O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, assinalou hoje os 100 dias de guerra da Rússia na Ucrânia pedindo ao Presidente russo, Vladimir Putin, que cesse “imediatamente o conflito, sofrimento e agitação global causados pela sua escolha”.
“O nosso objetivo é direto: os Estados Unidos querem ver uma Ucrânia democrática, independente, soberana e próspera com os meios para dissuadir e se defender contra novas agressões”, disse Blinken em comunicado.
Nesse sentido, o secretário de Estado reiterou os apelos a Putin para que encerre “imediatamente” este conflito, frisando que nem os Estados Unidos, nem os seus aliados e parceiros, procuram prolongar a guerra para infligir dor à Rússia.
“Respeitamos muito os cidadãos da Rússia, que não são nossos inimigos e que merecem um futuro melhor do que o que a guerra contínua e a repressão crescente trarão”, sublinhou.
No comunicado, Blinken indicou que nos 100 dias desde o início da invasão russa, o mundo viu a coragem e a determinação do povo ucraniano enquanto luta pelo seu país.
O secretário de Estado aproveitou então para direcionar algumas palavras de apoio às famílias ucranianas que perderam entes queridos, que foram separados pela violência, cujas aldeias, apartamentos, escolas e hospitais foram atingidos por bombas e mísseis, ou que foram enviados e sobreviveram aos chamados campos de “filtragem” da Rússia.
“Os Estados Unidos estão com vocês. Nós vamos ajudar-vos a defender a vossa soberania e integridade territorial, e vamos ajudar-vos a reconstruir quando esta guerra acabar. A Ucrânia prevalecerá”, concluiu.
Desde 24 de fevereiro, os Estados Unidos forneceram mais de 6,3 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros) em ajuda de segurança, assistência humanitária e económica destinada à Ucrânia, segundo dados do executivo norte-americano.
Depois de 100 dias desde o início da guerra na Ucrânia, regista-se em muitas cidades “um nível de destruição impossível de compreender”, afirmou hoje o diretor general do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR), Robert Mardini.
Há ainda muitos civis, como os familiares de prisioneiros de guerra, sem nenhuma informação sobre o paradeiro dos seus entes queridos, explicou o responsável do CICR, a organização que tem como missão proteger estes detidos em casos de conflito.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 4.169 civis morreram e 4.982 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 100.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
TPT com: WP//AFP//CBS//FOX//MadreMedia// 3 de Junho de 2022