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ONU diz que programa nuclear da Coreia do Norte continua intacto

A Coreia do Norte está constantemente a violar as sanções internacionais impostas e o seu programa nuclear e de mísseis permanece intacto, segundo um relatório elaborado por especialistas das Nações Unidas (ONU) divulgado esta terça-feira.

 

 

Segundo os especialistas, Pyongyang está a desafiar as sanções do Conselho de Segurança da ONU com um “aumento massivo de transferências ilegais de produtos derivados do petróleo e carvão de navio para navio”.

 

 

“Essas violações tornam ineficazes as sanções mais recentes”, explica o relatório, em referência aos limites das importações de produtos petrolíferos e as restrições ao comércio com carvão que o Conselho impôs ao país em 2017, em resposta aos seus testes nucleares e de mísseis.

 

 

Os especialistas da ONU indicam que, sem saber, bancos e seguradoras em todo o mundo continuam a facilitar pagamentos e a dar cobertura a investigações envolvidas nessas violações.

 

 

As transferências de petróleo e carvão entre navios, uma técnica usada por Pyongyang para evitar sanções, aumentaram em 2018, com “crescentes transbordos, multimilionários e ilegais” de petróleo bruto e um aumento no número de operações de carvão.

 

 

De acordo com a ONU, o Governo norte-coreano continua a violar o embargo de armas e tentou fornecer equipamento militar aos rebeldes Houthis no Iémen, bem como à Líbia e ao Sudão através de intermediários estrangeiros.

 

 

As várias sanções impostas pela ONU pretendem pressionar a Coreia do Norte a abandonar o seu programa nuclear e de mísseis.

 

 

A cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Hanói, no Vietname, em fevereiro, começou com sinais de harmonia entre o Presidente dos EUA e o da Coreia do Norte, mas o entendimento esbarrou na questão da desnuclearização da península coreana, sem que houvesse possibilidade de um acordo.

 

 

TPT com: AFP//Visão// KCNA //Lusa// 12 de Março de 2019

 

 

 

 

 

Federação de jornalistas lusófonos pede libertação imediata de colega preso em Moçambique

A Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa (FJLP) pediu hoje ao Presidente de Moçambique a “imediata libertação” do jornalista Amade Abubacar, detido em Cabo Delgado quando fotografava famílias que abandonavam a região com receio de ataques armados.

 

 

Em carta dirigida a Filipe Nyusi, a FJLP requer ao Presidente moçambicano os “seus os esforços” para “a libertação imediata do jornalista Amade Abubacar, preso pelo Estado moçambicano”.

 

 

“A medida é urgente e fundamental para que esse profissional possa, com liberdade, exercer o seu trabalho, tendo assegurado pela nação o seu direito constitucional”, refere a carta.

 

 

Com sede no Brasil, a FJLP agrega jornalistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Macau (China) e Goa (Índia).

 

 

“Na era da globalização, o mundo precisa de saber das atrocidades que são cometidas contra as comunidades na região norte de Moçambique e, exatamente por esse motivo, o trabalho dos jornalistas locais e internacionais reveste-se de extrema importância”, prossegue a carta.

 

 

A FJLP lembra que as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos condenam “a ação levada a efeito pelos militares contra jornalistas no exercício da sua profissão”.

 

 

“Esta manifestação não tem por objetivo questionar a ação militar do Estado moçambicano na defesa da soberania, mas sim o direito de os cidadãos moçambicanos e a comunidade internacional terem acesso a informações que lhe são importantes para a própria vida”, adianta a FJLP.

 

 

Sustenta ainda a necessidade de o Estado garantir o “trabalho em segurança dos jornalistas”.

 

 

Amade Abubacar foi detido a 05 de janeiro na vila de Macomia, no centro de Cabo Delgado, quando fotografava famílias que abandonavam a região com receio de ataques armados.

 

 

Em fevereiro foi detido outro jornalista, Germano Daniel Adriano, da Rádio e Televisão Comunitária de Macomia, também na província de Cabo Delgado, no âmbito da cobertura que estava a fazer à violência armada que assola aquela região do país.

 

 

Germano Daniel Adriano foi acusado de violação do segredo de Estado e instigação pública a um crime, os mesmos crimes atribuídos a Amade Abubacar, também da Rádio e Televisão Comunitária de Macomia.

 

 

Em dezembro do ano passado, três jornalistas estrangeiros e um moçambicano foram detidos durante 48 horas pelo exército moçambicano, a caminho do distrito de Palma, em Cabo Delgado, apesar de estarem credenciados pelas autoridades para trabalhar na zona.

 

 

Distritos recônditos da província de Cabo Delgado, no extremo nordeste do país, a 2.000 quilómetros da capital, têm sido alvo de ataques de grupos desconhecidos desde outubro de 2017.

 

 

De acordo com números oficiais, pelo menos 140 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança, morreram desde que a onda de violência começou.

 

 

Organizações nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos têm manifestado preocupação com a violação dos direitos humanos por parte das Forças de Defesa e Segurança na sua resposta aos ataques que têm vindo a ser protagonizados por grupos armados em alguns distritos da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desde outubro de 2017.

 

 

Sobem de tom apelos para libertar jornalista detido em Cabo Delgado

 

 

 

Amade Abubacar foi detido por investigar os ataques em Cabo Delgado. Ativistas dos direitos humanos pedem às autoridades moçambicanas que descubram quem está por trás dos ataques em vez de prender jornalistas.

O jornalista da Rádio e Televisão Comunitária Nacedje, no distrito de Macomia, foi preso a 5 de janeiro numa paragem de autocarros, enquanto fotografava e entrevistava famílias que fugiam de Cabo Delgado com receio de novos ataques. Foi levado pelas autoridades militares para o quartel de Mueda.

 

 

Até agora, pouco se sabe sobre o estado de Amade Abubacar. Familiares e amigos do jornalista já tentaram obter informações junto do comando distrital da polícia, sem sucesso. A rádio comunitária onde o jornalista trabalha também não tem novidades, conta o irmão Ali Abubacar. “Nem a rádio, nem o próprio Instituto de Comunicação Social (ICS), não dizem nada, estão bem calmos. Parece que não têm nenhuma preocupação. Só gostam da pessoa quando está bem, quando tem um problema eles não querem saber de nada”, critica.

 

 

O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA) em Cabo Delgado perguntou à Procuradoria e ao Tribunal Distrital de Mueda se foi aberto algum processo contra o jornalista Amade Abubacar. Mas não foi encontrado nenhum registo.

 

 

Detenção é “um rapto”

 

 

Jonas Wazir, presidente Núcleo Provincial do MISA, que vela pelos direitos dos jornalistas, conclui que a detenção do jornalista pelo exército é um sequestro: “Estar nas mãos dos militares sem que esteja acusado de algum crime, para nós significa um rapto. E o apelo que fazemos é que restituam a liberdade ao jovem. Não temos nenhuma informação de que tenha feito um crime”.

 

 

A detenção do jornalista é a segunda em menos de um mês. Em dezembro, o jornalista Estácio Valoi também foi preso, em conjunto com o investigador da Amnistia Internacional David Matsinhe e o seu motorista.

 

 

O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) acusou, na semana passada, as autoridades moçambicanas de “censurar a cobertura da insurgência, detendo jornalistas e acusando-os de conluio com os militantes.”

 

A Amnistia Internacional pediu a Moçambique para “acabar com a crescente repressão aos jornalistas” e descobrir as causas dos ataques e “tomar medidas para proteger os cidadãos”.

 

 

A Amnistia Internacional critica ainda o facto de Abubacar estar detido em regime de “incomunicabilidade e sem acesso a um advogado”

 

 

Manifestação nacional de jornalistas

 

 

 

Tanto a Amnistia como o Comité pediram a libertação imediata de Amade Abubacar. Face ao silêncio das autoridades, o jornalista Omardine Omar, que trabalha no jornal “Carta do Dia”, apela a uma manifestação da classe jornalística à escala nacional. “É necessário unir forças e defendermos os nossos interesses, porque hoje já se somam tantos dias que Amade Abubacar está detido e não sabemos se está vivo ou não”, sublinha.

 

 

Augusto Guta, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado considerou, que o caso de Amade Abubacar é delicado, mas evitou fazer mais comentários e prometeu chamar a imprensa oportunamente para prestar esclarecimentos.

 

 

A situação em várias regiões de Cabo Delgado tende a agudizar-se, apesar de as autoridades garantirem frequentemente que o clima está calmo. Esta manhã, a polícia disparou para o ar para dispersar manifestantes que protestavam contra a alegada inoperância das Forças de Defesa e Segurança face à intensificação das ações dos insurgentes na região.

 

 

Recentemente, um grupo de desconhecidos também matou sete pessoas e feriu outras treze em Olumbe, no distrito de Palma.

 

 

 

Autores de ataques em Cabo Delgado são “jovens desempregados”

 

 

Ministro da Defesa de Moçambique, Atanásio Mtumuke, diz que ataques armados em pontos recônditos da província de Cabo Delgado são protagonizados por “jovens desempregados”, que estarão a ser “enganados”.

“Quem são os malfeitores? São jovens que estão a ser enganados por causa do desemprego”, disse o ministro moçambicano da Defesa de Moçambique, Atanásio Mtumuke, citado pela televisão privada STV.

 

 

O governante desdramatizou os ataques, que já causaram a morte de cerca de 100 pessoas desde outubro de 2017, segundo dados oficiais.

 

 

“Essas atividades dos malfeitores começaram em outubro, e, desde que iniciaram, as instituições do Estado estão a funcionar normalmente”, disse Atanásio Mtumuke.

 

 

“[Os autores] são jovens que não entendem o Alcorão. Não há nenhum Alcorão que diz que se deve matar pessoas”, acrescentou.

 

 

O último ataque conhecido no posto administrativo de Mpundanhar, em Cabo Delgado, quando um grupo armado intercetou uma carrinha de caixa aberta que transportava passageiros numa estrada que liga Palma e Mpundanhar.

 

 

Depois de disparar contra a carrinha para que o motorista parasse o veículo, o grupo obrigou os passageiros a descerem, para momentos depois atacá-los com recurso a catanas e outros instrumentos contundentes, explicaram diferentes fontes ouvidas pela agência noticiosa Lusa.

 

 

Sete pessoas morreram e outras sete ficaram feridas na sequência deste ataque.

 

 

Dezenas de ataques

 

 

 

A onda de violência naquela zona começou após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia, em outubro de 2017.

 

 

Depois de Mocímboa da Praia, têm ocorrido dezenas de ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de grupo, sempre longe do asfalto.

 

 

Os ataques têm acontecido fora da zona de implantação da fábrica e outras infraestruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás natural, na península de Afungi, distrito de Palma, na região, e cujas obras avançam com normalidade.

 

 

Em finais do mês passado, o Ministério Público (MP) de Moçambique juntou mais cinco nomes à lista de cerca de 200 pessoas que estão em julgamento, acusadas de estarem envolvidas nos ataques armados em Cabo Delgado.

 

 

Na acusação do MP, que data de 24 de dezembro e a que a Lusa teve acesso, o empresário sul-africano Andre Hanekom, de 60 anos, é apontado como “financiador, logístico e coordenador dos ataques”, cujo objetivo era “criar instabilidade e impedir a exploração de gás natural na província” de Cabo Delgado, a cerca de 2.000 quilómetros a norte de Maputo, no extremo norte de Moçambique, junto à Tanzânia.

 

 

 

TPT com: AEP//AFP//Sapo//Lusa// 6 de Março de 2019

 

 

 

 

 

 

Nelson Évora conquista medalha de prata nos Campeonatos Europeus de pista coberta em Glasgow

O domingo não foi dourado como esperava a comitiva portuguesa, mas terminou em tons de prata, com o segundo lugar de Nelson Évora na final do triplo salto dos Campeonatos Europeus de pista coberta, em Glasgow, Escócia.

 

 

Perto de completar 35 anos, Nelson Évora não conseguiu repetir os títulos de 2015 e 2017, falhando o objetivo de se tornar tricampeão ‘indoor’, mas juntou mais uma medalha ao seu currículo – já são 11 em grandes competições, incluindo a de campeão continental de ar livre em 2018.

 

Campeão mundial em 2007 e olímpico em 2008, o atleta do Sporting abriu o concurso com 16,68 metros, fez mais dois saltos nulos e ao quarto saltou 17,11 metros, a sua melhor marca da época, que chegou para a medalha de prata, atrás de Nazim Babayev.

 

 

O jovem azeri, 21 anos, conquistou o ouro com 17,29, recorde pessoal. Na terceira posição ficou o alemão Max Hess, que saltou 17,10 m.

 

 

O concurso foi extremamente atribulado, com algumas paragens para as cerimónias de entrega de prémios, apresentações das diferentes finais, especialmente na última ronda de saltos, a que poderia ser decisiva, em que todos os atletas fizeram saltos nulos.

 

 

A outra final do dia aconteceu de manhã, no triplo salto feminino, com a presença das duas melhores portuguesas de sempre, Patrícia Mamona e Susana Costa, que terminaram em quarto e quinto, respetivamente, ambas com a marca final de 14,43 metros e a quatro centímetros da marca de 14,47 (repetida três vezes), que proporcionou à veterana Olha Saladukha a medalha de bronze.

 

 

Os dois primeiros lugares pertenceram à espanhola Ana Peleteiro – do grupo de treino de Nelson Évora -, que saltou 14,73 metros, um recorde espanhol absoluto, e à grega Paraskevi Papahristou, com 17,50 (medalha de bronze em 2017).

 

As portuguesas abriram o concurso de forma diferente. Patrícia começou com 14,43 metros, a um centímetro do seu recorde de Portugal, e Susana abriu com um nulo, mas ao segundo salto fez 14,43 metros, recorde pessoal, ao ar livre e pista coberta. Patrícia, vice-campeã europeia em 2017, ainda saltaria 14,39 m, marca que desempataria a classificação a seu favor, terminando em quarto lugar.

 

Quanto a Susana, o seu segundo melhor resultado foi 14,21 e conseguiu assim o quinto lugar, o seu melhor nestas competições (fora sétima em 2017).

 

 

No final, esta foi a primeira vez desde 2002 que Portugal não regressa com o ouro, mas mantém a tradição de colecionar medalhas desde 1994 – 24 no total. Este ano, terminou na 20.ª posição, com apenas a prata de Nelson Évora.

 

A portuguesa Lorene Bazolo fez hoje um balanço positivo da sua participação nos Campeonatos Europeus de atletismo de pista coberta, apesar de não ter chegado à final dos 60 metros em Glasgow, Escócia.

 

 

Com o quinto lugar na terceira das semifinais dos 60 metros, a sportinguista admitiu no final que a corrida não foi tão boa como esperava, depois de ter feito 7,35 segundos, dois centésimos mais lenta que na qualificação da manhã.

 

 

“Infelizmente, não saiu o que queria, que era a marca do recorde pessoal e chegar à final. Estava a sentir-me bem, mas não era o que pretendia. Ainda assim saio com um balanço positivo, por chegar à semifinal, terminando em 13.º na geral, que é melhor do que há dois anos”, disse Bazolo.

 

 

A Polónia encabeçou o quadro de medalhas, com cinco de ouro e duas de prata, à frente da Grã-Bretanha, com quatro de ouro, seis de prata e duas de bronze, e da Espanha, com três de ouro, duas de prata e uma de bronze.

 

 

Em termos de pontuação (contando os finalistas), com a medalha de Nelson Évora, os dois lugares de finalistas no triplo salto femininos, e o quarto lugar de Francisco Belo, no peso, Portugal terminou com 21 pontos no total, ocupando o 15.º lugar dessa classificação, liderada pela Grã-Bretanha, com 122,5 pontos, seguida de Polónia e França.

 

 

 

TPT com: Sport Informa//LUSA//Adrian Dennis//AFP//Inácio Rosa//LUSA//Sapo24// 3 de Março de 2019

 

 

 

 

 

 

A Cônsul de Portugal alerta para muitos casos de “crianças apátridas” na comunidade portuguesa no Reino Unido

Existem muitos casos de “crianças apátridas” no Reino Unido porque os pais portugueses não pediram documentos de identificação britânicos ou portugueses, admitiu a cônsul geral de Portugal em Londres.

 

 

 

 

 

Em causa estão filhos de portugueses nascidos no Reino Unido, cujos pais usam a certidão de nascimento para fazer a inscrição nas escolas e para serem atendidos nos hospitais, explicou a diplomata.

 

 

A diplomata vincou que, quando os pais têm apenas nacionalidade portuguesa, a criança deve fazer o registo de nascimento no consulado para obter os documentos de identificação portugueses, nomeadamente o cartão do cidadão e o passaporte.

 

 

“Temos de lidar com este problema regularmente no consulado. Estas crianças são apátridas, não têm nacionalidade”, vincou hoje, durante uma sessão de esclarecimento sobre o ‘Brexit’ em Londres.

 

 

Os documentos de identificação são essenciais para se poderem inscrever no esquema de regularização do estatuto migratório obrigatório para os cidadãos europeus residentes no Reino Unido.

 

 

O sistema de candidatura à residência permanente, criado pelo ministério do Interior britânico, será inteiramente digital e vai entrar em funcionamento até 30 de março, embora esteja em curso uma fase piloto aberta a europeus com passaporte válido.

 

 

A atual fase experimental exige o uso de uma aplicação móvel em dispositivos com sistema operativo Android para verificar a identidade do candidato, o que faz lendo a informação contida pessoal no ‘chip’ do passaporte biométrico.

 

 

Porém, quando o esquema estiver em pleno funcionamento, no final de março, o governo britânico pretende ter mais de 50 centros de apoio para a verificação dos documentos e também um serviço de verificação centralizado para documentos enviados por correio.

 

 

A sessão de esclarecimento, promovida pela associação Centro Cultural e Desportivo Português no salão da igreja da ordem dos irmãos Scalibrini com a presença de funcionários do consulado e com uma advogada especializada em assuntos de imigração.

 

 

O problema de menores sem documentos de identificação foi referido pela cônsul na sequência de uma questão relacionada com descendentes de portugueses com dupla nacionalidade, os quais, enquanto cidadãos britânicos, não precisam de se inscrever no esquema para os cidadãos europeus.

 

 

A incerteza criada pela decisão de o Reino Unido sair da União Europeia (UE) levou muitos portugueses a naturalizar os filhos para garantir o direito de residência, como foi o caso de Inês Pereira, natural da Madeira, mas a viver em Londres há 23 anos.

 

 

“Só deram ao meu filho de nove, porque para a minha filha de 17 aplica-se uma lei diferente. Mas hoje a advogada disse-me que posso conseguir se preencher outro formulário”, adiantou à agência Lusa.

 

 

A necessidade de pagar cerca de mil libras, 10 vezes o que pagou pelo passaporte britânico do filho, não a desencoraja, garante.

 

 

Também José e Marícia Barros, igualmente madeirenses e a residir no Reino Unido há 24 anos, pediram recentemente o passaporte britânico do filho de 12 anos.

 

 

“Foi difícil”, confessaram, alegando que foi a indefinição causada pelo ‘Brexit’ que os levou a garantir o direito de permanência no país de acolhimento.

 

 

O número de portugueses naturalizados britânicos disparou de 672 em 2016 para 1.234 em 2017, um terço dos quais menores, e para 1.905 em 2018.

 

 

A cônsul geral de Portugal em Londres admitiu que, apesar de o posto atender entre 300 a 400 pessoas, “é muito difícil conseguir uma marcação”, razão que pode desmotivar os portugueses a usar os serviços.

 

 

Porém, garantiu que estão em curso medidas de modernização e que existe um plano de contingência para reforçar o consulado com mais recursos humanos e melhorar a capacidade de resposta por causa do ‘Brexit’.

 

 

“O consulado pode e deve habilitar os cidadãos nacionais com a documentação portuguesa indispensável para submeter candidatura à residência”, enfatizou.

 

 

O estatuto de residente permanente (‘settled status’) será atribuído àqueles com cinco anos consecutivos a viver no Reino Unido, enquanto que os que estão há menos de cinco anos no país terão um título provisório (‘pre-settled status’) até completarem o tempo necessário.

 

 

A candidatura terá como data limite 30 de junho de 2021, se o acordo negociado pelo governo britânico com Bruxelas for ratificado, ou 31 de dezembro de 2020, se a saída acontecer sem acordo.

 

 

 

 

TPT com: Sapo24//Madre Média// Lusa// 3 de Março de 2019

 

 

 

 

 

Caxemira está refém da política nuclear e a tensão com o Paquistão está a atingir níveis intoleráveis

Os residentes de Caxemira já esperavam estar sob o fogo-cruzado desde que um bombista suicida avançou com um carro armadilhado contra um comboio de veículos da polícia paramilitar indiana, na autoestrada de Pulwama, a 14 de fevereiro. O atentado causou a morte de 40 paramilitares e foi reivindicado pelo grupo extremista islâmico Jaish-e-Mohammad (Exército de Maomé), sediado no Paquistão, desencadeando a sede de vingança dos indianos.

 

 

«Estamos zangados com o que aconteceu em Pulwama», afirmou Surjeet Kumar, chefe de uma aldeia na Caxemira indiana, em declarações à France Presse. Kumar garante querer «que a Índia vingue as mortes, mas deve também pensar em nós».

 

 

Desde esta terça-feira, quando a Força Aérea indiana bombardeou alegados campos de treino do Jaish-e-Mohammad em território paquistanês, na zona fronteiriça, têm-se sucedido escaramuças entre os exércitos de ambos os países, assim como pesadas barragens de artilharia. Os confrontos forçaram as autoridades indianas a pedir aos civis que desliguem as luzes à noite, para não serem alvo da artilharia. Todas as escolas e mercados do lado paquistanês foram encerrados e as populações aconselhadas a não sair à rua.

 

 

Surjeet Kumar estava em casa com a sua família quando o edifício foi atingindo por nove tiros de morteiros de 120 mm, esmagando paredes, janelas e móveis. «Estamos muito assustados, estão a disparar armas pesadas, não apenas balas», explicou o aldeão, que diz ter visto caças paquistaneses a voar sobre a sua aldeia.

 

 

A facilidade com que os caças indianos penetraram no espaço aéreo do Paquistão para bombardear Bakalot, Muzaffarabad e Chakothi, colocou em causa a capacidade e eficiência dos sistemas de defesa paquistaneses. O que levou a uma retaliação e a um combate aéreo, onde foi abatido um caça paquistanês e um indiano, tendo um piloto indiano, o comandante Abhinandan Varthaman, sido capturado por forças paquistanesas.

«Esta não foi uma retaliação no verdadeiro sentido, serviu apenas para mostrar que o Paquistão tem essa capacidade», esclareceu um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros, que acrescentou: «Queremos ser responsáveis, não queremos uma escalada, não queremos uma guerra».

 

 

Retaliação nuclear               

 

 

 

Os paquistaneses «estão reféns da sua política», explica Adérito Vicente, investigador de Relações Internacionais e Desnuclearização no Instituto Universitário Europeu, ao SOL. A doutrina nuclear do Paquistão exige a utilização de «armas nucleares táticas» em caso de «uma invasão militar convencional» através da fronteira. Nesse cenário, o Paquistão ficaria sujeito à retaliação nuclear da Índia contra os «postos de comando» em Islamabade, com armas nucleares «no mínimo dez vezes mais» potentes que a bomba de Hiroxima. «O que, aliás, faz parte da sua postura nuclear».

 

 

Numa tentativa de diminuir a tensão, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, anunciou a libertação do piloto indiano capturado, como «gesto de paz». Khan pediu ao executivo indiano para iniciar negociações, garantindo estar «pronto para cooperar» e alertando para o perigo de um conflito na região: «Dadas as armas que temos, não podemos dar-nos ao luxo de cometer erros de cálculo».

 

 

Abhinandan foi libertado ontem na fronteira, e recebido como um herói por uma multidão de indianos, que celebraram cantando e acenando bandeiras do seu país.

O anúncio da abertura diplomática paquistanesa foi recebido com alívio de ambos os lados da fronteira. «Nós quase tivemos de fugir para uma zona segura, longe de casa», comentou Muhammad Imran, residente da aldeia fronteiriça de Teetwal, ao jornal Greater Kashmir.

 

 

No entanto, a reação do governo indiano do nacionalista hindu Narendra Modi não ajudou a acalmar a tensão. Modi manteve um tom belicista, insistindo que todos os seus «compatriotas» se manteriam firmes contra os «planos maldosos» do Paquistão, declarando que o propósito do país vizinho é «impedir o crescimento» da Índia.

 

 

Disputa de recursos

 

 

A disputa de Caxemira entre a Índia e o Paquistão, que já dura desde 1947 e resultou em três guerras – 1947 1965 e 1999 – pode ser relacionada com o facto de esta ser «uma região rica a nível de matérias-primas», explica Adérito Vicente, referindo a importância estratégica dos recursos hídricos de Caxemira, a que se juntam os «recursos florestais e algumas pedras preciosas encontradas na região».

 

 

Além disso, dado o «excesso de população» no subcontinente indiano, e sendo Caxemira parcamente populada, com seis milhões de pessoas no lado paquistanês e sete milhões no lado indiano, tem muito espaço e «terrenos muito férteis para agricultura», o que faz dela «um chamariz para ambos os países». E, «do ponto de vista nacionalista e religioso», há que ter em conta as várias religiões presentes na região, «que até consideram algumas partes da Caxemira sagrada».

 

 

Apesar da reação belicosa do governo indiano, a libertação parece ter acalmado a situação por agora. O Paquistão já anunciou que reabrirá o seu espaço aéreo esta segunda-feira, após o encerramento da semana passada, que perturbou milhares de voos de todo o mundo. Passam pelo Paquistão as principais rotas comerciais entre a Europa e a Ásia, que tiveram de fazer percursos muito mais longos (ver infografia) ou sofrer desvios através da China.

 

 

Esta quinta-feira a Thai Airways cancelou todos os voos de Londres, Munique, Paris, Bruxelas, Milão, Viena, Estocolmo, Zurique, Copenhaga e Oslo para Banguecoque, um dos destinos turísticos mais procurados pelos europeus.

 

 

O analista de aviação Geoffrey Thomas, em declarações à CNN, afirmou que o espaço aéreo paquistanês é «um corredor muito importante, e esta foi uma disrupção muito séria, dado que todo o tráfego foi desviado muito para sul, através da península arábica». E acrescentava: «Não se podemos ir mais para norte porque então estamos a sobrevoar os Himalaias – e isso não se pode fazer. Estamos presos neste corredor».

 

 

 

A probabilidade de um conflito nuclear ‘é grande’

 

 

 

 

Adérito Vicente, especialista em desnuclearização, responde a algumas questões

 

 

 

Qual é a probabilidade de o confronto entre o Paquistão e a Índia em Caxemira resultar num conflito nuclear?

 

 

 

A probabilidade é grande, tendo em conta que em 2017 houve uma nova postura nuclear do Paquistão que diz que se houver uma invasão militar convencional por parte da Índia na área, eles são forçados a usar armas táticas nucleares. Por agora pode haver conflitos de pequena escala, com a aviação e tiroteios na fronteira, mas imagine que alguns comandantes indianos querem invadir o chamado LOC, ou Line of Control. Pode levar o Paquistão a ter de usar armas táticas nucleares. Porque se não o fizer, a Índia nunca vai acreditar que as usarão, então pode sentir confiança para invadir a zona, sabendo que o Paquistão não vai usar as suas armas nucleares. Eles estão reféns da sua política. Por isso é que esta zona é tão perigosa, devido a estas doutrinas.

 

 

Caso ocorresse essa escalada nuclear, como é que decorreria?

 

 

Esperemos que não chegue aí. Como disse, teria de haver um grande número de forças convencionais a invadirem a zona, e o Paquistão admitir que passaram a fronteira. Então haveria um ataque com armas táticas nucleares, que têm um alcance que pode ser de 500 km, não são armas estratégicas. Depois a Índia retaliaria com armas estratégicas nucleares, o que aliás, faz parte da sua postura nuclear. Da parte do Paquistão o conflito seria centrado na fronteira, e a resposta da Índia não seria simétrica, seria atacar os postos de comando, como Islamabade. Rapidamente o conflito escalaria, dado que as doutrinas de parte a parte não são flexíveis, não permitem grandes dúvidas.

 

 

Qual é a diferença entre armas nucleares táticas e estratégicas? 

 

 

Alcance e potência. Imagine, uma arma tática nuclear pode ter a potência da bomba de Hiroxima. Quanto a uma arma estratégica, do nível das da Índia, estamos a falar de no mínimo dez vezes mais. Seria uma arma com 100 kilotoneladas, por exemplo. Uma arma tática nuclear é capaz de arrasar o centro de uma cidade. Uma arma estratégica já arrasa uma área metropolitana.

 

 

Que consequências teria um conflito dessa escala?      

 

 

As consequências não seriam só para a região. Um estudo da ONG Scientist Against Nuclear Arms, citado na Business Insider diz que se houver um conflito com mais de 50 armas nucleares de parte a parte, que é basicamente metade do arsenal de cada um – o Paquistão tem cerca de 140 armas nucleares e a Índia 130 – com metade disso teria consequências a nível mundial, por exemplo para a camada do ozono, e também a nível das nuvens, o que teria efeitos na agricultura, entre outras coisas.

 

 

Existe uma grande diferença de capacidade militar entre os dois?

 

 

Existe, existe. A Índia tem um dos maiores exércitos do mundo, a nível convencional, um nível muito superior ao do Paquistão. Já este tem mais umas dez armas nucleares que a Índia, de acordo com os estudos realizados. Só que as armas de que o Paquistão dispõe estão baseadas em mísseis terrestres ou bombardeiros e a Índia também tem submarinos. O submarino é uma arma ainda mais estratégica do que as outras. O Paquistão também não tem quase acesso ao mar. Mas do ponto de vista nuclear são equivalentes.

 

 

 

TPT com: AFP//SOL//Sapo24//Lusa// 2 de Março de 2019

 

 

 

 

 

Museu Metropolitan de Nova Iorque devolve ao Egito sarcófago roubado no Cairo em 2011

O Museu Metropolitan de Nova Iorque vai devolver ao Egito um sarcófago roubado em 2011, durante as manifestações da chamada “Primavera Árabe”, anunciou hoje a instituição nova-iorquina.

 

 

Construído em ouro para o sacerdote Nedjemankh, no primeiro século antes de Cristo, o sarcófago era o núcleo da exposição “Nedjemankh and His Gilded Coffin” (“Nedjemankh e o seu Caixão Dourado”), inaugurada no museu, no passado mês de julho, e que devia manter-se aberta ao público até abril.

 

 

O museu anunciou, porém, na sexta-feira que ia fechar a exposição e emitiu um comunicado em que afirma ter entregado o sarcófago ao Gabinete do Procurador de Manhattan, por ter descoberto tratar-se de um objeto “roubado no Egito em 2011”.

 

 

As autoridades judiciais de Nova Iorque deverão proceder agora à devolução do sarcófago ao Egito.

 

 

Responsáveis do museu disseram ao jornal The New York Times que o sarcófago tinha sido adquirido em 2017, por quatro milhões de dólares (cerca de 3,5 milhões de euros) a um negociante de arte em Paris, e que só “nos últimos meses” tiveram conhecimento da sua proveniência.

 

 

O Ministério Público nova-iorquino descobriu que eram falsos os documentos que acompanhavam o sarcófago, nomeadamente uma suposta licença de exportação datada de 1971.

 

 

“Pedimos desculpa ao ministro [egípcio das Antiguidades], Khaled El-Enany, e ao povo do Egito (…). Estamos agora empenhados em repor a justiça, e em ajudar a prevenir futuras violações de bens culturais”, disse o presidente da museu, Daniel Weiss, citado no comunicado da instituição.

 

 

O sarcófago terá sido roubado em janeiro de 2011, durante o assalto ao Museu Egípcio, no Cairo, quando se verificaram confrontos entre as forças de segurança e manifestantes na praça Tahrir, que exigiam a saída do ex-presidente Hosni Mubarak.

 

 

Entre as peças roubadas encontravam-se também objetos do túmulo de Tutankhamon, que viriam a ser recuperados.

 

 

O Museu fica junto à Praça Tahrir, ponto central dos protestos que se prolongaram por 18 dias e levaram à renúncia do presidente Hosni Mubarak.

 

 

Em 2015, no âmbito da operação “Maldição da Múmia”, lançada por autoridades norte-americanas, o Egito conseguiu recuperar 135 peças do seu património histórico, a maioria roubadas em museus do país. Na altura, o ministério das Antiguidades do Cairo, anunciou também ter também conseguido reaver 240 peças localizadas em França.

 

 

 

TPT com: AFP//MadreMedia / Lusa//MOHAMED EL-SHAHED / AFP// The New York Times// 17 de Fevereiro de 2019

 

 

 

 

 

Governo de Nicolás Maduro assegura ter tido duas reuniões com os EUA

O Governo de Nicolás Maduro informou hoje que manteve duas reuniões com Elliot Abrams, designado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, enviado especial dos Estados Unidos à Venezuela, que tiveram “momentos de tensão” mas também “preocupações partilhadas”.

 

 

“Fizemos duas reuniões, das quais não posso adiantar detalhes porque devo respeitar a confidencialidade das mesmas, mas foram reuniões em que nos escutámos”, disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, em declarações à estação de televisão estatal Telesur.

 

 

O governante disse que existiram “momentos de tensão” e que “há diferenças profundas”, mas, ao mesmo tempo, “preocupações partilhadas” e, mostrando o seu passaporte e o seu cartão diplomático, assegurou que participou nos encontros.

 

 

“Se temos de nos reunir com o próprio diabo, se temos de ir para o centro da Terra para falar com o diabo e defender a soberania da Venezuela, e exigir respeito e alcançar um caminho de respeito com o Governo que representa o império e as corporações neste momento no mundo, nós faremos isso “, garantiu o chefe da diplomacia venezuelano.

 

 

Os dois países vivem uma alta tensão diplomática após Maduro cortar laços diplomáticos com os Estados Unidos, que não o reconhecem como Presidente e a quem pediram várias vezes para abandonar o poder, que ocupa desde 2013.

 

 

Jorge Arreaza adiantou que estes encontros supõem “um diálogo binacional” que não pode ser negado por porta-vozes norte-americanos e que Maduro “está informado de cada detalhe” conversado.

 

 

“É evidente [o diálogo com os EUA], até mesmo o senhor (John) Bolton – Conselheiro Nacional de Segurança da Casa Branca -, o senhor da guerra, o reconheceu”, insistiu.

 

 

Além disso, Arreaza denunciou que o Departamento de Estado dos EUA “restringiu a 40 quilómetros ao redor da sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington para a livre mobilidade do diplomata venezuelano perante daquele órgão, Samuel Moncada”.

 

 

“Eles têm medo do verbo venezuelano, têm medo da verdade da Venezuela”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

 

 

Nesse sentido, disse que o Governo venezuelano “está a avaliar” que ações tomar para evitar que “a voz da Venezuela na OEA seja silenciada antes de 27 de abril”, data em que o país abandona aquele organismo, por decisão própria.

 

 

A Venezuela vive grande instabilidade política desde 10 de janeiro passado, quando Maduro tomou posse após umas eleições que não foram reconhecidas como legítimas pela maioria da comunidade internacional.

 

 

A crise política agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

 

 

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

 

 

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

 

 

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

 

 

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

 

 

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

 

 

 

TPT com: AFP//ARA // ANP//Lusa// 16 de Fevereiro de 2019

 

 

 

 

 

 

Governo “envergonhou” Portugal quando “mandou grupo de polícias” à Venezuela

O embaixador António Martins da Cruz acusou o Governo de ter envergonhado Portugal por ter mandado, “há dias” e “tarde e a más horas” um “grupo de polícias” para a Venezuela, sem “preparar a viagem”.

 

 

No Congresso Nacional do partido Aliança, liderado por Pedro Santana Lopes, o embaixador, que discursou como convidado, defendeu que Portugal tem de ter uma política externa “ativa e atenta às mudanças e às evoluções da situação internacional”.

 

 

Mas, no seu entender, não foi isto que o Governo fez, “há dias”,relativamente à Venezuela, “quando mandou, à última hora, um grupo de polícias” para este país, “tarde e a más horas”.

 

 

“Não preparou a viagem, fê-lo já depois de ter anunciado que ia deixar de conhecer o presidente [Nicolás] Maduro e, com isto, envergonhou a Polícia, mas, sobretudo, envergonhou Portugal e ainda tentou abafar o assunto”, criticou.

 

 

O embaixador António Martins da Cruz aludia ao grupo de operacionais do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP que, esta semana, aterrou na Venezuela, mas foi impedido de entrar no país, segundo o que foi noticiado na comunicação social.

 

 

Para Martins da Cruz, é preciso “cuidar da geografia da língua portuguesa” e das comunidades nacionais “espalhadas pelo mundo”, como a que “está a sofrer por exemplo agora na Venezuela”.

 

 

“Os portugueses que emigraram são parte da nossa pátria, fazem parte da nossa identidade. Nós temos que os defender, temos que os saber proteger, onde quer que estejam, onde quer que vivam, onde quer que trabalhem”, defendeu.

 

 

A diáspora portuguesa, sublinhou, suscitando palmas na plateia do congresso, “é também a identidade nacional de Portugal”.

 

 

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

 

 

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

 

 

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

 

 

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconhece Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

 

 

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

 

 

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

 

 

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.

 

 

 

TPT com: AFP//Sapo24//António Cotrim/Lusa// 16 de Fevereiro de 2019

 

 

 

 

 

 

 

Soldados rebeldes da Venezuela pedem armas aos EUA para um golpe de estado contra Maduro

“Os rebeldes do exército venezuelano pediram armas ao presidente norte-americano Donald Trump”, estão a noticiar vários orgãos  de comunicação, entre eles a CNN.

 

 

“Como soldados venezuelanos, estamos a fazer um pedido aos Estados Unidos para nos apoiar, em termos logísticos, com comunicação, com armas, para que possamos concretizar a liberdade venezuelana”, disseram Carlos Guillen Martinez e Josue Hidalgo Azuaje, dois antigos soldados venezuelanos.

 

 

Segundo eles, há muitos soldados dentro do exército venezuelano prontos a começar uma revolução contra Nicolás Maduro, desde que tenham assistência militar norte-americana.

 

 

O pedido chega dois dias depois de John R. Bolton, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, ter prometido represálias a quem atacar com violência os opositores do presidente venezuelano. Agora, Josue Hidalgo Azuaje pede mais ajuda aos Estados Unidos e o apoio de outros países latinos: “Não estamos a dizer que precisamos apenas do apoio dos Estados Unidos, mas também do Brasil, da Colômbia, do Peru, de todos os países irmãos, que são contra esta ditadura”, apelou o soldado rebelde.

 

 

Apesar de admitirem ter dificuldades em mobilizar mais soldados para se revoltarem contra Nicolás Maduro, dois dos rebeldes dizem que há quem esteja disponível para um golpe de Estado, desde que ele seja apoiado pelos países latino-americanos.

 

 

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino do país, após um comunicado do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo. E admitem que “nenhuma opção está fora de questão” no que toca a uma intervenção da Venezuela.

 

 

 

Mais de 40 mortos e 850 detidos em protestos da semana passada

 

 

 

 

Mais de 40 pessoas morreram e 850 foram detidas durante os protestos ocorridos na semana passada contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e de apoio ao autoproclamado Presidente Juan Guaidó, segundo dados divulgados hoje pelas Nações Unidas.

 

O porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, afirmou que “mais de 40 pessoas” teriam morrido “de maneiras diferentes” nos recentes protestos.

 

 

Pelo menos 26 pessoas morreram vitimas de disparos das forças de segurança ou grupos armados de apoio ao regime de Maduro, segundo o porta-voz.

 

 

“Cinco destas pessoas morreram em buscas ilegais realizadas pelas forças de segurança em bairros humildes”, próximos das manifestações, disse Coville, referindo ainda que 11 pessoas morreram em saques que aconteceram paralelamente aos protestos.

Entre as 850 pessoas que foram detidas, entre segunda-feira e sábado, estão 77 crianças.

 

 

Colville disse que 696 pessoas foram detidas num só dia, na quarta-feira da semana passada, representando um número recorde de detenções diárias nos últimos 20 anos.

 

 

O porta-voz declarou que um membro da Guarda Bolivariana venezuelana teria sido morto no estado de Monagas.

 

Rupert Colville disse aos jornalistas, em Genebra, que as autoridades estão a investigar os relatos de maus-tratos aos detidos.

 

 

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

 

 

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

 

 

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

 

 

A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

 

 

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

 

 

Papa Francisco diz recear “um banho de sangue” e apela a um acordo na Venezuela

 

 

 

 

O papa Francisco disse esta segunda-feira recear “um banho de sangue” na Venezuela. “O problema da violência aterroriza-me”, acrescentou no decurso de uma conferência de imprensa no avião que o transportou para Roma após a visita ao Panamá.

 

“O que me faz medo? O banho de sangue”, respondeu o papa argentino à pergunta de um jornalista sobre a situação na Venezuela onde, disse estar “aterrorizado” com “o problema da violência.

 

 

Jorge Bergoglio também solicitou “elevação para ajudar aqueles que podem ajudar a resolver este problema” nesse país em crise e à beira da guerra civil. “Sofro pelo que neste momento está em vias de acontecer na Venezuela e por isso gostava que eles chegassem a acordo”, apesar de chegar a um acordo nem sempre seja a melhor solução. O necessário seria “uma solução justa e pacífica”, afirmou, prescindindo de mais declarações porque, como sublinhou, seria “uma imprudência” neste contexto explosivo.

 

 

Na sua missa do Angelus no domingo na Cidade do Panamá, Francisco tinha já reclamado “uma solução justa e pacífica para ultrapassar a crise [na Venezuela] respeitando os direitos humanos”.

 

 

A Venezuela atravessa uma das mais graves crises políticas, com o Presidente Nicolas Maduro, que recebeu o apoio das Forças Armadas, a acusar os Estados Unidos de incitar o opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente, a efetuar um “golpe de Estado”.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//CNN//AFP//Marta Leite Ferreira//Observador// Miguel Gutierez/EPA// Alessandra Tarantino / POOL/EPA//Agência Lusa//29 de Janeiro de 2019

 

 

 

 

 

Regina Mateus é a primeira mulher a ser promovida a general nas Forças Armadas

A diretora do Hospital das Forças Armadas, Regina Mateus, foi  promovida a brigadeiro-general, tornando-se na primeira mulher a ocupar este posto na história das Forças Armadas portuguesas.

 

O despacho de promoção de Regina Mateus foi  assinado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e seguiu para confirmação do Presidente da República, disse à Lusa fonte oficial.

 

 

Citado num comunicado divulgado pelo ministério da Defesa, João Gomes Cravinho considerou que a promoção de Regina Mateus a general é um momento “de grande simbolismo” e representa “um telhado de vidro que se quebra”.

 

 

“Espero que este momento seja um exemplo para todas as mulheres nas fileiras, e uma fonte de inspiração para aquelas que pensam na possibilidade de uma carreira militar”, refere o ministro da Defesa, no comunicado.

 

 

Regina Maria de Jesus Mateus assumiu a direção do HFAR a 23 de julho de 2018 mantendo o posto que tinha, coronel, mas já com a perspetiva de promoção, sendo a primeira mulher a assumir um cargo de oficial-general nas Forças Armadas.

 

Nascida em 1966, em Maputo, Regina Mateus frequentou o curso de Medicina na Universidade de Coimbra, concluído em 1991. Ingressou no quadro permanente da Força Aérea e 1993, sendo a mais antiga coronel das Forças Armadas.

 

 

Foi colocada no antigo hospital da Força Aérea, atual HFAR, e tirou depois o curso de medicina aeronáutica. Fez o internato complementar em Cirurgia Geral e obteve o grau de assistente hospitalar em 2002.

 

 

Em 2003 chefiou a equipa de saúde militar presente no exercício de avaliação tática da NATO, em Ovar, e participou em várias missões da Aliança Atlântica como “Avaliadora de Proteção da Força” em Portugal, Grécia, Turquia e Espanha.

 

 

Foi chefe do centro de Saúde da Base Aérea de Monte Real e do Centro de Medicina Aeronáutica da Força Aérea.

 

 

Desde o final da década de 80 que as mulheres passaram a poder integrar o serviço militar voluntário incluindo o quadro permanente dos ramos militares, sendo a Força Aérea o primeiro ramo a adotar a medida.

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Observador// 17 de janeiro de 2019