Município de Santa Maria da Feira vai receber mais de 8 milhões de euros para “projectos de apoio” aos mais desfavorecidos

O município de Santa Maria da Feira vai receber sexta-feira do conselho da Área Metropolitana do Porto (AMP) 8,2 milhões de euros para concretizar 43 projectos de apoio a grupos desfavorecidos desse território do distrito de Aveiro.

 

 

Disponibilizada através do Programa de Recuperação e Resiliência, essa verba representa a maior parcela dos 24,3 milhões de euros atribuídos aos cinco municípios do Entre Douro e Vouga – região que inclui também Arouca, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra – e integra assim o PAOITI – Plano de Acção da Operação Integrada do Território de Intervenção AMP Sul, a concretizar até final de 2025.

 

 

O presidente da Câmara da Feira, Emídio Sousa, declara que entre os 43 projetos abrangidos por esse financiamento «há muitos que já existiam antes da candidatura», como os relativos a atividade física para idosos ou literacia digital para adultos, mas realça que «agora foram definidas mais acções para apoiar as comunidades mais necessitadas de ajuda».

 

O público-alvo dos 8,2 milhões de euros distribui-se por cinco grupos: população sénior em situação de isolamento social, dependente financeiramente e «com alimentação precária, por exemplo»; crianças e jovens de famílias desestruturadas e expostos ao risco de abandono escolar «ou consumo de drogas e outras dependências»; cidadãos sedentários e com problemas de saúde física e mental; pessoas com deficiência ou outras incapacidades; e famílias em situação de severa fragilidade socioeconómica e emocional, devido «a desemprego de longa duração, violência doméstica ou exaustão dos cuidadores informais».

 

Entre os projectos cuja continuidade vai ser viabilizada pelo financiamento do PAOITI inclui-se o chamado “Espaço Trevo”, estrutura de atendimento a vítimas de violência doméstica e de género que, segundo Emídio Sousa, «já conta com um trabalho de largos anos nessa área, mas precisa de novas condições».

 

 

Outra iniciativa a manter é o “Programa Sorrisos”, que, focado na saúde oral, até aqui estava limitado a um orçamento de 5000 euros por ano e se destinava exclusivamente a menores de 18 anos, mas, com o PAOITI, passará a dispor de 80.000 euros anuais e alargar-se-á a todas as faixas etárias.

 

Quanto a projectos novos, o presidente da Câmara da Feira realça quatro, a começar pelo “Envelhe(Ser)”, que vai envolver a execução de pequenas obras na residência de idosos para lhes garantir condições mínimas de conforto e acessibilidade.

 

 

Já o “Amplifica-te” destina-se a pessoas que estejam a recuperar de dependências e apostará em medidas terapêuticas e ocupacionais «que as ajudem a ingressar no mercado de trabalho».

 

 

Na área da saúde, por sua vez, as expectativas prendem-se com dois conceitos de abrangência geográfica distinta. Por um lado, a nível exclusivamente local, a câmara vai aproveitar o PAOITI para «trabalhar na prevenção de doenças relacionadas com a saúde mental», assegurando no concelho «uma resposta que ainda não existe» e potenciando a integração de pessoas com esses problemas no mercado laboral.

 

Por outro lado, em parceria com os outros quatro concelhos no extremo sul da AMP, será lançado o programa “CHEDV em Movimento”, que, envolvendo o Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, irá recorrer a uma unidade móvel para «percorrer o território e facilitar a realização de exames de diagnóstico pela população, nomeadamente na área de oncologia».

 

 

Perante essas e outras ações, Emídio Sousa admite que o concelho da Feira «tem pela frente um trabalho ambicioso e muito exigente», mas afirma: «São coisas que não podem ser adiadas, até porque se adivinham tempos difíceis e, se não atuarmos rápido, a situação social destes grupos desfavorecidos pode agravar-se muito mais».

 

 

 

TPT com: Human Resources// Lusa//RegiõesSapo// 3 de Junho de 2022

 

 

 

 

 

 

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