O Presidente do Governo dos Açores insatisfeito com reunião sobre Base das Lajes pede intervenção do governo nacional

O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, considerou na quinta-feira insatisfatória a reunião bilateral com os Estados Unidos sobre a Base das Lajes, realizada em Washington, e pediu uma intervenção do governo nacional.

 

 

“É necessário, desde logo, intervenção do próprio governo da república, que é quem tem a responsabilidade e a competência para, face ao governo dos Estados Unidos, dar conta de que a forma como está a ser abordado este assunto não nos satisfaz”, disse Vasco Cordeiro.

 

 

O presidente do Governo dos Açores participou, esta quinta-feira, em Washington, na 37.ª reunião da Comissão Bilateral Permanente (CBP) entre Portugal e os Estados Unidos para discutir a redução da presença norte-americana na Base das Lajes.

 

 

Vasco Cordeiro lamentou a falta de progresso em relação ao pagamento das intervenções que serão necessárias para evitar impactos ambientais decorrentes da presença dos Estados Unidos na Base das Lajes. “Necessitamos que seja adotado um procedimento mais rápido, com mais medidas, para que mais rapidamente se possa resolver esta componente ambiental que é, na nossa avaliação, o principal assunto que, neste momento, existe no dossier da base das Lajes”, disse o responsável.

 

 

No encontro, Vasco Cordeiro apresentou uma proposta de calendário sobre as medidas a tomar nesta área, que não foi aceite pelos norte-americanos. “Tive oportunidade de propor que fosse estabelecido um calendário, concreto, com datas limites, para que pudesse ser desenvolvido um trabalho que, com toda a transparência, permitisse conhecer aquilo que está a ser feito (…) Infelizmente, não houve aceitação expressa, clara, dessa proposta”, afirmou.

 

 

Além disso, “tive oportunidade de transmitir que não podemos aceitar esta forma de abordar este assunto”, explicou o presidente do Governo Regional dos Açores, acrescentando que a sua avaliação do encontro “é que se podia, e devia, ter ido mais além”.

 

 

Vasco Cordeiro informou ainda um levantamento feito pelo Laboratório Nacional de Engenharia civil sobre as zonas afetadas e os contratos de intervenção assinados há cerca de um mês como bases de trabalho para o diálogo com os americanos.

 

 

Apesar destes obstáculos, o líder açoriano afirmou que a reunião “permitiu fazer um ponto de situação em relação a um conjunto de assuntos que ao longo do tempo tiveram uma evolução positiva”. “É o caso da componente laboral, em que foi possível que o redimensionamento de forcas norte-americanas, nomeadamente naquilo que tem a ver com trabalhadores portugueses, se fizesse com recurso a rescisões por mútuo acordo e não a despedimentos puros e simples”, disse.

 

 

Além de Vasco Cordeiro, participaram no encontro o Diretor-Geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Francisco Duarte Lopes, e, em representação dos Estados Unidos, o vice-secretário para a Europa Ocidental e União Europeia do Departamento de Estado, Conrad Robert Tribble.

 

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Observador// 12 de Maio de 2017

 

 

 

 

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