Namorada do político russo assassinado pede a Putin que a libertem. A modelo ucraniana, de 23 anos, estava com Boris Nemtsov na noite em que foi alvejado a tiro, em Moscovo.
A polícia russa ainda está a questionar Anna Duritskaya, a namorada ucraniana do opositor russo Boris Nemtsov, que estava com ele na noite da passada sexta feira, quando foi alvejado a tiro, em Moscovo. Ambos tinham acabado de saír de um restaurante perto do Kremlin quando um carro branco se aproximou, pelas 23h40 locais, 20h40 em Lisboa. Nemtsov foi atingido por quatro tiros, Duritskaya não sofreu qualquer ferimento.
Nemtsov era o líder da oposição russa e crítico de Valdimir Putin e o seu assassínio foi considerado um “ato político de terror.” Como testemunha, Anna foi interrogada pela polícia durante várias horas e foi libertada na madrugada de sábado. Agora anseia por voltar à Ucrânia, mas as autoridades mantêm-na sob uma guarda armada. Anna fez uma descrição do que se passou, apesar do seu “profundo choque,” que resultou numa “perda parcial de memória.” Testemunhas afirmam que terá gritado “Alvejaram-no” no momento dos disparos.
A ucraniana expressou aos agentes a intenção de voltar a casa, mas o seu advogado comunicou-lhe que as suas ações foram restringidas. As autoridades acreditam que Anna pode prestar ajuda à investigação por ter sido uma testemunha do homicídio.
As autoridades russas ofereceram uma recompensa de três milhões de rublos (cerca de 50 mil euros) por “informação válida”. Estão a ser estudadas várias hipóteses sobre os motivos do assassinato.
Ontem 100.000 pessoas saíram às ruas de Moscovo numa rara demonstração de desafio contra o presidente russo. No protesto manifestaram-se contra o papel da Rússia no conflito ucraniano, que tinha sido organizado pelo liberal Nemtsov, antes da sua morte.
Gritavam “Rússia sem Putin” e erguiam cartazes onde se lia “não tenho medo”. Outros, apoiantes de Nemtsov, tinham escrito: “Ele morreu pelo futuro da Rússia” e “Ele lutou por uma Rússia livre.” “Trago uma bandeira da Ucrânia porque ele lutou pelo fim da guerra na Ucrânia. Foi por isso que o mataram,” afirmou Vsevolod Nelayev, um dos manifestantes.
Outros milhares de pessoas também saíram em protesto em S. Petersburgo.
02/03/2015
Visão