27/02/2015
As últimas sondagens têm um sabor agridoce para Costa: o PS surge em primeiro lugar na corrida a São Bento, mas se Passos e Portas decidirem ir coligados, o resultado final pode ser um empate técnico.
Se forem coligados, Passos e Portas têm uma hipótese de contrariar o, aparente, favoritismo de António Costa
Se a coligação pré-eleitoral entre Passos e Portas ainda não foi oficialmente assumida – embora os últimos sinais apontem nesse sentido -, a verdade é que as últimas sondagens SIC/Expresso, divulgadas esta sexta-feira, trazem boas notícias para PSD e CDS: se forem juntos às eleições legislativas conseguiriam, no mínimo, um empate técnico com os socialistas.
Apesar do PS de António Costa surgir à frente nas intenções de voto com uma margem de 2,5% em relação à coligação, na prática, o número de deputados que conseguiria eleger (100 a 105) é curto, tendo em conta que PSD e CDS chegariam, juntos, aos 98-103 deputados. Um empate técnico, portanto.
O outro cenário, porém, não é tão animador para os lados da São Caetano à Lapa e do Largo do Caldas. Se concorrerem separados, PSD e CDS poderão ver a vitória a fugir para o Largo do Rato, porque o PS surge à frente nas intenções de voto com 36,5% (99-105 deputados), um valor bem superior ao de PSD (27,8%) e CDS (7,7%). Ainda assim, uma margem que não daria a maioria absoluta (115 lugares) desejada por António Costa. Em mandatos, o PSD alcançaria 78 a 87 deputados e o CDS 13 a 17 deputados.
Aliás, perante este cenário, uma maioria absoluta de qualquer um dos partidos é muito improvável. No caso da vitória de António Costa, uma possibilidade que as sondagens parecem reforçar, os socialistas só conseguiriam formar um governo de maioria absoluta coligando-se à direita – quer com PSD, quer com CDS – ou à esquerda, com o partido liderado por Jerónimo de Sousa – embora esta seja uma hipótese mais improvável.
MIGUEL A. LOPES
LUSA