19/01/2015
A Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor promove as 22.ª Jornadas da Unidade de Dor do Hospital Garcia de Orta, na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, no próximo dia 30 de Janeiro. A iniciativa tem como objetivo criar um espaço de informação, debate e discussão de ideias e propostas de melhoria no âmbito do diagnóstico e tratamento da dor crónica e aguda no doente oncológico.
“A dor oncológica, considerada pela Organização Mundial de Saúde, como uma emergência mundial, pode afetar entre 60 a 80 por cento dos doentes com cancro, nomeadamente na fase mais avançada da doença. Esta dor pode ser causada pelo tratamento instituído para a doença, como a radioterapia e quimioterapia, ou pelo próprio desenvolvimento do tumor”, explica Beatriz Craveiro Lopes, membro da direção da Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (ASTOR) e Diretora da Unidade de Dor do Hospital Garcia de Orta.
E acrescenta: “A dor mais frequente no doente oncológico resulta de uma associação entre uma dor nociceptiva, provocada por uma lesão ou dano tecidular, e uma dor neuropática, originada por lesão ou doença no próprio nervo. Os doentes descrevem esta dor como cortante, latejante, queimadura, formigueiros, picadas ou tipo choque elétrico”.
Estima-se ainda que mais de 15 por cento dos doentes com cancro sofrem de dor de causa não oncológica, como cefaleias e lombalgias.
“A dor não tratada causa muito sofrimento, por isso, o doente deve procurar o seu médico em vez de deixar a sua dor prolongar-se, porque o início tardio do tratamento pode comprometer a sua eficácia. Atualmente já existem terapêuticas em Portugal que permitem controlar a dor, e em algumas situações sem necessidade de recorrer a múltiplos medicamentos, reduzindo assim o risco de interações medicamentosas”, conclui Beatriz Craveiro Lopes.
As interações farmacológicas no tratamento da dor, a acupuntura e a dor aguda no peri-operatório são outros temas em destaque no Convénio da ASTOR.
No decorrer desta iniciativa será atribuído o prémio “Grünenthal/ASTOR” que irá galardoar trabalhos originais em língua portuguesa sobre aspetos de investigação clínica no âmbito do tratamento da dor.
No dia 29 de janeiro, integrado nesta iniciativa, irá decorrer um curso de Ecografia e Radiofrequência em dor, destinado a médicos de várias especialidades, com o objetivo de formar sobre a aplicação de ecografia e radiofrequência no tratamento da dor.
No dia 30 de janeiro, os participantes podem participar nos cursos formativos sobre dor na criança; cuidados alimentares no doente com dor crónica; ou avaliação psicomotricista dos doentes com dor.
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NUNO NORONHA