Manifestantes armados contra o isolamento social nos EUA

 

Entre slogans pró-Trump e armamento pesado, milhares de manifestantes sairam à rua no Michigan, onde já morreram mais de 1900 pessoas devido à covid-19.

 

 

Enquanto a pandemia do novo coronavírus deixa um rasto de destruição nos Estados Unidos, muitos não estão nada contentes com as medidas de isolamento. Apesar do país já ter ultrapassado os 654 mil casos registados e 33 mil mortes, com mais de 564 mil pessoas ainda a serem tratadas, milhares de manifestantes – muitos deles armados até aos dentes – juntaram-se para exigir o fim da quarentena, imposta no Michigan pela governadora Gretchen Whitmer.

 

 

“Prendam-na, prendam-na”, cantaram manifestantes, em Lansing, a capital do estado, ecoando um dos grandes slogans de Donald Trump nas eleições presidenciais 2016. Na manifestação, encabeçada pela Coligação Conservadora do Michigan, não faltaram os chapéus onde se lida “Make America Great Again”, enquanto as bandeiras norte-americanas eram omnipresentes: chegavam a estar estampadas em chapéus ou fatos.

 

 

“Estamos fartos de não poder comprar as coisas que precisamos, ir ao cabeleiro”, queixou-se uma manifestante, mostrando as suas raízes descoloradas ao Guardian. “É uma responsabilidade individual”, assegurou outro manifestante à WXYZ. “Os americanos são inteligentes o suficiente para tomar estas decisões por si mesmos”.

 

 

“A triste ironia com o protesto, é que eles não gostam das ordens para ficar em casa e podem ter causado a necessidade de prolongá-la”, disse a governadora do Michigan, lamentando que tantos tenham violado a distância mínima de segurança. Whitmer impôs das mais estritas medidas de quarentena no país. Ainda assim,já morreram mais de 1900 pessoas devido à covid-19 no Michigan.

 

 

Entretanto, ontem foram extendidas as medidas de isolamento social em muitos estados e cidades, incluíndo Nova Iorque, Washington e Los Angeles. Já o Presidente prepara-se para apresentar as suas orientações gerais para a reabertura da economia norte-americana, que será levada a cabo pelas autoridades estaduais.

 

 

 

 

Em Portugal foi provada a renovação do estado de emergência até 2 de maio

 

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa assinou esta quinta-feira a 2.ª renovação do estado de emergência, que, em direto de Belém, disse desejar que fosse a última.

“Estamos agora mais próximo do fim de abril, o mês decisivo para ganharmos a 2.ª fase”, começou por dizer, salientando que Portugal está a ganhar esta fase.

 

 

“Empresas industriais retomaram o seu trabalho, até dentro da cerca sanitária de Ovar, comércio e serviços que puderam ajustaram-se e reagiram à crise”, afirmou o Presidente da Repúblicando, explicando que estas atividades eram “uma parte da economia real a mostrar que queria avançar em conjunto com o combate pela vida e pela saúde”.

 

 

Para esta 2.ª renovação do estado de emergência, o Presidente da república aponta três razões, que considera “essenciais”.

 

 

“A nossa tarefa nos lares não desperdiçou um minuto, mas precisa de mais algum tempo”, apontou Marcelo como a primeira razão para esta renovação, sublinhando que ainda era necessário detetar, isolar e preservar. Marcelo explicou que esta não era uma questão importante apenas para quem está nos lares, mas também para “quem está cá fora”.

 

 

Salientando que Portugal é o 4.º país da Europa que “mais testa por milhão de habitantes” e o que o número de infetados está a evoluir de forma positiva, alerta para que é ainda preciso “continuar a estabilizar o número diário de internamentos, em geral, e de internamentso nos cuidados intensivos, em especial”.

 

 

A última razão pela qual o estado de emergência foi renovado esta quinta-feira foi para dar tempo ao Governo para “estudar e preparar” a abertura gradualda sociedade e da economia, no fim de abril. “Com uma preocupação essencial: criar segurança e confiança nos portugueses para eles possam sair de casa” e ir voltando à rotina do dia-a-dia “sem passos precipitados contraproducentes”.

 

 

“Não tenham receio”, disse Marcelo, dirigindo-se a todos que têm “doenças mais graves”. “Ninguém minimiza a vossa entrega de muitas décadas”, disse, explicando que “ninguém quer dividir os portugueses” entre aqueles que “resistem e são imprescindíveis” e “os frágeis que são descartáveis”.

 

 

Marcelo dirigiu-se também aos “os mais jovens dos jovens”. “Admiro a vossa capacidade de reagir ao maior e, para muitos, incompreensível choque da vossa vida”, disse. O PR garantiu ainda será “o primeiro a testemunhar” como foi essencial o papel de proximidade que os autarcas têm tido.

 

 

Marcelo afirmou ainda que “as expetativas suscitadas” para maio e para um possível regresso só dependem do que se conseguir alcançar até ao final de abril. “Isso será medido dentro de duas semanas”, explicou, sublinhando que, tal como a maioria dos portugueses, conjuga esperança e dever de cumprimento, “Mas maio tem que ser essa ponte entre o dever e a esperança”, afirmou, sublinhando que a confiança “é a palavra-chave”. “Retenhamos isto: uma crise na saúde bem encaminhada e uma abertura bem ponderada dão força à economia e à sociedade. Do emprego ao consumo, do investimento ao turismo, da cultura à comunicação social”, afirmou, explicando que se ta crise e as aberturas forem menos controladas, podem criar problemas. “À vida, à saúde, e, portanto, à sociedade e à economia”, afirmou.

 

 

Sublinhando que o processo de contenção é “longo, ingrato e imprevisível”, Marcelo alertou para o exist~encia do pensamento de que “o pior já passou”. “E tudo isso convida a facilidades tentadoras. Temos de lhes resistir. Temos de evitar a desilusão de, por precepitações em abril, deitarmos a perder maio”, alertou, sublinhando que “ainda nos falta o mais difícil”. “Como diz o povo, nós não queremos morrer na praia”, afirmou.

 

 

Marcelo reconheceu ainda que o sucesso que tem sido reconhecido a nível internacional “como um milagre”, não é. “É fruto de muito sacrifício”, disse, afirmando que este sucesso tem sido resultados de “ouvir os especialistas, ter agido em unidade e ter feito deste combate o combate da sua vida”. “Desde logo o primeiro-ministro e, com ele, o Governo, como é justo reconhecer”, afirmou, referindo que estas decisões também estievram nas mãos do presidente da Assembleia da República, de todo a Assembleia, dos líderes partidários, dos líderes sociais, dos partidos políticos e dos parceiros económicos e sociais. “Mesmo os que divergem no primeiro e decisivo momento, não se opuseram”, acrescentou, dizendo que “é isso que ficará para a História”.

 

 

O Parlamento português aprovou, esta quinta-feira, pela terceira vez o estado de emergência, que o Presidente da República propunha. No mesmo dia, pouco antes, o balanço das autoridades de saúde da covid-19 em Portugal revelava um total de 629 mortes, 30 das quais registaram-se nas últimas 24 horas, período no qual surgiram 750 novos casos de contágio, elevando para 18.841 o número de diagnósticos confirmados. O dia fica ainda marcado pela morte do escritor chileno Luís Sepúlveda, em Espanha.

 

 

 

TPT com: Jeff Kowalsky/AFP//Guardian////Jornal i//MadreMedia/Lusa// 16 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

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