O Reino Unido vai a votos a 7 de Maio e a luta entre os dois primeiros classificados é intensa.
O Reino Unido vai ter eleições legislativas daqui a uma semana. Embora o último debate televisivo tenha sido “ganho” pelo actual chefe de Governo, é a oposição quem está à frente nas sondagens.
O Partido Trabalhista tem um ponto percentual de vantagem sobre os Conservadores. Se fosse hoje, Ed Milliband venceria com 35% dos votos, contra 34% do actual primeiro-ministro, David Cameron. A sondagem foi feita para o jornal “The Sun” e a margem de erro é de 3%. Desde o início do ano que nenhum estudo de opinião dá uma maioria clara a qualquer dos principais partidos.
Esta quinta-feira David Cameron foi apontado como o vencedor do último debate televisivo, segundo o veredicto dos espectadores televisivos. O debate, em que foi uma plateia de cidadãos comuns a colocar as questões aos candidatos a primeiro-ministro, o debate centrou-se na Economia.
David Cameron, o actual chefe de Governo, dos Conservadores, prometeu não cortar benefícios fiscais nem apoios à natalidade, se vencer as eleições de 7 de Maio, mas insistiu em apontar o dedo aos seus antecessores, aos Trabalhistas.
Cameron mostrou mesmo uma fotocópia — que tirou do bolso do casaco — da carta que o anterior ministro das Finanças lhe deixou, há cinco anos, dizendo que “não há dinheiro”, para sublinhar que os Trabalhistas só trataram de gastar dinheiro.
“Tornei-me primeiro-ministro numa altura em que não havia dinheiro. Trago comigo sempre este papel do ministro das Finanças em que se lê: ‘Temo que não haja dinheiro’. Foi a situação que herdei, por isso tivemos de tomar decisões difíceis nos últimos cinco anos. Nem todas as decisões foram fáceis para o povo, mas a verdade é que, passados cinco anos, o défice está em metade, dois milhões de pessoas voltaram a trabalhar e a economia está a crescer mais rápido que qualquer outra grande economia do mundo ocidental”, disse.
Já Ed Milliband, do Partido Trabalhista — partido que Governou durante 13 anos, até 2010, uma década (primeiro) com Tony Blair e três anos com Gordon Brown — esforçou-se por tentar apagar esse passado, que a assistência insistia em recordar: os Trabalhistas são gastadores.
Miliband reiterou que Blair e Brown reconstruiram escolas e hospitais, investimento público que foi necessário.
“Pode não concordar com isto, mas deixe-me ser claro: houve escolas que foram reconstruidas, há hospitais que foram reconstruidos, foram construídos centros de dia construídos, o que não teria acontecido. Deixe-me dar-lhe a minha posição: foi uma crise global que causou o défice e o fez crescer. Repare: O presidente Obama não tem um défice mais elevado por termos construído mais escolas e hospitais. Obama tem um alto défice porque houve uma grave crise financeira global”, referiu.
Nota ainda para o facto de Milliband ter rejeitado uma eventual aliança pós-eleitoral com o SNP, o Partido Nacional Escocês.