Em resultado das eleições espanholas o Rei quer nova política de diálogo e compromisso

O Rei de Espanha afirmou ontem que “a pluralidade” que saiu das eleições gerais do passado domingo “pressupõe uma nova forma de fazer política, baseada no dialogo, na concertação e no compromisso”.

 

 

A segunda mensagem de Natal do reinado de Felipe VI surge quatro dias depois das eleições gerais em Espanha, que o PP de Mariano Rajoy venceu sem maioria absoluta (123 deputados), forçando o partido a tentar acordos pós-eleitorais para formar Governo. O segundo colocado nas eleições, o PSOE já recusou viabilizar um governo PP e vai tentar apoios à esquerda (nomeadamente com o Podemos e outras forças) para governar Espanha.

 

 

“A pluralidade política expressa nas urnas traz sensibilidades, visões e perspetivas diferentes e pressupõe uma forma de fazer política baseada no diálogo, na concertação e no compromisso”, disse o Rei num discurso gravado no Palácio Real da Zarzuela e emitido hoje nas televisões espanholas.

 

 

Para o monarca, a legislatura que se aproxima “requer todos os esforços, energia e vontade das instituições democráticas”, no sentido de “adequar a realidade política à sociedade espanhola atual”. Estas, salientou, devem “acompanhar o ritmo de mudança do povo que servem”.

 

 

No final de um ano marcado por diversos casos de corrupção relacionados sobretudo com o partido no poder, o PP, mas também com o PSOE, Felipe VI deixou ainda uma mensagem para que as Cortes Generales (parlamento e Senado) “sejam sensíveis aos pedidos de rigor, retidão e integridade que os cidadãos exigem para a vida pública”.

 

 

O Rei de Espanha abordou ainda a questão independentista da Catalunha, ainda que não tenham mencionado especificamente a região nem os seus políticos.

 

 

“Também não devemos esquecer que a rotura da lei, a imposição de uma ideia ou do projeto de alguns sobre a vontade do resto dos espanhóis só conduziu, ao longo da nossa história, à decadência, ao empobrecimento e ao isolamento”, disse o rei.

 

 

“É um erro do nosso passado que não devemos voltar a cometer”, salientou.

 

 

Em novembro, as forças independentistas no parlamento regional catalão aprovaram uma resolução que inicia o processo de independência da região, o que contraria a constituição espanhola, especificando que pretendem desobedecer ao Tribunal Constitucional de Espanha.

 

 

“Respeitar a nossa ordem constitucional é defender a convivência democrática aprovada por todo o povo espanhol, é defender as direitos e liberdades de todos os cidadãos”, disse Felipe VI, reiterando, no entanto, “uma mensagem de serenidade e de continuidade de Espanha”.

 

 

 

Em Espanha, o Rei Filipe VI apelou ao consenso e ao diálogo entre as várias forças políticas.

 

 

Depois das eleições gerais de domingo, o PP não consegue o apoio dos socialistas para governar, o que torna mais difícil a posse de Mariano Rajoy como presidente do governo espanhol.

 

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Quase uma semana depois de o PP ter ganho, sem maioria, o compromisso está longe de ser alcançado. Os socialistas recusam apoiar Mariano Rajoy e preferem liderar uma maioria de esquerda no parlamento.

 

Depois do apelo natalício do monarca, o PP pede ao PSOE que esteja à altura do actual momento político.

 

O Podemos não abdica de um referendo vinculativo sobre a Catalunha. Já os socialistas, o PP e o rei não ponderam sequer discutir essa possibilidade.

 

Até ao próximo dia 13 de Janeiro, Mariano Rajoy precisa de reunir o maior consenso possível. É a altura em que o Congresso deve votar a sua investidura. Sem maioria absoluta, e também sem maioria simples, a aritmética parlamentar não o favorece.

 

 

 

Angel Diaz / EPA/25/12/2015

 

 

 

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