A directora de comunicações de Donald Trump, Hope Hicks, e uma das mais antigas colaboradoras do Presidente, demitiu-se hoje. A decisão surgiu horas depois de Hicks admitir que tem usado “mentiras piedosas” na Casa Branca, durante uma audição que se prolongou durante oito horas no comité de inteligência dos EUA.
Hicks afirma ter sido levada a recorrer a “mentiras piedosas”, mas sublinhou que em nenhum momento mentiu sobre algo relacionado com uma possível interferência russa nas eleições norte-americanas que deram a vitória a Trump. A confissão de Hicks foi revelada por uma das pessoas presentes na audição, mas que não foi identificada.
“Não existem palavras adequadas para exprimir a minha gratidão ao Presidente Trump. Desejo ao Presidente e à sua administração o melhor para que continue a conduzir o nosso país”, declarou a directora de comunicação demissionária num comunicado citado pela Reuters.
“A Hope é excepcional e fez um excelente trabalho nos últimos três anos. Ela é esperta e anteciosa, é verdadeiramente uma excelente pessoa”, afirmou Trump numa reacção divulgada pela Casa Branca. “Vou sentir a falta dela ao meu lado, mas quando falou comigo sobre procurar novas oportunidades eu compreendi perfeitamente. Tenho a certeza que no futuro iremos trabalhar novamente”, declarou o Presidente norte-americano.
Hicks, de 29 anos, é uma antiga modelo sem experiência política que se juntou à campanha presidencial de Trump em 2016, descreve o New York Times. Tornou-se rapidamente uma das mais próximas aliadas do actual Presidente norte-americano e, segundo o mesmo jornal, é uma das poucas pessoas que “compreendem a personalidade e o estilo de Trump e que o conseguem levar a mudar de ideias”.
Hope Hicks demite-se menos de um mês depois de o namorado, Rob Porter, ter sido também obrigado a deixar o gabinete de Donald Trump na Casa Branca, na sequência de revelações de que teria submetido duas mulheres a violência doméstica. Rob Porter demitiu-se a 7 de Fevereiro.
De acordo com fontes citadas pela BBC, Hicks já terá sido ouvida por Robert Mueller, o procurador especial que está a conduzir a investigação à alegada interferência russa nas eleições norte-americanas e o possível conluio com a campanha do agora Presidente. A directora de comunicações de Donald Trump é considerada uma testemunha-chave.
TPT com: AFP//BBC//Público//New York Times// Reuters/Jonathan Ernst// 28 de Fevereiro de 2018