Barack Obama diz que as eleições intercalares norte-americanas terão muitas “consequências profundas”

O ex-Presidente norte-americano Barack Obama advertiu, na sexta-feira, ontem, sobre as “consequências profundas” que as próximas eleições intercalares, a 06 de novembro, terão no futuro do país.

 

 

“Os Estados Unidos estão numa encruzilhada, o seguro de saúde para milhões de pessoas está nas urnas”, disse Obama, durante uma manifestação de apoio aos democratas, na qual voltou a apelar ao voto.

 

 

Para o antigo chefe de Estado, “o caráter” do país está em jogo na próxima terça-feira.

 

 

Sem mencionar o atual Presidente, Donald Trump, Obama alertou para a atual retórica contra a diversidade étnica, religiosa e sexual, sublinhando que a mesma não pode “continuar a ganhar terreno”.

 

 

O ex-mandatário frisou o apoio a Stacey Abrams, candidata do partido Democrata ao cargo de governadora, que está em empate virtual contra o republicano Brian Kemp, atual secretário de Estado.

 

 

 

 

 

Eleições intercalares vão decidir o futuro político de Trump?

 

 

 

 

Estas eleições são particularmente importantes porque podem permitir uma alteração radical de forças entre os dois partidos no Capitólio…

As campanhas para as eleições intercalares nos Estados Unidos, que vão ter lugar na terça-feira (6 de Novembro), foram contaminadas pelos acontecimentos à volta de uma Presidência de Trump que também ali será avaliada.

 

 

Quando um dia um jovem jornalista perguntou ao antigo primeiro-ministro britânico o que poderia ter feito o governo mudar a sua política, Harold McMillan (1894-1986) terá respondido: “Os acontecimentos, meu rapaz, os acontecimentos”.

 

 

Os acontecimentos também parecem ter feito descarrilar muita da estratégia de campanha dos Republicanos e dos Democratas, nas eleições intercalares dos Estados Unidos da América (EUA) em que os eleitores serão chamados para escolher congressistas, senadores e governadores em 36 Estados.

 

 

O tiroteio que fez 11 vítimas mortais numa sinagoga em Pittsburgh, cartas com dispositivos explosivos enviados para figuras do Partido Democrata, uma caravana de refugiados vindos da América Central ou o romper de um tratado nuclear que tinha ajudado a por fim à Guerra Fria foram acontecimentos que contaminaram a campanha eleitoral e relegaram para segundo plano as ideias de alguns candidatos.

 

 

Contudo, a reforma do sistema Obamacare, os cortes fiscais, as medidas protecionistas na área comercial, ou as questões de imigração são temas que estiveram presentes na campanha e mostraram as posições radicalmente diferentes que separam o Partido Republicanos e o Partido Democrata.

 

 

Estas eleições são particularmente importantes porque podem permitir uma alteração radical de forças entre os dois partidos no Capitólio.

 

 

Neste momento, os Republicanos controlam o Congresso e o Senado, com uma margem confortável na câmara baixa (235 congressistas contra 193 congressistas Democratas) e com uma margem curta a câmara alta (51 contra 47 senadores Democratas e dois independentes).

 

 

Mas as sondagens indicam que o Partido Democrata deverá recuperar o controlo do Congresso, bem como ganhar entre seis e dez governos estaduais, apesar de não conseguir eliminar o controlo Republicano do Senado.

 

 

A maioria no Congresso permitirá aos Democratas procurar dificultar a vida política de Donald Trump, podendo, por exemplo, iniciar um processo de ‘impeachment’, por suspeitas de conluio com uma alegada interferência russas nas eleições presidenciais e obstrução à justiça, ou obstaculizar a agenda legislativa Republicana, em particular na área fiscal.

 

 

Ainda assim, se os Republicanos mantiverem a maioria no Senado (como indicam as sondagens), a influência Democrata será sempre limitada e circunscrita a um mais aceso debate político.

 

 

Mas os assessores de Donald Trump mostram-se sobretudo preocupados com os sinais de desgaste da popularidade do presidente e com a perda de uma parte importante da sua base de apoio, essencial para acalentar as ambições de uma reeleição, dentro de dois anos.

 

 

E esses sinais são resultado de vários índices, como aqueles que revelam uma alteração no perfil do eleitor, como a disposição de um maior número de jovens para ir votar (duplicando a percentagem de 20%, em 2014, para 40%, este ano, dos eleitores entre os 18 e os 29 anos com intenção de fazer uma escolha), ou a expectativa de cerca de oito milhões de eleitores hispânicos acorrerem às urnas (mais 15% do que nas eleições intercalares de 2014).

 

 

A alteração no perfil do eleitor pode também corresponder a modificações no perfil dos representantes, nas eleições de terça-feira, com candidatos que podem fazer história em vários círculos, por serem os primeiros negros, ou as primeiras mulheres, ou os primeiros políticos assumidamente homossexuais a exercerem cargos em determinados lugares.

 

 

Algumas corridas eleitorais – na Florida, na Califórnia, no Wisconsin ou no Texas, entre outras – revestem-se de especial interesse político, pelo significado que lhes é atribuído relativamente à perceção que os americanos têm da Presidência de Donald Trump, mas também pela abordagem que o eleitorado faz de alguns dos temas centrais da vida nos EUA.

 

 

 

 TPT com: AFP//Reuters//Lusa//Jornal Económico// 3 de Novembro de 2018

 

 

 

 

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