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Quem matou César, o Imperador? Nem Bruto, nem Cássio

A morte de Júlio César mereceu a atenção dos cientistas, investigadores e historiadores ao longo do tempo. Acreditava-se que os autores do crime eram Cássio e Bruto. Mas afinal houve um terceiro homem na conspiração.

 
O apunhalamento de Júlio César continua envolto em grande mistério. A uma distância de cerca de dois mil anos, a linha que separa a lenda da História torna-se progressivamente mais ténue. Mas ainda persistem muitas dúvidas.

 
Afinal quem matou o influente romano a 15 de março de 44 a.C., no pórtico da Cúria de Pompeu (em Roma)? Esta é uma interrogação de difícil resolução. Em primeiro lugar, porque o simbolismo do acontecimento o exige e, além disso, porque Shakespeare se “apoderou” da História e criou grande influência na perceção da realidade.

 
Barry Strauss, Professor de Clássicas na Universidade de Cornell, acaba de chegar com uma novidade: nem Bruto, político romano, nem Cássio, político grego, foram os únicos responsáveis pela morte de Júlio César. Segundo o livro “The Death of Caesar”, houve um terceiro homem envolvido no assassinato.

 
“Décimo foi a chave. Os conspiradores não eram aficionados nem políticos civis. Eram antes generais que organizaram o magnicídio com uma precisão militar. Os gladiadores e várias mulheres da elite romana também tiveram um papel importante”, explica Strauss ao El País.

 
Décimo Junio Bruto Albino era companheiro de armas de Júlio César e surge em todos os relatos do assassinato do general romano. Esta é a primeira vez que aparece enquanto protagonista. Algumas versões da História dizem mesmo que as palavras de César, “Também tu, meu filho?”, se dirigem ao seu amigo e não a “Brutus” mais famoso.

 
Nos relatos clássicos, Décimo é a pessoa que segue para casa de César para convencê-lo de que, apesar dos maus presságios e do sonho premonitório de Calpúrnia – esposa de Júlio – o Senado necessitava da sua presença.

 
O companheiro de César terá tanta importância na morte do conquistador da Gália como Cássio, um dos líderes da conspiração que convenceu Bruto a quebrar a sua lealdade face ao crescente poder do político. Strauss acredita que Bruto passou para o outro lado da barricada em busca de poder, funcionando como espião.

 
Para a maioria dos autores, a missão não era defender a democracia, mas antes proteger os privilégios da sua classe. Ronald Syme, investigador da história de Roma, escreveu que “as tragédias da história não surgem do conflito entre o bem e o mal convencionais. São mais imponentes e complexas. César e Bruto tinham ambos a razão do seu lado”.

 
O enredo emotivo carregado da morte de Júlio César e o facto de marcar um momento crucial na História, quando Roma se debatia entre permanecer uma República ou converter-se num Império, torna este acontecimento bastante significativo.

 
Há três anos, um grupo de arqueólogos do Conselho Superior de Investigações Científicas descobriu o local onde foi assassinado o ídolo romano da era anterior a Cristo. E, nas palavras dos historiadores, ainda há muito para apurar sobre o apunhalamento que marcou a História da humanidade.

 

 

9/3/2015 – Observador

Foto: Getty Images

 

 

 

UNESCO condena destruição da cidade milenar de Hatra por ‘jihadistas’

A UNESCO condenou hoje a “destruição” da antiga cidade de Hatra, situada no norte do Iraque, pelo movimento extremista Estado Islâmico (EI), que nas últimas semanas destruiu valioso património arqueológico iraquiano.

 
A UNESCO condenou hoje a “destruição” da antiga cidade de Hatra, situada no norte do Iraque, pelo movimento extremista Estado Islâmico (EI), que nas últimas semanas destruiu valioso património arqueológico iraquiano. “A destruição de Hatra é um ponto de viragem na assustadora estratégia de limpeza cultural que está em curso no Iraque”, disse em comunicado a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, referindo-se à destruição do património cultural do Iraque por parte dos ‘jihadistas’ do IE.

 
Classificadas como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO, as ruínas de Hatra, com cerca de 2.300 anos, foram destruídas pelo EI, que recentemente também devastou Nimrud, um dos principais sítios arqueológicos do país e uma das cidades mais importantes da antiga Mesopotâmia, assim como o Museu da Civilização de Mossul.

 
Em Bagdad, o Ministério do Turismo e Antiguidades também já condenou a destruição da cidade de Hatra, localizada cem quilómetros a sudoeste de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que se encontra sob controlo do IE. O secretário-geral da ONU já tinha condenado veementemente os atos do EI: “A destruição deliberada da nossa herança cultural comum constitui um crime de guerra e um ataque contra a humanidade como um todo”, disse Ban Ki-moon.

 

 

07/03/2015 – LUSA

SHAWN BALDWIN/EPA

 

 

 

O património da Humanidade que o Estado Islâmico já destruiu

Desde o final de fevereiro que os militantes do Estado Islâmico já destruíram pelo menos cinco monumentos históricos, no norte do Iraque. Alguns eram património mundial da Humanidade para a UNESCO.

 

 

 

Tudo germinou no extremismo e cedo irrompeu pelo lado da violência. O Estado Islâmico (EI) filmou decapitações e execuções, recrutou novos membros vindos um pouco de todo o mundo e foi reclamando territórios a norte da Síria e do Iraque. Pelo meio, milhares de vidas foram sendo perdidas, mas nem só pelas perdas humanas se conta a violência que tem sido perpetuada pelo grupo radical islâmico — também a herança cultural da humanidade tem sido dizimada pelas investidas do EI.

 

 
As miras do grupo extremista islâmico começaram a apontar-se para monumentos históricos no final de fevereiro, quando irromperam pela biblioteca pública de Mosul, cidade no norte do Iraque, controlada pelo EI desde junho de 2014, e queimaram milhares de livros — entre os quais manuscritos que constavam na lista de raridades da UNESCO.

 

 
Desde então que não têm parado os atentados contra locais considerados património mundial da Humanidade pela Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas. O mais recente aconteceu no domingo, 8 de março, às ruínas de Dur Sharrukin, no que hoje é a cidade de Jorsabad, também no Iraque. Eis a lista dos ataques a património cultural já efetuados pelo Estado Islâmico.

 
• A 25 de fevereiro, em Mosul, elementos do EI entraram na biblioteca pública da cidade iraquiana e começaram a queimar livros. Estima-se que 8 mil foram destruídos pelo fogo, entre os quais vários manuscritos que constavam na lista de raridades da UNESCO. Relatos de cidadãos revelaram ainda que milhares de livros foram depois acumulados em carrinhas e transportados pelos extremistas para local incerto.

 
• No dia seguinte foi noticiado que, também em Mosul, o Estado Islâmico forçou a entrada no museu da cidade. No interior acabou por destruir várias estátuas milenares, com origem entre os séculos VII e VIII a.C. Os extremistas empurraram as estátuas, fazendo-as tombar para o chão, para depois as partirem em pedaços com ferramentas, reduzindo até algumas a pó.

 
• A 6 de março foi a vez de Nimroud, a 60 quilómetros de Mosul, onde várias ruínas e vestígios arqueológicos da Assíria (um antigo reino, que aproximadamente entre 2500 e 600 a.C. existiu na antiga Mesopotâmia, no que hoje é o norte do Iraque) foram destruídos por bulldozers.

 
• Um dia depois a destruição chegou a Hatra, onde o Estado Islâmico utilizou bombas de gás para destruir ruínas com mais de 2 mil anos, consideradas património mundial da Humanidade pela UNESCO.

 
• A 8 de março, no domingo, aconteceu o mais recente episódio desta limpeza cultural: no que hoje é a cidade de Jorsabad, os militantes do EI destruíram os vestígios de Dur Sharrukin, que servira de capital da Assíria durante parte do século VIII a.C.

 
09/03/2015 – Observador

KARIM SAHIB/AFP/Getty Images

Autor: Diogo Pombo – Observador

 

 

Descoberto na Etiópia um fóssil de hominídeo com 2,8 milhões de anos

Cientistas situam o género “Homo” em 2,8 milhões de anos, 500 mil anos antes do que se pensava, revela uma análise de um fóssil de hominídeo encontrado na Etiópia, cujos resultados são publicados hoje na revista Science.

 

 

Os investigadores asseguram que a descoberta demonstra que a divergência do género “Homo”, que inclui os homens modernos, o “Homo Sapiens”, ocorreu antes do que se julgava, embora ressalvem que são necessários mais estudos para determinar a que espécie poderá pertencer o fóssil.

 

 

Encontrado há dois anos na jazida arqueológica de Ledi-Geraru, no estado de Afar, na Etiópia, o fóssil é uma mandíbula parcial, com cinco dentes intactos, que combina, segundo os peritos, traços primitivos do género “Australopitecus” com características mais modernas do “Homo”.

 

 

A descoberta ocorreu a uns quilómetros da zona de Hadar, onde, em 1974, outra equipa de investigadores encontrou “Lucy”, o esqueleto de “Australopitecus afarensis” mais completo até agora detetado, com cerca de 3,2 milhões de anos.

 

 

“Apesar de serem muito procurados, os fósseis da linhagem ‘Homo’ com mais de dois milhões de anos são muito raros”, assinalou um dos investigadores-principais, Brian Villmoare, da Universidade do Nevada, nos Estados Unidos.

 

 

Villmoare e a sua equipa estudaram a fundo a mandíbula e descobriram que, ainda que a idade e a localização do fóssil o colocam perto do “Australopitecus afarensis”, a sua dentadura coincide mais com as primeiras espécies de “Homo”, com molares finos, pré-molares simétricos e uma mandíbula de proporções uniformes.

 

 

Um outro grupo, liderado por Erin DiMaggio, investigadora do Departamento de Geociências da Universidade Estatal de Pensilvânia, também nos Estados Unidos, usou diversos sistemas de datação, como a análise radiométrica das camadas de cinzas vulcânicas, para determinar a antiguidade dos sedimentos da jazida.

 

 

“Estamos certos da idade do LD 350-1 [fóssil]”, afirmou, citada hoje pela agência noticiosa espanhola Efe.

 

 

04/03/2015
ER // JPS
Lusa/Fim

 

O que aconteceu aos atores de «Música no Coração»?

O clássico faz 50 anos e cristalizou a imagem dos seus atores para gerações de espectadores. O SAPO Cinema desvenda o que lhes aconteceu desde 1965.

 
«Música no Coração» estreou nas salas de cinema a 2 de março de 1965, tornando-se o maior êxito comercial desde «E Tudo o Vento Levou».

 
Mais tarde, ganhou cinco Óscares, incluindo o de melhor filme, mas, mais importante, resistiu à passagem do tempo e tem passado de geração em geração, primeiro em reposições nas salas, mais tarde na televisão, que não o dispensa todos os anos pelo Natal.

 
«Música no Coração» cristalizou a imagem de Julie Andrews e Christopher Plummer, não obstante eles terem uma carreira com décadas de notoriedade. E principalmente preservou no tempo os atores que componham as crianças da família von Trapp.

 
Recordamos como, 50 anos mais tarde, «Música no Coração» continua a fazer parte da vida destes atores, que se encontram frequentemente em eventos de celebração e encontros particulares.

 

 

 

O que aconteceu aos atores de Música no Coração2

Julie Andrews, Maria von Trapp

 
«Mary Poppins», no ano anterior (64) valeu-lhe o Óscar de Melhor Atriz e «Música no Coração» corou uma década de glória. Fez «Herói Precisa-se», «Cortina Rasgada», «Querida Lili», «Tudo Boa Gente», «Victor/Victoria» e «A Vida É Assim». Redescoberta no século XXI com «O Diário da Princesa» e a voz da rainha em «Shrek». a voz da rainha em «Shrek».

 

O que aconteceu aos atores de Música no Coração3

Christopher Plummer, Georg Johannes von Trapp

 

 

Detestou o filme, embora se tenha conformado com o facto de que a ele deve o reconhecimento eterno. Fez mais de 100 filmes e em 2011 tornou-se o mais velho ator a ganhar um Óscar, como secundário em «Assim é o Amor».

 

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Charmian Carr, Liesl von Trapp

 

 

Já não é a jovem «com 16 a caminho dos 17» (na verdade, já ia nos 21, menos sete que Julie Andrews), mas uma mãe de dois filhos que já é avó. Desistiu da representação e tornou-se decoradora de interiores na Califórnia.

 

O que aconteceu aos atores de Música no Coração5
Nicholas Hammond, Friederich von Trapp

 

 

Ator, escritor e produtor, vive na Austrália. Tinha 13-14 anos durante a rodagem de «Música no Coração». Foi o primeiro Peter Parker e Homem-Aranha na série (1977-79) e esteve em «Stealth» (05). Protagonizou um aclamado documentário, «Climbed Every Mountain with Nicholas Hammond», sobre a verdadeira história da família von Trapp.

 

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Heather Menzies, Louisa von Trapp

 

 

Tinha 14 anos quando teve a estreia no cinema com «Música no Coração» e fez alguns filmes nos anos 70 e 80. Tentou sacudir o filme posando para a Playboy em 1973 e tornou-se ativista dos doentes de cancro e das suas famílias com a morte do marido, o ator Robert Uhrich, sendo presidente da fundação de investigação com o seu nome.

 

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Duane Chase, Kurt von Trapp

 

 

Tinha 13 anos a fingir que eram 11 quando se estreou no cinema com «Música no Coração». Participou apenas numa série, estudou geologia e agora é designer de software em Seattle.

 

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Angela Cartwright, Brigitta von Trapp

 

 

A atriz britânica juntou ao êxito de «Música no Coração», quando tinha 11 anos, a série «Lost in Space (1965-68), mas acabou gradualmente por deixar para segundo plano a representação para se dedicar a duas grandes paixões, a escrita e a fotografia. Irmã de Veronica Cartwright («Alien»).

 

O que aconteceu aos atores de Música no Coração9
Debbie Turner, Marta von Trapp

 

 

Tinha sete anos quando fez o filme e depois de terminar o liceu, tornou-se esquiadora profissional. Tem quatro filhas e tem uma empresa que organiza eventos e design floral.

 

O que aconteceu aos atores de Música no Coração10

Kym Karath, Gretl von Trapp

 

 

Com cinco anos, era a von Trapp mais novinha (e quase se afogou na cena do barco), mas aos 3 já estava em «Os Nove Irmãos» ao lado de Henry Fonda. Participou em várias séries nos anos 60 e 70, mudou-se para França e casou, mas regressou aos EUA para criar o filho, que precisava de cuidados especiais. Está ligada precisamente a uma fundação para adultos que precisam de acompanhamento permanente devido a deficiência.

 

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As sete crianças von Trapp

 

 

 

O que aconteceu aos atores de Música no Coração12

Fotografia tirada por Annie Leibovitz para a Vanity Fair: 50 anos de «Música no Coração»

 

 

02/03/2015

 

SAPO CINEMA

 

 

Desaparecidos para sempre no Mar do Norte

O dia 15 de novembro já foi feriado, há 90 anos. A razão foi o desaparecimento de Sacadura Cabral algures no Mar do Norte. Depois de fazer mais de oito mil quilómetros de Lisboa ao Rio de Janeiro, o aviador pioneiro não conseguiu completar o voo entre a cidade holandesa de Amesterdão e a capital portuguesa. Ainda hoje, não se sabe o que aconteceu ao companheiro de Gago Coutinho e tio-avô de Paulo Portas, a quem o Expresso pediu um sms.

 

 
A primeira notícia diz encontrar-se são e salvo, ao lado dos outros pilotos que foram à Holanda buscar três hidroaviões. “O aparelho pilotado pelo comandante Sacadura Cabral, segundo nos comunicam do Centro de Aviação Marítima, já está em Cherburgo”, lê-se no vespertino “A Capital” de 17 de novembro de 1924. Durante um mês, as novas serão menos precisas. Afinal, ninguém sabe, nem saberá, do aviador que dois anos antes fizera, com Gago Coutinho, a primeira travessia aérea do Atlântico, usando um revolucionário instrumento de navegação aérea.

 

Desaparecidos para sempre no Mar do Norte2
Ou a informação do Centro de Aviação Marítima não está correta ou “A Capital” transformou a hipótese numa realidade. A Havas, a primeira agência de notícias do mundo, criada em 1835 e “avó” da France-Press, emitiu nesse dia 17 um telegrama dando apenas conta da amaragem forçada em Cherburgo, por “panne no motor” (como se traduzia na altura), do hidroavião pilotado pelo tenente Pedro Ferreira Rosado. Os jornais da manhã dessa segunda-feira acrescentavam à nota uma paragem normal da terceira aeronave, a do tenente Santos Mota, em Brest, na Bretanha, a paragem prevista antes da chegada a Lisboa.

 

Desaparecidos para sempre no Mar do Norte3
O comandante de 43 anos, piloto com feitos sem igual, deslocara-se à cidade holandesa com cinco colegas da Marinha a fim de levantarem três dos cinco hidroaviões da Fokker – uma empresa pioneira fundada em 1919 e fechada ao fim de 77 anos – comprados por Portugal, através de subscrição pública, para proporcionar uma volta ao mundo aos dois heróis da travessia do Atlântico em 1922. Como todos os companheiros, Artur Sacadura Freire Cabral e o cabo artilheiro mecânico José Pinto Correia saíram de Amesterdão no sábado, dia 15, mas não chegaram à cidade da Normandia nem à da Bretanha, nem jamais ali pousarão.

 

 

A ligação entre Amesterdão e Lisboa não apresenta qualquer grau de dificuldade. Carlos Viegas Gago Coutinho, que conhecia muito bem o capitão-de-fragata Sacadura Cabral, dirá ao “Diário de Lisboa”, quatro dias depois do desaparecimento, que o voo era insignificante, “tanto assim que o único que chegou a Brest foi o Mota, exatamente o que tinha menos prática. O Rosado, aviador já experimentado, ficou em Cherburgo. E o Sacadura…” O contra-almirante não termina a frase, o jornalista pergunta-lhe o que pensa, vê-lhe “uma sombra no olhar”, o aviador acaba por dizer que “ainda há quem pense que esteja vivo”.

 

 
Nesta notícia escrita pela hora de almoço de quarta-feira 19 e que ocupa toda a primeira página do vespertino, diz-se ser impossível afirmar que o comandante e o mecânico morreram. “Cem postos de telegrafia sem fios não recolhem uma notícia, Gago Coutinho está abatido. O sr. ministro da Marinha diz ‘desgraça!'”. No outro vespertino, publica-se uma informação “fresca” vinda de Paris: “Dizem-nos particularmente de Ostende ter aparecido o cadáver do vosso glorioso aviador Sacadura Cabral”. Não se confirma, a verdade é que foram encontrados destroços do hidroavião nº 496, por uma chalupa, e o estado em que apareceram “levam a pensar que se tenha produzido uma explosão”, mas nada de corpos.

 

 

As notícias são contraditórias de dia para dia. Tanto se diz que apareceu o corpo do aviador como se desmente a informação. É possível que o comandante esteja vivo, que tenha sido recolhido por um barco que não possuísse Telegrafia Sem Fios (T.S.F.) para comunicar, como também referem os jornais e os amigos de Sacadura desejam que tenha acontecido. “Eu continuo a pedir a Deus que ele continue ainda com vida e esteja a bordo de algum barco veleiro e que nós possamos vê-lo ainda”, diz o aeronauta e inventor brasileiro Santos Dumont numa carta para Gago Coutinho, lamentando: “Porque não seguiu ele os meus conselhos de descansar depois de tão grande feito que foi a viagem Portugal-Brasil?”

 

Desaparecidos para sempre no Mar do Norte4

 

A travessia até ao Brasil foi dura: mais de oito mil quilómetros percorridos, quase 80 dias de viagem, embora a voar tenha sido “pouco mais” de 60 horas. Nesta aventura, Sacadura aos comandos e Coutinho na navegação, com o instrumento que inventou, o Corrector, sofreram vários tormentos, entre eles uma espera por socorro no meio do Oceano, dentro do hidroavião a meter água e rodeado por dois tubarões… Parece que nada conseguia domar o espírito do pioneiro português, nem o facto de lhe terem detetado problemas oftalmológicos e aconselhado a deixar de pilotar aviões. O seu sonho era dar a volta ao mundo nos hidroaviões da Fokker.

 

 
Artur Sacadura Freire Cabral, nascido em Celorico da Beira, a 23 de maio de 1881, fez a escola politécnica e aos 16 anos tornou-se aspirante de Marinha. Três anos depois foi promovido a guarda-marinha, iniciando uma série de missões hidrográficas e geodésicas em África até passar a ser adjunto do comissário da missão portuguesa de limites de Angola e a ser nomeado subdiretor de agrimensura da, à época, colónia portuguesa. “É um africanista”, como diz o seu sobrinho-neto Paulo Portas. Só aos 35 anos se efetivará na aviação, ficando a depender do Ministério da Guerra, após arrancar um “Trés bon pilote” (Muito bom piloto) no curso de aeronáutica militar da Escola Militar de Chartres, em França.

 

 
Tem um espírito aventureiro, audaz, também solidário. Em 1902, o rei dom Carlos louva-o por escrito ao tomar conhecimento de que o marinheiro, quando navegava por Moçambique, se atirou ao mar para salvar um grumete que se afogava, desprezando o risco que corria. O seu companheiro de viagem, o cabo Correia, era igualmente um homem voluntarioso, valente, fora ele quem pedira para ir nesta missão; o piloto Santos Mota deve-lhe a vida, se não fosse Pinto Correia, que o arrastou a nado, teria morrido afogado daquela vez, em Aveiro, quando o hidroavião chocou com a água não dando qualquer hipótese ao piloto. O Ministério da Marinha irá promovê-lo a segundo sargento “como se tivesse sido morto em combate”.

 

 
“No seu caso, toda a vaidade era legítima e todo o orgulho era desculpável”, escreve Norberto Lopes, que foi ao Brasil cobrir para o “Diário de Lisboa” a chegada da equipa de heróis a 26 de outubro de 1922. O jornalista, na altura com 22 anos e a três décadas de se tornar o diretor do vespertino, diz que, perante este “homem mais baixo do que alto, de olhos difíceis de definir entre o azul e o verde”, se “justifica plenamente aquele dito de Pepino-o-Breve: os homens não se medem aos palmos”. E diz mais: “a sua fisionomia é a do homem que nasceu para mandar, que está habituado a mandar, que sabe mandar, serenamente, friamente, sem uma precipitação, sem um arrebatamento, sem um entusiasmo”.

 

 
“Alguém, que muito de perto privou com ele, dizia-me que o seu segredo, uma das razões porque estava destinado a andar sempre de automóvel, enquanto os outros andam a pé, é a maneira indiferente, fria e pouco expansiva como trata os homens e a excessiva delicadeza com que distingue as mulheres”, conta ainda Norberto Lopes sobre este pioneiro da aviação que é “um típico herói do amanhecer do seculo XX”, como refere o atual vice-primeiro-ministro. Sacadura é um homem charmoso, diz-se que só mostra o sorriso a mulheres, não será assim tão radical mas é de lembrar que uma das promessas que deixou por cumprir foi batizar um dos aviões que pilotasse com o nome de uma atriz com quem se cruzou em Inglaterra, Manora Thew, que lhe disse que o seu nome próprio significava boa sorte.

 

 
Nesta ida a Amesterdão, o ímpeto de Sacadura mantém-se, apesar da fase difícil que atravessa. A perícia do primeiro diretor do curso de aviadores em Portugal não está em causa. Os seus olhos, porém, é que já não veem o mesmo, sofrem de oftalmia. E o seu vício de fumar pode ter contribuído para o desastre, como algumas vozes fizeram circular. São muitas as dúvidas sobre o sucedido. “Qualquer viagem aérea é um ponto de interrogação”, dizia Sacadura (leia uma entrevista dada pelo comandante em 1922, no nº 2 da coleção do Expresso “Grandes Entrevistas da História”). Pedro Rosado contaria mais tarde que “estava um nevoeiro denso que se pegava com o mar”. E, defensor da tese do acidente, pormenorizou: “Voei sempre baixo, por vezes a dez metros da água, que estava tranquila, sem carneirada, um mar que se confundia com o nevoeiro”.

 

 
O sucedido nessa manhã de sábado de intenso nevoeiro entrará para o rol dos mistérios, levando o nome deste homem à galeria dos heróis desaparecidos tragicamente, sem explicação. A Fokker disse que fora um choque violento do hidroavião com a água, mas, tendo em conta a pane da máquina de Pedro Rosado, havia quem defendesse que o avião saíra avariado da fábrica. Quem contribuiu para alarmar ainda mais os espíritos foi António Ferro, o futuro secretário da Propaganda do Estado Novo. Na altura com 29 anos e jornalista do “Diário de Notícias”, foi enviado a Ostende e de lá escreveu que um engenheiro da empresa holandesa tinha guardado três parafusos dos destroços, que pareciam ter sido cortados à tesoura, dando assim lastro à tese da explosão.

 

 
Ainda a 27 de novembro, na “Capital”, dizia-se que se continuava a ignorar o que sucedera ao aviador, mas lamentava-se a “perda irreparável”. Nessa mesma notícia, revelavam-se planos pessoais para o futuro: o casamento com uma jovem recém-viúva de um escritor que também era oficial da marinha. Mas a 2 de dezembro, as esperanças perdiam-se e a notícia é que o Governo aguardava que se completassem 30 dias sobre o acidente para declarar a morte da tripulação do Fokker.

 

 
“O desaparecimento de Sacadura Cabral e do seu bravo companheiro nas brumas do Passo de Calais, sem uma testemunha, quasi sem um vestígio, tem o sabor heroico de uma lenda de glória”, escreve-se em “A Capital” de 15 dezembro, o dia decretado de luto nacional e feriado oficial e em que o Governo autorizou a “abertura dos créditos necessários para esse fim, bem como a fornecer o bronze necessário ao monumento a erigir, por subscrição pública, em Lisboa”.

 

 
* O texto da mensagem de Paulo Portas transcrito acima está em “linguagem sms”. Fica aqui a “tradução”:

 

 

“O meu tio-avô era um típico herói do amanhecer do século XX: altivo na confiança que tinha nele próprio, arrojado quanto aos feitos por fazer e arejado pelo mundo que conhecia. A ideia familiar que tenho dele e que não só não tinha medo como não tinha medo de ter medo, o que é uma qualidade pouco frequente. Era também de um patriotismo irrepreensível mas vivido a meias com a consciência da nossa exiguidade continental. Parece-me que morreu a fazer aquilo que adorava: voar e de preferência voar até mais além.” Paulo Portas

 

Desaparecidos para sempre no Mar do Norte5

FOKKER T.3 – Foi num hidroavião semelhante que Sacadura Cabral e Correia Pinto se despenharam no Mar do Norte.

 

 

 
Anabela Natário

14/02/2014

 

Fernando Pessoa acusou Salazar de se ter afastado da inteligência portuguesa

Fernando Pessoa, no último ano de vida, em 1935, acusou Salazar de ter afastado de si “o resto da inteligência portuguesa”, numa carta que endereçou a Óscar Carmona.

 
Fernando Pessoa, no último ano de vida, em 1935, acusou Salazar de ter afastado de si “o resto da inteligência portuguesa, que ainda o olhava com uma benevolência, já impaciente”, numa carta que endereçou ao Presidente da República Óscar Carmona.

 
A revelação surge no livro “Fernando Pessoa – Sobre o Fascismo, a Ditadura Militar e Salazar”, com textos inéditos do poeta, organizado pelo historiador José Barreto, que é apresentado quinta-feira, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.

 
Na introdução, o investigador atesta que, se alguma “simpatia” houve de Fernando Pessoa (1888-1935) pelo regime corporativista, claramente se distanciou dele, nos inícios de 1935, dois anos após a aprovação da Constituição da ditadura do Estado Novo, “para dar lugar a um pensamento coerente de oposição a Salazar e ao seu regime”.

 
Em relação a Salazar, numa fase inicial, segundo o historiador, “a confiança de Pessoa assentava, primeiramente, nas qualidades pessoais de clareza da inteligência e firmeza da vontade do ditador e, em segundo plano, na obra realizada (estradas, esquadra naval), no acréscimo do prestígio de Portugal no estrangeiro, e ainda na tentativa de dar um ‘ideal nacional’ a Portugal, país que notoriamente o carecia”.

 
Na fase final, o pensamento pessoano tomou uma direção “mais clara”, “entre o sentir liberal” e “as ideias individualistas e antiestatistas” do escritor, defende o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

 
José Barreto, que tem dedicado os últimos dez anos ao estudo e investigação, critica as “teses não documentadas, por vezes delirantes” que apontam Pessoa como “reacionário” e “adepto convicto” de Salazar. Uma “tentativa de ‘fasciszação’ póstuma do pensamento de Fernando Pessoa”, que, para o investigador, não passa de uma “intrigante campanha” que nunca ousou “classificar Pessoa como fascista, mas taxando o livro ‘Mensagem’ de ‘obra de exaltação nacional-fascista”.

 
Trata-se de “uma extrapolação não documental”, assevera Barreto, lembrando que, apesar de se notar uma “inegável constância de interesse do escritor pelas ditaduras do seu tempo”, sobre as quais chegou a projetar publicar um ensaio, “o pensamento político pessoano foi gradualmente tomando uma direção mais clara e coerente”, até atingir “uma certa estruturação” no ano em que morreu.

 
Por outro lado, afirma, “Pessoa nunca estudou nem analisou de forma aprofundada o fascismo”, designadamente em Itália, pois “aparentemente dispunha quase só de informação jornalística”. Além do mais, alerta, na época, “o termo fascismo ainda não tinha sofrido a dilatação semântica que posteriormente se verificou”.

 
Nesta fase final, o poeta viveu o contraditório de um pensamento político, “entre o seu sentir liberal e as suas ideias individualistas e antiestatistas”, escreve José Barreto, para quem o “continuado apoio a uma forma de governo ditatorial”, por Pessoa, se traduzia numa fase transitória, “de feições programáticas bastante particulares”, “que só existia, provavelmente, na imaginação do escritor”.

 
O livro “Fernando Pessoa – Sobre o Fascismo, a Ditadura Militar e Salazar” é publicado pela editora Tinta-da-China, no âmbito da coleção “Pessoa”, dirigida por Jerónimo Pizarro.

 

 

 

18/02/2015

MARIO CRUZ/LUSA

 

 

 

Coimbra comemora 725 anos da Universidade com mais de 150 eventos até Dezembro

O congresso internacional sobre a língua portuguesa é um dos mais de 150 eventos com que Coimbra vai assinalar os 725 anos da sua Universidade, entre março e dezembro deste ano.

 
As comemorações têm início a 01 de março, Dia da Universidade de Coimbra (UC), com uma sessão, no Auditório da Reitoria, durante a qual intervirão o reitor João Gabriel Silva (que será empossado no cargo para o segundo mandato na manhã desse dia) e o presidente do Conselho Geral da UC, Emílio Rui Vilar.

 
Será entregue o Prémio Universidade de Coimbra 2015 a José Quitério e será exibido, em antestreia, o documentário ‘UC 725 anos – Tempo de Encontro(s)’, entre outras iniciativas.

 
O programa comemorativo da efeméride, promovido pela UC, em parceria com a Câmara de Coimbra, que termina a 03 de dezembro, com a realização de um ‘Congresso internacional sobre a língua portuguesa’, foi apresentado hoje numa conferência de imprensa, em que participaram, além de João Gabriel Silva, a vice-reitora da UC Clara Almeida Santos e o presidente da Câmara e a vereadora da cultura, Manuel Machado e Carina Gomes, respetivamente.

 
Um espetáculo com Adriana Calcanhotto, dia 02 de março, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) e concertos por Licia Lucas (06 de março, Biblioteca Joanina) e pelo grupo congolês Konono Nº1 (07 de março, TAGV) e atuações de coros universitários de Coimbra, Porto e Évora (17 de abril, Largo D. Dinis) e do Orfeon Académico de Coimbra (18 de abril, TAGV) são alguns dos eventos da programação (disponível em www.uc725.uc.pt) agendada.

 
Um simpósio sobre a cinematografia moçambicana, com a participação, designadamente, de investigadores de Portugal, Brasil, Inglaterra, Bélgica, Itália e Moçambique, e realizadores, produtores e responsáveis pelo setor em Moçambique, é outras das iniciativas agendadas (10,11 e 12 de março), no âmbito do Simpósio de Cinemas em Português, que este ano realiza a sexta edição.

 
“Há muitos motivos para vir ao encontro da Universidade e da cidade de Coimbra” durante 2015, sustenta Clara Almeida Santos, destacando espetáculos de música, teatro e dança ou conferências, debates e exposições, designadamente um “programa especial” de visitas à universidade de Coimbra, guiadas pelo reitor (a primeira) e por Luís de Matos, Maria de Belém Roseira, e Pedro Tochas e um encontro de antigos estudantes da UC para a revisitarem e debaterem.

 
“Não sendo um número muito redondo, 725 anos é redondinho”, considerou João Gabriel Silva, referindo que lhe cabe a si “o privilégio de ser reitor” nesta efeméride da “mais antiga e mais moderna das universidades portuguesas”.

 
A UC “é impensável sem os seus 725 anos”, mas isso “não lhe vale de nada” nem será feita “justiça a essa história, se não olhar decididamente para o futuro”, afirmou o reitor.

 
“Coimbra é uma das muito poucas marcas globais de que Portugal dispõe”, defendeu ainda João Gabriel, reconhecendo, no entanto, que Cristiano Ronaldo (de quem é admirador) a ultrapassa, “mas com a duração da UC, nem Ronaldo”, concluiu.

 
A Câmara de Coimbra associa-se com “honra e orgulho” a estas comemorações, assegurou Manuel Machado, sustentando que a UC “sendo clássica, é uma instituição de ensino qualificado que honra Portugal”.

 

 

20/02/2015

JEF // JPF

Lusa/Fim

 

 

 

Espada do czar Alexandre III vendida por 244,700 euros

Uma espada com uma figura gravada, que pertenceu ao czar Alexandre III, foi vendida por 244.700 euros, encerrando este domingo o leilão da coleção de peças relacionadas com a história napoleónica, do príncipe Luís II do Mónaco.

 

 

Desta mesma coleção, no passado dia 16 de novembro foi arrematado um chapéu do imperador Napoleão por mais de 1,8 milhões de euros.

 

 
O chapéu armado “de forma tradicional, em feltro referido como de castor preto”, e que foi usado pelo imperador Napoleão, foi arrematado por Lee Tae Kyun, um dos dirigentes do grupo alimentar sul-coreano Harim.

 

 
Relativamente à espada de Alexandre III (1845-1894), é, segundo descrição da agência France-Presse, totalmente em filigrana de prata com o punho em latão dourado, e foi uma oferta do soberano à princesa Yourievskaia, sua segunda mulher.

 

 
A coleção de cerca de mil peças relacionadas com a história de Napoleão Bonaparte (1769-1821), foi constituída por Luís II (1870-1949), bisavô de Alberto III, atual soberano do Principado do Mónaco.

 

 
Entre os lotes arrematados figura uma águia em bronze de um estandarte, um modelo de 1804, por 109.500 euros.

 

 
Um par de pistolas, que pertenceu ao príncipe Eugénio de Beauharnais (1781-1824), que foi vice-rei de Itália, príncipe de Veneza, grão-duque de Frankfurt, duque de Leuchtenberg e príncipe de Eichstatt, foi adquirido por 35.000 euros.

 

 
Os manuscritos desta coleção, segundo a agência noticiosa francesa, geraram um verdadeiro entusiasmo; uma carta de Napoleão sobre a guerra contra a Inglaterra, dirigida ao ministro da Guerra, Louis-Alexandre Berthier, datada de 18 de junho de 1803, foi arrematada por 19.600 euros, quase dez vezes mais que a estimativa original.

 

 
Outra missiva do imperador, dirigida ao general Honoré Théodore Maxime Cazan, felicitando-o pelas suas façanhas na campanha de Austerlitz, foi adquirida por 49.700 euros.

 

 
Uma panela em cobre do serviço de campanha do Imperador e que foi também do rei Luís XVIII (1755-1824), foi adquirida por 19.300 euros.

 

 
Por 18.000 euros foi arrematado um trajo constituído por um vestido branco, par de meias de tecido, um par de botas e um manto branco de linho, que pertenceu ao filho do imperador, o Rei de Roma, Francisco Carlos José Bonaparte, que nasceu em 1815 e viveu apenas 37 dias.

 

 
foto DR

 

 

 

Escola Primária “A Luta Continua” com nova imagem

A Escola Primária Completa ”A Luta Continua”, na cidade de Maputo, tem uma nova imagem, mercê de um trabalho de pintura e reabilitação dos sanitários.

 
Orçadas em cerca de um milhão de meticais, as obras foram financiadas pelo MozaBanco, uma instituição financeira que opera no país, em resposta a um pedido formulado pela Direcção daquele estabelecimento de ensino.

 
Falando na cerimónia da entrega formal da obra, Jorge Ferrão, Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, disse que o Governo atribui uma importância estratégica ao sector da Educação, dado o seu valioso contributo para a erradicação da pobreza e promoção do desenvolvimento económico e social do país.

 
“Neste momento o nosso principal desafio no sector da Educação é assegurar o aumento do efectivo escolar, acompanhado pela qualidade de ensino, sendo por isso necessária a melhoria do rácio aluno/professor e supervisão do processo de ensino e aprendizagem”, precisou Ferrão.

 
O governante entende que a construção e apetrechamento de mais salas de aula e o recrutamento de mais professores são igualmente desafios importantes para uma melhor qualidade de ensino no país.

 
“É para nós uma honra e privilégio ter o MozaBanco como um parceiro nas acções de desenvolvimento, mais concretamente no sector da Educação. Este é mais um exemplo de que, como dizia o saudoso Presidente Samora Moisés Machel, a Educação é Tarefa de Todos Nós”, disse.

 
Jorge Ferrão reafirmou o seu compromisso em assegurar uma educação básica para todos, porque a escola ensina coisas que permitem identificar soluções para os vários obstáculos que enfermam a longa marcha que os moçambicanos estão a realizar na esfera do combate à pobreza e na criação de riqueza.

 
O presidente da Comissão Executiva do MozaBanco, Ibraimo Ibraimo, disse que o esforço da sua instituição teve como propósito rejuvenescer a escola com a nova pintura e ainda obras de vulto no sistema de canalização.

 
A fonte disse que o MozaBanco se comprometeu a realizar este trabalho porque é sua convicção que, no âmbito da responsabilidade social, as empresas devem se juntar aos esforços com vista a oferecer uma educação de qualidade às crianças.

 
A Escola Primária A Luta Continua é uma instituição pública do Ensino Básico, leccionando da 1.ª à 7.ª classe. No presente ano lectivo funciona com um total de 39 professores e possui um efectivo de 1502 alunos, dos quais 661 do sexo masculino e 841 do feminino.

 

Noticias Online – 21/02/2015