All posts by Joao Machado

 

Dor Afeta Mais de 60 por cento dos Doentes Oncológicos

19/01/2015

 
A Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor promove as 22.ª Jornadas da Unidade de Dor do Hospital Garcia de Orta, na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, no próximo dia 30 de Janeiro. A iniciativa tem como objetivo criar um espaço de informação, debate e discussão de ideias e propostas de melhoria no âmbito do diagnóstico e tratamento da dor crónica e aguda no doente oncológico.

 

 

“A dor oncológica, considerada pela Organização Mundial de Saúde, como uma emergência mundial, pode afetar entre 60 a 80 por cento dos doentes com cancro, nomeadamente na fase mais avançada da doença. Esta dor pode ser causada pelo tratamento instituído para a doença, como a radioterapia e quimioterapia, ou pelo próprio desenvolvimento do tumor”, explica Beatriz Craveiro Lopes, membro da direção da Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (ASTOR) e Diretora da Unidade de Dor do Hospital Garcia de Orta.

 

 

E acrescenta: “A dor mais frequente no doente oncológico resulta de uma associação entre uma dor nociceptiva, provocada por uma lesão ou dano tecidular, e uma dor neuropática, originada por lesão ou doença no próprio nervo. Os doentes descrevem esta dor como cortante, latejante, queimadura, formigueiros, picadas ou tipo choque elétrico”.

 

 

Estima-se ainda que mais de 15 por cento dos doentes com cancro sofrem de dor de causa não oncológica, como cefaleias e lombalgias.

 

 

“A dor não tratada causa muito sofrimento, por isso, o doente deve procurar o seu médico em vez de deixar a sua dor prolongar-se, porque o início tardio do tratamento pode comprometer a sua eficácia. Atualmente já existem terapêuticas em Portugal que permitem controlar a dor, e em algumas situações sem necessidade de recorrer a múltiplos medicamentos, reduzindo assim o risco de interações medicamentosas”, conclui Beatriz Craveiro Lopes.

 

 
As interações farmacológicas no tratamento da dor, a acupuntura e a dor aguda no peri-operatório são outros temas em destaque no Convénio da ASTOR.

 

 

No decorrer desta iniciativa será atribuído o prémio “Grünenthal/ASTOR” que irá galardoar trabalhos originais em língua portuguesa sobre aspetos de investigação clínica no âmbito do tratamento da dor.

 

 

 

No dia 29 de janeiro, integrado nesta iniciativa, irá decorrer um curso de Ecografia e Radiofrequência em dor, destinado a médicos de várias especialidades, com o objetivo de formar sobre a aplicação de ecografia e radiofrequência no tratamento da dor.

 

 

 

No dia 30 de janeiro, os participantes podem participar nos cursos formativos sobre dor na criança; cuidados alimentares no doente com dor crónica; ou avaliação psicomotricista dos doentes com dor.

 

 
SAPO NOTÍCIAS

 

 
NUNO NORONHA

 

 

 

Frutos Vermelhos e Peixes Gordos ajudam a aliviar a Dor Oncológica

30/01/2015

 
Os frutos vermelhos e os peixes gordos, como a cavala, o salmão e a sardinha, têm propriedades anti-inflamatórias que “podem aliviar em muito” a dor dos doentes oncológicos ou com doenças neuromusculares, diz a dietista Carla Santos.

 

 

“É importante a pessoa perceber como a alimentação pode ter um alívio muito importante na dor”, adiantou Carla Santos, que falava à Lusa a propósito de um ‘workshop’ de alimentação para doentes com dor, promovido pela Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (Astor), que decorre na sexta-feira, na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa.

 

 

A dietista do Hospital Garcia de Orta, em Almada, explicou que há alimentos que, além de minimizar a dor, ajudam a “aliviar a inflamação, drenar líquidos em excesso ou, em associação, ajudar a perder peso”.

 

 

Mas seja para a disfagia, que pode ser oncológica, mecânica ou neurológica, seja para a obesidade, “a alimentação tem de ser sempre apelativa para que seja procurada pelo utente”, sublinhou.

 

 
Com o ‘workshop’, a Astor pretende promover a partilha de conhecimentos, sabores e experiências que ajudam a melhorar a vida dos doentes com dor.

 

 
Beatriz Craveiro Lopes, da direção da Astor e diretora da Unidade de Dor do Hospital Garcia de Orta, acrescentou que estes alimentos “são uma arma terapêutica para ajudar os doentes”.

 

 
“O que se bebe e o que se come tem repercussões na saúde das pessoas”, podendo influenciar para melhor ou para pior o estado da sua doença, “porque há alimentos que podem interferir com a medicação”, disse à Lusa Beatriz Craveiro Lopes.

 

 
A especialista deu como exemplo o caso das pessoas que têm dificuldade em engolir, porque têm uma doença neuromuscular, um cancro do esófago, da laringe, ou problemas na região do pescoço e não podem comer qualquer alimento, sobretudo os sólidos.

 

 
Nestes casos é importante saber os alimentos que deve escolher e como os confecionar para ultrapassar essa dificuldade, explicou Beatriz Craveiro Lopes.

 

 

NOTÍCIAS – LUSA

 

 

NUNO NORONHA

 

 

 

Cientistas da Universidade do Minho desenvolvem nova técnica para remover cálculos renais

30/01/2015

 
As pedras nos rins afetam 1 em cada 200 pessoas, sobretudo homens. Uma equipa da Universidade do Minho desenvolveu uma nova técnica que facilita drasticamente o procedimento cirúrgico para as remover.

 
Investigadores portugueses lideraram uma equipa que criou uma tecnologia capaz de extrair cálculos renais (pedras dos rins) em apenas alguns minutos. Em comunicado, a Universidade do Minho explica que esta tecnologia utiliza um campo eletromagnético para guiar a agulha de punção. Estêvão Lima, professor da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, explica que a extração de cálculos renais é um processo que demora atualmente cerca de duas horas e “depende muito quer da experiência do cirurgião quer do uso de radioscopia, que pode ter consequências sérias de radiação no doente e no cirurgião”.

 
Os cálculos (pedras) são removidos através de uma agulha puncionada na região lombar e que guia o procedimento até ao sítio certo no rim. “Mas a técnica que agora criámos é mais rápida, menos invasiva e permite ver no ecrã do computador a rota que a agulha deve seguir”, resume Estêvão Lima, também diretor do serviço de Urologia do Hospital de Braga.

 
O projeto decorre em parceria com o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave. A nova tecnologia já foi testada em animais e “espera-se avançar para ensaios nos humanos a partir do próximo ano”, lê-se no comunicado. A pesquisa venceu o 1.º Prémio no Simpósio da Associação Portuguesa de Urologia.

 

 

Foto: Christopher Furlong/Getty Images

 

 

Autor: Pedro Esteves

 

 

 

Nova técnica de terapia celular promete fazer crescer cabelo. Literalmente.

28/01/2015

 
Investigadores estão a desenvolver uma nova técnica de produção e transplante de células capilares. O método já foi testado em cobaias com bons resultados.

 
A queda de cabelo (alopécia) afeta mais de metade dos homens caucasianos em idade adulta.

 
Uma equipa do Sanford-Burnham Medical Research Institute afirma ter resolvido o problema da calvície. Criou uma nova técnica capaz de transformar células estaminais em células capazes de desencadear o crescimento de cabelos. Ao contrário do transplante, que implica “transportar” a raiz do cabelo de um lado para outro, esta nova técnica “fornece uma fonte ilimitada de células do doente e não é limitada pela disponibilidade de folículos capilares existentes”, explica o investigador Alexey Terskikh.

 

 

O cientista diz, também, que as células da papila da derme cultivadas in vitro (em laboratório) não são um método eficaz, uma vez que não conseguem desenvolver-se em quantidade suficiente. O novo processo funciona em cultura celular e também já obteve bons resultados em cobaias. Alexey Terskikh diz que o próximo passo é aplicar o auto-transplante de células da papila — obtidas a partir de células pluripotenciais — em seres humanos, uma técnica que não depende da existência de folículos capilares no couro cabeludo.

 

 

Nova técnica de terapia celular promete fazer crescer cabelo. Literalmente1

 

Demonstração do processo de formação da papila dérmica em laboratório. Os novos pêlos são bem visíveis em cultura celular.

Fonte: Gnedeva et al., 2015 PLoS ONE

 
As células estaminais (stem cells) são células progenitoras capazes de se especializar em qualquer tipo de célula do organismo. Com os estímulos químicos corretos, desenvolvem-se em diferentes tecidos e órgãos. Estas células indiferenciadas encontram-se nos embriões mas também no indivíduo adulto, daí que a capacidade de manipular células que possam depois ser auto-transplantadas seja um investimento de várias equipas em todo o mundo — o auto-transplante anula os processos imunológicos de rejeição.

 
Foto: Getty Images

 
Autor: Pedro Esteves

 

 

 

 

 

 

Liga Portuguesa Contra o Cancro promove Discussão sobre Cancro e Fertilidade

23/01/2015

 
“Oncofertilidade – Uma nova abordagem dos doentes jovens com cancro” é o nome da sessão pública que, a 28 de fevereiro, sábado, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, vai mostrar a importância da prestação do máximo de informação aos doentes oncológicos sobre a possibilidade de preservação da fertilidade e a sua rápida referenciação.

 

 

Uma iniciativa conjunta do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, do Centro de Preservação de Fertilidade do CHUC e da Administração Regional de Saúde do Centro que assim lançam um projeto nacional de ampla divulgação da oncofertilidade.

 

 

Trata-se de uma nova área clínica de intervenção multidisciplinar que pretende ir ao encontro das necessidades dos doentes oncológicos, no que diz respeito ao seu potencial reprodutivo, uma temática que tem sido abordada essencialmente nas comunidades científica e académica e que é importante trazer para o quotidiano.

 

 

No espírito da sua missão de divulgar informação sobre o cancro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro tem uma campanha em que alerta que “os tratamentos de cancro podem, em certos casos, afetar a fertilidade. As mulheres/homens com cancro devem conhecer o seu risco de infertilidade antes de iniciar tratamentos”.

 

 

 

Em alguns tratamentos de doenças oncológicas existe, por exemplo, a possibilidade de diminuição de óvulos nas mulheres e no caso dos homens a alteração da produção de espermatozóides. A conversa sobre estes e outros possíveis efeitos do cancro na fertilidade deve decorrer na altura do diagnóstico e antes de começarem os tratamentos.

 

 

 

As doenças oncológicas ocorrem em indivíduos cada vez mais jovens e cada vez é mais tardia a decisão de ter filhos. Logo a possibilidade de uma doença oncológica que comprometa o vir a ser mãe ou pai é cada vez maior. Mas há boas notícias: é possível preservar a fertilidade em doentes oncológicos com boas taxas de sucesso e vários dos procedimentos são gratuitos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.

 

 

Grande campanha de informação.

 

 

Todos os profissionais que contactam com doentes oncológicos (sejam médicos ou enfermeiros, psicólogos ou assistentes sociais, entre outros) devem ter conhecimento desta área médica e do encaminhamento que pode e deve ser feito num curto espaço de tempo. O grande objetivo desta sessão pública é precisamente garantir que antes dos doentes iniciarem os tratamentos, conheçam as opções de preservação de fertilidade e sejam referenciados a especialistas em Medicina de Reprodução.

 

 

O encontro vai decorrer na manhã de 28 de fevereiro, sábado, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra. Uma intervenção inicial de Ana Teresa Almeida Santos, professora da Faculdade de Medicina de Coimbra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, vai apresentar a oncofertilidade como uma área médica emergente, seguindo-se apresentações sobre os riscos de infertilidade no doente oncológico e as estratégias para apoiar a tomada de decisão da preservação de fertilidade, por Cristina Silva e Cláudia Melo, respetivamente. Todas as palestrantes são elementos do Centro de Preservação da Fertilidade do CHUC.

 

 

NUNO NORONHA

 
NOTÍCIAS

 

 

LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO

 

 

 

A água que não vemos, mas consumimos na mesma

15/01/2015

 
E se lhe dissessem que para fabricar uma “motherboard” são usados mais de quatro mil litros de água ultrapura e cerca de 910 litros de água para fabricar um smarthphone?

 

 

Dois terços do planeta Terra são água.

 
Quando abrimos a torneira em casa e vemos a água correr facilmente nos esquecemos que 30% da população mundial vive com escassez de água, e que em África ou na Ásia há pessoas que percorrem mais de seis quilómetros para encontrar água potável. Com um alerta de que em 2025 três em cada cinco pessoas podem viver com falta de água, o livro “Your Water Footprint” (o impacto que cada um de nós tem no planeta em relação à água) pretende mostrar a quantidade que se consome diariamente na América do Norte, e não apenas aquela que se vê.

 
“Um norte-americano consome em média 378 litros [de água] por dia para tomar banho, lavagens [de roupa, ou loiça, por exemplo], cozinhar e limpar”, refere o livro. Mas a isso pode juntar 2.400 litros de água gastos para produzir o cheeseburger que comeu ao almoço e 110 litros para produzir a cerveja (de 33 centilitros) que o acompanhou. Plantar, criar, transformar, transportar, embalar, também consome este bem vital. “Espero que as pessoas entendam o quão importante é a ‘água escondida’”, diz ao Observador Stephen Leahy, autor do livro e jornalista de ambiente.

 

 

 

A água que não vemos, mas consumimos na mesma11

 
O desafio foi-lhe lançado pela editora Firefly Books. Quando fez uma pequena pesquisa sobre o tema apercebeu-se que não há nada que façamos no nosso dia-a-dia que não inclua (ou tenha incluído) gastos de água. “Queria ajudar as pessoas a perceber que apesar de não vermos a água usada para fazer as coisas é tão real e importante como a água que bebemos.” Durante as pesquisas descobriu que o termo “water footprint” (“pégada de água”) tinha sido criado há já 20 anos por Arjen Hoekstra, professor em Gestão de Água na Universidade de Twente, na Holanda.

 
O maior consumidor de água é a produção de alimentos, em particular a produção animal, um dos assuntos abordados no documentário Cowspiracy. O autor diz que os números de consumo de água usados no documentário são muito semelhantes àqueles a que chegou no livro, mas admite que existem várias fórmulas diferentes e teve de procurar a fonte mais fidedigna. No livro ressalva que muitos dos valores estão adaptados à realidade norte-americana (Canadá, de onde é natural, e Estados Unidos) e explica o que entende por consumo de água – “a água usada que não é devolvida numa localização acessível para ser reutilizada”, ou seja, que fica poluída ou que evaporando vai cair num local distante.

 

 

A água que não vemos, mas consumimos na mesma2

 

 

 

“A Terra tem a mesma quantidade de água doce que tinha no tempo dos dinossauros”, lê-se no livro. “A diferença é que a maior parte da nossa água doce está congelada nas calotes polares ou na Gronelândia. A outra diferença é que encontrámos inúmeras utilizações para a água com as quais os dinossauros nunca sonharam.”

 

 
Apesar de muitos dos valores de consumo estarem adaptados à realidade norte-americana o problema da escassez de água é mundial – se toda a água do mundo coubesse num garrafão de cinco litros, a quantidade de água potável disponível seria menos que uma colher de chá -, logo cabe a cada um fazer a sua parte na poupança da água.

 

 

A água que não vemos, mas consumimos na mesma3

 

 

Existem regras básicas como tomar duches mais rápidos, não lavar os dentes, os legumes, a loiça, o carro ou fazer a barba com água corrente (de torneira aberta), mas o livro, disponível na Amazon, deixa muitas outras sugestões, das quais recuperamos algumas:

 
• Se tiver um autoclismo antigo que gasta cerca de 20 litros troque-o por um que gaste cinco vezes menos.

 
• Puxe o autoclismo só quando necessário e não só porque tem um cabelo na parede do vaso sanitário. Lembre-se que mesmo os pequenos lixos, como a mosca que acabou de matar, devem ir para o caixote e não para a sanita.

 
• Garanta que nenhuma torneira da casa está a pingar – um pingo por segundo pode significar 10 mil litros gastos por ano – e que o autoclismo não tem nenhuma fuga.
• Não precisa de passar a loiça por água antes de a pôr na máquina de lavar e use a máquina apenas quando estiver cheia.

 
• Se não tiver uma máquina de lavar roupa que adapte a quantidade de água à quantidade de roupa, use-a apenas quando estiver cheia.

 
• Para poupar água no jardim mantenha plantas que exijam pouca água, recolha água da chuva para regar, deixe a relva com 10 centímetros para reter melhor a água ou cubra o solo expostos com desperdícios vegetais para reduzir as perdas de água por evaporação.

 
• Beba água da torneira. Produzir garrafas de plástico e transportá-las até ao ponto de venda também consome água.

 

 

 
Foto: Federico Parra/Afp/Getty Images

 

 

 

Autoria: Vera Novais

 

 

 

 

Português, no Canadá, desenvolve vacina para doença associada ao autismo

01/16/2015

 

Um professor português da Universidade de Guelph, no sudoeste do Canadá, desenvolveu uma vacina que combate uma bactéria intestinal em crianças autistas, o que permitirá aos portadores desta doença uma maior qualidade de vida.

 

Em declarações à Lusa, Mário Monteiro, professor de química de 48 anos, explicou que “noventa por cento das crianças com autismo sofrem de diarreia e de constipações intestinais severas. Muitas usam fraldas ainda aos cinco e seis anos de idade, quando vão para a escola, devido a certas bactérias que existem nos intestinos dessas crianças com autismo”.

 

Segundo o imigrante português, que nasceu em Gouveia, distrito da Guarda, “o tratamento constante à base de antibióticos trazem outros problemas” e a vacina será uma solução que permitirá melhorar os cuidados de saúde para estas crianças. Uma “nova geração de vacinas”, está a ser desenvolvida o que pode representar “um grande passo contra uma das responsáveis pela acentuação dos sintomas de autismo”.

 

Este trabalho já foi reconhecimento pela organização britânica vaccinenation.org em colaboração com a World Vaccine Congress na área das vacinas e por outras organizações da área. Os ensaios preliminares da vacina em crianças autistas já estão a decorrer.

 

 

Foto: psicologianaweb.blogspot.pt

 

 

Fonte: ionline.pt/ lusa.pt

 

Rafael Fernandes

 

 

 

FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira apesar da crise do petróleo

21/02/2015

 

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não vê necessidade de um apoio financeiro a Angola, devido à quebra na cotação do barril do petróleo, mas adverte que, para ultrapassar as dificuldades, é necessária uma distribuição dos sacrifícios.

 
A posição foi assumida pelo chefe da missão de assistência técnica do FMI a Angola, Ricardo Velloso, na conclusão de uma semana de reuniões de trabalho com o executivo angolano, no âmbito da supervisão financeira do país.

 

 

FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira apesar da crise do petróleo 2

 
Questionado pela Lusa, após a reunião final de hoje com vários membros do Governo, no Ministério das Finanças, o economista brasileiro afirmou que um apoio financeiro do FMI a Angola, como aconteceu depois da crise petrolífera de 2009, não foi abordada desta vez.

 
“Angola é um país muito importante para o FMI e, neste momento, o apoio, através deste diálogo e através do nosso programa de assistência técnica, está tendo efeitos muito positivos no país e não vemos, no momento, necessidade de um apoio financeiro”, disse.

 
Em menos de um ano, trata-se da quarta visita de técnicos do FMI a Angola, desta vez para preparar a consulta anual no âmbito do artigo IV do Acordo Constitutivo com aquele organismo internacional, a realizar no início do segundo semestre de 2015.

 

 

FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira apesar da crise do petróleo 3

 
Esta visita decorre em pleno processo de revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano para este ano, motivado pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo. O documento, que é votado na Assembleia Nacional, na generalidade, na quarta-feira, corta mais de 25 por cento da despesa corrente e revê a cotação prevista da exportação do barril de petróleo de 81 para 40 dólares.

 
“As nossas impressões são de que Angola vai realmente passar por um ano difícil e é preciso que todos os angolanos contribuam para o ajuste fiscal que está sendo feito. É muito importante para que isso dê certo. O Governo tomou medidas importantes nesse sentido”, assumiu o chefe da missão do FMI.

 
Referindo-se à revisão do OGE, Ricardo Velloso admitiu tratar-se de um documento “duro”, mas “positivo”.

 
“Infelizmente são as medidas necessárias”, apontou.

 
Sobre a nova estimativa do barril de petróleo – utilizada para calcular as receitas fiscais potenciais -, que está abaixo da cotação internacional atual (próxima dos 60 dólares por barril), Velloso disse tratar-se de uma “medida acertada”, dada a “volatilidade” do mercado.

 

 

Garantindo que Angola “tem um futuro brilhante à sua frente”, o chefe desta delegação do FMI apontou a necessidade da “melhoria do clima de negócios” no país e a conclusão dos investimentos nas infraestruturas do país, para que estes se tornem reprodutivos na economia.

 

 
A visita desta delegação a Angola, agora concluída, envolveu reuniões de trabalho para preparação das recomendações sobre a situação económica do país, na perspetiva do FMI, entre as quais o fim dos subsídios aos combustíveis, que em 2014 custaram três mil milhões de euros de dinheiros públicos.

 
“Era um gasto muito elevado que o país tinha e com benefícios muito mal distribuídos. Que beneficiava mais as camadas mais ricas da população”, disse, a propósito, o economista do FMI, perspetivando uma “redução muito forte” destes apoios do Estado, que servem para manter os preços dos combustíveis artificialmente baixos.

 

 
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, tendo o crude garantido 76% das receitas fiscais de 2013 e 98% do total das exportações.

 

 

Lusa

 

 

Papa pede ajuda a ‘Europa cansada que renega suas raízes’

Papa Francisco acaricia cabeça de bebê em sua chegada na Basílica de Santa Maria de Trastevere em Roma

 
O papa Francisco afirmou neste domingo que a “Europa esá cansada” porque “renegou suas raízes” e fez uma chamada para favorecer uma transformação social que parta dos “pobres e idosos”, verdadeira “pedra angular da sociedade”.

 
Nestes termos se expressou o bispo de Roma durante seu discurso no templo romando de Santa Maria do Trastevere, que acolheu nesta tarde um ato a favor dos mais desfavorecidos e vulneráveis da sociedade.

 
“Em algumas ocasiões me perguntam por que não falo da Europa. Eu sempre respondo ‘quando falei da Ásia?’. Mas nesta tarde quero falar”, disse entre risos.

 
O pontífice argentino criticou que, para manter o equilíbrio da economia mundial, na Europa “são descartadas” crianças e idosos.
“A Europa não está envelhecida, está cansada. Não sabe o que fazer e esqueceu a palavra ‘solidariedade’ (…) Já não há crianças nestes países europeus. Além disso, também se descarta os idosos com uma forma de eutanásia oculta: quem não produz, não vale”, lamentou.

 
O Papa foi neste domingo ao pitoresco bairro romano do Trastevere convidado pela Comunidade católica e caridosa de Sant’Egídio a fim de celebrar um ato de oração pelos pobres.

 
O Papa chegou à basílica cruzando a pé as praças de São Calixto e Santa Maria, mesclando-se com os cerca de 10 mil congregados que o receberam, segundo os organizadores.

 
Durante sua passagem pelas praças, o Papa se envolveu com os congregados, entre eles vários sem-teto, imigrantes e incapacitados.
Já no templo, o bispo de Roma atendeu visivelmente emocionado aos testemunhos de oito pessoas representantes de diferentes realidades sociais que narraram ao pontífice suas próprias experiências.

 
O primeiro a falar foi o fundador da Comunidade de Sant’Egídio, Andrea Riccardi, como primeira testemunha desta organização fundada em 1968 para se dedicar aos mais pobres e à promoção da paz.

 
“Sentimos o cansaço de nossa Europa envelhecida, introvertida, preocupada com si mesma. Toda economia acaba se convertendo em avareza”, assinalou Riccardi.

 
Depois foi o turno o arcebispo sírio ortodoxo Jean Kawak, que fez uma chamada para pedir o fim da guerra civil que a Síria padece desde março de 2011.

 
“Venho da Síria, Santidade. Trago comigo, nos olhos e no coração, o sofrimento de um povo prisioneiro da guerra e de uma situação bloqueada”, disse Kawak.

 
O Papa foi seguido pela Irmã Lombardo, uma idosa italiana de 90 anos, que parafraseou o Papa ao criticar a “cultura do descarte” que, segundo sua opinião, se instalou na sociedade em relação com os mais vulneráveis.

 
Francesca Gregori, uma moça de 12 anos procedente de Tor Bela Monaca, um bairro da periferia romana, e Daniel Cotani, um desempregado de 28 anos com três filhos, também falaram com o Papa.

 
Embora com dificuldade, também contou sua história Adriana Ciciliani, uma mulher com incapacidade como consequência de ter nascido em coma do qual posteriormente se recuperaria.
“Eu gostaria dizer algo sobre mim ou sobre aqueles que, como eu, vivem uma dificuldade que se vê e que não pode se esconder. Somos frágeis mas não permanecemos tristes ou temerosos! Temos a força do espírito de Jesus!”, exclamou Ciciliani ao término de sua alocução.

 

 

Outro dos testemunhos que o pontífice escutou foi o de Dawood Yousefi, um jovem muçulmano de 29 anos procedente do Afeganistão que chegou à Itália após um perigoso périplo fugindo da guerra.

 

 
“Hoje estou bem e trabalho. Conheci a Comunidade de Sant’Egídio uma tarde na estação de Ostiense onde levavam o jantar àqueles que vivem na rua (…) Vou frequentemente às escolas para contar aos alunos minhas experiências”, confessou Yousefi.

 
Também falou Branislav Savic, de 30 anos, filho de imigrantes romenos.

 

 
Por fim falou Jaime Aguilar, de El Salvador, em representação da Comunidade de Sant’Egídio no mundo, que lembrou a história de William Quijano, um jovem de 21 anos integrante desta organização que foi assassinado em um bairro periférico de San Salvador.
Além disso, dentro do templo, o pontífice realizou uma oferenda floral perante Nossa Senhora da Clemência, a representação mais antiga de Maria que se conserva em Roma.

 

 
Após cerca de duas horas de cerimônia, o Papa saiu da igreja para se dirigir à sede da Comunidade de Sant’Egídio, onde manteve um encontro com membros de dita organização e com alguns dos sem-teto e imigrantes que o grupo atende.

 

 

 

Foto: AFP

 

15/06/2014

 

 

EFE

 

 

 

 

Será a depressão uma espécie de reação alérgica?

05/01/2015

 

 

Um número crescente de cientistas sugere que a depressão pode ser o resultado de uma inflamação provocada pelo sistema imunitário.

 

 

A depressão tem sido vista, ao longo dos tempos, como um problema emocional/mental. Mas e se for uma doença “física” que faz o doente sentir-se mal?

 

 

Segundo o The Guardian, um número crescente de cientistas defende que é esse, precisamente, o caso.

 

 

George Slavich, psicólogo clínico da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, passou anos a estudar a depressão e chegou à conclusão que tem tanto a ver com o corpo como com a mente. “Já nem falo nela como um doença psiquiátrica. Envolve psicologia, realmente, mas também envolve partes iguais de biologia e saúde física”, defende.

 

 

A premissa desta teoria é o senso comum: todos nos sentimos infelizes quando estamos doentes. Demasiado cansados e aborrecidos para fazer o esforço de levantar do sofá ou da cama. E, no caso de uma gripe, ainda bem que assim é: é a forma de o organismo se recuperar e evitar espalhar o vírus.

 

 

Então, se as pessoas com depressão mostram um comportamento semelhante ao de quando se está doente e se as pessoas quando estão doentes sentem-se como as pessoas com depressão… haverá uma causa comum? É a esta questão que os investigadores têm tentado responder, chegando à conclusão que provalvemente sim. E a melhor candidata a causa comum é a inflamação.

 

 

Uma família de proteínas chamadas citocinas desencadeiam a inflamação no organismo, fazendo o cérebro entrar “em modo doença”. Durante episódios depressivos, tanto as citocinas como o processo inflamatório disparam e, em pessoas com doença bipolar, caem em períodos de remissão.

 

 

Mas há mais pistas: Pessoas com doenças inflamatórias como artrite reumatóide tendem a sofrer mais que a média de depressão. Doentes com cancro que tomam um medicamento destinado a aumentar a sua resposta inflamatória para ajudar a combater o cancro também registam depressão como efeito secundário.

 

 

Uma infeção não é a única forma de desencadear uma inflamação. Uma dieta rica em gorduras e açúcar também promove a inflamação. A obesidade é outro fator de risco.

 

 

Junte-se a tudo isto o facto de que o stress – em particular aquele que se segue a um episódio de rejeiçao ou solidão – também provoca inflamação e a depressão surge, como refere o The Guardian, como uma espécie de “alergia” dos tempos modernos.

 

 

Se assim for, Slavich sugere que não se pode “desligar” a inflamação, porque precisamos dela para lidar com as infeções, mas pode-se “reduzir os níveis de inflamação sistémica para níveis geríveis”.

 

 

Ensaios clínicos já mostraram que juntar medicamentos anti-inflamatórios aos anti-depressivos melhora os sintomas.

 

 

Entre cinco a 10 anos, espera Carmine Pariante, psiquiatra no Kings College London, poderá haver um teste de sangue para medir o nível de inflamação nas pessoas com depressão para adequar o tratamento à necessidade de cada um.

 

 

Visão