Polónia quer ver julgado massacre da II Guerra Mundial atribuído ao Exército Vermelho

 

A Polónia quer levar à justiça internacional o massacre de quase 22.000 militares polacos feitos prisioneiros pelo Exército Vermelho, durante a II Guerra Mundial, anunciou hoje o Presidente Andrzej Duda.

 

 

“O genocídio não prescreve. É por isso que vou exigir que este assunto seja levado aos tribunais internacionais, para o que faremos brevemente as diligências necessárias”, anunciou Duda num discurso proferido no 82.º aniversário do massacre atribuído às tropas soviéticas.

 

 

O chefe de Estado polaco defendeu que o crime “deve ser devidamente julgado e os seus autores nomeados”, acrescentou, sem precisar a que tribunal a Polónia irá recorrer e quem serão os acusados.

 

 

Hoje assinala-se também o 12.º aniversário da catástrofe aérea de Smolensk, em que morreram 96 pessoas, entre as quais o então presidente polaco Lech Kaczynski, que se dirigia para a Rússia para prestar homenagem às vítimas do massacre de Katyn.

 

 

Depois da invasão por tropas soviéticas do leste da Polónia em setembro de 1939, enquanto os alemães invadiram vindos de ocidente, 22.000 oficiais polacos feitos prisioneiros pelo Exército Vermelho foram abatidos na floresta de Katyn, assim como em Kharkiv, cidade ucraniana, e Mednoye, na Rússia.

 

 

Durante décadas, a União Soviética acusou o exército alemão de ter cometido o massacre, mas, em 1990, Mikhail Gorbachov reconheceu a responsabilidade do seu país pelos milhares de mortos.

 

 

“Foi um genocídio cometido pelos soviéticos sobre vítimas completamente indefesas e nunca foi punido. Em vez disso, tivemos a mentira de Katyn”, acusou Duda.

 

 

Apesar da admissão da culpa soviética, “mais nada foi feito”, salientou, referindo que “o inquérito sobre Katyn foi abandonado e nenhum dos responsáveis foi punido.

 

 

“Numa altura em que a Rússia de Putin glorifica novamente Estaline e a União Soviética, a mentira de Katyn voltou a estar em voga”, acrescentou o líder polaco.

 

 

A Polónia recebeu mais de 2,5 milhões de refugiados ucranianos que fogem da invasão russa que começou no dia 24 de fevereiro e que provocou a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com mais de 11 milhões de pessoas deslocadas no interior da Ucrânia e nos países vizinhos.

 

 

 

TPT com: AFP//MadreMedia / Lusa// 10 de Abril de 2022

 

 

 

 

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