Cidade da Praia – 18 de Fevereiro de 2015 – Lusa
O Governo cabo-verdiano saudou hoje as medidas tomadas pelo Banco de Cabo Verde (BCV) para afrouxar alguns parâmetros da política monetária com o objetivo de impulsionar o crédito à economia, noticia hoje a imprensa local.
Em declarações aos jornalistas, a ministra das Finanças e Planeamento cabo-verdiana, Cristina Duarte, afirmou que as medidas decididas a 13 deste mês pelo banco central vêm ao encontro do apelo feito pelo Governo para que o BCV tenha como “primeira, segunda e terceira prioridades” o crédito à economia, uma das principais críticas dos operadores económicos pela dificuldade de acesso e altos juros praticados.
“O Governo sugeriu o crédito à economia, mas defendeu a necessidade de se manter sempre a estabilidade do sistema financeiro e bancário” de Cabo Verde, salientou Cristina Duarte, lembrando as suas próprias palavras na tomada de posse do novo Governador do BCV, João Serra, a 29 de dezembro de 2014.
A 13 deste mês, o banco central cabo-verdiano anunciou um conjunto de medidas de afrouxamento monetário para garantir uma melhor política de crédito à economia, visando um “estímulo adicional” ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para além das atuais previsões de 01 a 1,5 por cento.
Nesse sentido, João Serra anunciou a descida da taxa diretora (dos 3,75% para 3,5%), de reservas mínimas de caixa (de 18% para 15%), de facilidade Permanência de Cedência de Liquidez (6,75% para 6,5%) e de absorção de liquidez (0,5% para 0,25%).
O Governador do banco central cabo-verdiano indicou que outra das “medidas de afrouxamento monetário” passa pelo alargamento do prazo para a alienação dos imóveis recebidos pelos bancos em dação, de dois para um máximo de cinco anos, com abate escalonado aos fundos próprios.
“Com a implementação das medidas, o BCV espera um aumento do crédito à economia e a redução das taxas de juro ativas, tendo em conta a folga criada com a redução dos custos operacionais”, explicou João Serra.
Segundo o governador do BCV, o aumento do crédito à economia “induzirá um impulso real adicional” ao crescimento do PIB real, podendo também contribuir para a elevação do índice de preços no consumidor, “combatendo o cenário de deflação”, que, em 2014, se situou em -0,2% e cuja tendência se manterá em 2015.
O banco central cabo-verdiano, acrescentou João Serra, espera que as medidas sejam acompanhadas pela banca, uma vez que o estímulo ao crédito à economia com base em investimentos produtivos é “indispensável” para o crescimento económico.