Acionistas islandeses acreditam que projecto da Cabo Verde Airlines não está em causa

 

A Cabo Verde Airlines (CVA) informou hoje, que devido a questões técnicas tem passado por algum constrangimento no cumprimento dos horários de voos, gerando atrasos em várias ligações, mas promete solucionar o problema o mais urgente possível.

 

 

“Os acionistas da empresa continuam a trabalhar numa solução financeira de longo prazo para a companhia aérea. Obviamente, esse trabalho foi afetado pelo surto de covid-19, mas continuo confiante de que os acionistas encontrarão uma solução que garanta que a companhia aérea retome as operações, conectando quatro continentes via Cabo Verde”, afirmou o presidente da Cabo Verde Airlines (CVA), Erlendur Svavarsson.

 

 

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair, que já este ano nomeou Erlendur Svavarsson para presidente do conselho de administração e director executivo da CVA.

 

 

O objectivo é transformar a ilha do Sal num ‘hub’ aéreo, implementado pela CVA, para os voos entre África, Europa, América do Norte e América do Sul.

 

 

A companhia aérea de Cabo Verde, que conta com 330 trabalhadores, só prevê retomar os voos comerciais, suspensos desde 18 de março devido à pandemia de covid-19, em 01 de julho.

 

 

Em fevereiro passado, antes dos efeitos da pandemia de covid-19, o grupo Icelandair anunciou a que a companhia aérea cabo-verdiana deverá apresentar resultados positivos em 2021, embora assumindo a necessidade de necessitar de contrair um financiamento de longo prazo.

 

 

A informação constava do relatório com as demonstrações financeiras consolidadas do exercício de 2019 do grupo aéreo islandês, que através da sua participada Loftleidir Icelandic EHF controla, desde 01 de março de 2019, diretamente, 36% da CVA.

 

 

“A CVA está à procura de financiamento de longo prazo. Se o financiamento de longo prazo não for garantido, isso poderá afetar negativamente a operação”, lê-se no relatório do grupo Icelandair, de 07 de fevereiro.

 

 

O Governo de Cabo Verde suspendeu todos os voos internacionais por um período inicial de 30 dias em 18 de março, para conter a propagação da pandemia de covid-19 ao arquipélago, deixando a companhia sem voos comerciais e apenas algumas ligações para repatriamento (763 passageiros de várias nacionalidades em seis voos desde 24 de março).

 

 

Para Erlendur Svavarsson, a CVA está hoje numa “posição semelhante” a muitas outras companhias aéreas, que tiveram que reduzir ou interromper os seus voos regulares.

 

 

“A empresa precisará tomar medidas para controlar o fluxo de caixa e contar com o apoio dos acionistas e do Governo de Cabo Verde para poder voltar aos céus, ainda este ano. Todas as partes interessadas permanecem firmes no seu compromisso com a empresa”, garantiu o presidente do conselho de administração da companhia aérea.

 

 

Apesar das circunstâncias actuais, que Erlendur Svavarsson sublinha que “não são exclusivas da Cabo Verde Airlines”, os acionistas “acreditam que as perspectivas de longo prazo para conectar quatro continentes via Cabo Verde permanecem fortes”.

 

 

“Cabo Verde é um destino vibrante e bonito, que vem crescendo em popularidade. Essa tendência continuará no longo prazo. Os países insulares dependem da conectividade aérea e esse forte requisito retornará assim que a tempestade da covid-19 passar”, afirmou.

 

 

Cabo Verde cumpre hoje 13 dias, de 20 previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

 

 

O país mantém sete casos confirmados de covid-19, provocada por um novo coronavírus, entre as ilhas da Boa Vista (4), de Santiago (2) e São Vicente (1), além de um óbito.

 

 

Em 22 de março, em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou que a CVA será uma das empresas objecto de medidas de apoio à economia e que a alienação dos 39% que o Estado ainda detém na companhia será adiada.

 

 

“A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objeto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

 

 

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

 

 

Ainda em 2019 avançou a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

 

 

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa.

 

 

 

 

Cabo Verde Airlines só retoma voos comerciais em julho

 

 

 

A Cabo Verde Airlines decidiu actualizar a sua estratégia de protecção para os passageiros com voos reservados entre 27 de Fevereiro e 30 de Abril, na sequência das recentes notícias sobre o alastramento do novo coronavírus.

 

Numa mensagem aos passageiros, o presidente e diretor executivo da companhia, privatizada pelo Governo  em março de 2019, explica que a CVA está “orgulhosa” por estar a “operar voos de repatriamento”.

 

 

“Trabalharemos de forma a levar suprimentos para Cabo Verde e transportando material médico, conforme pedido, mas, pela segurança de todos nós, as operações comerciais de voo estão interrompidas até 01 de julho de 2020”, refere.

Uma decisão que, sublinha Erlendur Svavarsson, “não foi tomada de ânimo leve”.

 

 

“E sabemos que isto poderá causar transtorno nas suas viagens. Estamos nisto juntos e pedimos a sua compreensão. Iremos seguir de perto a propagação da pandemia e monitorizar os seus efeitos, enquanto trabalhamos de perto com o Governo de Cabo Verde para assegurar a sua segurança e a das populações dos quatro continentes que conectamos”, acrescenta.

 

 

O Governo suspendeu todos os voos internacionais por um período inicial de 30 dias em 18 de março, para conter a propagação da pandemia de covid-19 ao arquipélago, deixando a companhia sem atividade.

 

 

A CVA realizou seis voos de repatriamento, com 763 passageiros de várias nacionalidades, apesar da suspensão da atividade comercial desde 18 de março, devido à pandemia de covid-19.

 

 

Erlendur Svavarsson acrescentou na ocasião que nos dias 24 e 28 de março, já com Cabo Verde encerrado a voos comerciais para o exterior, a companhia realizou dois voos de repatriamento entre a Praia e Boston (Estados Unidos), transportando 365 passageiros norte-americanos e regressando com um total de 62 cidadãos cabo-verdianos.

 

 

Explicou que a companhia tem “estado envolvida em outros voos de repatriamento, organizados pelo Governo de Cabo Verde e pelas entidades diplomáticas dos respetivos países”, mantendo a “vontade de apoiar todas as autoridades governamentais a levar de volta cidadãos aos respetivos países de origem”.

 

 

Entre a ilha do Sal (Cabo Verde) e Fortaleza foram repatriados 109 cidadãos brasileiros, regressando daquela cidade brasileira com 39 cabo-verdianos. Foram ainda realizados voos entre o Sal e Lisboa, para repatriar 179 portugueses, e de regresso àquela ilha com nove cabo-verdianos.

A companhia cabo-verdiana conta atualmente com 330 trabalhadores.

 

 

Questionada pela Lusa com a possibilidade de recorrer à suspensão dos contratos, medida previsto pelo Governo cabo-verdiano para as empresas com a atividade afetada pela pandemia de covid-19, Erlendur Svavarsson não descartou esse cenário.

 

 

“A Cabo Verde Airlines está a avaliar as medidas governamentais de apoio às empresas e tomará as ações que considerar necessárias para proteger os seus colaboradores neste contexto difícil”, apontou.

 

 

Cabo Verde cumpre hoje 13 dias, de vinte previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

 

 

A propósito das consequências da pandemia da covid-19 no arquipélago, que já regista sete casos em três ilhas, com um óbito, e que se encontra fechado aos voos do exterior, Ulisses Correia e Silva recordou que a atividade de transportes aéreos “é das mais atingidas pela crise atual, a nível mundial”.

 

 

“Cabo Verde não é exceção. A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objeto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

 

 

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair. Durante o ano de 2019 avançou ainda a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

 

 

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa.

 

 

O número de mortes em África ultrapassou as 500 num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.

 

 

 

TPT com: AEP//Sapo24//Lusa// 10 de Abril de 2020

 

 

 

 

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