27/02/2015
A Conferência Episcopal Venezuelana pediu às autoridades da Venezuela para que não usem armas para reprimir manifestantes, três dias após a morte de um estudante na sequência de um tiro de um polícia.
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) emitiu hoje um comunicado pedindo às autoridades da Venezuela para que não usem armas para reprimir manifestantes, três dias após a morte de um estudante na sequência de um tiro de um polícia.
“Pedimos encarecidamente às autoridades civis, militares e policiais, que não usem nem métodos nem armamento contrários à legalidade e à dignidade dos seres humanos”, diz o comunicado lido por Mário Moronta, bispo de San Cristóbal, localidade onde o estudante foi assassinado, em que se salienta que “o protesto é um direito dos cidadãos”.
“Os causadores da morte do jovem estudante, e de outros excessos, devem assumir a sua responsabilidade e ser levados aos órgãos correspondentes de administração de justiça”, refere o comunicado que convida os venezuelanos a esgotar os espaços para o encontro e o diálogo construtivo.
Os bispos instam ainda os líderes políticos venezuelanos, de todo o espectro, a “unirem esforços para criar um clima de paz”.
Kluiverth Roa Núñez, de 14 anos, morreu na terça-feira na sequência de um tiro na cabeça, disparado alegadamente por um agente da Polícia Nacional Bolivariana, nas proximidades da antiga Universidade Católica de Táchira.
O jovem foi levado para um centro hospitalar onde morreu.
O assassínio está a ser amplamente questionado pela sociedade venezuelana e por organizações da oposição e simpatizantes do Governo venezuelano e pelo próprio Presidente, Nicolás Maduro.
Segundo a procuradora-geral, Luísa Ortega Díaz, as autoridades detiveram Javier Mora Ortiz de 23 anos, o agente suspeito da morte do estudante, o qual será acusado de homicídio intencional, com a agravante de que a vítima era um adolescente.
O agente em causa admitiu disparado uma “bala de borracha”.
FOTO: Jorge Castellanos/EPA
LUSA