Acionistas islandeses acreditam que projecto da Cabo Verde Airlines não está em causa

 

A Cabo Verde Airlines (CVA) informou hoje, que devido a questões técnicas tem passado por algum constrangimento no cumprimento dos horários de voos, gerando atrasos em várias ligações, mas promete solucionar o problema o mais urgente possível.

 

 

“Os acionistas da empresa continuam a trabalhar numa solução financeira de longo prazo para a companhia aérea. Obviamente, esse trabalho foi afetado pelo surto de covid-19, mas continuo confiante de que os acionistas encontrarão uma solução que garanta que a companhia aérea retome as operações, conectando quatro continentes via Cabo Verde”, afirmou o presidente da Cabo Verde Airlines (CVA), Erlendur Svavarsson.

 

 

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair, que já este ano nomeou Erlendur Svavarsson para presidente do conselho de administração e director executivo da CVA.

 

 

O objectivo é transformar a ilha do Sal num ‘hub’ aéreo, implementado pela CVA, para os voos entre África, Europa, América do Norte e América do Sul.

 

 

A companhia aérea de Cabo Verde, que conta com 330 trabalhadores, só prevê retomar os voos comerciais, suspensos desde 18 de março devido à pandemia de covid-19, em 01 de julho.

 

 

Em fevereiro passado, antes dos efeitos da pandemia de covid-19, o grupo Icelandair anunciou a que a companhia aérea cabo-verdiana deverá apresentar resultados positivos em 2021, embora assumindo a necessidade de necessitar de contrair um financiamento de longo prazo.

 

 

A informação constava do relatório com as demonstrações financeiras consolidadas do exercício de 2019 do grupo aéreo islandês, que através da sua participada Loftleidir Icelandic EHF controla, desde 01 de março de 2019, diretamente, 36% da CVA.

 

 

“A CVA está à procura de financiamento de longo prazo. Se o financiamento de longo prazo não for garantido, isso poderá afetar negativamente a operação”, lê-se no relatório do grupo Icelandair, de 07 de fevereiro.

 

 

O Governo de Cabo Verde suspendeu todos os voos internacionais por um período inicial de 30 dias em 18 de março, para conter a propagação da pandemia de covid-19 ao arquipélago, deixando a companhia sem voos comerciais e apenas algumas ligações para repatriamento (763 passageiros de várias nacionalidades em seis voos desde 24 de março).

 

 

Para Erlendur Svavarsson, a CVA está hoje numa “posição semelhante” a muitas outras companhias aéreas, que tiveram que reduzir ou interromper os seus voos regulares.

 

 

“A empresa precisará tomar medidas para controlar o fluxo de caixa e contar com o apoio dos acionistas e do Governo de Cabo Verde para poder voltar aos céus, ainda este ano. Todas as partes interessadas permanecem firmes no seu compromisso com a empresa”, garantiu o presidente do conselho de administração da companhia aérea.

 

 

Apesar das circunstâncias actuais, que Erlendur Svavarsson sublinha que “não são exclusivas da Cabo Verde Airlines”, os acionistas “acreditam que as perspectivas de longo prazo para conectar quatro continentes via Cabo Verde permanecem fortes”.

 

 

“Cabo Verde é um destino vibrante e bonito, que vem crescendo em popularidade. Essa tendência continuará no longo prazo. Os países insulares dependem da conectividade aérea e esse forte requisito retornará assim que a tempestade da covid-19 passar”, afirmou.

 

 

Cabo Verde cumpre hoje 13 dias, de 20 previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

 

 

O país mantém sete casos confirmados de covid-19, provocada por um novo coronavírus, entre as ilhas da Boa Vista (4), de Santiago (2) e São Vicente (1), além de um óbito.

 

 

Em 22 de março, em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou que a CVA será uma das empresas objecto de medidas de apoio à economia e que a alienação dos 39% que o Estado ainda detém na companhia será adiada.

 

 

“A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objeto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

 

 

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

 

 

Ainda em 2019 avançou a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

 

 

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa.

 

 

 

 

Cabo Verde Airlines só retoma voos comerciais em julho

 

 

 

A Cabo Verde Airlines decidiu actualizar a sua estratégia de protecção para os passageiros com voos reservados entre 27 de Fevereiro e 30 de Abril, na sequência das recentes notícias sobre o alastramento do novo coronavírus.

 

Numa mensagem aos passageiros, o presidente e diretor executivo da companhia, privatizada pelo Governo  em março de 2019, explica que a CVA está “orgulhosa” por estar a “operar voos de repatriamento”.

 

 

“Trabalharemos de forma a levar suprimentos para Cabo Verde e transportando material médico, conforme pedido, mas, pela segurança de todos nós, as operações comerciais de voo estão interrompidas até 01 de julho de 2020”, refere.

Uma decisão que, sublinha Erlendur Svavarsson, “não foi tomada de ânimo leve”.

 

 

“E sabemos que isto poderá causar transtorno nas suas viagens. Estamos nisto juntos e pedimos a sua compreensão. Iremos seguir de perto a propagação da pandemia e monitorizar os seus efeitos, enquanto trabalhamos de perto com o Governo de Cabo Verde para assegurar a sua segurança e a das populações dos quatro continentes que conectamos”, acrescenta.

 

 

O Governo suspendeu todos os voos internacionais por um período inicial de 30 dias em 18 de março, para conter a propagação da pandemia de covid-19 ao arquipélago, deixando a companhia sem atividade.

 

 

A CVA realizou seis voos de repatriamento, com 763 passageiros de várias nacionalidades, apesar da suspensão da atividade comercial desde 18 de março, devido à pandemia de covid-19.

 

 

Erlendur Svavarsson acrescentou na ocasião que nos dias 24 e 28 de março, já com Cabo Verde encerrado a voos comerciais para o exterior, a companhia realizou dois voos de repatriamento entre a Praia e Boston (Estados Unidos), transportando 365 passageiros norte-americanos e regressando com um total de 62 cidadãos cabo-verdianos.

 

 

Explicou que a companhia tem “estado envolvida em outros voos de repatriamento, organizados pelo Governo de Cabo Verde e pelas entidades diplomáticas dos respetivos países”, mantendo a “vontade de apoiar todas as autoridades governamentais a levar de volta cidadãos aos respetivos países de origem”.

 

 

Entre a ilha do Sal (Cabo Verde) e Fortaleza foram repatriados 109 cidadãos brasileiros, regressando daquela cidade brasileira com 39 cabo-verdianos. Foram ainda realizados voos entre o Sal e Lisboa, para repatriar 179 portugueses, e de regresso àquela ilha com nove cabo-verdianos.

A companhia cabo-verdiana conta atualmente com 330 trabalhadores.

 

 

Questionada pela Lusa com a possibilidade de recorrer à suspensão dos contratos, medida previsto pelo Governo cabo-verdiano para as empresas com a atividade afetada pela pandemia de covid-19, Erlendur Svavarsson não descartou esse cenário.

 

 

“A Cabo Verde Airlines está a avaliar as medidas governamentais de apoio às empresas e tomará as ações que considerar necessárias para proteger os seus colaboradores neste contexto difícil”, apontou.

 

 

Cabo Verde cumpre hoje 13 dias, de vinte previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

 

 

A propósito das consequências da pandemia da covid-19 no arquipélago, que já regista sete casos em três ilhas, com um óbito, e que se encontra fechado aos voos do exterior, Ulisses Correia e Silva recordou que a atividade de transportes aéreos “é das mais atingidas pela crise atual, a nível mundial”.

 

 

“Cabo Verde não é exceção. A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objeto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

 

 

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair. Durante o ano de 2019 avançou ainda a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

 

 

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa.

 

 

O número de mortes em África ultrapassou as 500 num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.

 

 

 

TPT com: AEP//Sapo24//Lusa// 10 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

Nova Iorque regista recorde de mortes nos Estados Unidos mas dizem as autoridades de saúde que a situação está a ficar estabilizada

 

O estado de Nova Iorque, epicentro da pandemia da covid-19 nos Estados Unidos, registou 872 mortes nas últimas 24 horas, um novo recorde diário, mas as autoridades dizem que a situação está a estabilizar.

 

 

“Estamos a achatar a curva. Tivemos um aumento de hospitalizações de apenas 200″, disse hoje o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, referindo que este é o número mais baixo desde o início da pandemia naquele estado, onde já morreram mais de 7.000 pessoas.

 

 

Os últimos três dias foram marcados por recordes nos números de mortes, mas as autoridades dizem que talvez se esteja a chegar a um ponto de viragem na propagação do vírus.

 

 

O número de novos internados e de novos doentes em cuidados intensivos foi hoje o mais baixo desde o início da crise no estado, o que deve achatar a curva de mortos nas próximas semanas.

 

 

A escassez de camas hospitalares prevista por vários modelos matemáticos foi evitada, admitiu hoje Andrew Cuomo, que, contudo, deixa um alerta para a possibilidade de o estado ser atingido por uma segunda vaga da pandemia.

“Não saímos da floresta”, disse o governador, dizendo que as medidas de contenção que foram aplicadas há 18 dias vão manter-se.

 

 

O estado mudará de alerta vermelho para laranja, antes de ir para a situação verde, explicou Cuomo, acrescentando que a partir de agora as autoridades irão testar milhões de trabalhadores para decidir quem estará imune ao novo coronavírus.

 

 

No estado de Nova Iorque há 151.000 casos confirmados de covid-19 (cerca de 35% dos casos nos Estados Unidos), incluindo 81.000 apenas na cidade de Nova Iorque, tendo morrido mais de 7.000 pessoas. No estado de New Jersey contam-se mais de 51 mil contagiados e cerca de 2.000 mortes.

 

 

Nos Estados Unidos há mais de 17 milhões de desempregados e 434.000 casos da covid-19 confirmados e morreram cerca de 15.000 pessoas, desde o início da crise sanitária.

 

 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia, já infectou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 90 mil.

Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.

 

 

 

Governador de Nova Iorque prolonga medidas de confinamento

 

 

 

O governador de Nova Iorque prolongou as medidas de “quarentena” até ao dia 29 de Abril, que impõem o encerramento das escolas e de todas as actividades não essenciais.

 

“Se a curva infletir” e a “taxa de infeção baixar”, “é porque o distanciamento social funciona”, disse Andrew Cuomo na conferência de imprensa diária sobre a pandemia.

 

 

“Mas é necessário continuar (com o distanciamento social), pelo que as actividades não essenciais ficarão encerradas até 29 de abril”, acrescentou Cuomo, advertindo que “não pode haver um relaxamento”, mesmo depois de o número de novas mortes diárias ter estabilizado durante dois dias no estado de Nova Iorque, concluiu.

 

 

 

TPT com: Reuters//AFP//NYT//WP//NYP//MadreMedia / Lusa// 9 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

O “hacker” português Rui Pinto que estava em prisão preventiva desde 22 de Março de 2019, foi hoje libertado e colocado em prisão domiciliária

Rui Pinto, criador do Football Leaks e autor das revelações do caso Luanda Leaks, que estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, foi hoje colocado em prisão domiciliária, indicaram os advogados à agência Lusa.

 

 

“Na presente data, foi revogada a medida de coação de prisão preventiva aplicada a Rui Pinto, tendo o mesmo abandonado já as instalações do estabelecimento prisional anexo à PJ [Policia Judiciária]. Rui pinto encontra-se agora sujeito à medida de obrigação de permanência na habitação, cumulada com a proibição de acesso à internet, sob responsabilidade da Polícia Judiciária”, refere um comunicado enviado à Lusa pelos advogados William Bourdon, Francisco Teixeira da Mota e Luísa Teixeira da Mota.

 

 

Em 17 de janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP).

 

 

 

Quem é Rui Pinto?

 

 

 

 

Rui Pinto assumiu publicamente em 2019 ser colaborador do ‘site’ Football Leaks e, sob o pseudónimo ‘John’, divulgou informações a partir de Budapeste, na Hungria, país onde foi detido em 16 de janeiro deste ano, no âmbito de um mandado de detenção europeu. O português vivia na capital húngara desde fevereiro de 2015, após uma primeira passagem pela cidade, entre 2012 e 2013, enquanto estudante de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, ao abrigo do Programa Erasmus.

 

 

Natural de Mafamude, Vila Nova de Gaia, cidade onde nasceu em 20 de outubro de 1988, Rui Pinto, confesso adepto do FC Porto e “fanático por futebol desde criança”, cresceu na zona da Praia de Lavadores, na freguesia de Canidelo, tornando-se num autodidata ao nível dos conhecimentos de informática.

 

 

Em 2013, foi o único suspeito de desviar cerca de 264 mil euros do Caledonian Bank após aceder ao sistema informático da instituição bancária sediada nas Ilhas Caimão. O inquérito-crime foi arquivado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto, em outubro de 2014, na sequência de um acordo extrajudicial entre o jovem e o banco.

 

 

Em abril do ano passado, foi um dos vencedores de um prémio europeu para denunciantes promovido pela Esquerda Unitária Europeia (GUE/NGL).

 

 

Os vencedores foram anunciados durante uma sessão plenária do Parlamento Europeu e incluíram também o fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, e Yasmine Motarjemi, denunciante dos lapsos de segurança alimentar da Nestlé.

 

 

 

 

As origens do ‘Football Leaks’ e o papel de Rui Pinto

 

 

                                                               

 

O ‘Football Leaks’ foi criado em 29 de setembro de 2015 no domínio http://football-leaks.livejournal.com por Rui Pinto, único responsável que assumiu publicamente, até hoje, a revelação de documentos polémicos que agitaram o futebol português e mundial.

 

 

Em diversas entrevistas, primeiro sob o pseudónimo ‘John’ e mais tarde já como Rui Pinto, a justificação para a criação desta plataforma eletrónica surgiu em maio de 2015, com a divulgação do escândalo de corrupção na FIFA, que levou à detenção de vários dirigentes e à posterior saída do suíço Joseph Blatter da presidência do organismo que tutela o futebol mundial.

 

 

“Este projeto visa divulgar a parte oculta do futebol. Infelizmente, o desporto que tanto amamos está podre e é altura de dizer basta. Fundos, comissões, negociatas, tudo serve para enriquecer certos parasitas que se aproveitam do futebol, sugando totalmente clubes e jogadores”, referia a publicação de abertura do ‘site’. A primeira grande polémica veio com a divulgação do contrato do então treinador Jorge Jesus com o Sporting.

 

 

 

 

 

Quais os crimes pelos quais Rui Pinto foi pronunciado?

 

 

 

 

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu, em 19 de janeiro, levar Rui Pinto a julgamento, por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, deixando cair 57 crimes.

 

 

Em setembro de 2019, o Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, da Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades.

Também em 19 de janeiro, o tribunal decidiu manter Rui Pinto em prisão preventiva, situação em que se encontra desde 22 de março de 2019.

 

 

 

 

Ana Gomes pedia a libertação de Rui Pinto

 

 

 

 

Ana Gomes voltou, ainda há dois dias, a sair em defesa de Rui Pinto, ao fazer uma comparação entre a detenção do hacker português e colaborador do Football Leaks, e o facto de inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) suspeitos de agredir um cidadão ucraniano até à morte estarem em casa.

 

 

“Não compreendo que Rui Pinto seja mantido em prisão preventiva, enquanto agentes do SEF acusados de assassinar imigrante ucraniano são mantidos em casa”, escreveu a ex-eurodeputada na sua conta de Twitter.

 

 

Em prisão preventiva desde 22 de março deste ano, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu (MDE).

 

 

 

 

A diretiva europeia sobre ‘whistleblowers’

 

 

 

 

O Parlamento Europeu aprovou por maioria, em 16 de abril de 2019, a lei para proteger denunciantes que agem em prol do interesse público na União Europeia (UE), sendo a primeira diretiva comunitária para este tipo de casos.

 

 

Naquela que é a primeira lei europeia para os ‘whistleblowers’ (em português, denunciantes), impulsionada pelas revelações do caso ‘Football Leaks’ e pelo papel do português Rui Pinto, o objetivo é criar um enquadramento legal de proteção uniforme em toda a UE, já que, atualmente, isso varia consoante o Estado-membro.

 

 

Rui Pinto, o único rosto conhecido até agora do ‘Football Leaks’, está a colaborar com Estados-membros como França, Bélgica e Holanda em investigações dos respetivos países com origem em documentos obtidos ou divulgados por esta plataforma eletrónica, lançada em setembro de 2015, e da qual o português é confesso colaborador.

 

 

 

O que diz a diretiva europeia sobre a proteção de denunciantes?

 

 

 

 

Esta legislação aplica-se às pessoas que pretendam alertar para eventuais violações do direito da União Europeia em vários domínios, incluindo o branqueamento de capitais, a fraude fiscal, a contratação pública, a segurança dos produtos e dos transportes, a proteção do ambiente, a saúde pública, a proteção dos consumidores e a proteção dos dados pessoais.

 

 

Os legisladores europeus introduziram uma maior flexibilidade na diretiva, permitindo que o autor da denúncia possa escolher o canal mais adequado para alertar para as violações, quer seja a nível interno (dentro da organização onde trabalha) ou externo (junto das autoridades públicas).

Além dos denunciantes, os jornalistas que divulguem as denúncias também serão protegidos.

A nova lei prevê ainda que os Estados-membros forneçam apoio jurídico, financeiro e psicológico aos denunciantes.

 

 

Uma das regras centra-se na criação de canais de comunicação internos em entidades públicas e privadas com mais de 50 funcionários, para que se possa denunciar dentro da própria organização.

Também as autoridades nacionais e europeias terão de ter canais de comunicação externos independentes.

 

 

Outra das possibilidades para os denunciantes passa a ser o recurso aos meios de comunicação social, isto em situações em que, por exemplo, não seja dada a devida atenção à sua denúncia ou haja perigo iminente para o interesse público ou risco de retaliação.

Estas formas de retaliação – como a despromoção, a suspensão ou o despedimento – passam, inclusive, a estar proibidas com a nova diretiva.

 

 

 

 

 

Qual é o enquadramento jurídico do estatuto de denunciante (‘whistleblower’) em Portugal?

 

 

 

 

 

Portugal, à semelhança de outros países, não prevê este estatuto. A lei portuguesa apenas regula a aplicação de medidas para proteção de testemunhas em processo penal quando a sua vida, integridade física ou psíquica, liberdade ou bens patrimoniais de valor consideravelmente elevado, sejam postos em perigo por causa do seu contributo para a prova dos factos que constituem objeto do processo.

 

 

 

 

A diretiva europeia pode ser aplicada de imediato nos Estados-membros?

 

 

 

 

Sendo uma diretiva europeia, entra em vigor ao fim de 20 dias, mas depois os Estados-membros terão até dois anos para a transpor para a legislação nacional. Dependerá, pois, da vontade política a rapidez com que Portugal irá transpor esta diretiva.

 

 

Atualmente, a proteção oferecida aos denunciantes na UE é fragmentada e desigual. Apenas 10 países garantem plena proteção aos denunciantes (França, Hungria, Irlanda, Itália, Lituânia, Malta, Holanda, Eslováquia, Suécia e Reino Unido). Nos restantes, a proteção concedida é parcial e apenas se aplica a setores específicos (como no domínio dos serviços financeiros) ou a determinadas categorias de trabalhadores por conta de outrem.

 

 

 

TPT com: AEP//JN//Sportinforma/Lusa// 8 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

São mais de quatro mil milhões de pessoas em quase 100 países que estão neste momento a cumprir medidas de confinamento

 

As populações em questão representavam hoje 52% da população mundial actual, estimada pelas Nações Unidas em 7,8 mil milhões de pessoas.

 

 

Ao longo das últimas semanas, o número de pessoas confinadas por causa do novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem vindo sempre a progredir.

 

 

A 18 de março, o número rondava os 500 milhões de pessoas, tendo aumentado em poucos dias, em 23 de março, para mais de mil milhões de pessoas.

 

 

Num período de apenas um dia, em 24 de março, as informações recolhidas já apontavam para mais de dois mil milhões de pessoas confinadas a nível global.

 

 

O número ia continuar a crescer e, num espaço de 24 horas, passaram a ser mais de três mil milhões de pessoas confinadas por causa da pandemia da covid-19. Hoje, o número aponta para pelo menos 4,06 mil milhões de pessoas confinadas em pelo menos 97 países e territórios.

 

 

A província chinesa de Hubei (centro da China) e a sua capital Wuhan, onde foram detetados em dezembro os primeiros casos de covid-19, foram as primeiras a decretar o confinamento da população no final de janeiro.

 

 

Neste momento, e após cerca de dois meses de confinamento, estas zonas estão gradualmente a regressar a um ritmo normal. Em contrapartida, as medidas de contenção têm vindo a espalhar-se pelo mundo desde meados de março.

 

 

Nenhuma zona do mundo é exceção: Europa (Portugal, Reino Unido, França, Itália, Espanha), Ásia (Índia, Nepal, Sri Lanka), Médio Oriente (Israel, Iraque, Arábia Saudita, Jordânia, Líbano), África (África do Sul, Marrocos, Zimbabué, Ruanda), América (uma grande parte dos Estados Unidos, Colômbia, Argentina, Peru, Bolívia) e Oceânia (Nova Zelândia).

 

 

Na maioria dos casos, ainda é possível sair de casa para trabalhar, comprar bens de primeira necessidade ou cuidar de pessoas que precisam de assistência.

 

 

Em outros territórios (pelo menos 13 representativos de 669 milhões de habitantes) é pedido que a população fique em casa, sem, no entanto, tomar medidas coercivas. É o caso do México, dos principais Estados do Brasil, do Irão, da Turquia, da Alemanha, do Uganda e do Canadá.

 

 

Sete regiões japonesas, incluindo a capital Tóquio e os seus subúrbios, entraram hoje nesta lista.

 

Em pelo menos 24 países ou territórios (cerca de 495 milhões de habitantes) foi decretado um recolher obrigatório, ou seja, as pessoas estão proibidas de sair à rua a partir do fim da tarde até à manhã do dia seguinte.

 

 

Esta medida foi imposta em muitos países africanos, como Egito, Quénia, Costa do Marfim, Senegal ou Gabão, e da América Latina (Chile, Guatemala, Equador, República Dominicana, Panamá e Porto Rico). Em outras regiões do mundo a medida também foi decretada, como é o caso da Tailândia, Síria, Sérvia ou do Koweit.

 

 

Outra medida avançada por alguns países, pelo menos sete segundo a contagem da AFP, foi colocar em quarentena as suas principais cidades, o que significa que ninguém entra ou sai destas localidades. É o caso de Kinshasa (na República Democrática do Congo), Helsínquia (Finlândia) e Baku (Azerbaijão). Estes aglomerados populacionais em particular representam um total de 30 milhões de pessoas.

 

 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil. Dos casos de infeção, mais de 290 mil são considerados curados.

 

 

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

 

 

 

TPT com: Reuters// France Presse (AFP)//Sapo24//  7 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

Comandante do navio porta-aviões Theodore Roosevelt demitido por denunciar a existência do coronavírus a bordo

 

O comandante do porta-aviões nuclear dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, que pediu a retirada de parte significativa da tripulação devido à propagação do novo coronavírus, foi demitido, anunciou hoje o secretário da Marinha, Thomas Modly.

 

 

O governante, que falava em conferência de imprensa realizada no Pentágono, considerou que o capitão Brett Crozier, que redigiu uma carta de quatro páginas publicada pelo jornal San Francisco Chronicle, “mostrou um péssimo julgamento em tempos de crise”.

 

 

Na missiva, Brett Crozier explicou que depois de terem sido identificados três militares infetados com o novo coronavírus e, apesar de o porta-aviões ter atracado no porto de Guam, a doença continuou a espalhar-se pela tripulação.

 

 

A ilha de Guam é um território insular dos Estados Unidos da América (EUA), na Micronésia, no meio do Oceano Pacífico.

 

 

O comandante acrescentou que o “espaço limitado” de uma embarcação de guerra, que transporta mais de 4.000 tripulantes, dificultava a contenção da covid-19 a bordo.

 

 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.

 

 

Dos casos de infeção, cerca de 190.000 são considerados curados.

 

 

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

 

 

 

Comandante de porta-aviões dos EUA pede desembarque por descontrolo da pandemia

 

 

 

 

O comandante do porta-aviões norte-americano USS Theodore Roosevelt pediu autorização ao Pentágono para desembarcar a tripulação na ilha de Guam, na Micronésia, na sequência da propagação da covid-19 dentro do navio, noticiaram hoje dois jornais dos Estados Unidos.

 

“Não estamos em guerra. Não há razão para os militares morrerem”, disse o capitão Brett E. Crozier, através de uma carta enviada à Marinha norte-americana, citada pela agência France-Presse (AFP), que cita os diários San Francisco Chronicle e New York Times.

 

 

O comandante do USS Theodore Roosevelt explica nesta missiva que depois da descoberta de três militares contagiados pelo novo coronavírus e, apesar de o porta-aviões ter atracado no porto de Guam, a doença continuou a espalhar-se pela tripulação.

 

 

A ilha de Guam é um território insular dos Estados Unidos da América (EUA), na Micronésia, no meio do Oceano Pacífico.

 

 

Brett E. Crozier acrescentou que o “espaço limitado” de uma embarcação de guerra que transporta mais de 4.000 tripulantes está a dificultar a contenção da covid-19 a bordo.

 

 

Por isso, o comandante quer deixar desembarcar uma parte dos militares, para mitigar a propagação da covid-19.

 

 

“Retirar a maioria da tripulação de um porta-aviões nuclear norte-americano (…) e isolá-los durante duas semanas pode parecer uma medida extraordinária”, referiu, sublinhando, no entanto, que “é um risco necessário”.

 

 

O Pentágono não confirmou a totalidade das alegações feitas na carta, mas admitiu que o comandante do USS Theodore Roosevelt “alertou, no domingo à noite, a frota do Pacífico das dificuldades que tinha em isolar” o SARS-CoV-2.

 

 

Contudo, um oficial da Marinha dos EUA esclareceu que Brett E. Crozier pediu “para abrigar vários tripulantes em instalações” militares, para “uma melhor separação” dos militares infetados.

 

 

“A Marinha vai tomar, rapidamente, todas as medidas para garantir a saúde e a segurança da tripulação do USS Theodore Roosevelt e está à procura de soluções para responder às preocupações do comandante”, prosseguiu este oficial.

 

 

A pandemia SARS-CoV-2 já matou mais de 52 mil pessoas em todo o mundo, das quais quase três quartos na Europa, segundo um balanço da agência AFP, atualizado às 16:20 de hoje, baseado em fontes oficiais.

 

 

Desde a eclosão da pandemia em dezembro passado, na China, 803.645 casos foram oficialmente declarados em todo o mundo, mais da metade deles na Europa (440.928), incluindo 29.305 mortes na Europa, o continente mais afetado.

 

Os Estados Unidos têm, segundo os mais recentes números, 243.229 pessoas infectadas, 5.900 mortes e, 10.520 recuperados. A cidade de New York é o pior caso com mais de 84 mil casos confirmados, 2.457 mortos e 6.157 recuperados. O estado de New Jersey tem 23.400 casos confirmados e 355 mortos. O estado de Connecticut conta 4.221 casos confirmados e 117 mortos.

 

 

Com 17.428 mortes, a Itália é o país com mais mortes no mundo, seguida pela Espanha (9.189).

 

 

A AFP alerta, no entanto, que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está actualmente a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.

 

 

 

TPT com: agência France-Presse (AFP)//San Francisco Chronicle//New York Times//MadreMedia/Lusa// 2 de Abril de 2020