Atacante de escritor Salman Rushdie foi elogiado pela imprensa conservadora do Irão

O principal diário ultraconservador do Irão, Kayhan, felicitou hoje o homem que apunhalou, nos Estados Unidos, o escritor Salman Rushdie, autor do romance “Os Versículos Satânicos”, que lhe valeu uma sentença de morte decretada há mais de 30 anos.

 

 

O ataque contra o escritor britânico aconteceu na sexta-feira, no palco do Chautauqua Institution, um centro cultural situado no estado de Nova Iorque, onde Rushdie se preparava para discursar.

 

 

O agressor é um homem de 24 anos chamado Hadi Matar, que ainda está sob custódia, indicou a polícia do estado norte-americano de Nova Iorque.

 

 

Numa conferência de imprensa pelas 17h00 locais (22h00 em Lisboa) para apresentar detalhes do ataque, a polícia afirmou não ter ainda informações sobre o motivo da agressão.

 

 

“Bravo a este homem corajoso e consciente do seu dever que atacou o apóstata e vicioso Salman Rushdie”, escreveu o jornal, cujo diretor é nomeado pelo líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei.

 

 

“Beijemos a mão daquele que rasgou o pescoço do inimigo de Deus com uma faca”, acrescenta.

 

Salman Rushdie foi atacado no pescoço e abdómen quando se encontrava no palco do Chautauqua Institution. Segundo o seu agente, o escritor foi colocado em suporte de vida e poderá vir a perder um olho.

 

 

As autoridades iranianas ainda não comentaram oficialmente a tentativa de assassinato do intelectual de 75 anos.

 

 

Seguindo a linha oficial, todos os meios de comunicação iranianos descreveram Rushdie como um “apóstata”, com exceção do Etemad, um jornal reformista.

 

 

O diário estatal Irão disse que “o pescoço do diabo” tinha sido “golpeado por uma navalha”.

 

 

“Não derramarei lágrimas por um escritor que denuncia os muçulmanos e o Islão com infinito ódio e desprezo”, escreveu Mohammad Marandi, conselheiro da equipa de negociação nuclear, num tweet.

 

 

“Rushdie é um peão do império a posar como romancista pós-colonial”, acrescentou.

 

 

Salman Rushdie incendiou parte do mundo muçulmano com a publicação, em setembro de 1988, do livro “Os Versículos Satânicos”, levando o fundador da República Islâmica, ayatollah Rouhollah Khomeini, a emitir uma “fatwa” (decreto religioso) em 1989 apelando para o seu assassinato.

 

 

Esta sentença de morte, que perdura há mais de 30 anos, foi ordenada pelo alegado crime de “blasfémia”, que custou ao escritor a possibilidade de uma vida normal e o afastou da família.

 

 

O Governo do Irão há muito que se distanciou do decreto de Khomeini, mas o sentimento anti-Rushdie permanece.

 

 

Em 2012, uma fundação religiosa iraniana aumentou a recompensa pelo assassinato de Rushdie para 3,3 milhões de dólares.

 

 

Rushdie desvalorizou a ameaça na altura, dizendo que não havia “nenhuma prova” de que houvesse alguém interessado na recompensa.

 

 

Nesse ano, o escritor publicou o livro de memórias “Joseph Anton – Uma Memória”, sobre a ‘fatwa’.

 

Autor de cerca de duas dezenas de títulos, Rushdie recebeu o prémio Booker em 1981 por “Os Filhos da Meia-Noite”, também distinguido com o Booker of Bookers, em 1993, e, em 2008, o Best of the Booker.

 

 

“O Último Suspiro do Mouro” valeu-lhe o prémio Withbread, em 1995, e o Prémio Literatura da União Europeia, em 1996.

 

 

Salman Rushdie fixou-se na cidade de Nova Iorque, há cerca de 20 anos, e hoje tinha prevista uma intervenção na Instituição Chautauqua, um centro cultural situado no Oeste do estado de Nova Iorque.

 

 

 

TPT com: AP//AFP//NBCNews//NYT//SAPO MAG /Lusa// 13 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

 

Adesão à ONU passa a ser comemorada anualmente como Dia da Diplomacia Cabo-verdiana

O Governo de Cabo Verde instituiu 16 de setembro como Dia da Diplomacia Cabo-verdiana, numa alusão à adesão do país à Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975, data que passará a ser assinalada anualmente.

 

 

Por determinação do Conselho de Ministros, através de uma resolução de 10 de agosto que entrou hoje em vigor, consultada pela Lusa, o Governo justifica a decisão pela “importância da diplomacia cabo-verdiana, alinhada com os valores da Paz, do Estado de Direito, da democracia, da liberdade, do respeito pelos direitos humanos e do multilateralismo, na busca de soluções conjuntas para os desafios do mundo global”.

 

 

“Assim, a diplomacia cabo-verdiana deve estar à altura dos exigentes desafios presentes nas relações internacionais, primando por ser um interlocutor útil e oportuno para o diálogo, a tolerância e o convívio harmonioso entre as nações na aldeia global, contribuindo, deste modo, para aumentar a notoriedade do país e promover a sua imagem externa”, lê-se na resolução.

 

 

O texto do documento acrescenta que é “justo reconhecer que a diplomacia e os diplomatas cabo-verdianos têm sido determinantes para a afirmação de vários momentos decisivos que marcam indelevelmente a história do país, nomeadamente a admissão de Cabo Verde na Organização das Nações Unidas (ONU)”, ou a adesão à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a negociação do Acordo de Cooperação Cambial com Portugal, a negociação do Acordo de Parceria Especial entre Cabo Verde e União Europeia, a graduação a país de rendimento médio ou, mais recentemente, a mobilização de recursos externos para combater a pandemia da Covid-19 e para mitigar os efeitos provocados pela atual conjuntura internacional.

 

 

“Entre esses momentos decisivos, destaca-se a aceitação de Cabo Verde como membro de pleno direito da ONU, a 16 de setembro de 1975, um momento histórico que marca a vida do país. Essa data ficou selada com o hastear, pela primeira vez, da bandeira de Cabo Verde na sede da organização, um momento digno de celebrar, pois simboliza a afirmação de Cabo Verde no concerto das nações”, sublinha a resolução.

 

 

“Homenagear, celebrar e valorizar a diplomacia e os diplomatas cabo-verdianos”, bem como “reconhecer e enaltecer o papel da diplomacia e dos diplomatas cabo-verdianos em prol da credibilidade externa e do desenvolvimento do país”, são objetivos definidos pelo Governo na instituição desta data.

 

 

“Neste contexto, em reconhecimento do importante contributo que a diplomacia e os diplomatas cabo-verdianos vêm dando para o desenvolvimento do país e para a sua crescente valorização no concerto das nações, foi escolhida a data de 16 de setembro para celebrar a diplomacia cabo-verdiana, por representar um marco internacional de particular relevância na nossa política externa”, acrescenta a decisão.

 

 

O objetivo de instituir a anualmente 16 de setembro como Dia da Diplomacia Cabo-verdiana já tinha sido avançado em julho pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Cabo Verde, Miryan Vieira: “A referida data constitui um momento marcante da história do país, que se viu no concerto das nações como Estado soberano e engajado na defesa dos valores e promoção dos princípios e objetivos que regem as relações de cooperação e a sã convivência entre os Estados”.

 

 

O tema, segundo a governante, foi abordado na reunião do Conselho do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, que decorreu em 26 de julho, na cidade da Praia.

 

 

“Data esta que marca também o início da afirmação do país e da sua contribuição para o multilateralismo e da sua abertura para o estreitamento das relações diplomáticas e da sua colaboração com outros Estados igualmente soberanos”, sublinhou a governante, em declarações aos jornalistas, recordando que o dia da adesão à ONU foi “simbólico” para a política externa do país.

 

 

“A instituição desse dia afigura-se também essencial e meritória para a perceção na sociedade do contributo que os servidores da diplomacia e basicamente os diplomatas e os funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros vêm dando ao longo dos anos para o processo de desenvolvimento de Cabo Verde, assim como para a notoriedade, a visibilidade e a credibilidade do país perante a comunidade internacional”, disse ainda.

 

 

 

 

TPT com: Lusa//PVJ//PJA//Lusa// 11 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

Joe Biden ratifica aprovação dos EUA à adesão da Suécia e da Finlândia à Nato

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou hoje o documento que ratifica que o Congresso dos EUA é favorável à adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica.

 

 

Na cerimónia de assinatura, Biden esteve acompanhado pelos embaixadores sueco e finlandês em Washington, Karin Olofsdotter e Mikko Hautala, respetivamente, bem como por outros altos funcionários, tais como a vice-presidente, Kamala Harris, e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

 

 

Mais tarde, o Presidente enviou uma carta a Harris, que é também presidente do Senado, na qual salientava que o acordo para a adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica “não terá o efeito de aumentar a percentagem global dos Estados Unidos nos orçamentos comuns da Nato”.

 

 

A carta, que foi recolhida pela Casa Branca, salienta que a possível adesão das duas nações à aliança militar “não diminui a capacidade dos Estados Unidos de satisfazer ou financiar as suas necessidades militares fora da área do Atlântico Norte”.

 

 

A Finlândia e a Suécia tinham recusado durante décadas candidatar-se à adesão à Nato, mas mudaram a sua posição na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 24 de fevereiro por ordem do Presidente russo, Vladimir Putin.

 

 

A adesão da Suécia e da Finlândia foi desbloqueada na cimeira de Madrid em 29 e 30 de junho, onde os líderes convidaram ambos os candidatos, depois de se ter chegado a um acordo na preparação da cimeira para que a Turquia levantasse o seu veto em troca de um maior envolvimento escandinavo na luta contra o grupo terrorista do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

 

 

Ambos os países deram mais um passo em frente na adesão à Nato em 5 de julho com a assinatura dos respetivos protocolos de adesão, tornando-os membros “de facto” da aliança militar enquanto aguardam a ratificação formal.

 

 

Posteriormente, o secretário-geral da Nato, Jens Stoltenberg, falou de um “dia histórico”.

 

 

 

Senado dos EUA aprova adesão da Suécia e Finlândia à NATO (mas houve um voto contra)

 

 

 

O Senado dos Estados Unidos ratificou esta quarta-feira os protocolos de adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, na sequência da decisão histórica dos países nórdicos de prescindir da sua neutralidade perante a invasão russa da Ucrânia.

 

A câmara alta do Congresso norte-americano, controlada pelos democratas, aprovou a proposta com 95 votos a favor e um contra.

 

 

O Senado também aprovou uma emenda, que declara que todos os membros da Aliança Atlântica devem gastar até 2024 um mínimo de 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa e 20% do seu orçamento de defesa em “grandes equipamentos, investigação e desenvolvimento”.

 

 

Em sentido contrário, o Senado rejeitou uma emenda, apresentada pelos republicanos, que pretendia impedir que o compromisso da NATO de defender os seus membros tivesse prevalência sobre o poder do Congresso norte-americano de autorizar o uso da força militar.

 

 

O processo de ratificação para a entrada de novos membros da NATO varia de acordo com cada país, sendo que nos Estados Unidos é necessária a aprovação de dois terços do Senado e a posterior assinatura do Presidente.

 

 

Nos Estados Unidos, somente o Senado tem poderes para ratificar acordos internacionais.

 

 

Esta votação ocorreu um dia depois da ratificação dos protocolos de adesão pelo Parlamento francês, bem como pela Itália na quarta-feira.

 

 

Incluindo os Estados Unidos, 23 Estados-membros da NATO já ratificaram a adesão dos dois países, entre os trinta necessários, segundo a aliança de defesa.

 

 

O presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, transmitiu o processo de adesão aos senadores em 11 de julho e exortou-os a ratificá-lo rapidamente, considerando que ambos os países serão “contribuidores importantes da aliança, tanto em capacidades como em recursos”.

 

 

O presidente do Comité dos Negócios Estrangeiros do Senado dos Estados Unidos, o também democrata Bob Menendez, posicionou-se esta quarta-feira na mesma linha, ao destacar no início do debate que o apoio dos EUA envia uma mensagem forte a favor da liberdade e da defesa coletiva.

 

 

O influente senador destacou que a situação atual, após o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, mostra “mais do que nunca o papel vital” que a NATO desempenha na proteção da paz.

 

 

Os líderes da Aliança Atlântica concordaram, na sua cimeira em Madrid no final de junho, em iniciar o processo de adesão da Suécia e da Finlândia.

 

 

Suécia e Finlândia, motivadas pela invasão russa, entregaram os seus pedidos de adesão em 18 de maio.

 

 

A Turquia vetou inicialmente a entrada destes, exigindo mais cooperação na luta contra as organizações descritas como terroristas por Ancara, embora finalmente tenha chegado a um acordo com a Suécia e a Finlândia, que foi mediado pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

 

 

A entrada da Suécia e da Finlândia permitirá à NATO ter corredores marítimos e aéreos alternativos de apoio aos países bálticos.

 

 

O senador republicano dos EUA, Josh Hawley, foi o único que votou contra a entrada dos nórdicos, defendendo que “a expansão implicará novas obrigações para os Estados Unidos” e que o país deve focar-se na Ásia, para combater a crescente ameaça chinesa.

 

 

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

 

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

 

 

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

 

 

A ONU confirmou que 5.327 civis morreram e 7.257 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 160.º dia, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

 

 

 

TPT com: NBCNews//WP//Justin Sullivan//AFP//MadreMedia / Lusa//  9 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

 

Luís Montenegro recupera tradição algarvia e revive a velha alma do PPD popular

Agosto e setembro são meses de reentrée política, da esquerda à direita. Socialistas trocam Portimão por Leiria, enquanto o PSD volta ao Algarve como nos tempos do Pontal de Cavaco Silva –, mas agora no Calçadão de Quarteira.

 

 

O verão é tempo de descanso, idas à praia, tardes passadas a beber cerveja e comer tremoços… mas não para todos. Agosto e setembro são também os meses que, na política, significam rentrée dos partidos, que aproveitam o balanço para lançar-se de volta ao terreno, ainda antes de a Assembleia da República reabrir trabalhos.

 

 

Da esquerda à direita, do Algarve a Coimbra, passando por Leiria e Miranda do Douro, um pouco por todo o país os partidos vão organizar as suas rentrées nas próximas semanas, começando pelo IL.

 

 

Na Praia da Rocha, em Portimão, os liberais convocam militantes e simpatizantes para um encontro a 12 de agosto, junto à Fortaleza de Santa Catarina. Será a segunda edição da festa A’gosto da Liberdade, depois de, no ano passado, a IL ter sido um dos dois partidos com festa de rentrée política (o outro foi o PCP) contestando as medidas restritivas em vigor na altura por causa da covid-19.

 

 

PSD em dose dupla

 

 

Já o PSD tem rentrée marcada para 14 de agosto, dia em que ocupa o extremo nascente do Calçadão de Quarteira, no Algarve, para retomar a tradição da Festa do Pontal. Música, um jantar e um discurso do presidente do partido, Luís Montenegro (bem como de outros dirigentes), são os pratos do dia, depois de Rui Rio ter mudado o perfil do evento em 2018.  Querença e Monchique foram os locais que se substituiram ao Pontal, sob as ordens de Rui Rio, antes do ‘hiato’ causado pela pandemia da covid-19. É a grande festa dos sociais-democratas, que começou por ser feita pela distrital algarvia do partido para os militantes que estavam de férias na região, em pleno mês de agosto, e que entretanto captou a atenção da direção nacional, chegando mesmo a ser organizadas excursões para levar militantes de todo o país para o Algarve, no tempo de Cavaco Silva. «É o regresso às raízes e isso representa uma mensagem política muito forte na esteira de recuperar a velha alma do PPD popular», considera Hugo Soares, novo secretário-geral social-democrata, definindo o Pontal como «o momento marcante da rentrée política nacional» e declarando sem ponta de hesitação: «O único discurso de fôlego político que existe em Agosto é o do PSD».

 

 

Os ‘laranjas’, no entanto, são um partido ‘diferente’, já que não organizam uma, mas sim duas rentrées. Depois da passagem por Quarteira, o PSD volta a ‘relançar-se’ na política com a Universidade de Verão, em Castelo de Vide, de 29 de agosto a 4 de setembro.

 

 

Comunistas no Algarve

 

 

No mesmo dia em que os sociais-democratas celebram o Pontal em Quarteira, também o PCP tem organizada a sua rentrée na política nacional. O evento será um jantar-comício, em Vila Real de Santo António, onde já se tornou tradição a deslocação de Jerónimo de Sousa, para uma sardinhada, que contará com discurso do secretário-geral comunista. Depois virá a Festa do Avante!, a 2, 3 e 4 de setembro.

 

 

Chega com alternativa

 

 

À direita, neste ano, estava prevista a estreia do Chega Fest, um festival organizado pelo partido de André Ventura. Entretanto, devido ao elevado risco de incêndio, o partido acabou por cancelar o evento, que deveria ter acontecido no concelho da Batalha. Em vez disso, a ‘reentrada’ oficial do Chega na vida política vai acontecer a 25 de agosto, num jantar-comício em Vilamoura, no Algarve.

 

 

PS em grande

 

 

Uma das principais rentrées políticas nacionais é a do PS, não fosse o partido liderado por António Costa maioritário na Assembleia da República.

 

 

O regresso à vida política para os socialistas acontece em dois momentos: primeiro, com o Acampamento da JS, entre 25 e 28 de agosto, em Santa Cruz, Torres Vedras, e, depois, entre 7 e 11 de setembro, com a Academia Socialista, em Leiria. É um quebrar de tradição dos socialistas com a cidade algarvia de Portimão.

 

 

O PS, a JS e os eurodeputados do partido estão por trás da organização da Academia Socialista, que contará com um discurso de abertura do presidente Carlos César, tendo também como oradores dirigentes e deputados socialistas. O fecho está marcado para dia 11, com António Costa ao estilo de ‘dois-em-um’: fará o discurso de encerramento da Academia Socialista e, ao mesmo tempo, marcará o início das jornadas parlamentares socialistas que decorrem no distrito até dia 13.

 

 

BE sem acampamento

 

 

Da mesma forma que o Chega teve de cancelar o Chega Fest devido ao elevado risco de incêndio, também o BE se viu obrigado a cancelar o Acampamento Liberdade, mas nem por isso ficou sem rentrée: o Fórum Socialismo 2022 vai decorrer, entre 26 e 28 de Agosto, na Escola Secundária Avelar Brotero, em Coimbra. O discurso de encerramento está a cargo da coordenadora do partido, Catarina Martins, que estará acompanhada de José Manuel Pureza, antigo deputado pelo distrito.

 

 

 

Livre e PAN pelo país

 

 

 

O Livre, partido representado na AR pelo deputado único Rui Tavares vai, por seu lado, retomar o ciclo Os Setembristas de forma presencial, depois de a pandemia ter obrigado o evento a migrar para o digital. No fim de semana de 17 e 18 de Setembro, a rentrée política do Livre ruma a Miranda do Douro.

 

 

O PAN, por sua vez, já revelou que retomará as ações políticas na segunda quinzena de setembro, mas não há ainda, no entanto, programa.

 

 

Apesar de não estar representado no Parlamento, o CDS vai avançar com a sua rentrée política também, reunindo a sua Escola de Quadros entre 1 e 4 de setembro, avançando o partido unicamente, que deverá acontecer na região Norte, sem ter ainda lugar específico marcado.

 

 

Já o PEV, que também perdeu o assento parlamentar nas últimas eleições legislativas, vai celebrar a Semana Europeia da Mobilidade entre 16 e 22 de setembro, um pouco por todo o país, com arranque programado para Lisboa e Porto.

 

 

 

TPT com: José Miguel Pires/Ji//Sapo24// 6 de Agosto de 2022

 

 

 

 

Guterres diz em Hiroshima que a “humanidade está a brincar com uma poderosa arma carregada”

O secretário-geral da ONU disse hoje em Hiroshima que a humanidade está “a brincar com uma arma carregada” nas atuais crises nucleares, num discurso no 77.º aniversário do bombardeamento atómico dos EUA no Japão.

 

 

 

Numa cerimónia anual na cidade japonesa para assinalar as vítimas do atentado de 1945, António Guterres fez um forte apelo aos líderes mundiais para removerem as armas nucleares dos seus arsenais.

 

 

Há setenta e sete anos, “dezenas de milhares de pessoas foram mortas de uma só vez nesta cidade. Mulheres, crianças e homens foram incinerados num incêndio infernal”, lembrou.

 

 

“Os edifícios transformaram-se em pó. Os sobreviventes foram amaldiçoados com um legado radioativo” de cancro e outras doenças, acrescentou.

 

 

Hoje, “as crises com tons nucleares estão a alastrar rapidamente, desde o Médio Oriente à península coreana, passando pela invasão russa da Ucrânia. A humanidade está a brincar com uma arma carregada”, disse Guterres, repetindo avisos feitos esta semana numa conferência de signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear em Nova Iorque.

 

 

Durante os últimos dois anos, as comemorações do atentado de Hiroshima – com a presença de sobreviventes, familiares, funcionários japoneses e alguns dignitários estrangeiros – têm sido realizadas de forma limitada por causa da covid-19.

A cerimónia de sábado foi mais significativa.

 

 

A ameaça nuclear tem assombrado as pessoas desde que a Rússia invadiu a vizinha Ucrânia em fevereiro. O embaixador da Rússia no Japão não foi convidado para a cerimónia, mas visitou Hiroshima na quinta-feira para depositar uma coroa de flores em honra das vítimas.

 

 

Cerca de 140.000 pessoas morreram em resultado do atentado de 06 de agosto de 1945, o bombardeamento de Hiroshima, uma contagem que inclui aqueles que sobreviveram à explosão, mas que mais tarde morreram devido à radiação.

 

 

Três dias mais tarde, os Estados Unidos lançaram outra bomba nuclear sobre a cidade portuária japonesa de Nagasaki, matando cerca de 74.000 pessoas e pondo fim à Segunda Guerra Mundial.

 

 

 

EUA acusam Rússia de usar central nuclear ucraniana como base militar

 

 

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, acusou ontem a Rússia de estar a utilizar a central nuclear ucraniana de Zaporijia, que controla desde março, como base militar para lançar ataques.

 

“A Rússia está a usar a central [de Zaporijia] como base militar para disparar sobre os ucranianos, sabendo que [os ucranianos] não podem e não vão responder porque poderiam atingir um reator nuclear e resíduos altamente radioativos armazenados”, disse Blinken num discurso na sede das Nações Unidas.

 

 

“Isto eleva o conceito de usar um escudo humano a um nível totalmente distinto e horrendo”, insistiu o chefe da diplomacia de Washington, que representou o seu país na abertura de uma conferência para a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNPN).

 

 

Blinken considerou que a invasão russa da Ucrânia, para além de uma grave violação do direito internacional, é um ataque direto ao sistema de não-proliferação nuclear, ao contrariar as garantias de segurança que Moscovo forneceu a Kiev em 1994 para que renunciasse ao arsenal nuclear herdado do União Soviética.

 

 

Segundo assegurou, esta situação emite “a pior mensagem possível” para todos os países que estão a pensar se necessitam de armas nucleares para se protegerem.

 

 

Blinken também acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de utilizar a “cartada” das armas nucleares do seu país para dissuadir outros de intervirem no conflito ucraniano.

 

 

Segundo sublinhou, os Estados Unidos — que com a Rússia é o país com mais armas nucleares — continuam comprometidos na redução do seu arsenal e a assegurar que este tipo de armamento não voltará a ser utilizado.

 

 

Nesse sentido, destacou o acordo que, apenas duas semanas após assumir o poder, o Presidente norte-americano Joe Biden assinou com Putin para prolongar até 2026 o acordo New Start, e a sua disposição para negociar um novo texto que substitua esse tratado que limita o número de armas nucleares estratégicas dos dois países.

 

 

Blinken considerou que a conferência para rever o TNPN ocorre num “momento-chave”, incluindo devido à ameaça colocada pelo programa nuclear da Coreia do Norte e enquanto se tenta concluir com o Irão um regresso ao acordo nuclear de 2015, após a retirada unilateral dos EUA em 2018 durante a presidência de Donald Trump.

 

 

Para Blinken, a recuperação desse tratado “continua a ser o melhor resultado para os Estados Unidos, para o Irão e para o mundo”.

 

 

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de cerca de 16 milhões de pessoas de suas casas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

 

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

 

 

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

 

 

A ONU confirmou que 5.237 civis morreram e 7.035 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 159.º dia, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

 

 

 

 

TPT com: EPA/Maxim Shipenkov/POOL/AFP/NBCNews-/MadreMedia/Lusa//EPA//   6 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

 

Taiwan denuncia incursão de mais navios e aviões da China no seu espaço e volta a mobilizar tropas

Taipé denunciou hoje que os navios e aviões militares chineses voltaram a atravessar a linha média do Estreito de Taiwan num “possível ataque simulado” como parte dos exercícios anunciados por Pequim.

 

Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, o Ministério da Defesa Nacional da ilha disse que o alvo do ataque simulado seria um “bem de alto valor”, sem especificar mais pormenores.

Em resposta, Taipé emitiu alertas e destacou patrulhas aéreas e navais, bem como ativou os sistemas de mísseis terrestres, tal como na sexta-feira, em resposta à “forte provocação” de “vários” navios e aviões chineses que atravessavam a linha média do Estreito de Taiwan.

Esta linha imaginária no estreito funciona como uma fronteira não oficial, mas tacitamente respeitada entre a China e Taiwan durante as últimas décadas.

Os movimentos do Exército de Libertação do Povo fazem parte dos exercícios militares desde quinta-feira, que incluem uso de fogo real e o lançamento de mísseis de longo alcance, e que vão continuar até domingo, numa retaliação de Pequim após a visita da líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Os exercícios decorrem em seis áreas à volta da ilha, uma delas a cerca de 20 quilómetros da costa de Kaohsiung, a principal cidade do sul de Taiwan.

Embora a China tenha realizado outros exercícios no Estreito de Taiwan nos últimos anos, os exercícios desta semana são diferentes porque “cobrem uma área maior, envolvem mais elementos militares e espera-se que sejam altamente eficazes”, indicaram peritos de defesa chineses citados pelos meios de comunicação locais.

Taiwan descreveu a presença militar da China nas áreas como um “bloqueio”, e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, chamou classificou de “irresponsável” a “ameaça militar deliberadamente elevada” da China.

A China, que chamou à visita de Pelosi uma “farsa” e uma “deplorável traição”, reivindica a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para o local em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas.

 

 

Visita de Pelosi faz aumentar a tensão entre Taiwan e Pequim — e gera críticas

 

 

A líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos garantiu hoje que Washington não vai abandonar Taipé, enquanto a Presidente de Taiwan assegurou que a ilha vai manter-se firme face à ameaça militar chinesa.

 

 

“Não vamos abandonar o nosso compromisso com Taiwan”, afirmou Nancy Pelosi, cuja visita à ilha desencadeou a indignação de Pequim.

 

 

“Hoje, a nossa delegação (…) veio a Taiwan para dizer inequivocamente que não vamos abandonar o nosso compromisso com Taiwan e que estamos orgulhosos da nossa amizade duradoura”, acrescentou, num evento com a Presidente da ilha, Tsai Ing-wen.

 

 

Taiwan “não desistirá” face à ameaça das armas, disse por sua vez Tsai Ing-wen, quando Pequim anunciou uma série de exercícios militares junto à ilha em retaliação à visita da responsável norte-americana.

 

 

“Face ao aumento deliberado das ameaças militares, Taiwan não recuará. Vamos (…) continuar a defender a democracia”, reiterou.

 

 

Um total de 21 aviões militares chineses entraram na Zona de Identificação da Defesa Aérea de Taiwan na terça-feira, informou hoje o Ministério da Defesa da ilha em comunicado.

 

 

As incursões de aviões chineses aconteceram no dia em que a líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos chegou a Taipé, no âmbito de uma visita à Ásia.

 

 

 

Rússia, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela repudiam visita de Nancy Pelosi a Taiwan

 

 

A Rússia, a Coreia do Norte, Cuba e Venezuela repudiaram a visita da líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos a Taiwan e expressaram apoio total à China.

 

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, acusou hoje os Estados Unidos de quererem “mostrar impunidade”.

 

 

“Os Estados Unidos têm o desejo de provar que são impunes e podem fazer o que querem. Não vejo outra razão para ‘provocar este incêndio’ a partir do nada. Eles [Estados Unidos] sabem muito bem o que isto significa para a China”, disse o chefe da diplomacia de Moscovo que se encontra de visita oficial a Myanmar, antiga Birmânia, país dominado pela Junta Militar no poder desde o golpe de Estado do ano passado.

 

 

A Coreia do Norte apelidou a visita de Nancy Pelosi de “interferência descarada” nos assuntos internos da China.

 

 

Cuba manifestou preocupação pelo agravamento da tensão e criticou a ação norte-americana que visa “lesar a integridade territorial e a soberania” da China.

 

 

Já o Governo venezuelano considerou que se trata de uma “provocação direta” da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, à China.

 

 

Nancy Pelosi, que chegou a Taipé na terça-feira à noite, é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos. A China, que considera Taiwan parte do seu território, chamou à visita uma grande provocação e ameaçou os Estados Unidos de retaliação.

 

 

No mesmo dia, Pequim convocou o embaixador norte-americano para censurar a viagem “chocante”.

 

 

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Xie Feng, expressou “fortes protestos” pela visita de Pelosi à ilha.

 

 

“Esta ação é extremamente chocante e as consequências serão extremamente graves”, disse Xie, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. “A China não vai ficar sem reação”, advertiu.

 

 

A viagem de Pelosi aumentou a tensão entre as duas maiores economias do mundo.

 

 

Os Estados Unidos já disseram estarem “preparados” para uma resposta da China.

 

 

 

 

 

TPT com: AFP//NBCNews//MadreMedia / Lusa//EPA//   6 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

A ONU quer investigar o massacre de prisioneiros de guerra em Donetsk, na Ucrânia

O Kremlin acusa os ucranianos de atingir uma prisão com mísseis, Kiev acusa os russos de tentar esconder provas de tortura em massa.

 

 

Kiev e Moscovo acusam-se mutuamente pelo massacre na prisão de Olenivka, em Donetsk, controlada pelos russos. E agora as Nações Unidas querem apurar o que se passou, estando a preparar uma missão para investigar como é que pelo menos 53 prisioneiros de guerra ucranianos foram mortos, na semana passada, segundo as autoridades separatistas e russas, ficando outros 75 feridos.

 

 

A ONU não tem mandato para  conduzir investigações judiciais, admitiu António Guterres, mas pode enviar delegações para apurar factos, salientou o secretário-geral das Nações Unidas, na quinta-feira. Esta missão ainda terá de receber luz verde da Rússia e da Ucrânia, mas não se espera que tal seja impossível, dado que ambas as partes já apelaram ao envolvimento desta organização.

 

 

Numa guerra particularmente marcada por contra-informação desde o primeiro momento, o que ambas as histórias que Kiev e Moscovo têm em comum é a certeza de que os últimos momentos dos prisioneiros de guerra ucranianos em Olenivka foram terríveis. A prisão – onde a maioria dos detidos eram membros do batalhão Azov, uma milícia neo-nazi, particularmente odiada pelo Kremlin, que os usou como pretexto para invadir e “desnazificar” a Ucrânia – ardeu, deixando muitos destes combatentes encurralados nas celas, enquanto o fogo alastrava.

 

 

No que toca aos serviços secretos militares do Governo ucraniano, asseguraram ter obtido inteligência, chamadas intercetadas e imagens de satélite que provam que o massacre foi uma operação do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla russa), as secretas do Kremlin, em conjunto com separatistas locais e com mercenários da Wagner, uma empresa conhecida por levar a cabo os trabalhos mais sujos de Vladimir Putin. Terão colocado minas na prisão, antes de “usar substâncias inflamáveis, que levaram a que o fogo alastrasse rapidamente”.

 

 

A ideia das secretas de Putin seria esconder indícios de tortura generalizada de prisioneiros de guerra, um crime que viola a Convenção de Genebra. E, simultaneamente, vingarem-se dos combatentes Azov, que tantas baixas causaram aos militares russos durante a sua teimosa defesa de Mariupol, que costumava ser o seu quartel-general.

 

 

Volodymyr Zelensky chegou a afirmar que, antes do incêndio, imagens de satélite mostravam que as forças russas já tinham cavado valas comuns em torno da prisão. Já declarações como as do embaixador russo no Reino Unido de que os Azov deviam sofrer uma “morte humilhante”, só aumentaram a suspeita.

 

 

Já o Kremlin apontou o dedo a um alegado bombardeamento ucraniano, lembrando que a prisão fica bastante próxima da linha da frente. Kiev teria atingido propositadamente as instalações, com recurso aos HIMARS, baterias de mísseis americanas de alta precisão.

 

 

No que toca ao Pentágono, veio a terreiro afirmar que os invasores planeavam fabricar provas, plantar munições deste mísseis para incriminar os americanos.

 

 

 

TPT com: AFP/João Campos Rodrigues//Ji/Sapo24//NBCNews// 5 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

 

 

Social-democrata José Cesário alerta para a “enorme” burocracia que os emigrantes enfrentam

O social-democrata José Cesário, que recentemente reassumiu as funções de coordenador do secretariado nacional do PSD para as comunidades portuguesas, considera que a burocracia é uma das principais dificuldades que os emigrantes enfrentam, principalmente em Portugal.

 

 

Em declarações à Lusa, a propósito das funções que voltou a assumir, 12 anos depois de as ter desempenhado, o antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas afirma que a burocracia é uma das principais barreiras com que os emigrantes portugueses se deparam.

 

 

“A situação atual é difícil para os portugueses que cá vivem, mas ainda é mais difícil para os que cá não vivem, que vêm cá ocasionalmente e que num período muito curto têm de resolver problemas que às vezes nós não resolvemos durante todo o ano”, indicou.

 

 

E defendeu: “Temos de ir afirmando as nossas posições, propostas, soluções e temos de ser muito veementes na crítica e na denuncia do que não está bem e há muita coisa que não está bem, a começar pela burocracia”.

 

 

O antigo secretário de Estado reconhece que “o partido está numa fase muito delicada, muito difícil”, após ter perdido um deputado pelo círculo da emigração nas anteriores legislativas, contando apenas com um dos quatro eleitos.

 

 

“Temos algumas estruturas desmobilizadas, o meu trabalho vai ser fundamentalmente reanimar o partido, restruturá-lo”, observou.

 

 

Igualmente retomado vai ser o Encontro de Verão das Comunidades Portuguesas que o PSD realiza em 18 de agosto, em Ourém.

 

 

“Este encontro significa, desde logo, a retoma deste tipo de iniciativas. Durante os últimos quatro anos tivemos apenas um, em 2019, a propósito das iniciativas”, mas “era habitual fazer todos os anos”.

 

 

Para José Cesário, o encontro é “um sinal muito importante para as estruturas, para que comecem a discutir os problemas concretos das pessoas, para que voltem a fazer um debate com cada comunidade sobre os seus problemas”.

 

 

 

TPT com: MultiNews//SMM//LFS//Lusa//Sapo//  4 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rússia transforma narrativa interna com o objectivo de justificar a invasão da Ucrânia e tentar revigorar a moral das forças militares

A Rússia está a transformar a narrativa sobre a guerra na Ucrânia, que considera ser uma “operação militar especial” para “desnazificar” o país vizinho, numa tentativa que pode ser vista como uma forma de revigorar o esforço militar.

 

 

Para isso, o Kremlin terá produzido dois manuais de normas nos quais insta – ou ordena – que os órgãos de comunicação social russos controlados pelo Estado passem a designar os ucranianos como “ateus” e “ímpios”. Com essa transformação, a retórica oficial adquire contornos religiosos que poderão permitir à Rússia enquadrar o conflito com uma “guerra religiosa”.

 

 

Avança o ‘El Confidencial’, citando o portal independente de notícias ‘Meduza’, que os manuais chegaram às redações dos jornais e emissoras públicas russas em julho e que recomendam que os programas e artigos, que atuam como câmaras de eco da propaganda do Kremlin, comecem a traçar paralelos entre o que hoje vemos na Ucrânia e os conflitos entre os primeiros russos e os povos ocidentais na região anteriormente conhecida como Rus, que é atualmente Kiev e que registos históricos apontam como sendo o berço da nação russa.

 

 

As orientações agora divulgadas descrevem a invasão da Ucrânia como uma ação preventiva contra as ações de um Ocidente coletivo que tem vindo a desferir sucessivos ataques contra a Rússia ao longo de milénios, com o objetivo de fragmentá-la, pilhar os seus recursos naturais e dizimar o cristianismo ortodoxo.

 

 

Devemos ter presente que a Igreja Ortodoxa russa é um pilar fundamental do aparelho do poder da Rússia e detém uma influência considerável sobre as estratégias de segurança do país, sendo o Patriarca Kirill um aliado muito próximo do Presidente Vladimir Putin e, segundo alguns relatos, um ex-agente do serviço de informações soviético KGB.

 

 

Os manuais ditam que a imprensa controlada pelo governo deve afirmar que os militares ucranianos realizam “rituais satânicos”, praticando sacrifícios humanos, e que usam crianças e mulheres como escudos humanos.

 

 

Os porta-vozes oficiosos do Kremlin na comunicação social devem também defender que a guerra na Ucrânia tem como fim “combater os ateus” ucranianos, que, dizem as orientações, são “violadores, ladrões e assassinos” que “não acreditam em nada” e que, por isso, “não têm qualquer obrigação moral para com outras pessoas”.

 

 

O recurso à memória histórica, e por vezes à sua manipulação e até deturpação, tem sido uma prática habitual do poder político da Rússia. Um exemplo recente é o do discurso de Putin, na semana passada, no âmbito das celebrações da Marinha russa, em São Petersburgo, em que o líder do Kremlin evocou a imagem do czar Pedro, o Grande, para enquadrar o novo posicionamento estratégico do país na frente marítima.

 

 

Tendo a Igreja Ortodoxa um poder expressivo na política russa, não será de estranhar que seja agora colocada num plano mais dianteiro na narrativa construída em torno da guerra na Ucrânia.

 

 

Recorrendo a essa variante religiosa, Moscovo procura reforçar a noção de que a Ucrânia e a Rússia são uma mesma nação unida sob os auspícios da fé ortodoxa, sendo que mais de 70% da população ucraniana se identifica com essa religião.

 

 

 

TPT com: AFP// MultiNews//Filipe PimentelRações// 4 de Agosto de 2022

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de mil polícias garantem segurança a fiéis católicos angolanos em peregrinação da Muxima

Mais de mil efetivos da Polícia Nacional angolana foram mobilizados para garantir segurança aos milhares de fiéis católicos previstos na peregrinação ao santuário da Muxima, que hoje, 4 de Agosto, se inicia, a primeira a ser realizada no período pós-pandemia de covid-19.

 

 

Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, o acompanhamento da peregrinação ao santuário da Muxima, no município da Quiçama, será garantido por 1.224 efetivos durante os quatro dias que irá decorrer a romaria.

 

 

Nestor Goubel disse que estão destacados efetivos de várias especialidades, nomeadamente forças conjuntas, desde o Serviço de Investigação Criminal, o Serviço de Informações Policiais, o Departamento de Investigação de Ilícitos Penais, a Fiscalização, o Serviço de Migração de Estrangeiros, Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (Sinse), a Região Militar de Luanda, a 17.ª Unidade de Guarda Fronteira, os bombeiros, e o Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA).

 

 

O porta-voz da polícia de Luanda referiu que está proibida a venda de bebidas alcoólicas nos vários locais da Muxima em que vai decorrer a peregrinação, bem como está vetada a colocação de dísticos de partidos políticos.

 

 

“A ideia é precisamente não levar para aquele recinto durante este período qualquer movimentação que tem que ver com assuntos de natureza política”, frisou.

 

 

No que se refere ao trânsito, Nestor Goubel apelou aos condutores a respeitarem os limites de velocidade, e a “observar sempre uma condução defensiva”.

 

 

Para facilitar o transporte dos peregrinos, o governo da província de Luanda colocou à disposição 109 autocarros, com paragens especiais em vários pontos da cidade ao preço de 500 kwanzas por viagem.

 

 

Em declarações à imprensa, o reitor do santuário da Muxima, Domingos de Mello, disse que são esperados mais de um milhão de fiéis, enquanto o vice-reitor do santuário, Agostinho Cahanda, disse que os preparativos decorreram da melhor forma.

 

 

O programa de abertura do ato prevê a inauguração da Casa do Santuário e a celebração de uma eucaristia, presidida pelo bispo auxiliar da arquidiocese de Luanda, Fernando Francisco, sendo o lema deste ano “Mamã Muxima, em tuas mãos, colocamos o povo de Angola”.

 

 

O santuário da Muxima é o maior centro mariano da África subsaariana, localizado no município da Quiçama, província de Luanda, a 130 quilómetros do centro da capital angolana, sendo o ato realizado habitualmente em setembro, mas devido às eleições deste ano passou para agosto.

 

 

 

 

TPT com: NME // LFS//Lusa//Sapo24// 4 de Agosto de 2022