Reabertura de fronteiras na Europa é tudo menos pacifica. França e Espanha entram em conflito

 

O governo espanhol anunciou ontem que todos os recém-chegados do exterior estarão sujeitos a uma quarentena obrigatória de 14 dias, a começar já esta sexta-feira, dia 15 de Maio. A medida inclui também os viajantes vindos de França, que terão de ficar em confinamento nos seus hotéis ou casas, podendo sair apenas para comprar bens essenciais, ou por motivos de saúde, avança a imprensa internacional.

 

 

Esta situação provocou um conflito entre os dois países, com França a responder, dizendo que aplicaria medidas semelhantes caso Espanha prosseguisse com o plano indicado. A retaliação, segundo fonte oficial do Palácio do Eliseu, aplica-se a todos os países que restringirem o acesso aos cidadãos franceses.

 

 

«Espanha decidiu impor uma medida de quarentena. Não sabíamos, descobrimos, não tomámos medidas de quarentena em respeito a Espanha. Não o faríamos aos nossos parceiros europeus, vamos actuar com reciprocidade», refere a mesma fonte.

 

As retaliações surgem numa altura em que a Comissão Europeia divulgou directrizes para a abertura das fronteiras, que passam por reabrir grande parte do espaço Schengen, a tempo do Verão, uma época muito procurada por turistas, numa tentativa de salvar o sector de turismo da União Europeia, responsável por metade do mercado turístico global.

 

 

Embora a recuperação da indústria de viagens seja essencial para Bruxelas, a UE não tem o poder de ditar a política de fronteiras, apenas pode pedir aos seus membros que sigam as suas propostas. No final, cada estado é responsável pelas suas próprias regras.

 

A comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, já tinha dito aos eurodeputados na semana passada que a Comissão ia recusar aberturas selectivas de fronteira, mas tal afirmação não impediu os Estados-membros de criar as suas próprias medidas, como foi o caso de Espanha.

 

 

Contudo, o país vizinho não foi o único a criar medidas para as fronteiras contrariando a UE, o Reino Unido também o fez. O primeiro-ministro Boris Johnson dispensou os passageiros franceses do regime de quarentena de 14 dias no país, ao contrário do que a UE tinha estipulado, que o país devia colocar em quarentena todas as pessoas que chegam de todos os estados-membros.

 

Por sua vez, a Alemanha vai abrir quatro das suas fronteiras com França, Suíça, Áustria e Luxemburgo, até  ao dia 15 de Junho. As fronteiras holandesa e belga já se encontram abertas, com as autoridades locais a realizar verificações pontuais nos passageiros vindos desses países. No entanto, as viagens entre a Polónia, a República Checa e a Alemanha continuam proibidas até 15 de Junho.

 

Na Áustria, onde o coronavírus está praticamente controlado, o chanceler Sebastian Kurz disse na quarta-feira que a fronteira com a Alemanha vai reabrir dentro de um mês. Um dia antes, o responsável referiu que os controlos ao longo da fronteira suíça do país também serão levantados em poucos dias.

 

 

 

 

 

Portugal presente na reunião convocada por Berlim para debater restrições nas viagens europeias

 

 

 

 

Portugal vai participar na segunda-feira(18 de Maio) na reunião convocada pela Alemanha para debater um futuro levantamento das restrições nas viagens entre países europeus impostas por causa da pandemia da covid-19, disse hoje, fonte da diplomacia portuguesa.

 

A fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros precisou que Portugal será representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

 

A Alemanha anunciou hoje que tinha decidido convocar vários parceiros da União Europeia (UE) para um “diálogo” sobre possíveis medidas a adotar para um futuro levantamento das restrições nas viagens entre países do espaço europeu impostas por causa da crise sanitária do novo coronavírus.

 

A iniciativa foi anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, pasta tutelada por Heiko Maas.

 

 

As agências internacionais divulgaram hoje à tarde que a reunião, prevista para a próxima segunda-feira e que irá decorrer em formato virtual, ia contar com a participação de representantes de Espanha, Itália, Croácia, Malta, Grécia e Áustria, descritos como os destinos turísticos europeus preferenciais dos cidadãos alemães.

 

 

O grande objetivo da chanceler alemã, Angela Merkel, é ter, caso a evolução da pandemia o permita, uma normalização total do espaço europeu de livre circulação (Schengen) a partir de 15 de junho.

 

Esta intenção foi expressa pela própria líder alemã numa intervenção no parlamento (Bundestag) na passada quarta-feira, no mesmo dia em que o governo federal alemão anunciou uma redução progressiva dos controlos fronteiriços, numa primeira fase, com a Suíça, Luxemburgo, Dinamarca, França e Áustria.

 

 

Também na passada quarta-feira, a Comissão Europeia lançou as recomendações para a gradual retoma das viagens na UE e para reabertura das fronteiras internas do espaço comunitário, pensando na retoma de dois dos setores mais afetados pelo impacto da pandemia, Turismo e Transportes, com perdas que ascendem aos milhares de milhões de euros.

 

 

 

 

TPT com: Reuters//AFP//AI//Simone Silva/ExecutiveDigest//MadreMedia/Lusa//15 Mai 2020

 

 

 

 

 

 

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