Rússia responde aos EUA expulsando 60 diplomatas e encerrando o Consulado dos Estados Unidos em São Petersburgo

A Rússia decidiu expulsar 60 diplomatas norte-americanos, anunciou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov. O país fez o que já tinha ameaçado e mandou embora exatamente o mesmo número de diplomatas que os Estados Unidos tinham expulsado na semana passada. Além disso, a Rússia decidiu também fechar o consulado dos Estados Unidos em São Petersburgo.

 

 

O envenenamento do ex-espião Russo Serguei Srkipal e da filha, no Reino Unido, tem inflamado as relações diplomáticas entre a Rússia e ocidente, com 27 países a já terem anunciado a expulsão de mais de 140 diplomatas russos. O Kremlin tem negado qualquer envolvimento no caso e acusa Londres de ainda não ter revelado qualquer prova do seu envolvimento.

 

 


EUA ameaça responder a expulsões injustificadas decididas pela Rússia

 

 

 

As expulsões dos diplomatas norte-americanos pela Federação Russa são injustificadas e os EUA reservam-se o direito de responder, afirmou esta quinta-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert. A Federação Russa anunciou hoje a expulsão de 60 diplomatas dos EUA, depois de os EUA o terem feito ao mesmo número de “espiões russos”. Se se acrescentarem as medidas similares tomadas pelo Reino Unido, pela maioria dos Estados membros da União Europeia, bem como pela Ucrânia, Canadá e Austrália, já somam quase 230 os diplomatas que devem ser expulsos em consequência do caso do envenenamento no Reino Unido do ex-espião russo Serguei Skripal.

 

“Não há qualquer justificação para a reação russa”, destacou, durante um encontro com jornalistas. “Reservamo-nos o direito de responder”, continuou, acrescentando que “as opções estão a ser examinadas”. Estimou ainda que Moscovo tinha “decidido isolar-se ainda mais”, ao expulsar os diplomatas norte-americanos e encerrar o consulado dos EUA em São Petersburgo, depois de medidas idênticas tomadas por Washington. Até agora, a Federação Russa anunciou a expulsão de 83 diplomatas ocidentais, aqueles norte-americanos mais 23 britânicos, já expulsos.

 

 

“Quanto aos outros países, (a resposta de Moscovo) vai ser idêntica no que respeita ao número de pessoas que vão ter de abandonar a Rússia”, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov. Antes, os EUA e 18 Estados da União Europeia, além de outros Estados ocidentais, anunciaram, desde segunda-feira, 122 expulsões. Com os 23 russos já expulsos pelo Reino Unido, em 20 de março, são 145 os diplomatas russos que foram objeto de expulsão.

 

 

A estes, têm ainda de se acrescentar os sete membros da representação russa na sede da NATO, em Bruxelas, aos quais a Aliança Atlântica anunciou hoje ir retirar a acreditação. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, indicou que “medidas suplementares, incluindo novas expulsões, não estavam excluídas nos próximos dias e próximas semanas”. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, inquietou-se hoje por a tensão atual entre os EUA e a Federação Russa começar a assemelhar-se com a da Guerra Fria.

 

 

Reino Unido agradece “solidariedade” de Portugal por chamar embaixador em Moscovo

 

 

 

O chefe da diplomacia britânico, Boris Johnson, agradeceu esta quinta-feira a Portugal “a solidariedade” para com o Reino Unido, destacando “a seriedade” da decisão de chamar o embaixador português em Moscovo após o ataque ao ex-espião russo no Reino Unido. Numa mensagem enviada esta quinta-feira ao ministro dos Negócios Estrangeiros português, a que a agência Lusa teve acesso, Boris Johnson agradece “pessoalmente pela ação” de Portugal, ao ter chamado o embaixador português em Moscovo para consultas após o ataque com um agente químico em Salisbury (sudoeste de Inglaterra), a 04 de março, ao ex-espião Serguei Skripal, e à filha Yulia.

 

As autoridades britânicas afirmaram que os dois foram envenenados com um agente neurotóxico de tipo militar e responsabilizaram a Rússia pelo incidente que classificaram como um ataque. “Não subestimo nem por um momento a seriedade desta decisão. Aprecio profundamente as vossas ações e a vossa solidariedade para com o Reino Unido”, afirma o governante britânico, na mensagem ao homólogo português. Johnson refere que “apenas uma resposta coletiva internacional seria eficaz” após o “odioso ataque químico” em Salisbury.

 

 

“O padrão de comportamento disruptivo e imprudente do governo russo representa uma ameaça para todos nós. As expulsões coletivas sem precedentes que temos visto até agora representam um sinal poderoso da nossa determinação em respondermos juntos, de forma apropriada e firme, a esta ameaça”, considera. O ministro britânico apela a que os países ocidentais se mantenham unidos: ” É importante que (…) continuemos a desenvolver a nossa resiliência às ameaças russas à nossa segurança e desafios aos nossos valores”. “Espero poder contar com o seu apoio enquanto levamos este importante trabalho em diante”, afirma ainda na carta.

 

 

O caso Skripal já deu origem a uma ação concertada de 27 países, entre os quais dois terços dos Estados membros da União Europeia (UE), além de Estados Unidos, Canadá e também NATO, de expulsão de mais de 140 diplomatas russos. Portugal mantém-se entre os países que optou por não expulsar funcionários diplomáticos russos, argumentando que “a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento mais eficaz para responder à gravidade da situação presente”. Santos Silva anunciou na terça-feira que chamou o embaixador português em Moscovo, Paulo Vizeu Pinheiro, “para consultas”. Esta quinta-feira, Moscovo anunciou a expulsão de 60 diplomatas norte-americanos e o encerramento do consulado norte-americano em São Petersburgo.

 

 

Guterres: “Estamos a chegar a uma situação que é similar ao que experimentámos durante a Guerra Fria”

 

 

 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou esta quinta-feira que a tensão entre os Estados Unidos e a Rússia começa a assemelhar-se à Guerra Fria, depois do anúncio da expulsão de dezenas de diplomatas russos devido ao caso Skripal. “Penso que estamos a chegar a uma situação que é similar, em grande medida, ao que experimentámos durante a Guerra Fria”, disse António Guterres.

 

No total, mais de 140 diplomatas russos na Europa, América do Norte, Ucrânia e Austrália são afetados por uma expulsão devido a uma ação coordenada de apoio a Londres, que acusou Moscovo de envenenamento de um ex-espião no Reino Unido O secretário-geral das Nações Unidas disse estar “muito preocupado” devido à inexistência de um mecanismo para aliviar as tensões, como os canais partilhados de informações entre Washington e Moscovo que foram desmantelados com o fim da Guerra Fria.

 

 

“Acredito que é a altura de serem tomadas precauções do mesmo tipo, garantindo uma comunicação eficaz, com capacidade para evitar uma escalada” acrescentou. O caso Skripal já deu origem a uma ação concertada de 27 países, entre os quais dois terços dos Estados membros da União Europeia (UE), além de Estados Unidos, Canadá e também NATO, de expulsão de mais de 140 diplomatas russos. Portugal mantém-se entre os países que optou por não expulsar funcionários diplomáticos russos, argumentando que “a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento mais eficaz para responder à gravidade da situação presente”. Santos Silva anunciou na terça-feira que chamou o embaixador português em Moscovo, Paulo Vizeu Pinheiro, “para consultas”.

 

 

Esta quinta-feira, Moscovo anunciou a expulsão de 60 diplomatas norte-americanos e o encerramento do consulado norte-americano em São Petersburgo. O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 4 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso. O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação.

 

 

TPT com: Reuters//AFP//Lusa// Mário Cruz//EPA// Zach Gibson// POOL/EPA//Olga Maltseva//AFP//29 de Março de 2018

 

 

 

 

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *