Merkel e Macron querem endurecimento das sanções à Coreia do Norte

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam o “endurecimento” das sanções da União Europeia à Coreia do Norte na sequência do sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, indicou o governo germânico.

 

 

No decorrer de uma conversa telefónica, os líderes alemão e francês concordaram que “a última provocação lançada pelo dirigente de Pyongyang atingiu uma nova dimensão”, refere o comunicado.

 

 

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, hoje uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

 

 

O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

 

 

 

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

 

 

O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

 

 

A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

 

 

 

Macron quer comunidade internacional a reagir “com maior firmeza” contra Coreia do Norte

 

 

O Presidente de França, Emmanuel Macron, apelou este domingo à comunidade internacional para reagir “com a maior firmeza”, após o novo ensaio nuclear da Coreia do Norte, que considera que “afeta a paz e a segurança”.

“O Presidente apela aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas a reagir rapidamente a esta nova violação pela Coreia do Norte do direito internacional (…)”, disse o Eliseu em comunicado, que pede também uma reação “unida e clara” da União Europeia.

 

 

A Coreia do Norte anunciou hoje ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

 

 

O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

 

 

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

 

 

 

Trump rejeita o diálogo: “A Coreia do Norte só entende uma coisa!”

 

 

O Presidente reage ao último teste nuclear de Pyongyang e diz que a Coreia do Norte continua a ser uma fonte de embaraço para a China.

Donald Trump reagiu ao mais recente teste nuclear da Coreia do Norte com uma série de mensagens na rede social Twitter, ao início da tarde deste domingo, manhã em Washington.

 

Em três mensagens, o presidente dos EUA diz que não vale a pena perseguir a via do diálogo com Pyongyang, pois o regime “só entende uma coisa”.

 

“A Coreia do Norte levou a cabo um teste nuclear de grande escala. As suas palavras e acções continuam a ser muito hostis e perigosas para com os Estados Unidos. A Coreia do Norte é uma nação pária que se tornou uma grande ameaça e fonte de embaraço para a China, que tem tentado ajudar, mas sem grande sucesso. A Coreia do Sul tem vindo a perceber, como eu já lhes tinha dito, que a sua conversa de apaziguamento com a Coreia do Norte não vai resultar, eles só entendem uma coisa!”

 

 

Trump não especifica que “coisa” é que a Coreia do Norte entende, mas pode-se inferir das suas palavras que se trata do uso da força.

 

 

A Coreia do Norte anunciou durante a madrugada deste domingo ter concluído com “perfeito sucesso” um teste nuclear com uma bomba de hidrogénio. A confirmar-se trata-se de um passo muito significativo para a conclusão do programa nuclear de Pyongyang e um agravamento sério da crise que opõe aquele regime a praticamente todo o mundo, com destaque para os Estados Unidos.

 

 

A Casa Branca já anunciou que Trump irá reunir com a sua equipa de segurança nacional ainda este domingo para avaliar a resposta a dar a mais esta provocação.

 

 

A Coreia do Norte testou mesmo uma bomba de hidrogénio? E o mundo deve ter medo?

 

 

 

É verdade que a Coreia do Norte levou a cabo mais um teste nuclear? Que tipo de bomba é que a Coreia do Norte testou? Que impacto internacional poderá ter este teste?

 

 

A primeira pergunta a fazer em relação a qualquer notícia oficial que vem de Pyongyang é se é verdade, uma vez que a relação entre a propaganda do regime e a realidade é tudo menos linear.

 

 

Neste caso, a detecção de actividade sísmica na zona do alegado teste coincide com a que houve em vários casos anteriores em que a Coreia do Norte disse ter testado armas nucleares. Tendo em conta este facto, os especialistas acreditam que de facto houve um teste. Se correu tão bem como o regime afirma, ou mesmo se foi do tipo de explosivo que a televisão norte-coreana anunciou, é outra questão.

 

 

Que tipo de bomba é que a Coreia do Norte testou?

 

 

Segundo a informação oficial de Pyongyang, a arma testada foi uma bomba de hidrogénio. A ser verdade, trata-se da primeira vez que o país testa uma bomba deste tipo e representa um aumento significativo do seu poderio e da sua tecnologia nuclear e atómica. As bombas de hidrogénio são muito mais potentes que as armas nucleares normais, que já se sabia que o país detinha.

 

 

Mesmo que se confirme que foi uma bomba de hidrogénio, falta confirmar se o regime tem capacidade para de facto a montar num míssil intercontinental, como afirma, e se esse míssil pode sair e reentrar na atmosfera da terra sem se desintegrar.

 

 

Em todo o caso, um teste bem-sucedido implica que a ameaça nuclear da Coreia do Norte aumentou e confirma que o regime não tem a menor intenção de reduzir ou abandonar o seu programa nuclear.

 

 

 

Por que é que a Coreia do Norte está interessada em ter um arsenal nuclear?

 

 

Nunca é de descartar a possibilidade de a Coreia do Norte usar as suas armas nucleares de forma agressiva, atacando a Coreia do Sul ou mesmo o Japão, os seus dois grandes rivais regionais. Ter um arsenal nuclear dá a Pyongyang algum poder negocial com o mundo, nomeadamente no que diz respeito ao pedido de auxílio económico e humanitário de que depende para sobreviver enquanto Estado independente. Donald Trump referiu-se recentemente a este facto acusando a Coreia de extorsão sob o disfarce de diálogo.

 

 

A desproporção entre a capacidade bélica do Estado norte-coreano e a pobreza e o atraso de desenvolvimento do resto da nação é enorme e a fome é uma ameaça sempre presente no país.

 

 

A médio prazo parece definitivamente de descartar qualquer esperança de que o novo líder norte-coreano, Kim Jong-un, liberalizasse o país e pusesse fim ao isolamento a que Pyongyang se votou desde o final da guerra da Coreia e, sobretudo, desde o fim do regime soviético. Mesmo a China, que continua a suportar o regime, tem-se recusado a convidar o novo líder para visitar Pequim e mostra cada vez maiores sinais de impaciência. Contudo, a China sabe que qualquer instabilidade no país levaria a um influxo de refugiados, com a qual não quer lidar.

 

 

Que impacto internacional poderá ter este teste nuclear?

 

 

Os países que mais directamente se preocupam com o assunto são a Coreia do Sul, naturalmente, e o Japão, que ficam em estado de alerta. Contudo, convém recordar que a mera posse de uma bomba deste calibre não basta. É preciso que o país tenha também a tecnologia para a colocar num míssil de longo alcance, algo que não é certo que a Coreia do Norte tenha conseguido fazer (mesmo que não tenha, tal pode ser apenas uma questão de tempo).

 

 

Já o Governo americano vê-se diante de um paradoxo, uma vez que sente a obrigação de condenar os testes e apoiar a sua aliada Coreia do Sul, mas é precisamente esta “ingerência” americana que Pyongyang invoca para justificar o seu arsenal. Num anterior teste, em 2016, a apresentadora de televisão norte-coreana afirmou que “perante a atitude hostil dos EUA, abandonar o programa nuclear seria uma tolice, como um caçador baixar a arma perante a carga de um lobo feroz”. 

 

 

A eleição de Donald Trump representou uma mudança de paradigma. A linha oficial dos EUA já não é apenas de apelos à calma e condenações. Trump já disse que o problema da Coreia do Norte não se resolve pelo diálogo e agora, depois de mais este teste, afirmou que o regime “só entende uma coisa”, podendo-se inferir que se refere ao uso da força. Contudo, não foi ainda tomada nenhuma medida concreta nesse sentido por parte de Washington.

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters//Filipe d’Avillez / Lusa/Observador/ 3 de Setembro de 2017

 

 

 

 

 

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