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Madeira: De região subdesenvolvida ao crescimento económico em quatro décadas

20/02/2015

 
Analfabetismo, subnutrição, um rendimento por habitante metade da média nacional, e falta de acessibilidades internas e externas são características reconhecidas na Madeira de há 40 anos.

 
Analfabetismo, subnutrição, um rendimento por habitante metade da média nacional, e falta de acessibilidades internas e externas são características reconhecidas na Madeira de há 40 anos, na transição para o Portugal democrático.

 
A estas, o economista João Abel de Freitas, natural da Madeira, soma a “concentração dos meios de produção e distribuição nas mãos da burguesia local, predominantemente residente no Funchal, assim como a “larga taxa de dependência do exterior”.

 
Dez anos antes, em 1964, com a inauguração do aeroporto, o turismo conheceria um novo ciclo que “as acessibilidades para o exterior abriram”, assinala o economista, exemplificando que em 1962 havia na ilha 1.628 camas, que passaram para quase nove mil em 1974.
Após a ascensão ao poder do social-democrata Alberto João Jardim, em 1978, a Madeira conhece um período de crescimento a todos os níveis, da educação à saúde, da área social ao turismo ou nas vias de comunicação, permitindo à população um melhor nível de vida, de acordo com diversos indicadores estatísticos.

 
Porém, nota João Abel de Freitas, que foi diretor-geral do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Economia, houve atividades que quase desapareceram, como “os bordados, os vimes, as pescas ou a cana-de-açúcar”.

 
“É evidente que todas as atividades têm os seus ciclos, o problema é perceber os ciclos para tentar adaptá-los aos nossos dias e isso não aconteceu na Madeira, exatamente porque houve sempre falta de visão estratégica”, considera o economista, observando que, “de algum modo, desindustrializou-se o pouco que havia”, o que é, no seu entender, a “grande falha” deste período.

 
A este propósito explica que “a fragilidade do tecido empresarial é quase a mesma, na medida em que se canalizaram todos os apoios, mesmo financeiros, para as obras e muito pouco para o sustentar”.

 
Referindo que o crescimento da Madeira está em linha com o registado no continente português, o economista ressalva que neste último caso “houve investimento no tecido empresarial”.

 
Para João Abel de Freitas, que de abril a setembro de 1975 integrou a Junta de Planeamento da Madeira e, antes, fez parte da Comissão do Salário Mínimo para a Madeira e Açores, o desenvolvimento da Madeira nestas quatro décadas teve dois pilares, o turismo e as obras públicas, sendo que estas foram “fundamentais para manter o ritmo de crescimento” da região.

 
“Tinha-se dinheiro, foi-se apostando, como costumo dizer na brincadeira, na segunda volta [rodoviária] à ilha, esta através de túneis, fazendo um queijo furado. No tempo do Estado Novo, fez-se a primeira volta, com estradas aos ziguezagues, e esta foi a segunda volta para endireitar, de algum modo, os ziguezagues do Estado Novo”, afirma à agência Lusa.

 
Lamentando a “falta de visão estratégica” para a região, liderada nos últimos 36 anos pelo social-democrata Alberto João Jardim, o economista refere que, “ao longo destes anos todos, foi uma governação que andou ao sabor das ondas”, para especificar: “Tinha dinheiro fazia, não tinha dinheiro, não fazia”.

 
Por: HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

 

 

 

 

 

Câmara de Lisboa quer definir zonas para estabelecimentos com horários alargados

20/02/2015

 
Câmara de Lisboa discute na quarta-feira uma proposta que passa por definir quais as zonas em que poderá ser “viável permitir horários de funcionamento mais alargados”.

 

Há zonas de Lisboa que poderão vir a ter horários alargados.

 
A Câmara de Lisboa discute na quarta-feira uma proposta para dar início à revisão dos horários dos estabelecimentos da cidade, que passa por definir quais as zonas em que poderá ser “viável permitir horários de funcionamento mais alargados”. De acordo com a proposta assinada pelo vereador das Estruturas de Proximidade, Duarte Cordeiro (PS), a que a agência Lusa teve hoje acesso, estas terão de ser áreas “que não disponham de edifícios com uso habitacional e que comprovadamente não tenham impactos nocivos no direito ao descanso dos cidadãos”, situadas, por exemplo, na frente ribeirinha.

 
Com a revisão do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no concelho de Lisboa, o município quer também “assegurar com rigor o cumprimento, por parte dos estabelecimentos, dos limites impostos à sua atividade, especialmente no que concerne às atividades potencialmente incomodativas dos cidadãos”, indica o documento.

 
Para realizar esta revisão, a Câmara (de maioria socialista) quer contar com a participação das várias forças políticas e de entidades como as Juntas de Freguesia, as forças de segurança, as associações de empregadores, as associações de consumidores e até da Provedoria de Justiça, de forma a elaborar uma proposta que será, posteriormente “submetida aos órgãos competentes”.

 
A 23 de janeiro deste ano, entrou em vigor um despacho da Câmara que estabelece que os bares do Cais do Sodré, Santos e Bica só podem funcionar até às 02h00 aos dias úteis e até às 03h00 ao fim de semana — sendo que anteriormente podiam estar abertos até às 04h00 –, mas não podem vender bebidas para fora a partir da 01h00. Já as lojas de conveniência localizadas nestas zonas passaram a encerrar às 22h00. Estas medidas foram criadas para dar resposta às queixas feitas pelos moradores daquela zona, essencialmente relacionadas com o ruído, tal como aconteceu no Bairro Alto, em 2008.

 
Duarte Cordeiro sustenta na proposta que “a realidade de Lisboa tem demonstrado que a desregulação total dos horários de funcionamento implica um agudizar de um conjunto de situações de incomodidades”. Por isso, foram realizadas, “por iniciativa municipal e na sequência de recomendações de várias entidades públicas, designadamente da Provedoria de Justiça, diversas diligências com vista a assegurar uma harmonização entre a vocação comercial e habitacional da cidade”, acrescenta.

 
A 16 de janeiro deste ano foi publicado, em Diário da República, o novo regime jurídico de acesso e exercício de atividades de comércio, serviços e restauração. Porém, a sua entrada em vigor, a 1 de março, “é suscetível de causar dúvidas quanto ao regime aplicável”, pelo que o município quer clarificar, através desta proposta, “que se mantém em vigor os horários previstos no regulamento dos horários de funcionamento dos estabelecimentos de venda ao público e de prestação de serviços no concelho de Lisboa”.

 
“Desta forma, no âmbito do período de elaboração e aprovação de revisão do regulamento, é garantida a segurança e proteção da qualidade de vida dos cidadãos pela manutenção em vigor, neste período, de um regime que harmoniza os horários da atividade comercial com o direito ao repouso dos cidadãos”, argumenta o vereador.

 

 

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

 

 

 

Quatro barras marítimas fechadas à navegação este sábado

21/02/2015
Meteorologistas preveem céu muito nublado e períodos de chuva para todo o território nacional continental. A forte agitação marítima também será uma constante.

 

Quatro barras marítimas estão este sábado fechadas à navegação e outras quatro estão condicionadas devido à previsão de agitação marítima forte, segundo informação da Marinha Portuguesa. Estão encerradas à navegação as barras de Vila Praia de Âncora, Esposende, Póvoa de Varzim e São Martinho do Porto.

 
A barra marítima da Figueira da Foz está fechada a embarcações com comprimento inferior a 35 metros e a barra de Caminha a embarcações de calado inferior a sete metros. A barra de Vila do Conde também está condicionada e a Marinha aconselha as embarcações até 12 metros de comprimento e/ou calado inferior a dois metros a praticar a barra no período compreendido entre as duas horas antes e duas horas após a preia-mar.

 

As embarcações com comprimento superior a 12 metros e/ou calado superior a dois metros, apenas podem praticar a barra de Vila do Conde no período da preia-mar. Já a barra marítima de Aveiro está fechada “a embarcações de comprimento fora a fora inferior a 15 metros”.

 

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para sábado, em Portugal continental, céu geralmente muito nublado, tornando-se pouco nublado a partir do início da tarde na região sul e nas regiões norte e centro a partir do final da tarde. Prevê ainda períodos de chuva fraca ou chuvisco até meio da manhã, que será de neve acima de 1400/1500 metros de altitude.

 

O vento soprará fraco a moderado (10 a 30 km/h) do quadrante oeste, rodando para norte a partir da manhã, e tornando-se moderado a forte (30 a 45 km/h) com rajadas da ordem de 65 km/h no litoral e nas terras altas. O IPMA prevê também uma pequena subida da temperatura mínima nas regiões centro e sul e uma pequena subida da temperatura máxima nas regiões do interior norte e centro.

 

As temperaturas máximas previstas para hoje são de 15 graus celsius em Lisboa, 13 no Porto, 19 em Faro, 16 em Ponta Delgada e 21 no Funchal.

 
LUÍS FORRA/LUSA

 

 

 

Alqueva fica concluído este ano após investimento total de 2,5 mil milhões de euros

21/02/2015

 
Inicialmente previsto para 2012, o fim do projeto foi adiantado para este ano, quando a albufeira já atingiu por diversas vezes a sua capacidade máxima.

 

O Alqueva produz energia, reforça o abastecimento de água a 200 mil habitantes, está pronto para regar 88 mil hectares dos 120 mil previstos e termina este ano, após um investimento total de 2,5 mil milhões de euros. Depois de 19 anos de obras e 13 desde o início do enchimento da albufeira, no projeto, considerado estruturante para o Alentejo, já foram investidos 2.143 milhões de euros do investimento total, distribuído pelas valências agrícola, hidroelétrica e de abastecimento público.

 
A albufeira de Alqueva, localizada no “coração” do Alentejo, no rio Guadiana, começou a encher a 8 de fevereiro de 2002, já atingiu várias vezes o nível pleno de armazenamento e, atualmente, está à cota de 149,77 metros, ou seja, a 88% da capacidade total.

 

A conclusão do projeto, inicialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior Governo PS para 2015 e, depois, antecipada para 2013, o que acabou por não ser possível, segundo o atual Executivo PSD/CDS-PP, que, entretanto, assumiu o compromisso de terminar as obras este ano.

 

Na valência agrícola, segundo dados fornecidos à agência Lusa pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), atualmente, dos cerca de 120 mil hectares de regadio previstos no projeto global, 68 mil estão em exploração e 20 mil começam a funcionar na campanha de rega deste ano, no início da primavera, perfazendo um total de 88 mil hectares. Os restantes cerca de 30 mil hectares estão em construção com vista à conclusão do empreendimento até final deste ano.

 

Quanto ao abastecimento de água, a EDIA terminou, em 2010, as ligações entre a albufeira “mãe” de Alqueva e as albufeiras de abastecimento público abrangidas pelo projeto, que está pronto para abastecer cerca de 200 mil habitantes sempre que haja necessidade de reforço. Tratam-se das ligações entre Alqueva e as albufeiras das barragens do Roxo, do Enxoé, e de Alvito (Beja) e do Monte Novo (Évora).

 

A barragem do Roxo abastece os concelhos de Aljustrel e Beja, a do Enxoé os de Serpa e Mértola, a de Alvito os de Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira e a do Monte Novo os de Évora, Reguengos de Monsaraz e Mourão.

 

Na valência de energia, além de ter construído as centrais de Alqueva e do Pedrógão, que começaram a funcionar em 2004 e 2006, respetivamente, e foram concessionadas à EDP, a EDIA terminou em 2011 a instalação das cinco centrais mini-hídricas do projeto. Trata-se das localizadas junto às barragens de Alvito, Odivelas, Pisão, Roxo e Serpa, no distrito de Beja, que implicaram um investimento superior a 16 milhões de euros e juntas produzem 30 gigawatts/hora (GWh) de energia em ano médio.

 

Após obter a concessão, a EDP duplicou a potência da central de Alqueva, de 260 para 520 megawatts (MW), construindo uma segunda central, que custou cerca de 190 milhões de euros e começou a produzir energia em outubro de 2012. Com a duplicação, a central de Alqueva I e II tornou-se a segunda maior hidroelétrica em Portugal.

 

A EDIA aposta também noutras fontes de energia renovável com uma central fotovoltaica em exploração desde 2007, junto à barragem de Alqueva, com uma potência instalada de 65 quilowatts-pico (KWp) e com uma produção anual de 68.500 quilowatts-hora (kWh).

 

O projeto global de Alqueva obrigou à construção de uma nova povoação para alojar os cerca de 400 habitantes da “velha” aldeia da Luz, submersa pelas águas da albufeira, num investimento total de cerca de 39 milhões de euros.

 

Alqueva, na sua capacidade total de armazenamento, à cota de 152 metros, é o maior lago artificial da Europa, com uma área de 250 quilómetros quadrados e cerca de 1.160 quilómetros de margens. O volume máximo de água da albufeira, 4.150 hectómetros cúbicos, “é muito próximo do consumo total anual de água de toda a agricultura, indústria e população em Portugal”, frisa a EDIA.

 
NUNO VEIGA/LUSA

 

Sindicatos marcam greve nacional de professores a prova durante mês de março

21/2/2015
Sete organizações sindicais convocaram para março uma greve nacional de professores e educadores a todo o serviço relacionado com a Prova de Avaliação de Conhecimentos.

 

Organizações anunciam ter entregado, na sexta-feira, um novo pré-aviso de greve ao serviço relacionado com a prova que seja atribuído entre os dias 2 e 31 de março.

 

Sete organizações sindicais convocaram para o mês de março uma greve nacional de professores e educadores a todo o serviço relacionado com a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC). Em comunicado enviado à agência Lusa, as organizações anunciam ter entregado, na sexta-feira, um novo pré-aviso de greve ao serviço relacionado com a prova que seja atribuído entre os dias 2 e 31 de março.

 
“A ASPL, FENPROF, SEPLEU, SINAPE, SIPE, SIPPEB e SPLIU são as organizações sindicais de professores que, de forma coerente, mantêm a determinação na luta contra a desprezível prova”, referem estas entidades no comunicado, explicando que o pré-aviso é uma forma de responder à possibilidade de o Ministério da Educação e Ciência (MEC) agendar a realização das componentes específicas da prova para o próximo mês.

 

A PACC – exigida a todos os docentes com menos de cinco anos de profissão – é composta por duas fases: uma primeira prova de componente comum (igual para todos os professores) e a componente específica, que tem em conta as disciplinas lecionadas pelos professores.

 
O despacho que fixou a realização da componente comum para 19 de dezembro definiu que as componentes específicas podiam começar a realizar-se a partir de 01 de fevereiro. Mas, “até agora, não se verificou”, lembraram os sindicalistas, que também apresentaram em janeiro um pré-aviso de greve para todo o mês de fevereiro. “O presente aviso prévio que sucede ao que ainda está em vigor até final de fevereiro, cria as necessárias condições para o prosseguimento da luta contra a PACC”, sublinham.

 
As organizações contestam “todo o serviço que se prenda com a eventual insistência do MEC em submeter professores e educadores devidamente qualificados, muitos deles com provas já dadas no exercício da profissão, a uma prova que nada demonstra sobre a competência para serem o que são: docentes profissionalizados!”.

 
Paulo Cunha/LUSA

 

 

 

Militares dizem que 12 mil cônjuges correm risco de perder assistência médica

22/2/2015
Associação de Oficiais das Forças Armadas alertou para a possibilidade de mais de 12 mil cônjuges deixarem de receber assistência médica no subsistema de saúde.

 

Em causa está a aprovação de um diploma por parte do Governo que, caso entre em vigor, define que o acesso ao direito à ADM passa a ser facultativo.

 

A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) alertou neste domingo para a possibilidade de mais de 12 mil cônjuges deixarem de receber assistência médica no subsistema de saúde ADM (Forças Armadas e GNR), devido a nova legislação. “As condições leoninas, em termos de descontos aos militares, que são impostas, embora com o direito de opção, mais parecem visar o afastamento da ADM de um universo que atinge mais de 12 mil cônjuges”, lê-se num comunicado divulgado pela AOFA.

 

Em causa está a aprovação de um diploma por parte do Governo que, caso entre em vigor, define que o acesso ao direito à ADM passa a ser facultativo para os cônjuges que aufiram rendimentos, provenientes de atividade exercida no âmbito do setor privado ou por conta própria.

Essa opção poderá ser efetuada ao longo dos próximos três meses mediante um desconto ao militar de 3,5% sobre 79% da respetiva remuneração base (excluindo o suplemento de condição militar) e, no caso dos militares que se encontrem em situação de reforma, incide sobre o total das suas pensões, tal como nas pensões de viuvez.

 

Numa nota informativa hoje emitida pelas Associações Profissionais de Militares (APM) é realçada a convicção de que é “justo e adequado que os cônjuges de todos os militares devem beneficiar do direito à assistência sanitária”, isto, “sem que, da parte destes, tenha que se verificar desconto para a ADM”. As alterações introduzidas neste regime são apelidadas de “injustas” pelas APM.

 

Já no início da semana passada, os responsáveis da AOFA tinham denunciado que o executivo da maioria PSD/CDS-PP está “em guerra” com os militares, reagindo à alteração aos regimes específicos de assistência na doença dos seus familiares.

 

“A realidade impõe-se: estamos em guerra. Uma guerra que não utilizando meios militares, nem por isso deixa de ser uma guerra! Porque morre gente, porque é semeada a pobreza e a miséria, porque há refugiados eufemisticamente designados de emigrantes forçados pelos líderes do seu próprio país a abandoná-lo”, lê-se em comunicado.

 

O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira a possibilidade de “cônjuges ou unidos de facto dos beneficiários, titulares dos subsistemas ADM [Forças Armadas e GNR] e SAD [PSP]” se inscreverem “nesses mesmos subsistemas, mediante o pagamento de uma contribuição”.

 

O texto da AOFA lamenta que, “para além do desconto de 3,5%”, haja agora “mais um desconto suportado por um estranhíssimo algoritmo (3,5% sobre 79% da remuneração base do militar) que mais não é do que um expediente para extorquir uma fatia mais do já parco rendimento dos militares”.

 

“Mas nada demove os que, tendo sido legitimados para governar o país, não foram certamente eleitos para o destruir e, muito menos, incumprindo compromissos que assumiram e que logo a seguir renegaram”, lê-se ainda, antes de os governantes serem acusados de “afrontar o seu povo, que deviam servir e defender, os militares e as forças armadas”.

 

Por: Paulo Cunha/LUSA

 

Dois terços dos avós ficam com os netos em casa de dia ou depois das aulas – Estudo

22/02/2015
Dois em cada três avós inquiridos num estudo dizem estar com os netos em casa durante o dia ou depois das aulas, assumindo um papel essencial na educação das crianças.

 

Cerca de 72% dos pais inquiridos elegeram os avós como os principais parceiros na educação dos filhos.

 

Dois em cada três avós inquiridos num estudo que tentou perceber os comportamentos dos jovens e como vivem dizem estar com os netos em casa durante o dia ou depois das aulas, assumindo um papel essencial na educação das crianças. Segundo o estudo Fórum da Criança, que será divulgado na terça-feira no seminário “Kids & Teens”, em Lisboa, os avós assumiram um “papel primordial” na gestão do dia-a-dia das famílias, estando presentes nas rotinas diárias dos netos.

 

O estudo, que será apresentado num seminário subordinado ao tema “A Reinvenção da Família Alargada”, refere que cerca de 72% dos pais inquiridos elegeram os avós como os principais parceiros na educação dos filhos, uma vez que os acompanham nos estudos, nas atividades extracurriculares e na comunicação digital, que também tem um “poder crescente” na vida dos mais novos. Mas também assumem um papel essencial enquanto suporte financeiro, ajudando muitas vezes economicamente os pais na criação dos seus filhos.

 

Mais de metade (56%) dos avós diz que compra algumas roupas e calçado para os netos, refere o estudo, que teve início em 2005 e já envolveu cerca de 6.000 crianças, 1.700 pais e, na última edição, em 2014, incluiu os avós.

 

“Com a crise económica que se instalou começámos a reparar claramente que os hábitos das famílias alteraram-se”, com os avós a assumirem “um papel muito relevante nas famílias, não só a nível de acompanhamento das crianças, como na ajuda na compra de roupas e até bens alimentares”, disse à agência Lusa Leonor Archer, responsável pelo Departamento de Marketing Infantil da Brandkey, empresa promotora da sétima edição do seminário em parceria com a Ipsos Apeme. “São um apoio fundamental para os pais e têm um papel funcional na educação dos netos, ao mesmo tempo que também têm laços muito fortes”, sustentou Leonor Archer.

 

Questionado pela Lusa sobre a importância desta ligação entre avós e netos, o pediatra Mário Cordeiro disse que “o convívio intergeracional é fundamental”, considerando que “não é concebível uma sociedade com tecido social fraturado e com lacunas nas suas diversas componentes”. Mário Cordeiro adiantou que “os avós podem transmitir sabedoria”, resultante da sua experiência de vida e que vai “dar sentido à informação que as crianças hoje recebem em catadupa”.

 

Além disso, frisou, “é bom o contacto humano, calmo, tranquilo, mas firme e com regras e afeto, que os avós podem transmitir aos netos”. “As pessoas continuam a ser de carne e osso e as relações interpessoais não se podem reduzir a ‘avatares’ no Facebook”, sustentou.

 

Por outro lado, para os avós, “os netos são a garantia da continuidade, da sua vitória sobre a morte e da eternidade do seu desígnio de vida”, porque “ajudam a rever o passado, a contemplar o presente e a garantir-lhes que terão futuro, mesmo que a morte sobrevenha”, salientou Mário Cordeiro.

 

O estudo salienta também a importância que a televisão, a Internet e o telemóvel têm na vida das crianças e dos jovens, referindo que três quartos dos jovens inquiridos têm acesso à internet e, destes, nove em 10 fazem-no em casa. Os dados indicam que 52% das crianças usam o ‘Facebook’ sobretudo para jogar e falar com os amigos e que seis em cada dez têm telemóvel, sendo a maior proporção no 3º ciclo (8 em 10).

 

Leonor Archer salientou o facto de a televisão continuar “a ter um papel tão relevante” na vida das crianças e dos jovens, o que está relacionado com “o aumento da penetração dos operadores de cabo com os canais temáticos”.

 

FOTO: Darek Delmanowicz/EPA

 
Agência Lusa

 

 

Quem Somos

 

 

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O que é o The Portugal Times?

 

O The Portugal Times é um jornal online. Não é apenas um jornal em formato digital. É um jornal que pode ser lido por quem quer que se ligue à Internet, seja através de um computador de secretária ou de um telemóvel, adaptando-se automaticamente ao aparelho que os nossos leitores estiverem a utilizar.

 

O The Portugal Times é ainda um jornal onde se interage com os seus leitores, onde se está atento ao que estes procuram, ao que estes sugerem e ao que estes pensam, integrando de forma amigável as suas contribuições.

 

O The Portugal Times é um projeto que quer informar de forma independente, informar de forma diferente, e mais respeitadora da inteligência dos nossos leitores.

 

Hoje o jornalismo não é apenas dar a conhecer ao público as últimas notícias, é cada vez mais ajudar o público a mover-se no imenso mar de informação que o rodeia, ajudá-lo a interpretar e a compreender.

 

Em que é que o The Portugal Times é diferente?

 

O The Portugal Times é diferente porque vamos tirar o maior partido daquilo que o jornalismo tradicional separava mas que a Internet une: o texto, o som, o vídeo, o gráfico interactivo, e a galeria de imagens.

 

O The Portugal Times diz que tem um ponto de vista. Qual é ele?

 

O The Portugal Times não perfilha qualquer programa político mas tem um olhar sobre as Comunidades Lusófonas e sobre o mundo. O que é que isto quer dizer? O The Portugal Times quer ser claro e transparente com os seus leitores. Somos livres nas nossas escolhas, agimos com independência, respondemos perante a nossa consciência e não deturpamos a realidade em nome de agendas pessoais ou de grupos.

 

O The Portugal Times coloca a liberdade no centro das suas preocupações e defende uma sociedade aberta, com instituições respeitadoras da lei e dos direitos individuais.

 

O The Portugal Times quer, no fundo, estar onde estão as pessoas que lêem, falam e escrevem em português, responder ao que preocupa as pessoas e dar resposta às suas interrogações.

 

 

 

Sanções. A arma para continuar a pressionar Moscovo

18/02/2015

 
Canadá alargou lista negra à maior empresa de armamento da Rússia e a uma das maiores petrolíferas do mundo. O chefe da diplomacia britânica defendeu em Lisboa o prolongamento das punições a Moscovo se o cessar-fogo cair. Poroshenko, Putin, Merkel e Hollande voltaram à teleconferência.

 

Tropas ucranianas iniciaram retirada “ordeira” de Debaltseve, anunciou o presidente Petro Poroshenko.

 

A difícil implementação do cessar-fogo no leste da Ucrânia volta a direcionar a comunidade internacional para as sanções económicas, congelamento de ativos e restrições de viagens. Esta tem sido a arma para tentar pôr fim a uma guerra entre forças ucranianas e separatistas pró-russos e que já matou mais de 5400 pessoas em dez meses.

 

O Canadá alargou na terça-feira a sua lista negra, dois meses depois de anteriores sanções terem ferido interesses vitais nos setores do petróleo e gás. Na nova lista constam agora 11 personalidades russas de destaque, entre as quais Sergei Chemezov, diretor-executivo da estatal tecnológica Rostec, uma das maiores empresas de armamento, e 26 ucranianos, a maior parte figuras políticas e deputados das cidades separatistas de Donestk e Lugansk, onde o conflito se agudizou no final do verão do ano passado.

 

As punições atingem ainda 15 entidades separatistas ucranianas e duas russas, uma delas a Rosneft, líder da produção petrolífera na Rússia e uma das maiores companhias do mundo. Tanto a Rostec como a Rosneft têm importantes interesses no Canadá.

 

A posição do Canáda “permanece clara” diante da “agressão do regime militar de Putin”, alertou o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper. “Reconhecemos a integridade do território da Ucrânia e não iremos reconhecer a ilegal ocupação russa em nenhuma parte do país”, sublinhou.

 

Rússia alerta para consequências

 
A decisão do Canadá surge em coordenação com os recentes passos dados no mesmo sentido pela União Europeia e pelos EUA, a fim de punir o apoio da Rússia aos separatistas russos, através do envio de armamento pesado e homens para o leste da Ucrânia. Acusações que Vladimir Putin tem refutado.

 

A reação às medidas impostas pelo Canadá surgiu esta quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo. Sergei Lavrov considerou que as sanções impostas a Moscovo são uma “tentativa idiota” para prevenir a implementação do plano de paz alcançado em Minsk, capital da Bielorrússia. É o segundo acordo para um cessar-fogo, depois do fracasso do anterior, a 5 de setembro de 2014.

 

“Todos esperamos que Ottawa reflita sobre as consequências das suas ações, que na realidade alimentam ainda mais os confrontos armados na Ucrânia, e então irão perceber a futilidade em pressionarem a Rússia através de sanções”, frisou o chefe da diplomacia russa, citado pela “Reuters”.

 

A fragilidade do segundo acordo de Minsk, em vigor desde as 00h00 de domingo, já tinha levado também a União Europeia a alargar sanções na segunda-feira. Da Rússia, a promessa era de “uma resposta adequada”.

 

Líderes regressam à teleconferência

 
A comunidade internacional tem sistematicamente denunciado o envolvimento da Rússia e o seu contributo para a escalada de violência. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, relatou por diversas vezes a entrada de tanques e soldados pela Crimeia, anexada pela Rússia em março do ano passado.

 

Depois de falharem a retirada do armamento pesado na terça-feira, verificou-se um braço de ferro no estratégico nó ferroviário de Debaltseve, que faz a união a Donestk e Lugansk. Merkel e Poroshenko telefonaram a Putin e acordaram “medidas concretas” que permitissem o acesso dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para monitorizar o cessar-fogo.

 

Os separatistas falavam numa luta “moral” por um território interno, mas garantiam estar dispostos a retirar desde que a mesma não fosse unilateral. Enquanto Poroshenko anunciava esta quarta-feira “uma retirada ordeira”, referindo que 80% das colunas militares já tinha saído, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo referia não existir violação do cessar-fogo em Debaltseve, uma vez que integrava a região sob domínio dos separatistas.

 

Para esta quarta-feira estava previsto uma nova teleconferência entre Poroshenko, Putin, Angela Merkel e François Hollande. A chanceler alemã e o presidente francês são os rostos de intervenção europeia pela via diplomática. Em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros português reuniu-se com o seu homólogo britânico. Philip Hammond defende que se a trégua não resultar ou se se verificar que “a Rússia não está a agir de boa-fé”, a União Europeia deverá considerar a extensão “até ao final do ano” das sanções em vigor e que devem expirar em julho.

 

“Todos desejamos a paz, mas tenho de dizer que os sinais não são bons. Putin está a apelar às forças ucranianas para que se rendam em Debaltseve, o que não está minimamente no espírito do que foi acordado na semana passada – e revela as verdadeiras intenções da Rússia”, relatou Philip Hammond, que pôs de parte “neste momento” um possível apoio militar à Ucrânia. Apoio esse que os EUA admitiram ponderar, caso falhassem os mecanismos diplomáticos. Numa conferência conjunta com Angela Merkel, no passado dia 10, o presidente norte-americano Barack Obama apontou o dedo a Putin, acusando-o de querer redesenhar a Europa e de ter “violado todos os compromissos”.

 

A passagem à prática da teoria delineada em Minsk está a ser árdua e o futuro mantém-se incerto com tamanha instabilidade no terreno.

 

Raquel Pinto | Expresso

 

FOTO VASILY MAXIMOV/AFP/Getty Imagea

 

 

 

Astrónomos encontram novo planeta potencialmente habitável

30/06/2014

 
O Gliese 832 c, está a 16 anos-luz de distância da Terra.

 
Criação artística mostra o planeta Gliese 832 c.

 
Astrónomos usam um índice de similaridade com o nosso planeta. O Gliese 832 c marcou 0,81 (em uma escala de 0 a 1) de similaridade. Nesse índice entram informações como temperatura e densidade do planeta.

 
A massa do planeta é de pelo menos cinco vezes a massa da Terra. Ele leva 16 dias para orbitar a estrela anã vermelha que serve de centro para ele.

 
O planeta foi detalhado em um artigo publicado no Astrophysical Journal. O grupo de astrónomos era multinacional, mas liderados por australianos da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW).
Usando como base o índice de similaridade, ele fica em terceiro no ranking dos planetas mais parecidos com a Terra. Em um comunicado no site da UNSW, o professor Chris Tinney detalha o achado.
“Dada a grande massa do planeta, é provável que ele possua uma atmosfera massiva, que pode fazer do planeta inabitável. Uma atmosfera mais densa manteria o calor preso e faria com que ele fosse quente demais para criar vida”, afirmou.

 
O artigo sobre o planeta, no entanto, levanta outra hipótese. “É natural perguntar-se se o planeta poderia ter um satélite gigante que possa ser habitável”, escrevem os cientistas. Encontrar esse satélite, infelizmente, está além dos meios dos pesquisadores.

 
O planeta já encontrado mais parecido com a Terra é o Gliese 667C c, com uma escala de 0,84. Ele fica a 23 anos-luz da Terra.

 
Em seguida, está o Kepler-62, com um índice de similaridade de 0,83. Ele, no entanto, fica longe demais daqui, a 1.200 anos-luz de distância.
Nesta descoberta foram usados telescópios localizados no Chile. O grupo de cientistas reúne pesquisadores da Austrália, Reino Unido, Finlândia, Estados Unidos, Itália e Chile.

 

 
Victor Caputo, de Exame