Novos eurodeputados portugueses impressionados em Estrasburgo

23/02/2015

 

 

Liliana Rodrigues, esta manhã, em Estrasburgo na companhia do deputado Ricardo Serrão.

 
O primeiro dia de trabalhos do “novo” Parlamento Europeu assinalou hoje a estreia absoluta no hemiciclo de Estrasburgo de 11 dos 21 deputados portugueses eleitos, que se mostraram impressionados com a dimensão da assembleia europeia, entre os quais as madeirenses Cláudia Aguiar e Liliana Rodrigues.

 

 

Enquanto 10 dos eurodeputados portugueses já estão familiarizados com os corredores de Bruxelas e Estrasburgo – alguns dos quais já com dois ou mais mandatos -, 11, de quatro partidos políticos, ficaram hoje a conhecer a sua nova “casa” para os próximos cinco anos, destacando-se, entre os “estreantes”, a delegação do Partido da Terra (MPT), que nunca antes elegera deputados para o Parlamento Europeu, Marinho e Pinto – que, tal como José Inácio Faria, ficará sentado na bancada da Aliança dos Liberais – não escondeu, em declarações à Lusa, o seu “espanto” pela dimensão da assembleia europeia.

 

 

“Eu estou espantado com a dimensão desta casa, desta instituição, com o número de pessoas, com a natureza labiríntica deste espaço aqui dentro”, admitiu o antigo bastonário dos advogados, que experimentou já hoje, no primeiro dia da sessão constitutiva da assembleia para a legislatura 2014-2019, a sua primeira surpresa negativa, ao ver também “a dimensão das correntes antieuropeístas” dentro da própria UE.

 

 

“Eu vi as dezenas de deputados que hoje ostensivamente viraram as costas à orquestra que tocava o hino da Europa, ou que permaneceram sentados. Vejo a dimensão das correntes antieuropeias que germinaram e estão a crescer dentro da própria Europa”, comentou.

 

 

Na delegação do PS, a força política mais votada em Portugal nas últimas europeias, elegendo oito deputados, cinco são estreantes, entre os quais a madeirense Liliana Góis, cujas primeiras impressões foram “francamente positivas”, embora o primeiro dia do “novo” Parlamento ainda não lhe tenha permitido ter “muita perceção” em termos de volume de trabalho, que gostaria de dedicar sobretudo às áreas do desenvolvimento regional, educação e cultura.

 

 

“Fui muito bem aceite por todos os colegas, não só do meu grupo, como também de outros grupos”, disse, admitindo que o mais difícil, a nível pessoal, é “a questão da família”, pois viajar todas as semanas até à Região Autónoma da Madeira já se revelou “muito cansativo”, pelo que já estabeleceu com os familiares um novo regime, que prevê que, de duas em duas semanas, seja a família a visitá-la no “coração” da Europa.

 

 

Já com alguma experiência de Bruxelas, mas devido às suas muitas participações no Comité das Regiões, Fernando Ruas é no entanto um dos três “estreantes” na delegação do PSD (que concorreu juntamente com o CDS-PP, tendo a Aliança Portugal elegido sete deputados, sendo que o único democrata-crisão eleito, Nuno Melo, cumprirá a sua segunda legislatura).

 

 
Também devido à experiência acumulada com o trabalho no Comité das Regiões, Ruas disse não estar a “sentir grandes dificuldades” nesta “fase de ambientação”, embora reconheça que está a iniciar “funções bem diferentes daquelas que executava até agora”, ainda que, como “homem do poder local”, vá tentar colocar também na agenda do Parlamento Europeu os problemas territoriais de Portugal.

 

 

Enquanto a única eleita pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, também vai para o seu segundo mandato, na delegação da CDU, que elegeu três deputados, há um “estreante”, Miguel Lopes Vieira, que acompanha os “repetentes” João Ferreira e Inês Zuber. Num balanço do seu primeiro dia como eurodeputado, comentou que para já trata-se apenas de executar “os procedimentos normais que existem em início de mandato”, pelo que, “desse ponto de vista não há grande novidade”, acabando a grande novidade por ser mesmo “a dimensão e todo o aparato, que é novo”.

 

 
“Mas, no fundo, as regras básicas não diferem muito de qualquer outra instituição representativa: há que eleger os presidentes, as mesas, para as coisas começarem a funcionar. Naturalmente, para a semana começará o trabalho mais específico e mais direto, com os problemas das pessoas”, disse.

 

 

Novos eurodeputados portugueses impressionados em Estrasburgo1

 

 

 

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