Coronavírus já fez mais de 300 mil mortos e mais de 4,5 milhões de infectados em todo o mundo

 

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa, já morreram pelo menos 302.489 pessoas e há mais de 4.454.090 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

 

 

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está a testar apenas os casos que requerem tratamento hospitalar. Entre esses casos, pelo menos 1.554.500 foram considerados curados.

 

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 85.906 óbitos em 1.417.889 casos.

 

 

Pelo menos 246.414 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades dos Estados Unidos.

 

Depois dos Estados Unidos, os países mais afectados são o Reino Unido, com 33.614 óbitos em 233.151 casos, a Itália com 31.368 óbitos (223.096 casos), a Espanha com 27.459 óbitos (230.183 casos) e a França com 27.425 óbitos (178.870 casos).

 

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.933 casos (quatro novos entre quinta-feira e hoje), incluindo 4.633 mortes e 78.209 recuperações.

 

A Europa totalizou 163.128 mortes para 1.839.657 casos, Estados Unidos e Canadá 91.482 mortes (1.491.290 casos), América Latina e Caraíbas 25.662 mortes (451.556 casos), Ásia 11.581 mortes (331.194 casos), Médio Oriente 7.956 mortes (256.960 casos), África 2.554 mortes (75.078 casos) e Oceânia 126 mortes (8.363 casos).

 

 

Esta avaliação foi realizada com dados recolhidos pela AFP junto de autoridades de saúde e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

 

 

 

 

 

 “O mundo mudou e nós temos de mudar” dando a volta à pandemia

 

 

 

 

 

Nos tempos que correm, muitas foram as empresas que se viram na impossibilidade de manter, pelo menos temporariamente, os seus negócios. Seja porque as medidas de segurança não o permitiam, como no caso dos restaurantes ou do turismo rural, seja porque as prioridades do consumidor português se alteraram e os seus hábitos de consumo também. Para fazer face ao “novo normal”, algumas dessas empresas decidiram reinventar-se, criando novos negócios ou, simplesmente, adaptando o negócio a esta nova realidade.

 

Com o fecho dos restaurantes, a Zomato sentiu a necessidade de se readaptar às novas necessidades. Esta é uma aplicação que permite pesquisar espaços para comer e beber, ver a opinião de outras pessoas sobre os mesmos, consultar as ementas online, fotografias dos pratos e do espaço e deixar a sua própria opinião. Este modelo de negócio assente na publicidade paga por restaurantes deixou de fazer sentido no imediato.

 

 

Segundo Miguel Alves Ribeiro, Country Manager [responsável pela empresa em Portugal], num universo de 26 mil restaurantes presentes entre Lisboa, Porto e Algarve, hoje são 5 mil aqueles que se mantêm em funcionamento, em regime de take away.

 

 

Em termos tecnológicos, o ajuste foi simples. A aplicação já permitia reservar online, consultar menus e efetuar pagamentos através da app, medidas que rapidamente perceberam que poderiam ser uma mais valia face às novas exigências do setor. Surgem, assim, as soluções Takeaway e Contactless By Zomato, que permitem, como nos relata a empresa, “o regresso aos restaurantes favoritos, com o menor contacto possível”. Atualmente, são mais de 300 os estabelecimentos associados a esta funcionalidade da aplicação.

Numa demonstração de apoio à restauração e como estratégia de médio-longo prazo, a empresa retirou aos restaurantes qualquer comissão, mantendo apenas fees bancários. O objetivo é ajudar o setor a manter-se, garantido assim o maior número possível de clientes ativos no futuro.

 

 

O futuro, e a terceira fase, passará por ajudar os restaurantes na abertura prevista para 18 de maio, tal como terá sido decretado com o levantamento do estado de emergência.

 

 

Para além de um reforço na utilização da tecnologia de reservas online, a Zomato aposta na criação de ementas digitais para reduzir elementos físicos de elevado contacto e pagamentos através da aplicação, reduzindo também uma fonte de contacto frequente.

 

 

Paralelamente, enquanto implementa estas medidas de apoio ao setor, a Zomato reforçou também o seu conteúdo digital. Para manter a ligação entre a gastronomia, a restauração e os utilizadores da aplicação, foi criada uma newsletter, enviada duas vezes por semana, e reinventado o conteúdo partilhado nas redes sociais. Desta forma, a Zomato partilha com os seus utilizadores receitas para fazer em casa, sugestões de chefes, eventos e muitas outras informações de relevância para este universo. Isto permitiu-lhes a associação a marcas e, assim, uma rentabilização de plataformas e ferramentas de que já dispunham.

 

 

 

 

 

Azeite Castelo de Marvão

 

 

 

 

 

“O mundo mudou, o consumo mudou, nós temos de mudar.” Foi isto que pensou António Picado Nunes, do Azeite Castelo de Marvão, quando começou a ver canceladas as reservas no seu espaço dedicado ao olivoturismo.

 

 

Esta empresa não é nova. Criada em 1953 pelo avô do actual responsável, para a marca Azeite Castelo de Marvão a necessidade de se reinventar não é uma novidade. Criada inicialmente para comercializar azeite a granel, nos anos 90, viu as suas vendas caírem com novas exigências do mercado. Com o intuito de manter a tradição familiar, António chega mesmo a desistir do curso de arquitectura para seguir Gestão e Marketing. Em 2006 deixa o modelo das vendas granel e cria uma marca enquanto constrói um novo lagar. Esta primeira tentativa de reinvenção não foi feliz. A penetração de uma nova marca num mercado tão consolidado como o do azeite em Portugal não se revelou tarefa fácil. Mais uma vez, foi necessário repensar o negócio. É então que surge a ideia de explorar o olivoturismo.

 

O olivoturismo era, até a chegada de medidas de confinamento no âmbito da pandemia Covid-19, um dos grandes segmentos de turismo em Portugal, que permitia aos turistas conhecer e acompanhar todo o processo de produção do azeite, da apanha da azeitona até à prensagem no lagar, finalizando, claro, na degustação do produto. Este investimento incluiu a reconstrução de um lagar antigo, transformando-o em museu. Neste modelo de negócio, o Azeite Castelo de Marvão oferecia experiências que podiam ir de 2 a 50 pessoas e, também, a realização de eventos, tais como casamentos, batizados ou festas de empresas.  Destas experiências resultava também a aquisição de alguns produtos, como o azeite e outros produtos locais. É por isso que a reinvenção dos tempos do coronavírus acaba por surgir de forma natural. Se por um lado as reservas turísticas foram sendo canceladas, por outro, começaram a surgir pedidos para a aquisição desses mesmos produtos.

 

 

Ciente das dificuldades que as grandes superfícies estavam a revelar nas entregas, com o aumento de solicitações de produtos da zona e com o objetivo de ajudar os seus fornecedores a manter-se e a escoar produto, António percebe a necessidade de criar uma loja online. Na loja vendem-se azeite, produtos hortícolas biológicos, vinho e cerveja artesanal e iguarias como as Queijadinhas da Tia Luísa. As entregas efetuam-se num máximo de 48 horas, colmatando uma necessidade que se revelava premente.

 

 

A procura não tardou e, se, por um lado permitiu a manutenção de postos de trabalho, por outro, também obrigou a uma re-adaptação de uma equipa habituada a trabalhar para o  turismo e que agora arregaça as mangas para preparar encomendas, realizar faturação e garantir um apoio ao cliente agora feito à distância.

 

 

 

 

“360imprimir – 360hyper”

 

 

 

 

 

A “360imprimir” é conhecida como uma gráfica online. Na verdade, a 360imprimir é uma plataforma online que reúne os serviços de várias gráficas e outros fornecedores e permite aos clientes adquirir vários dos produtos  de que precisa numa só loja. Este modelo de negócio não é novo, conhecidas como marketplaces, são já vários os mercados online que reúnem vários fornecedores numa única plataforma. Neste caso, a diferença está nos produtos, que são especificamente de materiais gráficos e de marketing para comércio e no envolvimento da plataforma na transação, uma vez que ao contrário de muitas outras plataformas, bem conhecidas, a 360imprimir responsabiliza-se totalmente pela venda.

 

 

Isto para explicar que a experiência com mercados online já existia. Focados nas vendas a empresas, também as suas vendas sofreram um impacto causado pelo novo coronavírus, pelo que sentiram a necessidade de procurar alternativas ao modelo de negócio.

 

 

A crescente procura por parte de clientes particulares por alternativas às grandes superfícies que apresentavam largos prazos de entrega, deu-lhes o mote. Criar uma nova plataforma com produtos de supermercado.

 

A ideia de criar o 360hyper surgiu a 20 de março. Reorganizaram-se equipas, criou-se um site, procuraram-se parceiros. Em 15 dias, o serviço estava a funcionar e a fazer entregas em menos de 4 horas.

 

 

Criar um novo modelo de negócio, um novo site e encontrar novos parceiros implicou muitas horas extra e uma dose extra de resiliência. Desde pessoal dos recursos humanos a analisar a concorrência até aos fundadores trabalharem mais de 30 horas seguidas, sem dormir, os esforços não foram poupados. E valeu a pena. O segundo grande desafio foi ver o número de encomendas — que nos dois primeiros dias aproximava-se da centena — triplicar ao terceiro dia, recebendo mais de 400 encomendas.

 

 

A par com este serviço de supermercado online, na 360imprimir podem ainda encontrar-se, atualmente, os materiais de proteção necessários para este retorno à possível normalidade, tais como, máscaras, viseiras, luvas, divisórias de proteção, etc., e também os materiais necessários para que os restaurantes possam retomar a atividade em regime de takeaway, tais como sacos de papel e embalagens para transporte da comida.

 

 

O futuro, agora, passa por melhorar o serviço, encontrar mais parceiros e incluir comida já preparada pronta a cozinhar, congelada e fresca.

 

 

 

 

 

Supper Stars

 

 

 

 

 

“O melhor restaurante em casa”. Esta é a premissa da empresa Supper Stars, uma marca que oferece serviços de Chef em casa. Chefs estes que garantem a compra dos ingredientes, a preparação dos mesmos, o serviço e ainda arrumam tudo antes de sair.

 

Este tipo de serviço tem três segmentos: particulares que contratam o Chef para cozinhar em sua casa; empresas que utilizavam serviços de workshop e team building; e turistas que queriam viver uma experiência gastronómica durante a sua estadia.

 

 

Com a situação que vivemos e as limitações que a Covid-19 trouxe, qualquer um destes segmentos se ressentiu. A incerteza de se poder receber alguém estranho em casa, durante os tempos de confinamento, as empresas que passaram a ter os seus trabalhadores em teletrabalho e o turismo que passou a estar bastante limitado e quase inexistente.

 

 

A empresa que, até à data, apresentava um crescimento de 100%, ano após ano, não só viu as solicitações diminuírem, como teve que proceder a reembolsos de reservas entretanto canceladas. Afinal de contas, estas eram experiências que implicavam, à partida, pessoas juntas.

 

 

Tiago Ribeiro, um dos fundadores, conta que, nem assim se sentiram derrotados. Ainda que não pudessem ser óbvias, rapidamente procuraram novas soluções.

 

Numa altura em que todos parecem estar online, também as experiências gastronómicas poderiam recorrer a essa solução. Tiago acredita que, mesmo através de um ecrã, a gastronomia terá sempre esse poder de fazer com as pessoas se sintam conectadas e o poder de criar memórias coletivas. Com sugestões para festas de anos, atividades de equipas e workshops online com os diferentes Chefs a partir das suas cozinhas, surge assim uma boa alternativa àquilo que não nos é permitido fazer hoje em dia e surge também uma oportunidade à empresa, cujo objetivo em 2020 já era o do crescimento internacional.

 

 

Com Chefs de todo mundo e que comunicam em múltiplas línguas, a empresa que já estava presente em Portugal, Espanha e Inglaterra, e prestes a abrir em Itália, pode agora através de um clique chegar a qualquer ponto do Mundo.

 

 

Para além desta aposta no online, a Supper Stars desenvolveu também o serviço de entrega em casa. Os mesmo Chefs, o mesmo sabor, em sua casa — uma vez que não contempla a experiência in loco do Chef — a um preço mais acessível.

 

 

Com o levantamento de algumas restrições já a verificar-se, a empresa irá agora a continuar o serviço original com algumas limitações, quer de higiene, quer de número e distanciamento de pessoas, mas, a pouco e pouco, já poderá voltar às vossas casas.

 

 

 

TPT com: AFP//EPA/José Coelho//N.N./Lusa//Startup/Portugal// 15 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

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