Almirante Gouveia e Melo diz não reconhecer nenhuma competência de gestão da Marinha ao sindicato

O chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo, disse hoje não reconhecer ao sindicato competências para gerir a Marinha e a Autoridade Marítima, a propósito da providência cautelar interposta devido às condições de trabalho nas Selvagens.

 

 

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e a Associação Sócio Profissional da Polícia Marítima (ASPPM) anunciaram na segunda-feira que interpuseram uma providência cautelar contra a Autoridade Marítima Nacional para que aqueles profissionais não sejam “forçados a trabalhar 21 dias consecutivos na Selvagem Grande”, na Região Autónoma da Madeira, e não “tenham de dormir no chão das embarcações da Marinha durante duas noites na viagem do Funchal até aquela ilha”.

Questionado hoje sobre esta ação em tribunal, o almirante Gouveia e Melo afirmou que ainda não recebeu “nenhuma providência cautelar”.

“De qualquer forma, qualquer providência cautelar o que vai analisar é se eu sou competente ou não para gerir a Marinha. Que eu sou competente para gerir a Marinha acho que não há dúvidas”, defendeu, em declarações aos jornalistas após um encontro com o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues.

O chefe do Estado-Maior da Armada explicou que os períodos de rendição têm de ser adaptados às circunstâncias do momento, sendo uma decisão flexível.

“Nós temos de avaliar permanentemente um conjunto de operações que estamos a fazer. Há operações logísticas, há operações de fiscalização, operações de busca e salvamento, e é o conjunto dessas operações que determina qual é o intervalo ótimo numa determinada altura do ano para fazer essas rendições”, sustentou.

“Claro que nós não vamos exigir que as pessoas estejam lá dois meses ou três meses, mas também não podemos fazer rendições de três em três dias ou quatro em quatro dias”, acrescentou.

Interrogado sobre as sugestões apresentadas pelo sindicato na providência cautelar, Gouveia e Melo respondeu: “Eu não reconheço ao sindicato competências de gestão da Marinha, nem da Autoridade Marítima”.

“Reconheço autoridade e competência para discutir assuntos que têm a ver com a associação e com os direitos dos polícias marítimos, mas não competências de gestão das operações”, considerou.

Uma das propostas do sindicato diz respeito ao uso de um helicóptero como alternativa ao navio para fazer a rendição de forma mais rápida, mas o almirante rejeitou a ideia.

“O helicóptero é sempre uma alternativa muito mais cara e eu acho que não é isso que está em causa, até porque não faz muito bem o Parque Natural estar a fazer missões com helicópteros em cima do Parque Natural”, justificou.

O chefe do Estado-Maior da Armada reforçou que “ninguém quer prejudicar ninguém”, mas defendeu que aqueles profissionais “sabem que nas suas profissões têm de ter esta disponibilidade”.

 

 

 

 

 

TPT com: MadreMedia//Lusa// Sapo24//  21 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

Medalha do Nobel da Paz vendida por 98 milhões de euros para ajudar crianças deslocadas pela guerra na Ucrânia

O chefe de redação do jornal Novaya Gazeta, Dmitri Mouratov, vendeu a medalha do Prémio Nobel da Paz 2021 por 98,3 milhões de euros, para as crianças deslocadas pela guerra na Ucrânia.

 

 

As receitas do leilão, realizado em Nova Iorque, na segunda-feira, vão para o programa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para crianças ucranianas deslocadas pela guerra, indicou a leiloeira Heritage Auctions, que organizou a venda.

 

 

A oferta final de 103,5 milhões de dólares (98,3 milhões de euros), dezenas de milhões de dólares mais alta que a anterior, foi feita por telefone, sem que a identidade do licitador fosse divulgada. Durante a tarde, a licitação mais elevada tinha sido de 550 mil dólares (522 mil euros).

 

 

Sobre a escolha da UNICEF como beneficiária dos fundos, Mouratov, de nacionalidade russa, afirmou: “É essencial para nós que esta organização não pertença a nenhum governo. Pode trabalhar acima dos governos. Não há fronteiras para isso”.

 

Muratov ganhou o Nobel da Paz no ano passado, juntamente com a jornalista filipina Maria Ressa, “pelos esforços para preservar a liberdade de expressão”.

 

 

No final de março, o Novaya Gazeta tinha anunciado a suspensão das publicações digitais e impressas na Rússia, até ao fim da intervenção militar na Ucrânia, depois de o Governo russo ter aumentado a repressão contra dissidentes.

 

 

Dmitri Muratov fez parte do grupo de jornalistas que fundou o Novaya Gazeta em 1993, na sequência da queda da antiga União Soviética. Antes de suspender as publicações, o jornal foi o último a criticar o Presidente russo, Vladimir Putin.

 

 

O Novaya Gazeta é conhecido pelas investigações sobre corrupção e violações dos direitos humanos na Chechénia, trabalhos que custaram a vida a seis colaboradores desde os anos de 1990, entre os quais a célebre jornalista Anna Politkovskaia, assassinada em 2006.

 

 

 

 

Foi distinguido por defender a liberdade de expressão, agora leiloa a medalha de Nobel da Paz para ajudar crianças ucranianas

 

 

 

 

 

Dmitry Muratov, editor-chefe do jornal independente russo Novaya Gazeta, foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz em 2021, pelos seus “esforços para garantir a liberdade de expressão”. Agora, vai leiloar a medalha que recebeu para ajudar crianças obrigadas a fugir por causa da guerra na Ucrânia.

 

Em março, a Novaya Gazeta suspendeu as suas operações na Rússia, após a adoção de uma lei que estabelece duras penas de prisão contra qualquer pessoa que critique a incursão militar russa na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.

 

 

Muratov fundou o diário Novaya Gazeta em 1993, juntamente com um grupo de jornalistas, após a queda da União Soviética. Em 2022, o seu jornal foi a única publicação de envergadura a criticar o presidente Vladimi Putin e a sua política interna e externa.

 

 

A casa Heritage Auctions é responsável pela venda da medalha do Nobel de Muratov.

 

 

Muratov foi agredido em abril num comboio, quando uma pessoa lhe atirou tinta misturada com acetona, causando-lhe queimaduras nos olhos.

 

Desde o ano 2000, seis jornalistas e colaboradores do Novaya Gazeta foram assassinados devido ao seu trabalho, entre eles a repórter de investigação Anna Politkovskaya, a quem Muratov dedicou o Prémio Nobel.

 

 

“Este jornal é perigoso para a vida das pessoas”, disse Muratov à AFP no ano passado.

 

 

Em declarações transmitidas num vídeo difundido pela Heritage Auctions, o jornalista disse que ganhar o Nobel “lhe dá a oportunidade de ser ouvido”.

 

 

“A mensagem mais importante hoje é que as pessoas entendam que há uma guerra e que é preciso ajudar os que mais sofrem”, continuou, ao apontar especificamente para as crianças das famílias de refugiados.

 

 

 

TPT com: AFP//EFE//MadreMedia//Lusa// Sapo24//Fotos/Michael M. Santiago/AFP//  21 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

 

 

Polícia procura mais cinco suspeitos de ligação ao duplo homicídio na Amazónia

A polícia brasileira identificou mais cinco suspeitos de ligação aos homicídios do jornalista britânico Dom Phillips e do ativista brasileiro Bruno Araújo Pereira, cujos corpos foram encontrados na quarta-feira num local remoto na Amazónia.

 

 

A Polícia Federal, que coordena as investigações, informou numa nota divulgada no domingo que está a investigar oito suspeitos, três dos quais já estão detidos, incluindo um que terá confessado o crime e conduzido as autoridades até ao local onde os corpos foram encontrados.

 

 

As autoridades brasileiras revelaram na sexta-feira que acreditam que os três suspeitos já detidos — Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, e os irmãos Amarildo e Oseney da Costa Oliveira — “agiram sozinhos” no duplo homicídio.

 

 

No domingo, a polícia disse que os outros cinco suspeitos estão a ser investigados por supostamente terem ajudado a esconder os corpos, que foram enterrados na selva, a cerca de três quilómetros do rio onde o barco das vítimas foi intercetado.

 

 

Os cinco novos suspeitos poderão responder pelo crime de ocultação de corpo, o que lhes permitiria aguardar pelo julgamento em liberdade.

 

 

A Polícia Federal acrescentou no comunicado que prossegue com as investigações para tentar esclarecer todas as circunstâncias do crime.

 

Na quarta-feira à noite, as autoridades encontraram restos humanos numa zona remota da Amazónia, que foram posteriormente confirmados como sendo do jornalista britânico e do ativista brasileiro.

 

 

Phillips e Araújo desapareceram em 05 de junho quando navegavam num rio no Vale do Javari, uma região de selva perto das fronteiras do Brasil com o Peru e a Colômbia, onde tinham viajado para recolher material para um livro em que o jornalista estava a trabalhar sobre as ameaças enfrentadas pelos indígenas na região.

 

 

Dom Phillips foi um jornalista radicado durante 15 anos no Brasil, onde colaborou com vários meios de comunicação internacionais, como o Financial Times, o New York Times e o Washington Post, entre outros.

                                                                       

 

 

 

 

 

Jornalista britânico e activista brasileiro foram mortos por “arma de fogo”

 

 

 

 

A polícia brasileira avançou hoje que o activista e especialista em assuntos indígenas Bruno Pereira e o jornalista britânico que o acompanhava, Dom Phillips, foram mortos com uma “arma de fogo”.

 

 

Bruno Pereira foi atingido por três tiros, um dos quais na cabeça, e Dom Phillips por uma bala no tórax, precisou em comunicado a polícia federal brasileira.

 

Ontem à tarde, uma fonte policial tinha anunciado a detenção de um terceiro suspeito na morte dos dois homens, identificado como Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, e alegadamente cúmplice dos irmãos Amarildo e Oseney da Costa Oliveira, que já estavam detidos por suposto envolvimento direto neste duplo homicídio.

 

 

Jeferson da Silva Lima, cuja detenção foi ordenada na sexta-feira por um juiz do estado do Amazonas, compareceu voluntariamente na madrugada de hoje na esquadra da região de Atalaia do Norte, mas declarou-se inocente, adiantou a agência noticiosa Efe.

 

 

“De acordo com todas as provas e todos os testemunhos que ouvimos até agora, ele esteve no local do crime e participou ativamente no duplo homicídio”, referiu o comissário Alex Perez Timoteo, da Polícia Civil da Atalaia do Norte.

 

 

As autoridades brasileiras revelaram na sexta-feira que acreditam que os suspeitos pela morte do jornalista e do activista na Amazónia “agiram sozinhos” e admitiram a possibilidade de mais detenções relacionadas com este caso.

 

 

Na quarta-feira à noite, as autoridades encontraram restos humanos numa zona remota da Amazónia, que foram posteriormente confirmados como sendo do jornalista britânico e do activista brasileiro.

 

 

 

 

Terceiro suspeito pelos assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira entrega-se à polícia

 

 

 

Um terceiro suspeito de participar do assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do especialista indigenista Bruno Pereira na Amazónia brasileira entregou-se na manhã deste sábado, anunciou a Polícia Federal (PF).

 

 

Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, “que se encontrava foragido, entregou-se na esquadra de Atalaia do Norte”, no oeste do Amazonas, e “será interrogado”, informou a polícia em comunicado.

 

 

Em declarações ao portal de notícias G1, o delegado Alex Perez Timóteo afirmou que, segundo as provas e os testemunhos recebidos, ‘Pelado da Dinha’ “estava na cena do crime e participou ativamente no duplo homicídio ocorrido”.

 

Entretanto, as autoridades brasileiras confirmaram esta sexta-feira que os restos humanos, no local onde um dos principais suspeitos confessou ter assassinado Dom Phillips e o ativista brasileiro Bruno Araújo Pereira, são do jornalista britânico.

 

 

Esta terceira prisão ocorre horas depois de a PF ter anunciado a identificação dos restos mortais de Phillips, de 57 anos, entre o “material” encontrado no local onde o primeiro detido, o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como ‘Pelado’, confessou tê-lo enterrado, junto ao corpo de Pereira, de 41 anos.

 

 

“Os remanescentes de Dom Phillips fazem parte do material que foi recolhido no local”, lê-se no comunicado do comité de crise, coordenado pela Polícia Federal.

 

 

As outras duas pessoas detidas até agora são dois irmãos pescadores da região que Bruno Araújo já tinha denunciado por praticarem pesca ilegal em zonas proibidas, como reservas indígenas.

 

 

Na mesma nota da PF acrescenta-se que estão “em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos”.

 

As conclusões sobre se os outros restos humanos encontrados correspondem a Pereira ainda não foram reveladas. Segundo a imprensa local, a PF procura um quarto suspeito, uma informação não confirmada oficialmente.

 

 

De acordo com um comunicado do comité de crise, as investigações “apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.

 

 

Ainda assim, as autoridades indicam haver “indicativos da participação de mais pessoas na prática criminosa” e que “com o avanço das diligências, novas prisões poderão ocorrer”.

 

 

 

TPT com: AFP//NYT//WP//MadreMedia / Lusa//NBCNews//EFE//   20 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

 

Município de Viseu fez questão de reconhecer 740 alunos por mérito escolar numa noite especial

O Município de Viseu distinguiu esta sexta-feira à noite, dia 17 de junho, alunos de 17 instituições escolares do concelho de Viseu, no decorrer da Cerimónia anual de Reconhecimento Municipal por Mérito Educativo, que se realizou no Pavilhão Multiusos de Viseu.

 

Nesta noite especial, foram distinguidos por mérito escolar 740 alunos, de cinco agrupamentos de escolas (Viseu Norte, Infante D. Henrique, Mundão, Viso e Grão Vasco), dos colégios da Imaculada Conceição e Via Sacra, do Jardim-Escola João de Deus, das escolas profissionais Mariana Seixas, Projeto Plural e Profitecla, das escolas secundárias Emídio Navarro, Alves Martins e Viriato e da Universidade Católica, do Instituto Piaget e do Instituto Politécnico de Viseu. A lista de distinções incluiu 234 alunos do 4.º ano, 111 do 6.º ano, 109 do 9.º ano, 163 do 12.º ano, 49 do ensino profissional e 74 do ensino superior.

 

 

Ao intervir, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Dr. Fernando Ruas, destacou “a comunidade feliz que Viseu tem e que se reflete nos resultados escolares dos nossos alunos”, acrescentando que “Viseu é a “Melhor Cidade para Estudar” graças ao esforço de toda a rede escolar do concelho e que, este ano, nos permitiu distinguir muitos alunos pelos seus excelentes resultados”.

 

 

O Vereador da Educação, Dr. Pedro Ribeiro, lembrou também que “esta distinção reconhece o grande mérito dos alunos ao nível do aproveitamento escolar, mas também das condutas cívicas e participação ativa em iniciativas das escolas”. “Viseu continuará a ser um local excelente para estudar porque continuamos a investir e a promover um sistema educativo mais moderno”.

 

Ao longo da Cerimónia, foram reconhecidas as diferentes instituições escolares, através dos seus diretores e presidentes, pelo trabalho desenvolvido e que coloca o Município de Viseu como uma das melhores cidades para estudar do país. Prestados foram também agradecimentos a todos aqueles que fazem parte e constroem, diariamente, a comunidade escolar, desde encarregados de educação e auxiliares a professores, por juntos trabalharem em prol de uma melhor qualidade do ensino.

 

A Cerimónia de Reconhecimento Municipal por Mérito Educativo contou ainda com vários momentos culturais que encheram o Pavilhão de cor e animação. Atuações de música e dança, com alunos de várias escolas do concelho, levaram os participantes a viajar entre as performances e as composições, além da atuação da banda Fingertips.

 

 

O evento contou também com a presença do Presidente da Assembleia Municipal de Viseu, Dr. José de Mota Faria, do restante Executivo Municipal e da Delegada Regional de Educação do Centro, Dra. Cristina Oliveira.

 

 

Dado o elevado número de alunos que foram reconhecidos nesta noite, a lotação do espaço foi limitada e a cerimónia não esteve aberta ao público em geral. Com vista a garantir que todas as crianças e jovens tiveram a possibilidade de ser acompanhados pelos familiares ou amigos, o Município de Viseu restringiu o acompanhamento a um máximo de 2 pessoas por cada aluno.

 

 

 

TPT com: Município de Viseu// MaisBeiras//Sapo//  19 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

A Ilha do Sal tem a partir de agora a primeira escola de aviação de Cabo Verde

 

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, inaugurou hoje, na ilha do Sal, a primeira escola de aviação do país, que vai formar tripulantes de cabine e técnico de manutenção aeronáutica, entre outras áreas ligadas ao setor.

 

 

A Escola de Aviação – MA Aviation Training Center fica situada em Espargos e já está certificada pela Agência da Aviação Civil de Cabo Verde (AAC) e pela Autoridade Nacional de Aviação Civil de Portugal (ANAC).

 

 

“É importante que a Escola possa tirar o maior proveito da localização de Cabo Verde e ser um fator de contribuição muito forte para a economia cabo-verdiana e para gerar empregos de qualidade”, afirmou o chefe do Governo, para quem essa área “cruza muito bem” com o turismo.

 

 

Além disso, a escola está associada a um setor onde Cabo Verde tem tradição, com uma companhia aérea antiga, um sistema de regulação credível, assim como um sistema de gestão aeronáutica.

 

 

“Dará um contributo enorme na formação, qualificação e treinamento de muitos jovens que procuram este tipo de formação lá fora, como assistentes de bordo, tripulação de cabine, mesmo pilotos, e outros, e agora têm condições de ter o serviço de qualidade na ilha do Sal”, frisou Ulisses Correia e Silva.

 

 

Além da formação, o primeiro-ministro disse que o projeto vai criar mercados a nível dos países de língua portuguesa e ter ambição para se abrir para outros.

 

 

A presidente do grupo M.A Aviation Training Center, Mafalda Vaz Pinto, explicou que a ideia da instalação da escola em Cabo Verde surgiu após diagnóstico das necessidades de formação nessa área no arquipélago.

 

 

“No seguimento deste diagnóstico, após um estudo de mercado, resolvemos, então, abrir a escola, que tem como objetivo lecionar os cursos de tripulante de cabine, técnico de manutenção de aeronaves e assistentes de terra”, enumerou, dando conta as inscrições já estão abertas.

 

 

O turismo representa cerca de 25% do PIB de Cabo Verde, mas depois de um recorde de 819 mil turistas em 2019, as limitações às viagens internacionais devido à pandemia de covid-19 provocaram uma quebra na procura de 70% e o país enfrenta agora uma profunda crise económica e financeira.

 

 

O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB.

 

 

Segundo dados oficiais, a economia cresceu 7% em 2021, impulsionada por alguma retoma na procura turística, mas o Governo reduziu para 6% a previsão de crescimento em 2022, devido às consequências da guerra na Ucrânia.

 

 

Em 2021, o arquipélago recebeu 229.263 turistas e espera mais do que duplicar esse número este ano, invertendo a tendência de queda nos últimos dois anos por causa da pandemia de covid-19, segundo previsões do Orçamento do Estado.

 

 

                                    

TPT com: Lusa//RIPE // MCL//Lusa/ 19 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

 

O ex-Presidente Donald Trump classifica de “fraude total” a investigação do ataque ao Capitólio

O ex-presidente norte-americano Donald Trump classificou hoje como “esquerdistas radicais” os membros da comissão parlamentar que investiga o ataque ao Capitólio, considerando “uma fraude total” a conclusão sobre o ocorrido em 06 de janeiro de 2021.

 

 

 

A referida comissão determinou na quinta-feira que Trump pressionou no dia do ataque o seu vice-presidente, Mike Pence, a bloquear a ratificação da vitória do democrata Joe Biden nas eleições de 2020, sabendo que o seu plano era “ilegal”.

 

 

“Cada um dos membros são esquerdistas radicais que nos odeiam. (…) Eles estão a tecer uma narrativa falsa e uma tentativa arrepiante de processar os seus oponentes políticos”, disse o ex-presidente republicano durante um comício em Nashville, no Tennessee.

 

 

Trump acredita que a investigação do comité se baseia em vídeos “manipulados” e declarações “retiradas do contexto”, cujo objetivo é prejudicar a imagem dos republicanos antes das eleições de meio de mandato em novembro.

 

 

“Tudo o que dizem é uma mentira completa e uma fraude total”, insistiu.

 

 

Nos vídeos projetados na audiência, surgem várias testemunhas questionadas no passado pelo comité, incluindo a filha de Trump e ex-assessora, Ivanka Trump, que testemunhou que o então Presidente ligou para Pence, que deveria presidir a sessão do Congresso para ratificar a vitória de Biden, para pressioná-lo.

 

 

Trump, que hoje repetiu a sua falsa acusação de que houve fraude eleitoral em 2020, assegurou que não pediu a Pence para “decidir” o resultado da eleição, mas sim para enviar os resultados aos Congressos estaduais para análise.

 

 

“Mike Pence teve a oportunidade de ser grande. Ele teve a oportunidade de fazer algo histórico. Mas como (o procurador) Will Barr e outras pessoas fracas, ele não teve coragem de agir”, afirmou Trump.

 

 

Naquele 06 de janeiro, uma multidão de apoiantes de Trump invadiu o Congresso para interromper a sessão, ataque no qual cinco pessoas foram mortas e cerca de 140 agentes foram agredidos.

 

 

Pouco antes, Trump havia feito um discurso inflamado perto da Casa Branca, onde encorajou os seus apoiantes a marchar em direção ao Capitólio, lançando acusações infundadas de que os democratas cometeram fraude eleitoral naquela votação.

 

 

 

 

Assessores e a sua própria filha confrontaram-no, mas Trump ignorou-os e insistiu na propagação de ‘mentiras’ sobre fraude eleitoral

 

 

 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ignorou os seus principais conselheiros, incluindo a sua filha, que recomendaram que parasse de alegar que os democratas tinham roubado as eleições presidenciais de 2020, revelou o comité do Congresso que investiga o ataque ao Capitólio em 2021.

 

“Mesmo antes das eleições, Trump decidiu que, independentemente dos factos e da verdade, se perdesse, diria que houve fraude”, afirmou Zoe Lofgren, deputada democrata do comité que procura esclarecer a responsabilidade do bilionário republicano no ataque ao Congresso dos Estados Unidos pelos seus apoiantes a 6 de janeiro de 2021.

 

 

O ex-presidente de 76 anos reagiu durante a noite, chamando à investigação de “escárnio da justiça”, numa carta de 12 páginas na qual também reiterou as suas falsas alegações de fraude nas eleições presidenciais de 2020.

 

 

O painel liderado pelos democratas “procura distrair o povo americano”, escreveu Trump. “A verdade é que os americanos apareceram em grande número em Washington D.C. em 6 de janeiro de 2021, para responsabilizar os seus funcionários eleitos pelos sinais claros de atividade criminosa ao longo da eleição”, acrescentou, apesar do arsenal de provas que apontam para o oposto.

 

 

Na segunda de uma série de audiências após quase um ano de investigação, a comissão exibiu depoimentos em vídeo sobre as manobras do ex-presidente entre a noite das eleições presidenciais e o assalto ao Capitólio.

 

 

Uma hora depois do encerramento das urnas, no dia 3 de novembro de 2020, Joe Biden e Donald Trump estavam empatados. “Estava cada vez mais claro que as eleições não seriam decididas nessa noite”, declarou Ivanka Trump, filha do ex-presidente e uma das suas principais assessoras à época, em testemunho divulgado nesta segunda-feira pela comissão.

 

 

Ivanka foi apenas uma das pessoas da equipa de Trump a aconselhá-lo a não declarar vitória nessa noite. Contudo, pouco antes das 02h30 da madrugada, no horário local, Donald Trump fez uma declaração pela televisão da Casa Branca. “Ganhamos as eleições”, garantiu, num momento em que a contagem dos votos ainda não tinha sido concluída.

 

 

Um dos poucos que incentivaram o presidente a pronunciar-se publicamente foi o seu advogado e ex-mayor de Nova Iorque, Rudy Giuliani, que, segundo o testemunho de um dos assessores do presidente, estava “aparentemente bêbado”.

 

 

Já a 7 de novembro de 2020, pouco antes das 11h30, Joe Biden foi declarado o vencedor das eleições. No mesmo dia, o chefe de campanha de Donald Trump participou numa reunião com o presidente em fim de mandato. “Dissemos-lhe quais eram as suas hipóteses de ganhar naquele momento, tinha talvez 5% ou 10%”, lembrou Bill Stepien, ex-gestor de campanha de Trump.

 

 

Ainda segundo Stepien — que não pôde estar presente nas audiências, mas que deixou um testemunho gravado —, essas afirmações irritaram cada vez mais Trump, que decidiu mudar a sua equipa e cercar-se de pessoas que o apoiavam a qualquer custo. A 19 de novembro, essa nova equipa jurídica concedeu uma conferência de imprensa, na qual Sidney Powell, uma das advogadas de Trump, acusou a Venezuela, Cuba e os democratas de tramar um complot eleitoral. Ao seu lado, Rudy Giuliani denunciou “uma escandalosa cortina de ferro da censura”.

 

 

Quatro dias depois, o procurador-geral Bill Barr foi até à Casa Branca para examinar diversas vezes a suposta fraude eleitoral apresentada por Donald Trump.

 

 

“Isto desmoralizou-me, porque eu pensei: ‘Isto é loucura, se ele realmente acredita em tudo isto, significa que está realmente desconexo com a realidade'”, declarou Bill Barr, que renunciou ao cargo a 14 de dezembro desse ano.

 

 

No mês seguinte, Donald Trump e os seus colaboradores continuaram a defender “estas mentiras” sobre a fraude eleitoral para arrecadar dinheiro, concluiu a comissão. A equipa de campanha de Trump inundou os seus apoiantes com dezenas de mensagens e arrecadou 250 milhões de dólares entre o dia da eleições e o 6 de janeiro de 2021, revelou.

 

 

“A grande mentira também foi uma grande farsa”, disse Lofgren, conhecida por trabalhar nas acusações perante o Congresso de três presidentes: Richard Nixon, Bill Clinton e Donald Trump.

 

 

A chamada comissão “de 6 de janeiro”, composta por sete democratas e dois republicanos, continuará a apresentar as suas conclusões sobre a investigação, segundo a qual o ex-mandatário planeou “uma tentativa de golpe de Estado”.

 

 

O secretário de Justiça, Merrick Garland, afirmou que está a acompanhar “todas as audiências” dessa comissão e prometeu que responsabilizará todos os envolvidos nos eventos de 6 de janeiro de 2021, “independentemente da sua patente, da sua posição ou se estavam” presentes no ataque ao Congresso.

 

 

 

 

Comissão que investiga assalto ao Capitólio culpa Trump por “tentativa descarada de golpe”

 

 

 

 

 

A comissão parlamentar que está a investigar o papel do ex-dirigente norte-americano Donald Trump no assalto ao Capitólio disse, esta quinta-feira, que a agressão não foi um momento espontâneo, mas uma “tentativa de golpe”.

 

Na apresentação das primeiras conclusões sobre a investigação, a comissão revelou um vídeo de 12 minutos, nunca antes visto, com momentos do assalto violento e testemunhos do círculo mais íntimo de Trump.

 

 

O painel argumentou que as repetidas mentiras de Trump sobre fraude eleitoral e o esforço público para impedir a vitória de Joe Biden, nas eleições de 2020, levaram ao ataque e colocaram em perigo a democracia norte-americana, referiu a agência Associated Press (AP).

 

 

“A democracia continua em perigo”, disse o democrata e presidente da comissão Bennie Thompson durante a audiência, transmitida em horário nobre.

 

 

“Seis de janeiro foi o culminar de uma tentativa de golpe, uma tentativa descarada – como disse um agitador pouco depois de 06 de janeiro – de derrubar o governo”, acrescentou Thompson. E frisou: “A violência não foi um acidente”.

 

 

Num dos vídeos é possível ver membros dos Oath Keepers e dos Proud Boys, grupos de extrema-direita, a prepararem-se para entrar no Capitólio.

 

 

Na primeira audiência desta comissão, esteve também a testemunhar Caroline Edwards, agente das forças policiais do Capitólio, que sofreu ferimentos graves durante o assalto.

 

 

A vice-presidente do painel e congressista do partido republicano Liz Cheney, que liderou grande parte da audiência, acusou Donald Trump de convocar “uma multidão violenta”.

 

 

“Quando um presidente falha em tomar as medidas necessárias para preservar a nossa união — ou pior, causa uma crise constitucional — estamos num momento de perigo máximo para a nossa república”, disse Cheney

 

 

O Presidente Joe Biden, que se encontra em Los Angeles a participar na Cimeira das Américas, disse que muitos espetadores “vão ver pela primeira vez muitos detalhes” do assalto.

Já Donald Trump elogiou, esta quinta-feira, a invasão do Capitólio.

 

 

“Seis de janeiro não foi apenas um protesto, foi um dos maiores movimentos da história do nosso país para tornar a América grandiosa novamente”, disse o antigo chefe de Estado, numa alusão ao ‘slogan’ que utilizou nas eleições de 2016, “Tornar a América Grandiosa Novamente”.

 

 

Naquele dia, milhares de apoiantes do ex-Presidente republicano reuniram-se em Washington num comício para denunciar o resultado da eleição de 2020, de que Trump saiu derrotado.

 

 

As imagens de uma multidão a invadir a sede do Congresso dos Estados Unidos chocaram o mundo.

 

 

 

 

TPT com:  AFP//NBCNEWS//NYT//CNN//MadreMedia//Lusa//Sapo24//      17 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Presidente Marcelo recebeu opositora ao regime da Bielorrussia, Sviatlana Tsikhanouskaya

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu hoje Sviatlana Tsikhanouskaya, opositora ao regime bielorrusso, que está de visita a Portugal.

 

 

De acordo com uma breve nota divulgada na página oficial da Presidência da República na Internet, “o Presidente da República recebeu hoje a política independente bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya, em visita a Portugal”.

 

 

Sviatlana Tsikhanouskaya, assim como outros opositores ao regime de Aleksandr Lukashenko, fugiu o país depois das últimas eleições presidenciais, em agosto de 2020. Lukashenko conquistou o sexto mandato consecutivo com 80% dos votos, mas o resultado das eleições não foi reconhecido pelos Estados-membros da União Europeia.

 

 

Na sequência dos resultados eleitorais, milhares de bielorrussos manifestaram-se nas ruas do país ao longo de vários meses.

 

 

O regime bielorrusso é aliado de Moscovo e, na invasão à Ucrânia que começou em 24 de fevereiro, várias tropas russas invadiram o território ucraniano a partir da Bielorrússia, um dos países que faz fronteira com aquela nação.

 

 

Nos últimos anos multiplicaram-se as denúncias de violações dos direitos humanos na Bielorrússia e de repressões a jornalistas e opositores ao regime, como, por exemplo, detenções arbitrárias.

 

 

 

 

Separatistas pró-russos de Lugansk começaram a enviar cereais ucranianos para a Rússia

 

 

 

 

Os separatistas pró-russos da autoproclamada república de Lugansk começaram hoje a enviar 650 toneladas de grãos ucranianos para a Rússia a partir da cidade de Staroblisk, no norte da região, noticiou a agência oficial russa TASS.

 

A TASS cita declarações do líder separatista de Lugansk, Leonid Pásechnik, à imprensa russa em Staroblisk, ocupada por milícias pró-russas e tropas russas na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.

 

 

A cidade está localizada a cerca de 60 quilómetros a nordeste de Severodonetsk, atualmente palco de intensas batalhas entre o Exército ucraniano e os invasores russos.

 

 

A Ucrânia denunciou o roubo de grãos ucranianos pela Rússia como saque ilegal dos seus recursos.

 

 

O assessor do chefe da administração pró-Rússia de Staroblisk, Pavel Kharlamov, disse à TASS que o grão é enviado para a Rússia por via ferroviária.

 

 

Aquele dirigente acrescentou que, em dois meses, Staroblisk enviará cerca de 200.000 toneladas de trigo e semente de girassol para a Rússia, que supostamente pagará aos agricultores pela “venda” de seus produtos.

 

 

“Restauramos a ferrovia, que liga ao conduz ao maior silo de grãos da região, mas que não funciona há oito anos, e trouxemos os equipamentos necessários”, explicou o assessor.

 

 

“Houve um problema com o material circulante, mas foi resolvido: há cerca de 600 comboios de carga que foram montados com peças recolhidas em todo o norte do Cáucaso e no do Distrito Federal Sul”, da Rússia, concluiu.

 

 

 

TPT com: MadreMedia//Lusa// Sapo24//  17 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

 

O Kremlin tenta conseguir investimento estrangeiro através da “Davos russa” apostando no Fórum Económico de São Petersburgo

“Os investidores estrangeiros não são só dos EUA e UE”, lembrou o Kremlin. Mas a guerra está para durar, a relação com a China já teve melhores dias e a Índia tenta depender menos de armamento russo.

 

 

O Kremlin, apertado pelas sanções ocidentais devido à invasão da Ucrânia, tenta obter investimento internacional apostando no Fórum Económico de São Petersburgo, uma espécie de “Davos russo”, que começou na quarta-feira e durará até sábado. Afinal, Vladimir Putin, que discursará na sexta-feira, precisa de financiar a sua guerra. E tudo indica que terá que o fazer por bastante tempo, com a ofensiva russa no Donbass a conseguir lentos avanços, tendo as forças ucranianas na fábrica de químicos de Azot, um dos seus últimos redutos em Severodonetsk, recusando o ultimato do Kremlin para se render até esta quarta-feira.

 

 

Se não há fim à vista para esta guerra, com as negociações paradas e ambos os lados convencidos que ainda podem conseguir avanços no campo de batalha, para as sanções também não. “As sanções são para o longo prazo. As globalização como a conhecíamos acabou”, considerou Andrey Kostin, diretor-executivo do VTB, o segundo maior banco da Rússia, que foi sancionado pelo Ocidente, em entrevista ao jornal diário russo RBC.

 

 

Contudo, “os investidores estrangeiros não são só dos Estados Unidos e da União Europeia”, realçou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, citado pela Reuters, quando questionado sobre a expectável ausência de boa parte dos titãs da finança mundial no Fórum Económico de São Petersburgo. E apontando para os parceiros no Médio Oriente e Ásia como alternativa.

 

 

É bem sabido como a China tem tido um papel crucial ao ajudar Putin a contornar as sanções. Ainda que as relações entre Moscovo e Pequim, que está bastante desapontado com a prestação russa na guerra na Ucrânia, estejam cada vez mais “tensas”, avançaram fontes chinesas do Washington Post. O regime de Xi Jinping tem recusado sucessivos apelos do Kremlin a maior cooperação comercial, optando por oferecer gestos diplomáticos ou exercícios militares conjuntos. Evitando áreas sensíveis como a exportação de semicondutores, um componente essencial para eletrónica moderna, não fossem os EUA retaliar deixando de os vender à China.

 

 

Ao mesmo tempo, tanto a China como a Índia tornam-se cada vez mais mercados vitais para a indústria energética russa, aproveitando para comprar. Só a Índia já comprou quase 60 milhões de crude russo em 2022, aproveitando que desde o início da invasão da Ucrânia tem estado em saldos.

 

 

Esta quarta-feira até ficámos a saber que em maio a Rússia lucrou o equivalente a quase vinte mil milhões de euros com as suas exportações de petróleo, anunciou a Agência Internacional da Energia, trazendo essas receitas de volta aos níveis pré-invasão. Apesar de países como os Estados Unidos terem proibido a compra de petróleo russo, e dos europeus se terem comprometido a reduzir as suas importações, os descontos que a indústria energética russa que foi obrigada a fazer para atrair compradores alternativo – chegaram aos 30% – foram contrabalançados por subidas significativas no preço do barril.

 

 

Já no que toca à indústria do armamento, a Índia – o maior importador de armas do planeta, dado ter pouca produção própria e enormes receios de confrontos fronteiriços com a China e o Paquistão – continua a depender muito do Kremlin. No entanto, se o Ocidente continua a não conseguir competir com os preços oferecidos por Moscovo, a fraca prestação das suas forças armadas tem feito Nova Deli pensar duas vezes se o armamento russo é tão confiável quanto vendem.

 

 

Para um país onde quase 100% dos veículos blindados do exército vieram da Rússia, segundo o Economist, as imagens de tantos tanques russos destruídos na estrada para Kiev não podia ser mais preocupante. Acelerando uma tendência que já vinha de trás, com a Índia a comprar cada vez mais armamento a França e Israel.

 

 

 

Guerra e destruição 

 

 

 

 

Apesar de se estar a mostrar surpreendentemente menos eficaz que seria de esperar, isso não significa que máquina de guerra russa não seja mortífera. Todo o seu peso está sobre Severodonetsk e teme-se que recaia sobre os cerca de 500 civis, incluindo umas 40 crianças, que se pensa estarem em Azot.

 

 

Os paralelos com o dramático cerco à metalúrgica de Azovstal, que foi o último reduto ucraniano em Mariupol, são óbvios. Mais uma vez, o Kremlin exige que um eventual corredor humanitário leve os civis necessariamente para território sob controlo, algo recusado por Kiev. No entanto, desta vez os civis não só arriscam estar sob bombardeamento, como o horror de o enfrentar presos numa fábrica de amoníaco, com todos os riscos que isso acarreta.

 

 

No mesmo dia em que o ultimato russo foi recusado, o Governo ucraniano reforçou os seus apelos pelo envio de mais armamento vindo da NATO, estando os ministros da Defesa dos seus Estados-membros reunido em Bruxelas. “Bruxelas, estamos à espera de uma decisão”, escreveu Mykhailo Podolyak, um conselheiro de Volodymyr Zelenskiy no Twitter.

 

 

“Não importa quanto a Ucrânia tente, não importa quão profissional o nosso exército é, sem a ajuda de parceiros ocidentais não vamos conseguir ganhar esta guerra”, notou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Anna Malyar, citada pelo Guardian. Algo ainda mais urgente dadas as ameaças de Dmitri Medvedev, de que a Ucrânia inteira pode ser destruída. “Quem disse que a Ucrânia pode ainda estar nos mapas nos próximos dois anos?”, escreveu no Telegram este antigo Presidente russo, visto como um fantoche de Putin.

 

 

 

TPT com: Reuters// AFP//João Campos Rodrigues/Sol//Sapo24// 16 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

Ministra do Trabalho saúda acordo sobre novos salários mínimos e mais justos na União Europeia

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, saudou hoje o recente acordo em torno de uma lei sobre salários mínimos adequados na União Europeia, considerando “histórico” o final de um processo que contou com “grande empenho” de Portugal.

 

 

Em declarações no Luxemburgo, onde hoje os ministros do Emprego e Assuntos Sociais aprovaram o acordo provisório alcançado na semana passada entre o Conselho e o Parlamento Europeu em torno da diretiva de salários mínimos justos na UE, a ministra disse tratar-se de um momento especial, recordando o trabalho desenvolvido pela presidência portuguesa, no primeiro semestre de 2021.

 

 

“Hoje é um dia histórico para a Europa, em que estaremos aqui a chegar ao final de um processo que foi desencadeado e com um grande empenho de todos nós para a aprovação da diretiva dos salários mínimos na Europa, que é também uma concretização do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e da Cimeira Social do Porto”, comentou Ana Mendes Godinho.

 

 

“Aqui estamos comprometidos numa Europa social que se desenha e constrói em torno das pessoas. É um dia muito importante na Europa”, reforçou a ministra, por ocasião de uma reunião na qual os 27 vão fazer precisamente um ponto da situação do trabalho desenvolvido pelos Estados-membros para cumprir os objetivos traçados na Cimeira Social do Porto, um ano depois daquele que foi um dos principais eventos da presidência portuguesa.

 

 

No início da semana passada, os negociadores do Parlamento Europeu e do Conselho (Estados-membros) chegaram a um acordo provisório em torno da proposta de lei sobre “salários mínimos adequados” na União Europeia, que respeita “a diversidade dos modelos nacionais” dos 27.

 

 

O objetivo da legislação, proposta pela Comissão Europeia em 2020 e negociada desde então, é “assegurar que os salários mínimos em todos os países da UE proporcionem um nível de vida decente aos trabalhadores”, devendo cada Estado-membro avaliar se o seu salário mínimo legal é suficiente para garantir “um nível de vida decente, tendo em conta as suas próprias condições socioeconómicas, poder de compra ou níveis nacionais de produtividade e desenvolvimento a longo prazo”.

 

 

A diretiva (lei comunitária) “estabelece procedimentos para a adequação dos salários mínimos legais, promove a negociação coletiva em matéria de fixação de salários e reforça o acesso efetivo à proteção do salário mínimo para os trabalhadores que têm direito a um salário mínimo ao abrigo da legislação nacional, por exemplo, através de um salário mínimo obrigatório ou de acordos coletivos”, explicou na ocasião o Conselho.

 

 

A adoção de legislação comunitária para garantir salários mínimos adequados em toda a UE estava contemplada no plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, adotado há cerca de um ano na cimeira do Porto, um texto não vinculativo para promover estes direitos na Europa e no qual, além de outras questões, é feita uma referência à remuneração, defendendo que “os trabalhadores têm direito a um salário justo que lhes garanta um nível de vida decente”.

 

 

Os tratados reconhecem a competência de cada Estado-membro na fixação de salários, mas a Comissão recorreu a uma interpretação flexível que integra o salário nas condições de trabalho.

 

 

Atualmente, 21 Estados-membros têm um salário mínimo definido por lei, enquanto nos restantes seis — Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia — existe a negociação coletiva.

 

 

Nos países onde existem, os salários mínimos mensais variam entre 332 euros na Bulgária e 2.202 euros no Luxemburgo.

 

 

Uma vez formalmente adotada esta diretiva — o que deverá acontecer após a votação final na sessão plenária de setembro do Parlamento Europeu -, os Estados-membros terão dois anos para a transpor para o direito nacional.

 

 

 

TPT com: Lusa//ACC (ANE) // CC//Lusa// 16 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

Aeroporto de Faro passa a designar-se Aeroporto Gago Coutinho

O Aeroporto Internacional de Faro vai passar a chamar-se Aeroporto Gago Coutinho em homenagem ao navegador e almirante nascido em São Brás de Alportel, no Algarve, foi hoje aprovado em Conselho de Ministros.

 

 

“O Governo presta, assim, homenagem ao almirante Gago Coutinho, natural de São Brás de Alportel, no distrito de Faro, quando se assinala o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, uma das maiores proezas da história da navegação aérea”, disse o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, em conferência de imprensa.

 

 

A proposta, aprovada em várias assembleias municipais de autarquias do Algarve, surgiu de um movimento de cidadãos que considerava que a estrutura, inaugurada em 1965, deveria ter o nome do almirante que, em 1922, em conjunto com o aviador Sacadura Cabral, fez a primeira travessia aérea do Atlântico Sul no hidroavião “Lusitânia”.

 

 

 

 

                            

UMA NOVA MOEDA DE 2€ PARA ASSINALAR UMA VIAGEM ÉPICA

 

 

 

 

 

 

A nova moeda é dedicada ao centenário da travessia do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

 

 

A Casa da Moeda colocou em 2021 à venda uma nova moeda comemorativa, de 2 euros, dedicada ao centenário da travessia do Atlântico-Sul.

 

A nova moeda, desenhada pelo escultor José João de Brito, mostra o hidroavião “Lusitânia” e pretende evocar “o espírito de aventura e engenho que tem levado os portugueses mais longe”, segundo a descrição disponível no site da Casa da Moeda.

 

 

A épica viagem, levada a cabo por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, ambos aviadores da marinha portuguesa, teve início a 30 de Março de 1922 em Lisboa e terminou a 17 de Junho, quando o hidroavião “Fairey3” chegou ao Rio de Janeiro, no Brasil.

 

 

A dupla precisou de três meses e de três aviões diferentes para superar sucessivos contratempos técnicos e de ordem meteorológica, ao longo das 4.500 milhas marítimas. No final, o tempo de voo foi de “apenas” 62 horas no ar. Coloca em perspetiva as 17 horas do atual voo comercial mais longo do mundo, anunciado ontem, precisamente.

 

 

A importância da travessia de 1922 não foi, todavia, meramente simbólica. O êxito da dupla de aviadores provou que era possível realizar voos de grande distância com precisão, utilizando um novo tipo de sextante inventado por Gago Coutinho (o sextante de horizonte artificial). Nas décadas seguintes, este instrumento de navegação viria a revelar-se indispensável ao desenvolvimento da tecnologia e indústria aeronáutica.

 

Em Lisboa, junto à Torre de Belém, é possível ver um monumento da autoria dos arquitectos Martins Bairrada e Leopoldo Soares Branco e do escultor Domingos Soares Branco. Inaugurado em 1991, trata-se de uma réplica exacta em inox de um dos hidroaviões que fez a viagem, o Santa Cruz.

 

 

Não foi só em Lisboa que a viagem deixou marcas. Em Cabo Verde, por exemplo, uma das etapas técnicas da viagem, a baía do Mindelo ficou mesmo conhecida como a “avenida dos aviadores”, tal foi a importância dada ao feito.

 

 

Em São Vicente, Gago Coutinho e Sacadura Cabral permaneceram mais de dez dias, em reparações do hidroavião “Lusitânia”. A etapa seguinte foi curta, até à Praia, ilha de Santiago, e aconteceu em 17 de abril, com 315 quilómetros percorridos em pouco mais de duas horas. Pouco mais do dobro do tempo das ligações aéreas atuais, praticamente cem anos depois.

 

 

“O avião esteve cá, aportou nesta zona, e ainda tentaram ir a Santo Antão [ilha vizinha de São Vicente]. Foram de barco analisar e chegaram à conclusão que não. Foram para a Praia”, recordou Carlos Monteiro que, aos 65 anos, já reformado, se tornou num entusiasta desta aventura. A mesma que conheceu pela primeira vez, na escola, sem então lhe passar pela cabeça que estaria na organização do centenário da viagem, quase seis décadas depois.

 

“Não imaginava. De facto, na escola, estudei, como todos nós, e na altura já achava um feito interessante, um feito único, que acabou por levar Cabo Verde à história, ao pontapé de saída da aviação. E agora estou cá, deste lado, abraçando este projeto”, brincou.

 

O 99.º aniversário da chegada dos aviadores ao Mindelo já foi assinalado na cidade em 05 de abril – e na Praia em 17 de abril – com a colocação de uma coroa de flores com as cores das bandeiras dos quatro países ligados pela viagem (Portugal, Espanha, Cabo Verde e Brasil) junto ao padrão na baía.

 

 

Contudo, foi apenas o “pontapé de saída” para a preparação das comemorações do centenário, em abril de 2022.

 

 

“Estamos a congregar esforços para fazer algo conjunto, Portugal e Cabo Verde, logicamente envolvendo as Canárias, Espanha, e o Brasil (…) Em Cabo Verde queremos envolver a população, a ideia é desenvolver várias atividades, essencialmente ao nível do mar, dos desportos náuticos, alguns espetáculos e cultura”, explicou Carlos Monteiro, que foi diretor de aviação na vertente de abastecimento, pelo que sempre se teve o “bichinho” dos aviões.

 

 

No arquipélago, o programa das comemorações do centenário, no Mindelo e na Praia, foi batizado de “Cabo Verde: Os caminhos da História” e tem três vertentes: Educação, cultura e cidadania, envolvendo entidades públicas e privadas locais, incluindo conferências internacionais a dinamizar conjuntamente com as universidades cabo-verdianas.

 

Os dois aviadores deixaram a ilha de Santiago em 18 de abril de 1922 para a o troço mais longo da viagem. Levaram 11 horas e 21 minutos para percorrer os 1.682 quilómetros até amarar no arquipélago de São Pedro e São Paulo, um conjunto de pequenos ilhéus rochosos do estado brasileiro de Pernambuco, mas ainda a quase 1.000 quilómetros da costa continental.

 

 

Ali trocaram para o Fairey N.º 16, batizado de “Pátria”, mas este sofreu uma avaria no motor em 04 de maio, na viagem a caminho do arquipélago de Fernão de Noronha, e os aviadores foram forçados a amarar de emergência.

 

 

Já no terceiro hidroavião, o Fairey N.º 17, batizado “Santa Cruz”, Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de junho de 1922, o destino final.

 

 

“Teve grande impacto não só em termos de Portugal, mas também no mundo e logicamente em Cabo Verde (…) Acabou por nos introduzir no seio da aviação civil, teve uma grande importância para Cabo Verde”, reconheceu Carlos Monteiro.

 

 

A moeda posta em circulação pela Casa da Moeda custa 9,50€, numa edição comemorativa com 7.500 exemplares.

 

 

 

 

TPT com: MadreMedia/Lusa//Casa da Moeda//SapoViagens/Lusa// 15 de Junho de 2022