Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior

O ministro das Infraestruturas e Planeamento, Pedro Marques, recusou-se hoje a entrar em polémicas sobre a construção do túnel do Marão, preferindo evidenciar as vantagens da infraestrutura para a região de Trás-os-Montes. “Mais do que polémicas sobre custos e modelos que se alteraram, o que é mais importante é que a obra está muito perto da conclusão e de entrar ao serviço dos cidadãos portugueses”, frisou aos jornalistas, após a visita que hoje realizou às obras na A4 que ainda decorrem entre Amarante e Vila Real. Para o ministro, “as infraestruturas em obras como esta não dividem os portugueses de certeza absoluta”.

 

 

“Esta é uma obra muito importante para a coesão do nosso país”, insistiu. Pedro Marques admitiu, por outro lado, ser para si “simbólico e satisfatório” ter feito parte do Governo que lançou a obra e poder hoje efetuar a sua primeira visita a uma obra enquanto ministro da tutela.

 

 

Acompanhado do secretário de Estado das Infraestruturas, responsáveis da Infraestruturas de Portugal e de autarcas da região, o ministro percorreu hoje de autocarro as três empreitadas que decorrem na A4, ligando a Amarante a Vila Real, incluindo o túnel de 5,6 quilómetros que atravessa a serra do Marão. No final, Pedro Marques disse aos jornalistas ter visto “uma obra de engenharia tecnicamente impressionante, que bateu vários recordes nacionais e até ibéricos em termos de várias das suas componentes técnicas”. Para o ministro, “é uma obra importantíssima para desencravar o interior do país”.

 

 

“Toda a gente que é da região de Trás-os-Montes percebe bem a importância de concluir o túnel do Marão, para realmente favorecer a acessibilidade das pessoas, das mercadorias que são produzidas no interior, ao litoral do país, aos portos portugueses e, desde logo, reforçar a capacidade económica e exportadora desta região”, declarou. Pedro Marques destacou, por outro lado, o facto de estar a ser montado no túnel “um sistema muito sólido de monitorização com vista à segurança da obra”, ao mesmo tempo que elogiava a empresa pública Infraestruturas de Portugal e os empreiteiros por não terem ocorrido quaisquer acidentes graves.

 

 

O túnel respeita as mais recentes exigências de segurança, disponibilizando 13 galerias transversais, separadas entre si por 400 metros, e reúne outros equipamentos, destacando-se 110 câmaras que monitorizam o interior da infraestrutura, que é a mais extensa da Península Ibérica. Os dois maiores viadutos têm 900 e 1.000 metros de extensão e uma altura de cerca de 80 metros e foram construídos do lado de Amarante, o mais íngreme.

 

 

No total das três empreitadas, realizadas por 90 empresas, foram investidos 150 milhões de euros, 88 milhões dos quais no túnel. A obra vai disponibilizar 26 quilómetros de autoestrada, assegurando a ligação do Porto a Bragança.

 

 

Túnel do Marão, a nova via transmontana!…

 

 

A escavação do túnel do Marão, que possui 5,6 quilómetros e está inserido na Autoestrada do Marão, ficou concluída em 2 de Novembro com a abertura da segunda galeria que atravessa a serra, anunciou a Infraestruturas de Portugal (IP).

 

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Menos de um mês depois da abertura da galeria sul, viveu-se nas entranhas do Marão, mais um momento simbólico com a detonação da última carga explosiva que permitiu a junção das duas frentes de obra da galeria norte e a conclusão da escavação do túnel que atravessa a serra.

 

A IP referiu, em comunicado, que durante a noite foram retirados todos os escombros e a galeria foi atravessada pela primeira vez esta manhã, de Amarante a Vila Real, por uma delegação técnica encabeçada pelo presidente da empresa pública.

 

Os dois túneis foram construídos em paralelo, em quatro frentes de obra, e todos os trabalhos lá dentro decorrem também em simultâneo.

 

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O objetivo é cumprir os prazos estipulados, que apontam para a conclusão da obra até ao final do ano e entrada em funcionamento da nova autoestrada até ao final do primeiro trimestre de 2016, seis anos do arranque dos trabalhos.

 

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No maior túnel rodoviário da Península Ibérica trabalham neste momento 580 pessoas. São 1.200 nas várias frentes de obra que tem decorrido “com um nível muito baixo de acidentes de trabalho e com nenhuma vítima mortal”.

 

Avanços e recuos, paragens e processos em tribunal, questões económicos e políticas marcaram a construção da via que começou em 2009 e vai ligar a Autoestrada 4 (A4), em Amarante, à Autoestrada Transmontana, em Vila Real.

 

Após ter resgatado a concessão da Autoestrada do Marão, depois da terceira paragem das obras em junho de 2011, a IP (então Estradas de Portugal) dividiu os trabalhos em três empreitadas, nomeadamente a do túnel e os acessos poente e nascente.

 

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Para além da execução do túnel, o empreendimento compreende ainda a construção do sublanço com 9,9 quilómetros da ligação poente entre o nó do Itinerário Principal 4 (IP4) e o túnel e a ligação nascente, entre o túnel e o nó de Parada de Cunhos.

 

Esta ligação, igualmente com 9,9 quilómetros de extensão, inclui a execução de diversas obras de arte nomeadamente o viaduto sobre o vale do Rio Ovelha com 816 metros e o viaduto sobre o vale do Rio Marão com 915 metros.

 

A Autoestrada do Marão foi a primeira obra público privada resgatada pelo Estado, devido a incumprimentos por parte da concessionária.

 

 

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O presidente da IP, António Ramalho, já disse que esta autoestrada vai ter um investimento final que ronda entre “os 260 a 280 milhões”, valores abaixo do inicialmente previsto de 345 milhões de euros.

 

Entretanto, a União Europeia atribuiu um cofinanciamento de 89 milhões de euros a esta empreitada no âmbito dos Fundos de Coesão.

 

Para atravessar os 26 quilómetros desta autoestrada ter-se-á que pagar cerca de dois euros de portagem.

 

É um valor, segundo António Ramalho, que fica também abaixo do inicialmente previsto e que é possível porque se “conseguiu poupar na construção” desta via.

 

 

OCTÁVIO PASSOS/LUSA/Obs/VC/TPT/25/12/2015

 

 

 

 

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