento do povo americano” à “coragem da Ucrânia”.

 

 

 

 

 

Nancy Pelosi diz que Estados Unidos vão apoiar Kiev “até à vitória”

 

 

 

 

A presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, prometeu que Washington irá apoiar a Ucrânia “até obter a vitória” na guerra iniciada pela Rússia, defendendo que “não se pode ceder a um rufia”.

 

Nancy Pelosi esteve com o presidente ucraniano Volodímir Zelensky, em Kiev, para tratar de questões “de segurança, assistência humanitária, assistência económica e finalmente da reconstrução, assim que se obtenha a vitória”, revelou hoje a responsável numa conferência de imprensa em Rzeszow, na Polónia.

 

 

A presidente da Câmara dos Representantes é o mais alto líder dos EUA a visitar a Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e este sábado liderou uma delegação de membros democratas do Congresso em Kiev que se encontrou com o presidente Zelensky.

 

 

Já na Polónia, Pelosi foi questionada pelos jornalistas sobre o perigo de o apoio dos EUA poder levar a “algo pior”: “Deixem-me falar por mim mesmo. Não se deixe intimidar por valentões. Se o estiverem a ameaçar, não pode recuar. Estamos lá para lutar e não se pode ceder a um rufia”, afirmou, citado pela agência de notícias EFE.

 

 

Pelosi revelou que, no encontro com o presidente ucraniano, reiterou o apoio dos EUA, deixando “uma mensagem de agradecimento do povo americano pela sua liderança e a admiração do povo americano pela sua coragem”.

 

 

A líder da Câmara dos Representantes norte-americanos recordou ainda que o presidente Joe Biden pediu ao Congresso que enviasse para Kiev um pacote de ajuda humanitária e militar de 33 mil milhões de dólares (cerca de 31,2 mil milhões de euros).

 

 

Na delegação norte-americana a acompanhar Pelosi está Gregory Meeks, que preside ao Comité dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes, Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara, Jim McGovern, que preside ao Comité do Regimento da Câmara, entre outros responsáveis.

 

 

“Estamos numa fronteira de liberdade e a vossa luta é uma luta para todos. O nosso compromisso é estar ao seu lado até que a luta esteja terminada”, afirmou Pelosi ainda em Kiev, durante o encontro com Zelensky que foi filmado e divulgado hoje.

 

 

Na conferência de imprensa, o congressista democrata Jim McGovern acusou o presidente russo Vladimir Putin de fazer guerra aos “mais vulneráveis do mundo” e “agravar a fome” com a sua agressão contra a Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais do mundo.

 

 

Neste sentido, defendeu a prestação de “ajuda direta” à Ucrânia para que as autoridades de Kiev possam distribuí-la onde é mais necessária e “àqueles que mais precisam dela”.

 

 

Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, adiantou que os legisladores norte-americanos tiveram uma reunião de três horas com Zelensky e a sua administração, durante a qual falaram sobre sanções, armas e ajuda humanitária.

 

 

As imagens divulgadas hoje pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky mostraram Pelosi e a sua comitiva na capital da Ucrânia.

 

 

“A nossa delegação viajou até Kiev para enviar uma mensagem inequívoca e retumbante a todo o mundo: a América está firmemente com a Ucrânia”, disse Pelosi na declaração divulgada hoje.

 

 

Num outro vídeo divulgado mais tarde pelo gabinete de Pelosi, surge Zelensky a agradecer o apoio: “Vamos ganhar e vamos ganhar juntos”, disse o presidente ucraniano.

 

 

Ao que Pelosi acrescentou: “Estamos aqui até que a vitória seja ganha”.

 

 

A delegação norte-americana continuou a sua viagem no sudeste da Polónia, país que já recebeu mais de três milhões de refugiados da Ucrânia desde que a Rússia lançou o ataque a 24 de fevereiro.

 

 

A líder do Parlamento dos EUA irá encontrar-se com o Presidente polaco Andrzej Duda na segunda-feira, com quem disse que irá discutir “assistência humanitária e segurança”.

 

 

TPT com: EFE//CNN//NBCNews//AFP//MadreMedia / Lusa// 2 de Maio de 2022

 

 

 

 

 

 

 

Os Estados Unidos pedem a libertação do activista turco Osman Kavala, condenado a pena de prisão perpétua por um tribunal de Istambul

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, disse, na segunda-feira, estar “profundamente perturbado e desapontado” com uma sentença que considerou injusta.

 

 

A condenação de Kavala “é contrária ao respeito pelos direitos humanos, liberdades fundamentais e estado de direito”, disse Price, num comunicado.

 

 

Também a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, pediu na segunda-feira a “libertação imediata” de Kavala.

 

 

Baerbock considerou que o julgamento “esteve em flagrante contradição com as normas do Estado de direito e com as obrigações internacionais com as quais a Turquia se comprometeu como membro do Conselho da Europa e candidata à adesão à União Europeia (UE)”, de acordo com um comunicado.

 

 

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pediu à Turquia para libertar Kavala, lembrou a ministra alemã.

 

 

O diretor da secção para a Europa da organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI), Nils Muiznieks, também criticou, num comunicado, o que considerou uma “farsa da justiça” que “desafia o bom senso”.

 

 

Osman Kavala, de 64 anos, estava detido há quatro anos e meio. Foi acusado de tentar derrubar o governo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, através do financiamento de manifestações antigovernamentais do chamado “movimento Gezi” em 2013 e do golpe de Estado falhado de 2016.

 

 

O caso Kavala deu origem no outono a uma crise diplomática, com Ancara a ameaçar expulsar vários embaixadores ocidentais, incluindo o dos Estados Unidos, que reclamavam a libertação do ativista.

 

 

 

 

Erdogan diz que caso Kavala está “encerrado” após condenação a prisão perpétua

 

 

 

 

O Presidente da Turquia considerou hoje que a recente condenação a prisão perpétua do ativista e empresário turco Osman Kavala “encerrou o caso”, e criticou as considerações do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) sobre este assunto.

 

“O TEDH não tem nada a ver, isto acabou. Porque acabou? Porque foi pronunciada a sentença. O TEDH pode ajuizar, mas há uma sentença e o caso está encerrado”, disse o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, perante os ‘media’ no aeroporto de Istambul, antes de iniciar uma visita oficial à Arábia Saudita.

 

 

Em dezembro de 2019, o TEDH (órgão jurisdicional do Conselho da Europa) decidiu que a prisão de Kavala tinha ocorrido na ausência de provas suficientes de que este tinha cometido um crime.

 

 

Além disso, constatou que a sua detenção e consequente prisão preventiva tinham o objetivo de silenciá-lo e dissuadir outros defensores de direitos humanos de realizar atividades semelhantes.

 

 

A Turquia, como membro do Conselho da Europa, tem a obrigação de implementar as decisões deste órgão judicial.

 

 

Nas mesmas declarações no aeroporto de Istambul, Erdogan solicitou que “quer na Turquia como no estrangeiro” se demonstre “respeito por uma sentença emitida pelas autoridades judiciais turcas”, numa referência às fortes críticas provenientes do exterior após o anúncio da deliberação.

 

 

“Nos outros países há leis, no nosso país não há leis?”, questionou Erdogan.

 

 

Na perspetiva do líder da oposição turca, Kemal Kiliçdaroglu, dirigente do Partido Republicano do povo (CHP, social-democrata), é essa a situação que o país atravessa.

 

 

“Este tribunal fictício condenou Kavala num julgamento em que deveria ter sido absolvido. Isso não acontece em qualquer parte do mundo. Mas ocorre no nosso país, porque o sistema judicial não é independente”, declarou na terça-feira o político da oposição.

 

 

O vice-presidente do seu partido, Ozgur Ozel tinha declarado no domingo, quando foi anunciada a sentença, que Kavala como os restantes sete intelectuais, condenados cada um a 18 anos de prisão, deveriam estar “livres” e que “a História julgará Erdogan, que terá de pagar”.

 

 

Devido a estas declarações, o advogado de Erdogan vai desencadear um processo contra o dirigente do CHP, anunciou hoje o próprio Presidente.

 

 

“Por ser deputado [Ozel] talvez não seja um caso penal, mas pelo menos terá de pagar uma indemnização por danos morais. E não é o único”, disse Erdogan.

 

 

“Todos os que fazem o mesmo, pessoas de bocas sujas, todos eles serão processados pelos nossos advogados. Alguns têm imunidade, outros não. Aos que não têm, podem de imediato ser alvo de um processo penal”, acrescentou ainda o chefe de Estado turco.

 

 

 

TPT com: AFP// AI//MadreMedia / Lusa// 1 de Maio de 2022