Vereador morto a tiro no Brasil uma semana depois da morte da vereadora Marielle Franco

Paulo Teixeira, um vereador suplente foi hoje morto em Magé, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil, uma semana depois da morte da vereadora Marielle Franco num tiroteio, anunciaram hoje fontes oficiais.

 

 

De acordo com a Polícia Militar, Paulo Henrique Dourado Teixeira estava no seu carro quando foi atingido por vários tiros que causaram a sua morte. Uma outra pessoa que o acompanhava no carro sofreu ferimentos ligeiros.

 

 

O Comissário Evaristo Magalhães, da divisão de homicídios da Baixada Fluminense, disse que, embora a informação ainda seja preliminar, uma das linhas de investigação é crime político.

 

 

Paulo Teixeira foi nomeado para o Conselho em 2016 pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTB) na lista do deputado regional Renato Cozzolino. Ele recebeu 536 votos e era vereador suplente, no Conselho de Magé.

 

 

O crime ocorreu uma semana após a morte, no centro do Rio de Janeiro, da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, situação que causou uma forte contestação no Brasil e em vários países, com manifestações a apelar ao fim da violência.

 

 

Marielle Franco, uma crítica da intervenção militar na segurança no Rio de Janeiro e caracterizada pelo seu ativismo como defensora dos direitos humanos, tinha condenado a violência policial um dia antes do crime.

 

 

O Estado do Rio de Janeiro está desde há um mês sob intervenção federal (por decisão do Presidente Michel Temer) por questões de segurança. Esta decisão implica a mobilização e destacamento de militares nas ruas da cidade como forma de manter a ordem pública.

 

 

O eurodeputado português Francisco Assis condena morte de vereador brasileiro Paulo Teixeira

 

 

Uma semana depois da vereadora e ativista Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes terem sido mortos a tiro no Rio de Janeiro, é assassinado na mesma situação o vereador suplente Paulo Texeira.

 

 

De acordo com a Polícia Militar, Paulo Henrique Dourado Teixeira estava de carro quando foi atingido por vários tiros que lhe tiraram a vida. Uma outra pessoa que o acompanhava sofreu ferimentos ligeiros.

 

Franciso Assis, eurodeputado do PS e presidente da Delegação para as relações com o Mercosul, já condenou mais esta morte, apontando o dedo em nome do Parlamento Europeu à escalada de violência que tem assolado o Brasil.

 

 

“Não conhecia o vereador, mas aqui no Parlamento Europeu estamos a seguir com atenção esta violência terrível que vem a aumentar desde o ano passado”, disse ao DN.

 

 

Preocupado com o facto de serem “os direitos humanos os mais afetados”, Francisco Assis reconhece que, principalmente o Rio de Janeiro está a sofrer com “o narcotráfico” e com a “incapacidade das forças de segurança e do governo”.

 

 

Recorde-se que há uma mês que o estado do Rio de Janeiro está sob intervenção federal (por decisão do Presidente Michel Temer) por questões de segurança. Esta decisão implica a mobilização e destacamento de militares nas ruas da cidade como forma de manter a ordem pública.

 

 

A União Europeia não está indiferente à situação e promete ficar atenta. “A União Europeia demostra o seu descontentamento e toma uma posição quer na perseguição dos culpados, como na persecução da segurança das populações”.

 

 

Assim, recebida a notícia deste novo assassinato, Francisco Assis promete falar com ativistas brasileiros e políticos procurando articular uma posição conjunta que expresse a insatisfação contra a política brasileira, tal como as muitas manifestações que têm ocorrido um pouco por tudo o Brasil e por Portugal.

 

 

Quem era o vereador brasileiro assassinado

 

 

Paulo Teixeira foi nomeado para o Conselho em 2016 pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTB) na lista do deputado regional Renato Cozzolino. Ele recebeu 536 votos e era vereador suplente no Conselho de Magé.

 

 

O crime ocorreu uma semana após a morte, no centro do Rio de Janeiro, da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

 

 

Marielle Franco, uma crítica da intervenção militar na segurança no Rio de Janeiro e caracterizada pelo seu ativismo como defensora dos direitos humanos, tinha condenado a violência policial um dia antes do crime.

 

 

 

Ex-Presidente do Brasil espera que morte de Marielle seja início do fim da violência

 

O ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso mostrou-se esta segunda-feira expectante de que a morte da vereadora e ativista dos direitos humanos do Rio de Janeiro Marielle Franco seja o começo de uma sociedade em que a violência possa ser contida.

 

 

“Violência inaceitável. Uma execução”, foi assim que Fernando Henrique Cardoso classificou a morte de Marielle Franco, numa declaração aos jornalistas em Lisboa, no final de uma reunião do conselho de curadores da Fundação Champalimaud, de que faz parte.

 

Fernando Henrique Cardoso, que foi Presidente do Brasil entre 1995 e 2003, considerou “lamentável” que todos os dias ocorram muitas mortes no país e de várias origens: “Em função da violência, do crime organizado e às vezes da própria incompetência das administrações de fazerem frente a isso”.

 

 

“Desta vez, acho que houve uma repulsa tão grande da sociedade que o tema vai passar a ser tomado mais rotineiramente em consideração”, afirmou, revelando ser essa a sua expetativa. “Que não seja só a manifestação da república — que já é importante — mas que seja o começo da sociedade em que a violência possa ser contida”, adiantou.

 

 

Para o ex-Presidente, “a violência está nas ruas, mas tem ligação com a corrupção, da polícia, do poder político”. “Tudo isso criou um clima político de desorganização, de anomia e esse clima tem de ser terminado e o término dele depende de muitas ações e decisões que dependem de todos nós que têm algum peso na liderança do Brasil”.

 

 

O assassínio de Marielle Franco gerou grande comoção no Brasil e também no exterior. No Rio de Janeiro, centenas de pessoas acompanharam o velório e enterro de Marielle Franco na quinta-feira. A cidade também foi palco de manifestações que reuniram milhares de pessoas na região central, que foram organizadas em homenagem a ela e ao condutor.

 

 

Houve também protestos em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e noutras capitais do país. Em Portugal, realizam-se esta segunda-feira manifestações em Lisboa, Braga e Porto com o objetivo de prestar homenagem a Marielle Franco e denunciar a violência policial, racista e misógina que marca o dia a dia do Brasil, sobretudo nas favelas, segundo a organização.

 

 

O caso também gerou comentários de repúdio de membros do Governo brasileiro e da ONU e de organizações ligadas à defesa dos direitos humanos como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch.

 

 

TPT com: AFP// Reuters//DN//Artur Machado/ Global Imagens//Agência Lusa//Observador// 20 de Março de 2018

 

 

 

 

 

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