Hamilton repetiu o guião em Austin e já é tricampeão mundial

“Este é o melhor momento da minha vida”. Foi uma das primeiras frases dirigidas por Lewis Hamilton à equipa, através do rádio, enquanto sacudia as mãos no ar ao passar pelos milhares de fãs que assistiram ao Grande Prémio de Austin, nos Estados Unidos. Hamilton é tricampeão do mundo de Fórmula 1, tendo concluído as 56 voltas ao Circuito das Américas em 1h50m52,703s.

 

 

No circuito de Austin, o britânico conquistou a 10.ª vitória da temporada — e a 43.ª da carreira —, em 15 corridas disputadas, o que lhe valeu o título de campeão do mundo quando faltam três corridas para o final do campeonato, confirmando assim o domínio absoluto da Mercedes (que já tinha assegurado o título de construtores) na modalidade. Hamilton é matematicamente campeão com uns inalcançáveis 327 pontos, mais 76 do que Sebastian Vettel.

 

 

Hamilton partiu do segundo lugar da grelha, com o companheiro de equipa, Nico Rosberg, a agarrar a pole position na sessão de qualificação que decorreu cinco horas antes da partida. Mas foram precisos apenas alguns segundos para o britânico superar o alemão, encostando-o logo na largada, com um ligeiro toque na curva 1. Na anterior corrida de Hamilton em Austin, em 2014, também partira do segundo lugar, com Rosberg na pole, e acabou por sair vencedor. Ontem, a história repetiu-se.

 

 

A vitória e a conquista do título ainda fizeram suar o britânico. Nas primeiras voltas, o primeiro lugar foi bastante disputado pelos dois carros da Mercedes e os dois monolugares da Red Bull, com Daniil Kyvat e Daniel Ricciardo. Nessa altura, Rosberg alcançou novamente o primeiro lugar e Hamilton chegou a ser quarto.

 

 

Com a entrada do safety car por duas vezes na corrida, a ordem dos carros baralhou-se. Da primeira vez, Rosberg aguentou a primeira posição, com Hamilton a seguir em segundo. No entanto, Kvyat e Ricciardo, prejudicados pelo safety car e pelas paragens nas boxes, perderam na luta contra Vettel (Ferrari). Se tudo se mantivesse, Hamilton não seria campeão do mundo. O britânico precisava de ganhar a corrida e esperar que Vettel não chegasse ao segundo lugar.

 

 

Numa corrida em que aconteceu de tudo — muitos falam mesmo na corrida da temporada —, apenas 12 carros continuaram em pista, após vários acidentes e retiradas.

 

 

Na 49.ª volta, surgiu o momento decisivo. Rosberg cometeu um erro na aceleração numa parte molhada da pista e foi ultrapassado por Hamilton. Faltavam sete voltas para o britânico se sagrar tricampeão e, com quatro segundos de vantagem sobre o colega de equipa, era só esperar que o alemão da Mercedes aguentasse a pressão do compatriota da Ferrari até à última curva. E assim foi.

 

 

Max Verstappen (Toro Rosso) esteve também no centro das atenções durante a corrida, em grande medida pela grande performance em Austin, terminando em quarto lugar. Sergio Perez (Force India) foi quinto, Jenson Button (McLaren) conseguiu um sexto lugar e Carlos Sainz (Toro Rosso) acabou em sétimo.

 

 

A completar o top 10 seguiram-se Pastor Maldonado (Lotus), Felipe Nars (Sauber) e Ricciardo, piloto da Red Bull que a dada altura liderou a corrida mas que terminou em 10º. Kvyat saiu na 44.ª volta depois de um despiste que culminou com um choque contra as barreiras.

 

 

Fernando Alonso (McLaren) foi penúltimo, terminando sem pontuação. No último lugar está Alexander Rossi, piloto da Manor.

 

 

Se esta que foi uma das melhores corridas dos últimos tempos para alguns fãs, foi também uma corrida desastrosa para a Williams, que terminou com o abandono dos dois carros — Felipe Massa e Valtteri Bottas.

 

 

Mas tudo isso se revelou secundário. Os holofotes estavam apontados para Lewis Hamilton (2008, 2014 e 2015), o primeiro britânico a ganhar dois títulos consecutivos, igualando o compatriota Jackie Stewart com três campeonatos. O piloto da Mercedes faz agora parte do restrito grupo de dez pilotos a conquistar, pelo menos, três títulos mundiais — Michael Schumacher (sete), Juan Manuel Fangio (cinco), Alain Prost e Sebastian Vettel (quatro), Ayrton Senna, Niki Lauda, Nelson Piquet, Jack Brabham, Jackie Stewart e Hamilton (três).

 

 

 

CLIVE MASON/AFP/ADRIANA REIS/PUB/25/10/2015

 

 

 

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