Nascida em Moçambique, a modelo anglo-portuguesa, de 48 anos, foi nomeada Cônsul Honorária do Malawi no Mónaco, país onde reside, pelo príncipe Alberto II, de quem é amiga pessoal há vários anos.
Com uma longa carreira ligada à moda, enquanto top model internacional, Tasha de Vasconcelos tem aproveitado a fama e os seus contactos privilegiados para chamar a atenção de algumas causas humanitárias em que acredita. “Um médico tem os seus instrumentos de trabalho, o meu instrumento de trabalho é o meu corpo. Uso minha beleza para alcançar os meus objetivos e ajudar o país onde nasci. Isso tem-me permitido superar obstáculos e abrir portas”, defende a top model. Filha de pai português e mãe britânica, e natural de Moçambique, Tasha de Vasconcelos criou há nove anos a Amor, uma fundação cujo objetivo é ajudar a reduzir a taxa de mortalidade e a transmissão do vírus da sida durante a maternidade, no Malawi.
Conhecida por ter sido apontada como namorada de Alberto do Mónaco, a top model revela que o príncipe tem apoiado, desde o início, os seus projetos naquele país da África Oriental.
– Voltou recentemente do Malawi, onde esteve na con¬dição de embaixadora da União Europeia para as Causas Humanitárias e representante da fundação Amor, da qual o príncipe Alberto é patrono…
Tasha de Vasconcelos – A Amor não é apenas a minha missão, é também a minha paixão. Uma fundação que se dedica a ajudar mães e crianças necessitadas em situação de perigo em África, o continente onde nasci. O facto de ser top model tem-me ajudado a abrir algumas portas e, nesta viagem ao Malawi, fi¬quei consciente de que há muito trabalho por fazer. É uma realidade muito dura… Não fizemos mais do que tocar a superfície. As necessidades são enormes.
– Que progressos têm sido feitos? O que continua a faltar às crianças do Malawi?
– Estamos a construir o nosso quarto hospital, o que é um avanço enorme. Dói-me o coração cada vez que olho para os números da taxa de mortalidade. Atualmente, um em cada oito bebés é portador do vírus da sida. Estamos a fazer com que as coisas mudem, mas há muito trabalho por fazer. Continuamos a ajudar as crianças órfãs. Já construímos uma escola e agora estamos a construir outra para meninas. É mesmo necessário ajudar as meninas, que muitas vezes são vítimas de maus tratos e abandonam os estudos numa idade precoce [aos oito anos]. A taxa de mortalidade é de 38 por cento. A incidência da sida, malária e outras doenças é muito elevada e, agora, têm enfrentado inundações sem precedentes. A Amor acabou de estabelecer uma aliança com a primeira-dama do Malawi, Gertrude Mutharika, para dar outro impulso à saúde e à educação.
– Inaugurou, em 2009, um hospital com a ajuda do príncipe Alberto…
– Graças à minha profissão e à minha condição de top model, houve muita gente a ajudar a Amor. O príncipe Alberto é meu amigo há muito tempo. Tem apoiado a fundação desde o início e foi, de facto, à inauguração do nosso primeiro hospital. Atualmente sou cônsul honorária do Malawi no Mónaco, nomeada pelo príncipe Alberto.
– Há uns tempos descreveram-na como “um pássaro que voa atrás do mundo”. O que é que, hoje, dá verdadeiramente sentido à sua vida?
– Bom, a minha profissão é uma plataforma que me tem dado liberdade, que faz com que me sinta realizada e possa ajudar os outros. Todos os dias me questiono como poderei angariar mais dinheiro e se teremos apoios financeiros para dar continuidade aos nossos projetos. Assim, exerço o cargo de conselheira delegada, colaboro em ações humanitárias e também trabalho como embaixadora da marca. Tudo isso dá sentido à minha vida.
– A moda e o cinema passaram para segundo plano na sua vida? Ou tem algum projeto nestas áreas?
– Continuo a ser convidada para representar algumas marcas de cosméticos, moda e joias de prestígio. Isto inclui aparições públicas. Não poderíamos ter alcançado o que alcançámos com a Amor sem a visibilidade e a plataforma proporcio¬nadas pela minha carreira como modelo e atriz de cinema. As causas humanitárias são a minha paixão e o que me move. Ser modelo é a minha profissão.
– Onde estão as suas raízes? Em que país se sente em casa?
– Moro no Mónaco. Nasci em África, mas considero-me uma cidadã do mundo, por conseguinte, sinto-me bem em qualquer parte.
CARAS
14/03/2015