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Ponte Rialto: símbolo de Veneza em reabilitação durante 18 meses

A Ponte de Rialto, um dos símbolos de Veneza, vai ser totalmente reabilitada ao longo de 18 meses. Esta é a maior intervenção na ponte durante os seus 424 anos de existência. O processo teve início em 2011 quando duas das 140 colunas do corrimão do edifício colapsaram, escreve o El País. A ponte, contudo, está segura e não corre o risco de desabamento.

 

 

Ponte Rialto-1

 

 

As últimas intervenções na ponte aconteceram no final do século XIX, altura em que foi parcialmente restaurada, e em 1970, quando foi submetida a uma reabilitação apenas na parte superior.

 

 

Ponte Rialto-9

 

 

Desta vez, a necessidade de novas obras foi visível no verão de 2011. Foi nessa altura que duas colunas das 140 que constituíam o corrimão da ponte colapsaram. Após este episódio, em 2013, a Câmara Municipal de Veneza levou a cabo uma operação para diagnosticar o “estado de saúde” da ponte mais antiga da cidade. A análise foi feita tanto na superfície como na parte da estrutura que se encontra debaixo de água.

 

 

 

Ponte Rialto-3

 

 

O diagnóstico de 2013 analisou pela primeira vez a estabilidade da ponte: durante 24 horas, um computador mediu e registou a sua estabilidade durante o período de um ano. Concluído o estudo, os analistas verificaram que a ponte não corria risco de desabamento.

 

 

Ponte Rialto5

 

 

Apesar de estar relativamente estável, a Ponte de Rialto afundou cerca de 25 centímetros em 400 anos de existência nomeadamente no lado do edifício ligado ao Palácio de Camerlinghi, um edifício renascentista localizado sobre o Grand Canal.

 

 

 

Ponte Rialto10

 

 

 

 

 

 

 

 
11/05/2015

 

 

Observador

 

 

 

 

Magna Carta: Celebrando 800 anos de Democracia

Magna Carta1A Europa demorou muitos séculos a ver na Magna Carta um momento central na longa história da tentativa de limitar o poder dos reis e de proteger juridicamente a esfera pessoal. Mas não a Inglaterra.  Graças à importância que os EUA têm no mundo, todos os povos conhecem a mítica devoção dos americanos à sua constituição. Veem naquele documento a trave mestra da sua unidade nacional, a justificação do seu patriotismo, além do cimento da sua forma de governo. Assim que a constituição foi ratificada, logo os americanos se lembraram de lhe acrescentar a Bill of Rights.

 

 

 

Magna Carta12Estavam a recuperar uma tradição constitucional muito mais antiga do que a sua própria experiência colonial, mas de que eles se consideravam herdeiros – talvez até os únicos herdeiros. Uma tradição constitucional que muitos remontavam, e ainda remontam, à Magna Carta de 1215. Mais, a constituição de 1789 e a Bill of Rights eram descendentes documentais de um outro texto: a Declaração da Independência de 1776, que tinha solenizado a rutura com a metrópole.

 

 

 

Magna Carta42 A primeira parte dessa Declaração da Independência, a mais famosa, falava de princípios abstratos, e incluía umas paráfrases de John Locke, o profeta inglês do liberalismo racionalista. Mas a segunda parte parecia todo um outro documento. Enumerava exaustivamente as queixas dos colonos; optava por uma retórica concreta e em certa medida arcaica; bradia contra o “tirano Jorge III” apesar de a ameaça provir do Parlamento em Westminster. No novo mundo que estavam a criar, os independentistas queriam situar aquela rutura na tradição de que a Magna Carta era um dos principais marcos. E conscientemente quiseram imitá-la.

 

 

 

Magna Carta28Por aqui se vê que a história da Magna Carta tem duas partes nem sempre facilmente reconciliáveis. Em primeiro lugar, há a história do que levou à sua reivindicação, formulação e promulgação. É uma história difícil de penetrar dadas a escassez das fontes, a sua parcialidade e a linguagem medieval usada ser espessa como a neblina inglesa.

 

 

 

Magna Carta30Em segundo lugar, temos a história do seu futuro, por assim dizer. É a história de como aquele documento se converteu num alicerce de outra narrativa muito mais ampla e ambiciosa; de como ela se tornou num elemento quase mítico de uma “constituição antiga” politicamente explosiva e por vezes conservadora; de como, no fundo, a Carta foi um dos primeiros versos numa determinada epopeia europeia de progresso da Liberdade, com “L” maiúsculo.

 

 

 

Magna Carta-13 É a história que conta como a Carta se foi convertendo num libelo acusatório automático de tiranos e tiranetes. Ou numa invocação irrefutável das conquistas passadas de que o povo inglês, mais os seus lordes e bispos não estavam dispostos a abdicar. É verdade que nem sempre senhores, gentes livres e prelados estavam do mesmo lado da barricada, mas politicamente era infinitamente mais conveniente projetar no passado a unanimidade em defesa dos direitos contra o abuso do poder real. 1215 não foi a primeira revolta contra a autoridade régia em Inglaterra. E estaria longe de ser a última. A outros reis já tinha sido possível forçá-los a produzir cartas de reconhecimento de privilégios particulares, ou de imunidades a este ou aquele grupo.

 

 

 

Magna Carta7Além disso, naquele tempo não era incomum as comunidades receberem cartas régias a outorgar liberdades e privilégios. Em Inglaterra, o rei vendia essas cartas. Em 1200, João exigiu aos londrinos 2000 libras para confirmar os privilégios das suas comunas. Mas 1215 seria diferente porque a carta que se extraiu à concessão do rei João Sem-Terra reconhecia liberdades e direitos a todos os homens “livres”. É certo que continha artigos referentes a grupos funcionais e sociais específicos, à moda antiga. Mas o alcance geral da Carta era já outro.

 

 

 

Magna Carta2A Carta foi nominalmente uma concessão “livre” do rei João Sem-Terra. Mas na verdade os barões já o haviam encurralado numa espécie de guerra civil. João perdera (quase) todo o património francês da família. Estava a braços com uma crise orçamental que punha a falência da Coroa a pouca distância. E tentou um malfadado braço de ferro com o magnificente Papa Inocêncio III – o mesmo Inocêncio que apoiaria João no seu tímido projecto de renegar a Carta, projecto definitivamente abortado com a morte do rei batido.

 

 

 

Magna Carta22Derrotado por Filipe Augusto de França, derrotado pela aritmética orçamental e derrotado por Inocêncio III, João posava como presa muito fácil, não apenas das habituais reivindicações e queixas políticas, mas de um plano de reforma política. Usando a ambígua linguagem da Carta, a reforma podia resumir-se assim: precisamos de um governo pelo “julgamento” e pelo “conselho”. O que queria isto dizer?

 

 

 

Magna Carta19Primeiro, que os procedimentos criminais e as práticas forenses seguissem a lei conhecida e que todos lhe estivessem sujeitos, incluindo o rei e os seus agentes, cujos caprichos não era lei nem comandavam obediência. No fundo, que fosse a lei a mandar (e não a vontade arbitrária de um homem), que todos os “homens livres” estivessem protegidos pela lei e que houvesse limites legais ao exercício do poder político.

 

 

 

Magna Carta14Segundo, que o rei consultasse alguma forma de colégio antes de tomar decisões e produzir legislação. Que o processo de decisão incluisse membros da “comunidade do reino”, e não se confundisse com um assunto reservado da corte do rei. Não era ainda o julgamento por um júri; nem a exigência da representação política para consentir no levantamento de impostos. Mas era, numa determinada tradição constitucional e política que a Carta ajudou a fundar, o seu embrião. E não era uma simples declaração de pompa política. Era lei fundamental e irrevogável. Ou pelo menos era a confirmação oficial das leis fundamentais e era a indispensável corretora das lacunas do direito consuetudinário. Assim seria até muito tarde. Mas nos nossos dias converteu-se sobretudo num símbolo, sem relevância jurídica.

 

 
Magna Carta3jpgCertas leituras dizem que a dita reforma era, afinal, apenas uma recapitulação de outros documentos, juramentos e cartas, sobretudo do lendário juramento de coroação de Henrique I. Fosse como fosse, o mote estava dado para a discussão política em Inglaterra durante sete séculos: a defesa da liberdade era sempre uma restauração da ordem antiga e que inovações aberrantes ameaçavam subverter, ou estavam prestes a fazê-lo. A caminhada em frente da liberdade inglesa ao longo da história supunha, assim, um regresso constante à “antiga constituição” em que as liberdades tinham sido declaradas de uma vez por todas. Esta inclinação retórica e cultural foi sem dúvida responsável pela relativa moderação com que foram em Inglaterra levadas a cabo (quase) todas as investidas pela liberdade e as respostas ao abuso do poder real.

 

 

 

Magna Carta-6 A Europa demorou muitos séculos a ver na Magna Carta um momento fundamental na longa história da tentativa de limitar o poder dos reis e de proteger juridicamente a esfera pessoal. Mas não a Inglaterra, onde a Magna Carta teve efeitos imediatos, e acabaria, vários séculos depois, às mãos de homens como Edward Coke e John Selden, por se converter num pilar central de uma cultura política que chegou a liderar o mundo.

 

 

 

Magna Carta26Que a Magna Carta seria com pontualíssima frequência pisada e ignorada pelo poder político inglês, não resta a mínima duvida. Nem sequer vale a pena recordar que a constituição da igreja Anglicana no século XVI é uma flagrante violação do espírito e da letra da Carta e das suas múltiplas confirmações. Mas mesmo nos períodos mais amnésicos da história inglesa, a Carta nunca morreu. Foi sobrevivendo como uma vela acesa junto a janelas ventosas. Já nos períodos mais intensos de recuperação desta tradição, a Carta alimentou guerras civis, revoluções e finalmente a estabilização de um regime estável e poderoso – o regime saído da revolução de 1688, e que criou no século XIX o maior império do mundo.

 

 

Magna Carta-31

A Princesa Ana, filha da Rainha Elizabete de Inglaterra, inspeciona a Magna Carta.

 

 

 

Com essa estabilidade e prosperidade – a que não seriam alheias os princípios da tradição que as sustentava –, a Inglaterra seria a inveja dos restantes países europeus, arrastados para uma perpétua montanha russa política, feita de reveses atrás de reveses para a causa do governo representativo e das liberdades. Até à chegada do século XX, na consciência inglesa e americana a Carta seria a peça demonstrativa de que sempre houvera um caminho diferente para a modernidade política daquele que fora escolhido pela revolução francesa – um caminho que, afinal de contas, se condenou a si mesmo ao fracasso.

 

 

Magna Carta43

A Magna Carta foi assinada pelo Rei João de Inglaterra em 1215, na localidade de Runnymede a oeste de Londres, após uma insureição dos seus barões, e estabeleceu leis que beneficiavam a população inglesa e limitavam o poder absoluto do monarca.

 

 

 

Magna Carta20Hoje, essa consciência é muito menos nítida. Talvez porque os problemas políticos e sociais se tornaram muito menos nítidos. Talvez porque a Carta e a tradição que fundou sejam vistas através de um vidro intelectual e cultural menos límpido. O aniversário que se irá comemorar em 2015 não constituirá um ponto de viragem para os próximos 800 anos da Carta. Mas poderá ajudar a clarificar as lições que os primeiros 800 trouxeram. Aos ingleses e aos outros.

 

 

 

 

 

Miguel Morgado

 

 

 

 

 

Ministério Público do Brasil investiga alegado tráfico de influências do Presidente Lula da Silva

O Ministério Público do Brasil abriu um procedimento preliminar para investigar se o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está envolvido em casos de tráfico de influências no Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES).

 

 

O procedimento, chamado de “notícia de facto”, foi aberto pela procuradora Mirela Aguiar com base em acusações divulgadas por revistas brasileiras de que o ex-Presidente supostamente atuou para induzir o banco a investir em obras internacionais da construtora Odebrecht, inclusivamente em Angola, noticiou o jornal O Globo.

 

 

 

O Ministério Público Federal, a partir desse procedimento, irá decidir se abre ou não um inquérito para investigar Lula da Silva.

 

 

 

A revista Época divulgou, na sexta-feira, que o ex-Presidente fez viagens entre 2011 e 2014, financiadas pela construtora Odebrecht, para países como Angola, Cuba, Gana e República Dominicana. A empresa recebeu financiamentos de 1.600 milhões de dólares (1.428,50 milhões de euros) após viagens de Lula da Silva, já após o fim de seu mandato, segundo a publicação.

 

 

 

A Odebrecht, questionada pela revista, negou as acusações. O Instituto Lula divulgou, em nota, que as atividades do ex-Presidente no estrangeiro visam, sobretudo, a cooperação com o desenvolvimento em África e com a integração da América Latina.

 

 

 

“Luiz Inácio Lula da Silva recebe com frequência dezenas de convites para explicar o êxito económico e social do seu governo e opinar sobre temas regionais e globais”, diz a nota, que acrescenta que os convites tanto de entidades populares e empresariais como de governos e órgãos de imprensa.

 

 

 

Ainda de acordo com o Instituto, todas as viagens de Lula da Silva foram divulgadas para a imprensa na sua página na Internet, “mesmo sem ele ter obrigação de fazê-lo, por não ocupar cargo público desde janeiro de 2011″.

 

 

 

“No caso de atividades profissionais, palestras promovidas por empresas nacionais ou estrangeiras, o ex-Presidente é remunerado, como outros ex-Presidentes que fazem palestras”, diz a nota, que realça que as atividades de Lula da Silva contratadas pelas empresas se resumem às conferências, e não a outro tipo de prestação de serviços.

 

 

 

Agência Lusa

 

 

12/05/2015

 

 

 

 

Primeiro-ministro moçambicano desencoraja à retaliação face à xenofobia na África do Sul

O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, exortou a população do país a evitar a retaliação contra cidadãos sul-africanos face à onda de violência xenófoba na África do Sul, apelando à calma e à serenidade.

 

 

“Queremos que todo o povo se mantenha calmo e sereno. Não podemos repetir as más ações dos sul-africanos aqui no nosso país. Ao retaliarmos, estaremos a gerar mais violência aqui, que se irá repetir também na África do sul, assim sendo, a violência nunca mais acabará”, afirmou Carlos Agostinho do Rosário, falando à imprensa no município da Matola, arredores da capital moçambicana, no âmbito do lançamento da campanha de saneamento do meio, organizada pelo Ministério de Saúde.

 

 

Além de gerar uma corrente de violência, de acordo com Carlos Agostinho do Rosário, as ações de retaliação aos ataques xenófobos podem condicionar a capacidade produtiva de Moçambique, na medida em que existe muita mão-de-obra sul-africana a trabalhar no país.

 

 

“Se mandarmos embora os nossos colegas da África do Sul, vamos perder a nossa capacidade de produzir e, com isso, o emprego não vai acontecer”, declarou o primeiro-ministro, garantindo que o Governo moçambicano está a acompanhar o desenvolvimento dos acontecimentos e vai tomar medidas brevemente.

 

 

As últimas atualizações das autoridades moçambicanas indicam que 107 moçambicanos, incluindo 21 crianças, regressaram a Moçambique na madrugada de sexta-feira e foram instalados num campo em Boane, província de Maputo, repatriados da África do Sul devido à onda de violência xenófoba no país.

 

 

Desde que começou a onde de violência xenófoba contra estrangeiros africanos na África do Sul, várias manifestações de populares em retaliação ao fenómeno foram registadas em Moçambique.

 

 

Na sexta-feira, um grupo de moçambicanos, maioritariamente trabalhadores da construção civil, cortou a principal estrada entre Moçambique e a África do Sul durante cerca de 30 minutos, em retaliação contra a xenofobia.

 

 

Na quinta-feira, centenas de moçambicanos impediram, sem violência, a entrada de cidadãos sul-africanos nas minas de carvão da Vale em Tete, centro de Moçambique, também em retaliação à onda de xenofobia na África do sul.

 

 

Hoje, nas primeiras horas da manhã, mais de cem pessoas manifestaram-se na capital moçambicana contra a onda de violência xenófoba na África do Sul, numa marcha que teve como destino a Embaixada sul-africana em Maputo.

 

 
AGÊNCIA LUSA

 

11/05/2015

 

 

 

Presidente da República moçambicano pede intervenção imediata do Governo sul-africano contra xenofobia

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou hoje ao Governo sul-africano para desencadear uma ação presencial e imediata contra a violência xenófoba, considerando os ataques “horríveis e chocantes”.

 

 

“Apelamos ao Governo da África do Sul para desencadear uma intervenção presencial e imediata e apelamos aos nossos compatriotas para não retaliarem”, afirmou Filipe Nyusi, falando na tomada de posse dos vice-reitores da Universidade Pedagógica e da Universidade do Zambeze.

 

 

Nyusi qualificou os ataques aos estrangeiros como “horríveis e chocantes”, que demonstram total desprezo pela vida, enfatizando que o país está determinado a prestar a assistência necessária aos moçambicanos vítimas da violência na África do Sul.

 

 

Três moçambicanos morreram vítimas de xenofobia na África do Sul, desde que os ataques contra estrangeiros eclodiram no país, há mais de duas semanas, levando igualmente à fuga de cerca de 600 moçambicanos para centros de refugiados, dos quais 107 já regressaram a Moçambique, devendo mais 400 regressar na terça-feira.

 

 

O Governo moçambicano tem reiterado apelos à não-retaliação contra cidadãos sul-africanos residentes em Moçambique, face à tensão provocada pela recusa dos trabalhadores moçambicanos em permitir a presença dos seus colegas sul-africanos em empresas onde estão presentes em Moçambique, em repúdio contra a violência xenófoba.

 

 

PMA // VM
Agência Lusa

 

 

11/05/2015

 

 

 

Arcebispo do Lubango critica ‘abordagem’ de Luanda no combate à seita ‘A Luz do Mundo’

O arcebispo católico do Lubango (Angola) criticou hoje a “abordagem” das autoridades angolanas no combate aos confrontos provocados por fiéis da seita religiosa “A Luz do Mundo” que causaram a morte de nove políticas e de 13 ativistas.

 

 
Gabriel Mbilingi, igualmente presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), falava aos jornalistas num intervalo do seminário “África e Desenvolvimento Sustentável”, que decorre na Ribeira Grande de Santiago, 12 quilómetros a oeste da Cidade da Praia, em Cabo Verde.

 

 
“É um fenómeno que cria muita tensão, que pode ter consequências imprevisíveis, também pela forma como está a ser abordado, até pelas autoridades, o que também deixa uma certa preocupação. A Igreja Católica acompanha este dado triste em Angola com bastante preocupação e tem o compromisso de ajudar na busca de soluções”, afirmou Gabriel Mbilingi.

 

 
Para o arcebispo do Lubango, o “fenómeno” registado no Huambo em torno da seita religiosa está a causar “muita consternação e preocupação” não só na Igreja Católica, maioritária em Angola, como também na própria população.

 

 

“Quando a religião é falsificada e cede a objetivos que não o tornar possível o Evangelho presente na vida das pessoas e das comunidades, isso desvirtua em muito a finalidade de uma religião”, acrescentou.

 

 
Os tumultos no Huambo tiveram início na quinta-feira passada, com a morte de nove polícias e de 13 elementos da seita religiosa, no município da Caála, quando as partes entraram em confronto, na tentativa dos efetivos policiais em capturar Julino Kalupeteca, líder da seita, ilegal e que advoga o fim do mundo em 2015.

 

 
Contudo, a Polícia Nacional garantiu que a situação está controlada, apelando calma à população e para que denuncie qualquer movimento dos seguidores da seita religiosa, que acusam de pretender implantar o caos e o terror nas comunidades.

 

 
Hoje, e questionado sobre o extremismo islâmico que tem estado a ser protagonizado por organizações como o Boko Haram, Gabriel Mbilingi respondeu que é o “cristianismo”, no seu todo, que “está a ser atacado”.

 

 
“É o cristianismo no seu todo que é atacado. Não é só a Igreja Católica ou a Igreja Protestante, mas sim a religião cristã. Este grande ódio à Cruz do Senhor e a tudo aquilo que é a fé em Jesus Cristo não deixa de nos preocupar”, frisou.

 

 
“Temos a missão de dialogar com outras religiões, mas não há uma cara do outro lado. Sabem que estão a fazer ações de ninguém se orgulharia de fazer, trazem mal estar, acabam por empobrecer muito mais o continente, aumentam o número de refugiados, deslocados e pobres, aumentam o fosso entre ricos e pobres e isso tudo vindo de uma religião que deveria contribuir para a paz e desenvolvimento”, concluiu.

 

 

 
JSD // PJA
Agência Lusa
The Portugal Times
11/05/2015

 

 

 

Primeiro Ministro cabo-verdiano diz “África tem ‘grandes responsabilidades’ no ‘drama’ do Mediterrâneo”

África tem “grandes responsabilidades” no “drama” que se vive no mar Mediterrâneo, com os milhares de africanos que procuram a Europa para melhorar a sua qualidade de vida, admitiu hoje o primeiro-ministro cabo-verdiano.

 
Segundo José Maria Neves, haverá sempre a necessidade de se intensificar o diálogo entre os dois continentes, mas os governantes africanos têm de combater as causas pelas quais milhares de africanos acabam também por morrer afogados a atravessar, em barcos sem condições e apinhados, o Mediterrâneo.

 

 
“África tem grandes responsabilidades. Para resolvermos o problema precisamos de um intenso diálogo entre os países africanos e a Europa. Mas temos de combater as causas. Este facto de os africanos estarem a afogar-se no mediterrâneo deve interpelar todos os africanos, todos os governantes, dirigentes e as forças vivas de África”, disse.

 
O chefe do executivo cabo-verdiano falava no final da abertura do simpósio “África e Desenvolvimento Sustentável”, um “think-tank” sobre o continente, promovido pela União Internacional Cristã de Dirigentes de Empresas (UNIAPAC), associação que reúne a nível mundial mais de 30.000 associações de empresários e gestores cristãos.

 

 

A situação trágica no Mediterrâneo, com a morte de 800 imigrantes no passado dia 19, levou os líderes da União Europeia (UE) a adotarem, quinta-feira, medidas de combate ao tráfico de imigrantes ilegais ainda em terra.

 

 
Entre as decisões saídas do Conselho Europeu figura a destruição das embarcações antes de os contrabandistas as poderem utilizar, o aumento da cooperação contra redes de contrabando, através da Europol e colocando agentes de imigração em países terceiros, e aumentar para 120 milhões de euros o orçamento da missão “Tritão”, para operações de patrulhamento e salvamento no Mediterrâneo.

 

 
O tema dos fluxos migratórios vai regressar à agenda da cimeira europeia a realizar em junho.

 

 

A reunião de Bruxelas surgiu depois de várias associações e líderes políticos terem apelado ao combate a nível europeu contra as “criminosas” redes de tráfico de imigrantes.

 
Só no ano passado, vários milhares de pessoas morreram a tentar chegar à Europa através do Mediterrâneo, naquela que as Nações Unidas descreveram como uma das rotas mais perigosas do mundo.

 
Cerca de 170 mil pessoas chegaram a Itália em 2014, depois de resgatadas pela marinha, guarda costeira ou navios mercantes.

 

 

 

JSD (MBA) // MAG

 
Agência Lusa

 

 

11/05/2015

 

 

 

Ex-ministro de Dilma Rousseff diz que Partido dos Trabalhadores ‘roubou demais’

O ex-ministro brasileiro Carlos Lupi afirmou hoje que uma das razões da crise política do Brasil é que o Partido dos Trabalhadores (PT) “roubou demais”, noticia a edição deste domingo do jornal ‘O Estado de São Paulo’.

 

 

 

Lupi é presente do Partido Democrático dos Trabalhadores (PDT), que faz parte da coligação governamental, e foi ministro nos últimos anos da gestão de Lula da Silva (2003-2010).

 

 

 

A atual presidente do Brasil, Dilma Rousseff, nomeou-o em 2011 para o cargo de ministro do Trabalho, mas Lupi demitiu-se em dezembro desse ano, na sequência de suspeitas de corrupção, que acabaram por ser comprovadas.

 

 

 

O jornal brasileiro, a quem o ministro confirmou as afirmações, adianta que Carlos Lupi garantiu, numa ação privada do PDT, que o PT, liderado por Lula e Rousseff, “se acomodou” no poder.

 

 

 

“O PT acomodou-se. Eles não inventaram a corrupção, mas roubaram demais, exageraram e o seu projeto converteu-se num projeto de poder”, afirmou Lupi.

 

 

 

O presidente do PDT referiu-se ao escândalo de corrupção da Petrobrás, que está a ser investigado e que, segundo cálculos da própria empresa, implica um desvio de 6.200 milhões de reais (cerca de 1.927 milhões de euros), na última década.

 

 

 

AGÊNCIA LUSA

 

 

11/05/2015

 

 

 

 

Regressa o bom tempo, regressa o Out Jazz aos jardins e praças de Lisboa

O jazz dá-lhe nome, mas nem todos os 44 momentos musicais que vão acontecer entre maio e setembro se dedicam a esta sonoridade. Os DJs, os comes e bebes, o bom tempo e o convívio fazem o resto.

 

 

 

O primeiro momento aconteceu a 2 de maio, no Jardim da Torre de Belém

 

 

Já é um ritual. Chega o mês de maio e o festival Meo Out Jazz anuncia o regresso de bandas e DJs aos vários jardins de Lisboa. Mas não só. A música ao ar livre também vai passar por locais como as escadarias da Bica ou a Praça do Martim Moniz. O acesso, como sempre, é gratuito.
Ao todo há 44 momentos musicais para aproveitar, entre 2 de maio e 27 de setembro. Aos sábados, num formato “mais intimista”, como descreve em comunicado a organização, apresentam-se quase sempre uma banda e um DJ, a partir das 17h00, sempre em espaços variados como o Jardim Japonês, em Belém, o Cais das Colunas, o Jardim da Graça, a Quinta das Conchas, o Jardim das Amoreiras, o Miradouro de São Pedro de Alcântara ou as escadarias da Bica. No último sábado de cada mês, o encontro fica marcado na Praça do Martim Moniz.

 

 
Aos domingos o formato é semelhante, mas num local fixo e com mais comes e bebes disponíveis para passar o tempo. A partir das 17h00 há, na maior parte das vezes, um projeto jazz a dar música aos presentes, seguindo-se um DJ. O evento arranca no Jardim da Torre de Belém e muda-se na mesma altura em que muda o mês. Em junho, o Out Jazz vai para o Parque Tejo, no Parque das Nações, em julho instala-se no Anfiteatro Keil do Amaral, em Monsanto, em agosto acontece no Jardim da Estrela e em setembro vai para o Jardim da Tapada das Necessidades.

 

 

Regressa o bom tempo, regressa o Out Jazz aos jardins e praças de Lisboa1

Programa completo do Meo Out Jazz 2015

 

 

 

A 9.ª edição traz uma novidade. Pela primeira vez haverá três dias de concertos e DJ set no Troia Resort, nos dias 27 de junho, 25 de julho e 22 de agosto. Apesar do nome jazzístico, o evento nascido em 2006 nem sempre conta com projetos jazz, como é o caso deste último dia em Tróia, que terá o DJ André Henriques e o ambiente hip-hop de NBC. Ou do dia 13 de setembro, onde o concerto é da responsabilidade dos Face, projeto que varia entre o rock, o funk e a soul.

 

 

 

Tendo em conta as mais de 100 mil pessoas que frequentaram o Out Jazz em 2014, a falta de jazz não deverá afastar o público do evento, descrito pela organização como nascido com o propósito de defender “uma capital cosmopolita que cruza estilos de vida, pessoas e culturas, garantindo qualidade de vida ao ar livre e entretenimento”.

 

 
SARA OTTO COELHO

 
OBSERVADOR

 
11/05/2015

 

 

 

 

Língua portuguesa não é para ‘lidar com tratados’ e ‘imposições’ – Adriano Moreira

O professor universitário Adriano Moreira defendeu que a língua portuguesa “não é matéria para lidar com tratados” e “imposições”, devendo sim ser encarada como “um objeto para manter sob grande observação, mas deixando fluir”.

 

 

“A língua não é um objeto para mexer com tratados. É um objeto para manter sob grande observação, para tratar com carinho, acompanhando as mudanças inevitáveis, mas deixando fluir o que é próprio do fenómeno cultural”, argumentou.

 

 
O professor universitário e analista político falava à agência Lusa à margem da Conferência “Português, Língua Global”, na Universidade de Évora, promovido pela Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

 

 

O encontro, que decorre ao longo de todo o dia, pretende contribuir para a sensibilização e mobilização de organizações da sociedade civil no desafio de afirmar e valorizar a língua portuguesa.

 

 

Na sua intervenção, Adriano Moreira lembrou que a língua portuguesa “não é neutra”, pois, abrange “latitudes e culturas muito diferenciadas” e foi submetida “a um fenómeno natural” que passou por “cada região lhe ter acrescentado valores”, os quais “não estão presentes nos outros sítios”.

 

 
“O Brasil, por exemplo, tem valores que são ameríndios e africanos, mas também japoneses, alemães e italianos que nós [em Portugal] não temos”, indicou, em declarações à Lusa.

 

 
Por isso mesmo, continuou, apesar de ter um tronco comum, a língua portuguesa “não é nossa”, ou seja, de Portugal, devendo sim ser encarada como “também sendo nossa”, isto é, de Portugal e de cada um dos países da CPLP.

 

 
Questionado sobre esta diversidade da língua portuguesa e acerca do Acordo Ortográfico, que ainda não tem aplicação obrigatória no Brasil (previsto para início de 2016), nem foi aplicado em Angola ou Moçambique, o analista criticou esta forma de uniformizar através de tratado.

 

 
“Esta matéria não é para lidar com tratados. Pode haver diretivas, mas imposições em relação à língua? A língua não se subordina a essas imposições”, insistiu, frisando que esta situação só se vai ultrapassar “não cometendo o mesmo erro outra vez”.

 

 
O secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, realçou à Lusa que a questão da língua “é um grande compromisso histórico” assumido pelos países da CPLP e reconheceu que, em relação ao Acordo Ortográfico, que “já está em vigor”, vai “sempre haver” diversidade de opiniões.

 

 
O mesmo responsável, à margem da conferência, defendeu ainda que, para que a língua portuguesa seja “amplamente difundida”, é preciso “passar dos discursos às ações concretas”, ou seja, “é necessário um compromisso financeiro”, com a afetação de recursos dos vários países, para alargar o ensino e a internacionalização do português.

 

 
Exemplo disso é a disponibilização do português como língua oficial nas Nações Unidas, frisou: “É preciso pagar”, pelo que “tem de haver um engajamento político, com implicações financeiras, para que tal aconteça”.

 

 

 

AGÊNCIA LUSA

 

11/05/2015