O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que a Ucrânia está envolvida numa “guerra real” com a Rússia, alertando que uma “ofensiva” militar russa pode acontecer a qualquer momento.
“Isto não é uma luta contra os separatistas apoiados pela Rússia, é uma guerra real com a Rússia”, disse o chefe de Estado ucraniano, numa entrevista ao canal público britânico BBC.
“O facto de termos capturado (…) soldados das forças especiais russas é uma prova sólida”, acrescentou.
O conselheiro dos serviços ucranianos de segurança, Markian Lubkivski, anunciou hoje que os dois alegados soldados russos capturados no leste separatista pró-russo da Ucrânia foram acusados de “atividades terroristas”.
Na terça-feira, os serviços de segurança ucranianos (SBU) convidaram vários ‘media’ internacionais e representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da União Europeia e da Amnistia Internacional para se deslocarem ao hospital militar de Kiev para verem os dois homens feridos em combate.
A Ucrânia apresentou-os como soldados das forças especiais russas, enquanto a Rússia afirmou que os homens eram antigos militares.
Ucranianos, europeus e norte-americanos continuam a denunciar a presença de forças regulares russas ao lado dos rebeldes separatistas do leste ucraniano, acusação que Moscovo nega categoricamente.
“Penso que eles preparam uma ofensiva e penso que devíamos estar prontos, e penso que não lhes vamos dar qualquer oportunidade para relançarem as provocações”, assegurou Petro Poroshenko, ainda em declarações à BBC.
O Presidente ucraniano acrescentou que não confia no seu homólogo russo, Vladimir Putin, realçando, no entanto, que tem de dar uma oportunidade à diplomacia.
Também referiu que os territórios do leste ucraniano controlados pelos rebeldes não podem ser tomados através da via militar.
“Duvido que a libertação dos meus territórios possa ser feita através de meios militares”, reforçou Poroshenko.
O conflito armado entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos fez mais de 6.200 mortos desde abril de 2014.
Uma nova trégua foi acordada em fevereiro último em Minsk, na Bielorrússia, sob a mediação da França e da Alemanha e na presença do Presidente russo, mas os atos de violência naquela região continuam a ser quase diários.
Observador
20/05/2015