Os deputados do Reino Unido vão mesmo ter de considerar o debate e dar uma resposta escrita a uma petição que pretende proibir Donald Trump de entrar no país. Em apenas dois dias mais de 360.000 pessoas assinaram o texto.
É a reação de indignação pública de milhares de pessoas comuns às palavras do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, na segunda-feira, a propor a proibição de entrada de muçulmanos nos EUA.
Em menos de nada a petição online (“Block Donald J Trump from UK entry) (“Bloqueiem a entrada de Donald J Trump no RU”) recolheu 100.000 assinaturas, o mínimo necessário para obrigar os parlamentares a debater a questão.
A petição não parou por aí, ultrapassou as 300.000 e depois bloqueou por algum tempo, talvez devido ao volume de assinaturas.
Ao fim de quarta-feira a petição continuava a angariar apoiantes, somando 360.000 e a subir.
O Parlamento do Reino Unido obriga-se a considerar para debate qualquer petição que obtenha 100.000 assinaturas e a responder por escrito àquelas que obtiverem 10.000 apoiantes.
“O Reino Unido já baniu a entrada a muitas pessoas por discurso de ódio”, afirma a petição. “Os mesmos princípios deverão ser aplicados a qualquer pessoa que deseje entrar no Reino Unido”, acrescenta.
Para ricos e poderosos como para pobres e fracos
“Se o Reino Unido tenciona continuar a aplicar o critério “comportamento inaceitável” àqueles que desejam entrar nas suas fronteiras, este tem de ser aplicado justamente tanto a ricos como a pobres, aos fracos como aos poderosos”, sublinha ainda o texto que pretende negar ao multimilionário americano de 69 anos a possibilidade de entrar em território da Grã-Bretanha.
Na segunda feira, o mais polémico candidato republicano à Casa Branca apelou a um bloqueio “total e completo” à entrada de muçulmanos nos Estados Unidos “até que os representantes do nosso país percebam o que se está a passar”.
A proposta foi universalmente condenada. No Reino Unido, o primeiro-ministro, David Cameron, considerou que ela “divide, não ajuda e está, simplesmente, errada”.
Já o chanceler George Osborne reagiu à petição, dizendo que “a melhor forma de vencer tontices”, como esta proposta de Trump, “é entrar num profundo debate democrático” e não impor proibições às suas deslocações.
Mark Kauzlarich/Reuters/10/12/2015