Marco António Costa diz-se satisfeito com acordo e acusa PS de ser porta-voz do Syriza

22 de Fevereiro de 2015 – Gregório Cunha – Lusa / Observador

 

Vice-presidente do PSD congratulou-se com o acordo de princípio entre o Eurogrupo e a Grécia e acusou o PS de se comportar como porta-voz do Syriza, em vez de defender o interesse nacional.

 

“Gostávamos de conhecer as propostas que o PS tem para a Europa e para Portugal”, disse Marco António Costa

 

O vice-presidente do PSD congratulou-se neste domingo com o acordo de princípio entre o Eurogrupo e a Grécia e acusou o PS de se comportar como porta-voz do Syriza, em vez de defender o interesse nacional. “O Partido Socialista tem assumido uma atitude de porta-voz dos interesses do Syriza em Portugal, em vez de ser porta-voz dos interesses nacionais, no plano europeu e no plano nacional”, disse Marco António Costa, acusando, também, os socialistas de se demitirem das responsabilidades que têm enquanto principal partido da oposição.

 

“Gostávamos de conhecer as propostas que o PS tem para a Europa e para Portugal, em vez de ver o líder do PS transformado em comentador político e porta-voz do Syriza em Portugal. Julgamos que não é um contributo para a democracia nem adianta nada ao interesse e à vida dos portugueses”, acrescentou. Para o vice-presidente do PSD, os socialistas têm tentado colar a situação de Portugal à Grécia, situação que considerou “perigosa e irresponsável”, atendendo a que, a situação na Grécia é muito pior do que a situação portuguesa.

 

“Nós sabemos que os juros que a Grécia hoje paga são cinco vezes superiores aos que Portugal paga. Sabemos que hoje os gregos continuam a discutir a necessidade de fazerem cortes nos rendimentos e nas pensões. Nós estamos na fase de devolução de rendimentos e de redução do IRC e do IRS”, disse.

 

“Nós olhamos para o futuro com esperança, os gregos, infelizmente, estão numa situação muito difícil. Estar a colar Portugal à Grécia, como tem feito a esquerda e particularmente o Partido Socialista, é um péssimo serviço aos portugueses e a Portugal, a não ser que o PS deseje que as coisas corram mal e que Portugal seja obrigado a pagar taxas de juro de 10%, como estão a pagar os gregos”, frisou.

 

Questionado pelos jornalistas, o dirigente do PSD comentou também alegadas pressões da ministra das Finanças sobre o Governo grego, durante a última reunião do Eurogrupo.

 

O deputado socialista João Galamba tinha dito hoje que “o Governo português esteve durante todo este processo de negociações com a Grécia mais preocupado em impor austeridade aos gregos do que a perceber que uma negociação positiva para os gregos seria também positiva para Portugal e para a Europa”, mas o dirigente do PSD refuta as acusações socialistas.

 

“O doutor João Galamba devia estar escondido num canto da sala do Eurogrupo. Para poder dizer que a situação não convence, é porque ele estava lá, num cantinho da sala, a ouvir o que se passou. Quem lá esteve foi a ministra de Estado e das Finanças, que foi clara e categórica na forma como ontem (sábado) desmentiu esses rumores e esses boatos”, disse.

 

“O PS alimenta os boatos porque lhe interessa mais a política da intriga do que a política da resolução dos problemas”, disse, Marco António Costa, assegurando que a posição de Portugal está em linha com a dos restantes países do Eurogrupo.

 

No que respeita às negociações do Eurogrupo com o Governo grego, Marco António Costa manifestou ainda o desejo de que as propostas que o Governo grego vai apresentar “sejam passíveis de esse entendimento”, para que a Grécia encontre um caminho que permita a recuperação económica e financeira do país.

 

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