“Ordenei às forças armadas dos Estados que lancem ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, declarou Trump esta noite, na Casa Branca. De acordo com o presidente dos EUA, os ataques serão realizados em coordenação com a França e o Reino Unido.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou esta noite que deu ordens para um ataque militar contra a Síria, focado nas “capacidades de armas químicas” do regime liderado por Bashar al-Assad. A notícia de última hora está a ser avançada pela CNN e outros meios de comunicação social norte-americanos.
O objetivo da operação consiste em “estabelecer um forte impedimento contra a produção, disseminação e utilização de armas químicas”, sublinhou Trump. “A resposta combinada americana, britânica e francesa a essas atrocidades vão integrar todos os instrumentos do nosso poder nacional: militar, económico e diplomático”, afirmou Trump.
O presidente norte-americano disse também que os ataques vão continuar até que o regime sírio cesse de utilizar armas químicas. “Estamos preparados para sustentar esta resposta até que o regime sírio cesse de utilizar agentes químicos proibidos”, disse Trump.
UA, França e Reino Unido bombardeiam alegadas instalações de armas químicas na Síria
Desta vez não é “bluff”. Donald Trump anunciou o lançamento de “ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, em coordenação com a França e o Reino Unido, e cumpriu. “Al-Jazeera” noticia que as baterias anti-aéreas do regime sírio “responderam ao ataque desta noite”.
Os EUA, a França e o Reino Unido avançaram esta noite com uma operação militar conjunta na Síria, bombardeando alvos que estarão associados a instalações de armas químicas utilizadas pelo regime de Bashar al-Assad. Trata-se de uma retaliação contra o alegado “ataque químico” da semana passada em Damasco, atribuído ao regime de Assad, que causou 40 vítimas mortais. O objetivo consiste em impedir “a produção, disseminação e utilização de armas químicas”, segundo Donald Trump, presidente dos EUA.
“Ordenei às forças armadas dos Estados que lancem ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, declarou Trump esta noite, na Casa Branca. De acordo com o presidente dos EUA, os ataques seriam realizados em coordenação com a França e o Reino Unido. Ao mesmo tempo que Trump anunciava a operação militar reportaram-se várias explosões em Damasco, segundo noticia a Al-Jazeera.
A mesma estação televisiva informa que as baterias anti-aéreas do regime “responderam ao ataque desta noite”. Por seu lado, uma testemunha citada pela Reuters diz que Barzeh, uma zona na região norte de Damasco onde está instalado um laboratório científico, foi atingida pelo bombardeamento dos EUA e respetivos aliados europeus. O jornal “The Guardian” revela que quatro caças Tornado da Força Aérea Real (“RAF – Royal Air Force”) levantaram voo a partir do Chipre e lançaram mísseis contra uma antiga base militar na Síria, perto da cidade de Homs, “onde o regime sírio terá mantido precursores de armas químicas”.
Em conferência de imprensa no Pentágono, EUA, o general Joseph Dunford afirma que os EUA “identificaram especificamente” alvos para “mitigar o risco de forças russas serem envolvidas”. O mesmo general, líder do Estado-Maior Conjunto dos EUA, assegura que “esta vaga de ataques aéreos terminou e por isso é que estamos a falar agora”. Ou seja, a conferência no Pentágono realizou-se após a conclusão da primeira operação de bombardeamentos na Síria. Quase ao mesmo tempo, a televisão estatal da Síria noticia que os mísseis que alvejaram Homs foram interceptados e não causaram danos.
Ataque conjunto de EUA e aliados visou três alvos com armas químicas
A ofensiva lançada hoje pelos EUA, Reino Unido e França contra o Governo de Bashar Al Asad consistiu em três ataques contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a “investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas”.
O segundo objetivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad.
Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um “importante centro de comandos”, ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.
“Os objetivos que foram atacados e destruídos estavam associados ao programa de armamento químico do regime sírio. Também selecionamos objetivos que minimizassem o risco para civis inocentes”, afirmou Dunford em conferência de imprensa.
O ministério da Defesa do Reino Unido indicou que quatro aviões de combate Tornados da Força Aérea Real (RAF) participaram no ataque “com êxito” na Síria contra um armazém militar do regime de Bashar Al Asad.
Os aparelhos britânicos foram lançados como parte da missão coordenada entre o Reino Unido, os EUA e a França para lançar mísseis contra uma antiga base militar síria, situada a cerca de 24 quilómetros a oeste da cidade de Homs, revelou o ministério.
Os ataques dos aviões foram feitos depois de se ter confirmado que aquela base militar era usada pelo regime de Asad “para guardar precursores de armas químicas que estavam a ser armazenados infringindo as obrigações da Síria pela Convenção de Armamento Químico”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou hoje uma ofensiva conjunta com a França e o Reino Unido contra alvos associados a armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque químico do qual responsabilizam o governo de Bashar Al Asad.
Síria qualifica ataque de ‘violação flagrante’ do direito internacional
A imprensa estatal síria denunciou neste sábado a operação militar conjunta de Estados Unidos, França e Reino Unido contra o governo de Damasco afirmando que são “ilegais e estão destinados ao fracasso”.
“A agressão é uma violação flagrante do direito internacional, uma infração à vontade da comunidade internacional e está destinada a fracassar”, declarou a agência estatal SANA.
A agência assegurou também que as forças de defesa aérea do país “estão a fazer frente” ao ataque dos EUA, França e Reino Unido contra a Síria.
Esta mensagem foi difundida pouco tempo depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado que os ataques conjuntos com a França e o Reino Unido contra o governo de Bashar Al Asad estavam em marcha.
Rússia responde ao ataque na Síria: “Nós avisámos que tais ações não serão deixadas sem consequências”
Através da rede social Twitter, o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, já reagiu aos ataques militares desta noite na Síria, perpetrados por forças dos EUA, França e Reino Unido. “Está a ser implementado um cenário pré-desenhado”, critica. E avisa: “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível”.
“As piores apreensões tornaram-se realidade”, começa por lamentar o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, na mensagem que publicou na rede social Twitter (na página oficial da Embaixada da Rússia nos EUA), em reação aos ataques militares desta noite na Síria, perpetrados por forças dos EUA, França e Reino Unido. “Está a ser implementado um cenário pré-desenhado. Mais uma vez, estamos a ser ameaçados”.
“Nós avisámos que tais ações não serão deixadas sem consequências. Toda a responsabilidade por essas ações cabe a Washington, Londres e Paris”, sublinha a mensagem de Antonov. “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível. Os EUA – o detentor do maior arsenal de armas químicas – não tem direito moral de culpar outros países”, conclui o diplomata russo.
Em conferência de imprensa no Pentágono, EUA, após a operação militar, o general Joseph Dunford afirmou que os EUA “identificaram especificamente” alvos para “mitigar o risco de forças russas serem envolvidas”.
ONU denuncia a “pior situação humanitária” na Síria desde o início da guerra
O coordenador humanitário para a Síria das Nações Unidas, Panos Moumtzis, destacou a gravidade da situação em zonas como Ghouta oriental, Ildeb, Afrine ou Al Raqa.
A organização alertou para a “deslocação em massa” de populações, com mais de 700.000 pessoas forçadas a abandonar as suas regiões de origem em 2017, devido às violências que se instalaram em diversas frentes.
O coordenador humanitário para a Síria das Nações Unidas, Panos Moumtzis, destacou a gravidade da situação em zonas como Ghouta oriental, Ildeb, Afrine ou Al Raqa, e o sofrimento de centenas de milhares de civis.
Na província de Idleb, para onde foi enviada grande parte da população das zonas rebeldes recuperadas pelas forças governamentais, escasseiam os locais para acolher mais pessoas, advertiu.
A ONU está confrontada em 2018 com escassez de fundos para atender as necessidades da população, segundo referiu Moumtzis em conferência de imprensa.
De momento, a organização apenas recebeu 14,6% dos cerca de 3,5 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) que solicitou para ações humanitárias na Síria em 2018.
Segundo Moumtzis, trata-se do nível mais baixo neste período do ano desde o início do conflito sírio.
TPT com: AFP//Reuters//CNN//Washington Post//Gustavo Sampaio//Jornal Económico com Lusa//13 de Abril de 2018